Saturday, September 30, 2006

DEADSINGER @ HARD CLUB

Mais uma data para se enfiar na agenda. Os dead singer, banda de rock do porto, vão estar no no belo do hard club (onde por acaso nunca meti o rabo), na próxima sexta feira. O concerto é organizado pela invasion rock, e contará também com os king buzz. O preço é de apenas e só 2 aéreos, e supostamente tudo começará por volta das 10, coisa que obviamente duvido, mas quem sabe? até se pode tornar realidade desta volta.

Boa sorte para as duas bandas, e espero mesmo que alguém meta lá a fronha porque é sempre bonito apoiar a cena tuga e tal.

Aqui fica o flyer: não está redimensionado, por isso se tiverem o firefox e quiserem ir ver os links bonitos é possível que tenham mais dificuldades...já que os vão ver sobrepostos pelo flyer. Enfim caguei, porque sou um preguiçoso de primeira apanha.

Saturday, September 23, 2006

EP's BONITOS E QUE FICAM BEM NA MESA DO CANTO DA SALA, QUE FICA AO CANTO DA CASA, NO CANTO DA ESQUINA,DO CANTO DA CIDADE, DO PAÍS DO CANTO DA EUROPA

Título enorme para vos dizer que este blog vai, pela primeira vez, dedicar-se à bela arte do gamanço. Não,não vou andar aí a penantes à procura da casa de cada um de vocês que está a ler isto(embora nem fosse muito difícil porque vocês devem ser poucos e tal), mas sim andar por aqui a disponibilizar cenaitas simpáticas que vou adquirindo via internet: ou seja roubar aos ladrões que andam praí a meter cenas ao barulho para o ser humano mais incauto ouvir no conforto do lar.

Mas como "ladrão que rouba a ladrão tem 100 anos de perdão"(só agora é que estou a dar o devido valor a esta bela frase), já me sinto inocente de qualquer acusação. Inocente e burro, por não ter descoberto estes ep's mais cedo, sendo que dois deles encontrei no amplificasom(http://amplificasom.blogspot.com), e o outro lá encontrei por mim no myspace dos pelican. De dizer também que, para além do split dos pelican(com os post-rockeiros japunas mono), também temos os que eu chamo "mestres do pântano" sunn O))) numa curiosíssima colaboração com os japunas Boris, e um e de isis & aerogramme, na décima quarta edição "fishtank": iniciativa em que são convidadas duas ou mais bandas para fazer músicas em conjunto, numa duração máxima que vai entre 20 a 30 belos minutos. È deste que vamos falar primeiro:

ISIS AND AEREOGRAMME - IN THE FISHTANK 14



È a primeira vez que faço isto. Falar de um disco que ainda não saiu cá para fora(apesar da edição estar agendada para segunda-feira). De qualquer maneira este split cheio de contornos ambientais, tanto serve uma formação como outra. Os isis acabam por criar aqui música mais envolvida com o post-rock, ou mesmo com o indie-rock, que propriamente com o sludge(à excepção do segundo tema "Delial"), mudança essa que também tem muitíssimo a ver com a própria sonoridade dos Aereogramme, banda que sinceramente não conhecia até dar de caras com este ep, e que anda mais pelos terrenos do já mencionado indie-rock.
Se "low tide" e mesmo "Stolen" têm mais conotações post-rockianas,embora esta última seja muito mais etérea e ambiental, é então "delial" que marca a diferença com 4 minutos intensíssimos, com um predomínio imenso daquelas guitarras à isis e que fazem toda a diferença. No fundo assistimos aqui a um afunilar da sonoridade da banda de Aaron turner: como se toda a intensidade dos isis conseguisse caber em apenas 4 minutos.

O que este "in the fishtank" consegue fazer é mostrar as duas bandas como são na realidade, mas também dar provas de que ambas se conseguem desdobrar na perfeição e funcionar como um todo: aqui nota-se um total entrosamento, tanto na excelente criação composicional, como no exercício de estilo. Um ep fantástico, recheado de grandes melodias(primeiro tema), de riffs intensos e poderosos(segundo tema) e de uma liberdade musical e emocional sem limites(terceiro tema). Formidável.

9/10

http://rapidshare.de/files/30976882/Isis_And_Aereogramme_-_In_The_Fishtank_14.rar.html



PELICAN AND MONO - SPLIT EP



Duas bandas de excepção, decidem juntar-se para fazerem um split. Neste caso, e ao contrário dos outros dois, é um split na verdadeira acepção da palavra: um ep onde cada banda faz as faixas por si, sem interferência da outra. Neste caso os pelican ficaram com dois temas("Ran amber" e "Angel tears" - num remix de James plotkin, outro guru de música mais experimental e ambiental) e os mono com "Yearning". De realce igualmente que tanto os temas de pelican, como o tema de mono têm uma certa correspondência aos temas com o mesmo nome, que estão tanto no último
album dos pelican, como no último dos mono.

Posto isto vamos falar das faixas: "Ran amber" é um tema de tonalidades muito límpidas, claramente uptempo com uma linha melódica idêntica àquilo que "the fire in our throats will beckon the thaw" oferece ao ouvinte. De qualquer forma o que há aqui de realce é uma guitarra que se sobrepõe à textura melódica base, e que funciona como elemento desviante em todo o tema. Se já de si só a melodia base era bela e de contornos ambientais de extrema "claridade"(neste caso é mesmo a solar), a guitarra dá aquela tonalidade quente que a música dos pelican sempre procurou: ficamos então com uma canção muito dentro daquilo que a banda nos habituou a dar, mas que consegue ir ainda mais longe quando decide usar a guitarra para lhe fazer de base. E desde já digo que o efeito fica com uma extrema intensidade e beleza musicais.

Já o remix de James Plotkin é um tema de feições mais experimentais. Há uma base de distorção, um poderio da bateria a certa altura, e depois uma quase disfuncionalidade da música..tornando-se ela própria uma distorção pura e simples, que só acaba nos riffs intensos que a música já tinha na sua versão original, incluída no álbum de estreia dos Pelican.E,verdade seja dita, acredito que é mesmo a parte que já integrava a faixa, o que de melhor tem este remix. Não é que ele não seja bem feito, mas talvez a dose experimental não se coadune bem com o resto do tema. Ou então aquele riff é tão bom e tão perfeito, que simplesmente aquilo que resta não lhe consegue lá chegar. De qualquer forma é uma faixa a não perder de vista.

Quanto ao tema dos Mono é uma adaptação bem conseguida mas...pois, não deixa de ser uma adaptação. Um tema que surge minimalista, soa depois intenso, e termina num regime mais soturno e sombrio. consegue isto em menos tempo, e com igual acutilância que o tema original é verdade: mas o estado de alma, o sentimento que se tem ao ouvir esta faixa é relativamente idêntico à original. Daí que talvez os mono poderiam ter trabalhado um pouco mais neste âmbito, e fazer um tema que se conseguisse desviar completamente da sua base. Não conseguiram, fica a simples intenção.

Resumindo rapidamente: um bom split, que não é mais que isso: bom. "Ran amber" é claramente o parente rico à fartazana, que consegue dar aos outros alguma da sua guita, para esses não parecerem tão pobres a seus olhos. Quer-se com isto dizer que é ele que ganha claramente o ep, e o justifica. Os outros dois temas, embora consigam criar sentimentos e estados de espírito, ficam um pouco colados aos originais. O que é pena, mas quando os originais são tão bons, as adaptações jamais poderiam ser menos que boas. Mas também são só isso.

7/10

http://www.badongo.com/file/1448561


Sunn O))) & Boris - Altar



Agora chegámos ao colosso. Naquela que pode ser uma colaboração absolutamente radical, embora relativamente adivinhável, os mestres do drone, e das músicas repletas de frequências baixas e terrenos ardilosos, juntam-se a quem aborda post-doom, noise, post-rock, e tanta coisa mais na sua sonoridade. O que dá? Dá este "Altar", split que não é split, mas sim uma estreita colaboração entre as duas formações, que acaba por dar origem a este disco.

E sim, como é óbvio, "Altar" não é um disco qualquer: temos as baixíssimas frequências sónicas do duo americano, com a panafernália sonora dos boris. Temos um primeiro tema em que isso se apresenta nítido, com uma integração de uma bateria não supersónica, mas bastante veloz e frenética. Temos um segundo tema que contempla aquelas atmosferas sonoras completamente negras e sombrias dos sunn O))), para depois desaguarmos em " The sinking belle(blue) onde é o piano que domina e uma voz meio doce que controla as circunstâncias. Aqui podemos dizer que existe "beleza". Tanto nas notas debitadas pelo piano, como pela suave voz que nos vai entrando na cabeça aos poucos e poucos. Por outro lado, no meio da beleza, há espaço para a negritude dos Sunn O))). E é incrível como se consegue juntar o negro e o claro, o belo e o inóspito, o tudo e o nada, num único tema. È aquele tipo de canções que uma pessoa pura e simplesmente fica absorta, com tamanha inventividade, e pela real busca de uma coisa que ainda não existia: um tema que experimenta, que inova, mas que também nunca foge a um formato de canção um pouco mais convencional. E está mesmo recheado de genialidade.

Chegamos portanto a metade do disco já sem fôlego. E o que temos a seguir é um exercício experimental entre o post-doom e o necro, onde também se encontra uma voz robótica, e umas malhas de guitarra de contornos quase épicos. Passamos também pelo genial ambiente um pouco mais atmosférico e tremendamente frio de "Fried Eagle mind", onde a tal voz de "Sinking belle" também surge,desta vez muito mais mecânica, diria até cínica. e desaguamos num pelo grandioso final: o quase apocalíptico "Blood Swamp", onde mais uma vez temos aqueles ambientes tão negros quanto geniais dos Sunn O))), são misturados com guitarras claramente distorcidas que realçam essa absoluta negritude, e que possivelmente pertencerão aos Boris.

Mas mais do que tentar perceber o que pertence a quem, é necessário compreender que "Altar" trata-se de um disco uno e indivisível. Consegue fundir na perfeição a sonoridade de duas bandas tão diferentes, mas tão iguais na vontade de criar e em fazer aquilo a que se chama "arte". Mas também consegue mostrar-se ao mundo enquanto objecto experimental absolutamente vencedor em todas as suas frentes.Este "Altar" é das coisas mais extremas, mais alternativas, mais indepentendes, que se vai ouvir este ano. Nem há palavras decentes para descrever tanta genialidade junta.

9/10

http://rapidshare.de/files/32675668/sunnO______Boris_-_Altar__2006_.rar.html

E pronto. Temos a variedade absoluta de "in the fishtank 14", as boas adaptações sonoras do "split" de mono e pelican, e ainda o total desvario ambiental(com uma verdadeira "canção"lá pelo meio) de "Altar". São 3 ep's muito bons, sobretudo o primeiro e o último. No entanto cada um deles tem especifidades mais que suficientes que digam "Vale bem a pena". "Altar" então é mesmo dos melhores discos que se vai ouvir este ano. Sem sombra de dúvida.

Thursday, September 21, 2006

Khoma- The second wave(2006)



Li algures que os khoma poderiam ser descritos "como se os radiohead tivessem crescido a fazer versões de led zepellin". Não deixo de concordar com esta afirmação, mas se é para criarmos rótulos, então que tentemos vê-los como se os radiohead tivessem decidido fazer covers dos cult of luna. Até porque existe um elemento comum aos dois grupos: Johannes Personn, guitarrista tanto de uma como da outra banda.
"The second wave" é o segundo disco do terceto sueco. Sucede ao álbum homónimo de 2001 que não me chegou aos ouvidos, e foi editado na véspera da revolução dos cravos. sim dia 24 de abril, neste caso de 2006 como é um bocado óbvio.

Se eventualmente quisermos falar da sonoridade da banda de uma forma um pouco mais desenvolvida, poderemos verificar que por aqui existem guitarras que devem alguma coisa ao post-doom, a voz tem algumas semelhanças com a de thom yorke(embora sejam bem diferentes diga-se), e há também por aqui uma certa sensibilidade sonora referente a uns anathema. Misturando anathema, cult of luna, radiohead, dá uma amálgama sonora que possivelmente necessitaria de um pozinho criativo, para ficar algo de diferente. E a verdade é que ele existe: ou são os violinos em "the guillotine", ou é aquilo que talvez seja um órgão(eu a identificar instrumentos sou uma coisa linda) em "Stop making speeches", ou o piano na imensamente emotiva, de contornos extremamente simples, em "Asleep".

Por isso, como já disse ainda no parágrafo anterior, "the second wave" é uma espécie de junção de elementos vindos de muitas partes diferentes. E o melhor é que nada disso se nota no disco: ele soa extremamente fluído, conseguindo ter experimentalismo e criação de canções de forma egualitária e nada exagerada. E mais ainda, arranca atmosferas de rara beleza e intensidade: consegue fundir aquilo que soa tão distante. consegue arrastar o longe para perto, fazer aquilo que nem é um disco de metal, nem de rock,nem de post-doom ou post-rock nem de indie-pop(ou como queiram chamar a uns radiohead). È por isso um álbum que arrisca imenso: e estranhamente funciona.

A grande virtude de "the second wave" é conseguir valer por si só. O que se ouve é o som dos khoma, não x misturado com y mais z metido ao barulho, embora sim essas referências estejam lá. E é um álbum que poe agradar tanto a gregos como a troianos, dada a sua imensa diversidade. Ainda por cima é belíssimo: não consigo destacar um tema entre os 11 porque todos eles têm especificidades a descobrir. Cada um deles tem uma vida própria, um certo rumo, uma história para contar envolta em diferentes ambivalências. Sempre cantadas em tom depressivo, arrastado, soturno, com a esplêndida voz de Jan Jamte.

E é por tudo: pelas canções. Pelas atmosferas experimentais. Pela frescura instrumental. Pela beleza. Pela criação de um som que não existe em mais lado nenhum. E por tanta coisa mais que possivelmente não caberá por aqui, porque uma crítica a um disco destes nunca poderia ficar completa, dada a riqueza sonora desta rodela. Por tudo isto, duvido muito que vá conseguir encontrar um disco melhor que este, este ano. e o melhor é que toda a gente, TODA o vai conseguir ouvir sem problemas de maior, porque ele abrange tudo. Por isso os indie-rockers(ou sejam o que forem) que estejam a ler isto façam o favor de ir arranjar este álbum que também é para vocês.

Porque a arte, aquela verdadeira e pura, é algo de universal. "The second wave" é arte em estado puro. Arte.

9/10

Wednesday, September 13, 2006

BISCOITOS QUE ME LEMBRO

Este é o nome do meu novo blog. sim, eu dei-me ao trabalho de me arrefinfar noutro blog, para poder desviar-me um bocado mais sobre a crítica propriamente dita, e deburçar-me em músicas que influenciam um gajo. Isto com nítida "influência"(se não me curtirem podem dizer "plágio), do tal livro do hornby o "31 songs que eu", como cromo do caraças que sou, nunca li.

De qualquer forma, o nome do blog é 31-os biscoitos que me lembro, cujo link é pura e simplesmente 31-osbiscoitosquemelembro.blogspot.com

Já postado, tenho a lista inicial de 31 temas que vou tratar, e duas músicas já analisadas. Isto para quem interessar claro. e agora a ver se me dou ao trabalho de linkar o blog aqui neste.

Ah outra informação: se tudo correr bem, sou capaz de só voltar a postar daqui a uma semana, na melhor das hipóteses. Isto um gajo também tem que andar a mudar de casa e tal, e como o número vai mudar, à pala de ir para um concelho diferente, vou ter que ficar assim um tudo nada sem intermete. Se entretanto virem torres vedras aqui escrito, em vez de alenquer não se espantem: fui eu que entretanto lá mudei de spot e tal.

Bem, fiquem bem e mirem lá o blog se lhes der na pinha.

Tuesday, September 12, 2006

Alexisonfire - Crisis(2006)



Como descrever os alexisonfire? Bom, grupo de feiosos(assim tipo eu,mas não tão mau) que decidem fazer uma banda no Canadá. Esta será talvez a melhor descrição para as pessoas que não se sentirem identificadas com: sim! post-hardcore, ou emocore se quiserem. Outra vez.Para não variar. enfim, esta é mais uma banda que aparece nos escaparates, depois de tantas outras já terem, mal ou bem, escavacado o género quase até à medula.

No entanto, pode-se dizer que com o muito bom "define the great line" dos underoath apareceu mais um buraquito de salvação. Ou pelo menos onde é capaz de caber uma quanta coisa para os tempos mais próximos. Um disco muito mais ambiental, com demonstrações de fé("salnarmir"), e reencontros melódicos numa atmosfera de quase sludge. Bem, e agora dizer que alexisonfire não tem nada a ver com isto, é giro?

Se não é, passa a ser. A verdade é que este "crisis", terceiro disco de originais dos canadianos, depois de um disco homónimo datado de 2003, e "Watch out!" de 2004,está muito mais perto da veia rockeira de uns dead poetic, ou mesmo dos thrice, que propriamente das atmosferas mais profundas dos Underoath. E isso nota-se bastante logo a abrir o pano, com "Drunks,lovers,sinners,and saints". No entanto de que modo é que este disco consegue ser idêntico a outros no post-hardcore, mas ao mesmo tempo ser diferente? Porque a verdade é que já vemos aqui em "crisis", uma banda com uma identidade própria, e com um rumo certo para levar os seus temas.

"Crisis" tem logo um ponto a seu favor: os refrões. Tem refrões cola-cola(a título de exemplo "keep it on wax", "we are the sound", ou "we are the end"), e consegue também ter um tema bom para servir de banda sonora tanto a filmes mainstream de terror, como também a muitos putos adolescentes norte-americanos. Falo de "This could be anywhere in the world" que é mais que claramente a música mais acessível do álbum, com um refrão muito simples ("this city is haunted/ by ghosts from broken homes..." e tal e tal) e que é possível de servir de plano identificativo com alguns putos com problemas familiares.

Por isso há refrões e canções com corpo. com estofo e profundidade, e que conseguem não fartar o ouvinte, precisamente por terem um certo sentido de rapidez, de dizerem rapidamente o que querem e para o que vêm(há até nalguns temas uma pequena influência do punk-rock como em "boiled frogs", ou "we are the end"), mas por outro lado por mexerem com emoções reais em pessoas, em vidas e situações que cada um de nós vai vivendo.

Há canções com letras sobre vidas, há refrões catchy, e há alguma busca por novidade, tanto através dessas pequenas linhas de punk-rock, como pela abordagem quase grunge em "You burn first" um tema que quase soa a stone temple pilots, com as devidas diferenças evidentemente, e onde também se nota um aprumo técnico muito razoável, por parte da banda. Até há uma abordagem ao noise no tema título, para além de distorções muito frequentes nos temas. Por outro lado, o balanço peso/melodia está muito mais bem arrumado e lógico que em muitos lançamentos do género e os dois vocalistas completam-se de forma absolutamente perfeita.

Daí que os dados estão lançados: "crisis" mais que um bom álbum de post-hardcore , é um bom álbum. Ponto. Tem temas coerentes, boa qualidade instrumental, refrões que ficam na cabeça, abordagens que conseguem abanar um pouco o género, e algo que "define the great line" dos underoath não conseguiu, uma excelente coesão entre todos os temas.Está aqui um novo buraquinho para o género. Possivelmente será o melhor disco desta onda lançado este ano, e uma compra, ou roubo, muitíssimo recomendável.

8/10

Thursday, September 07, 2006

MAIS CONCERTOS E TAL

Desta vez em dose tripla...e dois muito fora de tempo. Primeiro que nada, o URBAN METAL FEST,patrocinado por aqueles comprimidos novos para a ressaca- da marca da bófia secreta comunista, os tais kgb, que traz a portugal os holandeses GOREFEST. Também a actuar vão estar os portugas(e mais que falados por estas bandas) TWENTY INCH BURIAL, os espanhóis THE EYES, e outra banda tuga de nome MONOGONO.O urban metal fest é já amanhã no club lua em Lisboa(junto ao jardim do tabaco-perto da estação de santa apolónia), e tem início previsto às 10 da noite, e com bilhetes a 15 euros(venda antecipada), ou a 18 euros(venda no local). È a aparecer porque os gorefest são nomes bem conceituados ,pelo menos dentro do circuito death metal.



Adiante: a próxima data é dos ECHIDNA banda de trash metal de vila nova de gaia, que eu por acaso adicionei ali às cenaitas de bandas onde costumo meter a fronha. Sim, eles mandaram um mail a relatar a sua existência, e diga-se de passagem fizeram muito bem. eu é que sou um belo dum otário que já cá tenho o mail deles há uns dias e só agora coloco aqui as informações...enfim adiante depois dã-me com uma chibata qualquer.
Os echidna informara então que amanhã estarão no bar PORTO-RIO(sim adivinharam, é no porto,mais concretamente na marginal do douro...), também por volta das 10 da noite, juntamente com os CRUSHING SUN, e apenas com a necessidade de dar 5 simples aéreos. Pelo preço, e pela qualidade que os echidna têm dentro do seu género, acho que para quem lá habita, seria engraçadote dar lá uma espreitadela.

Agora, e para acabar as hostes,outro concerto no porto,mais conretamente no blá-blá em matosinhos. Desta vez é por ocasião do METAL FEST, evento onde vão estar presentes os veteranos WEB, os CYCLES, e os HYBRID CORP. O metal fest está marcado para o dia 22 de Setembro, e terá início por volta das 11 da noite(pronto já marca a diferença em relação aos outros). Quanto ao preço dos bilhetes, é uma pergunta tão boa que eu só consigo responder com o belo do "não faço a mínima ideia". Mas são 3 bandas nacionais, uma delas já com uns bons anos em cima, e merecem respeito. E o obviamente subentendido apoio, também porque me parecem ser consideravelmente razoáveis.

e ahá! agora há flyer para o metalfest:



Pronto é tutti. È meterem a fronha por lá que valerá com certeza a pena. Boa sorte a todas as bandas, e rock on!( e o camandro)

Monday, September 04, 2006

FESTA DO AVANTE 2006(ou como um gajo bebe zurrapa e consegue ir parar a um céu muito belo e vermelho)



E a festa do avante, já vai em 30 edições...passando por diversos palcos(começando até num sítio fechado como é a FIL), agora está mais que definitivamente instalada na quinta da atalaia já aos anos. Ora como isto é para falar de música, digo desde já que o cartaz deste ano esteve um bocado fraco. Os xutos voltaram pela 233424564677ª vez, o tito paris igualmente, e quando temos um gajo como o boss ac a fechar a festa...bem acho que está tudo dito(xi que agora fui mau).

Adiante: como só vi dois concertos integralmente, e os dois no sábado, acho que nem vale a pena estar a dividir isto por dias..ok se calhar vale. Não fui dia um, por isso passemos já a sábado:

DIA 2

Primeira novidade este ano, que me diz particular respeito: tive que levar viatura os dois dias para o avante. Ainda por cima sem cartão de livre trânsito por estar a trabalhar na festa, lá tive eu que enfiar o carro onde a reles populaça o enfia: nomeadamente não muito longe do recinto, onde uns putos, que andavam a brincar num prédio em construção ali perto, lá se arranjavam para ganharem uns cobres...são assim os carochos do novo milénio.
Adiante: fomos buscar a namorada do meu amigo, que foi comigo mais a minha irmã, e outra amiga minha que só apareceu lá prás 4 da tarde e tal, e catrapumba lá para dentro por volta das 2 horas. Meteu-se a bagagem toda dentro da barraca dos vinhos, e vai-se ver vicious five, comigo a utilizar o belo do sombrero que tinha comprado no ano passado.
Estamos no palco, toca a carvalhesa com a reacção do costume dos presentes e...pimba! lá aparece o amigo joaquim mais os outros quatro.



(vicious five -foto de F.Correira - oportuno momento para finalmente poderem ver o vosso escriba: estão a ver um ponto meio amarelo berrante perto das colunas ao pé do microfone? Sou eu pronto)

Vicious five ao vivo como é? Bem, já dei conta disso acerca do grande concerto no superbock. Aqui foi igualmente uma rambóia imensa, com o público a colaborar, embora só eu mais uma miúda com um ar minimamente engraçado e cheia de pó de arroz na cara(que provavelmente era protector solar mas isso não interessa), sabíamos algumas letras de cor. A verdade é que o vocalista Joaquim não se preocupou nada em fazer trejeitos e mandar as bocas cómicas do costume("comprem o nosso disco, ou uma t-shirt na feira...feira ou festa..bem na cena do disco e quando morrerem vão parar a um grande céu vermelho" ou quando Joaquim começa a cantar a carvalhesa através de ohhh's"), mas também teve o esmero de conseguir impecável comunicabilidade com aquele público.
O que tocaram eles? O costume: "guillotine", "suicide club", "bad mirror", "fallacies and fellation", entre a maior parte do óptimo "Up on the walls", mais a cover dos beastie boys "fight for your right", e também o enorme clássico "The Blitzkrieg Bop" dos mais que cânones Ramones, pedido insistentemente pela assistência. ah e que ainda deu para um mini mosh onde pude usar o meu belo sombrero para o efeito. Recomendo a qualquer pessoa diga-se.
Portanto, e em simples jeito de conclusão, foi um óptimo concerto. Não tão bom quanto o do superbock, também porque o público era um bocado diferente e eram 3 da tarde, mas igualmente óptimo. A banda é sempre muito profissional, e joaquim é possivelmente um dos melhores frontmans que nós temos cá no burgo.

Ora, acaba vicious five e...acho que fui dar uma volta pelo recinto. Ainda nos sentámos ao pé do lago, na zona quase ribeirinha da festa, e ainda deu para rir com um desgraçado do rapazote que não conseguia dar balanço ao slide que estava por ali montado. Ainda vi uma miúda pseudo-loira de finíssimos contornos(o mesmo é dizer que era um avião do caraças...enfim ela não está a ler isto- mesmo que tivesse era igual, de qualquer maneira ela deve saber que não passa despercebida em lado nenhum), mais não sei quantas pessoas conhecidas, e algumas delas que já não via aos anos nem sabia absolutamente nada acerca da vida dessas mesmas pessoas e tal e coiso. aliás este ano deve mesmo ter sido o ano dos encontros com povo conhecido...enfim vai tudo ao avante e isso é bonito.

Depois do passeio fui ver a naifa ao auditório primeiro de maio, que mais parecia uma bela duma estufa, ainda por cima recheada de gente, e agora ao ter escrito "recheada" lembrei-me que estou cheio de fome.
Vou ser honesto: A naifa era um projecto que eu apenas conhecia de nome. Obviamente que já tinha ouvido falar muito deles, obviamente que sabia minimamente como seria aquilo que eles tocavam, de qualquer maneira não deixei de ficar surpreso, tanto com a mestria do varatojo na guitarra portuguesa, bem com a voz de Maria Antónia Mendes...bastante doce mas ao mesmo tempo com uma certa alma de fadista.


A naifa- foto que não é do avante de certeza...era bom era que as condições do auditório dessem esta aura de introspecção

Mas para mim aquilo de que mais gostei na banda, foi o encaixe da guitarra portuguesa na textura melódica do quarteto. A guitarra não está ali por estar, por dar aquele toque do "aportuguesado" do "tradicional" e do "alternativo". Está ali porque tem mesmo que estar, porque faz parte, porque é força motriz de toda esta música, tão portuguesa, mas que consegue também ser internacional. È uma real prova das capacidades da nossa guitarra, e de toda a sua versatilidade. ainda por cima num projecto que consegue ser um híbrido que está entre a pop mais experimental, e as próprias raízes nacionais.
Por isso sim fiquei muitíssimo bem impressionado com A Naifa. Só foi pena que aquele auditório não tivesse condições sonoras suficientes para um projecto desta envergadura. O som começou por estar demasiado baixo, e havia demasiado "feedback humano", o que foi realmente pena. Agora fiquei com vontade de os ouvir num recinto mais fechado e bem mais intimista..calculo que num espaço melhor toda a música d'A naifa consiga ascender a patamares bem mais elevados.

Portanto em relação a concertos estamos absolutamente conversados. Agora falta falar sobre o jantar(massas cheias de óleo) e sobre o lindo vinho montagreste a 2 euros que arranjámos..e que se revelou a maior zurrapa tintolaica que me lembro de ter bebido na vida. Bem e daí talvez me tenha esquecido de falar de mais uma banda...enquanto estava a aviar mais umas quantas garrafas, já depois do provavelmente morno concerto dos xutos, vinha um som bastante agradável do palco da jcp, ali bem perto...parecia uma mistura entre muse, e algumas guitarradas idênticas a linda martini, tudo embrulhado em inglês. Descobri depois que a banda se chamava reckless(o nome não me era totalmente estranho) e que já andaram por aí a limpar uns quantos concursos de música moderna. Mas para arranjar mais que isto é um belo dum sarilho. só não peço ajuda porque, depois de ter suado pra burro à procura, lá me arranjei a encontrar o myspace destes tipos: http://www.myspace.com/reckless27 . quanto ao concerto não posso dizer muito: os cinco minutos que tirei para ver um tudo nada, foram preenchidos por bons riffs de guitarra e óptimas atmosferas sónicas, com o vocalista ou guitarrista a pedir aplausos("ah e tal aplaudiram tanto xutos e nós?") e aconteceu o mesmo que no ano passado com linda martini: o fogo de artifício a cair em cima deles, num bonito momento.


reckless - outra foto tirada sabe-se lá onde

Quanto ao resto...xé para além da hora e meia à procura da viatura da namorada do meu amigo(o tal "jorge" que vocês vêm ao pé do meu nome logo ali na cabeça do blog) e chegar a casa às 4 da manhã cansado para burro..e sem tomar banho porque eu sou um real porco - não se preocupem que agora, milagrosamente, até nem cheiro pessimamente.

DIA 3

Bem, o domingo foi chegar lá mais tarde...e bulir um bocadinho mais. começou mal com uma garrafa com rolha lá dentro(e o rapazote ah e tal pediu outra grátes) e voltou a minha amiga que lá tinha estado ontem, embora isso me tivesse surpreendido. E..porque raio estou a contar isto? que raio de diário pá.
Bom, em relação a concertos não posso dizer mesmo grande coisa. Havia, salvo erro, uma banda de punk no palco da jcp, e lembro-me dos yellow w van a abrirem o palco 25 de abril praí pela terceira vez seguida ou algo do género. Quanto ao resto...enfim houve o comício, tive pena de não ouvir babylon circus(agora resolvi-me a fazer isso agora, e digo desde já que é um ska muito animado com trombones que parecem precisamente de circo), e congratulei-me de não ter gramado com o boss ac. Nada contra o homem, mas realmente não percebo a inclusão dele para fechar a festa, quando tínhamos nada mais nada menos que o sérgio godinho(!) a fechar o auditório primeiro de maio mais ou menos à mesma hora. enfim ainda ouvi a voz duma convidada do homem que andou na minha manhosa barraca(aquele edifício manhoso nas paredes- ao pé de alenquer- de nome escola secundária damião de goes), e tá feito.
Se em relação a música não há grande coisa a adiantar, pelo menos tenho a consciência tranquila, porque comprei a bela da t-shirt dos vicious five..tal como o compadre joaquim tinha aconselhado. consegui beber zurrapa e aceder ao pregão do homem. Meu Deus, eu sou boa pessoa. E pronto penso que já está tudo.

Ok eu faço um balanço: uma pseudo-loira que basicamente me encheu a vista durante a festa toda e que, curiosamente, só esteve no meu ângulo de visão uns 10 segundos. Os vicious five na alegria e a naifa a merecer o seu visionamento num local bem mais recatado. O vinho a 2 euros e a dificuldade que não era para abrir as garrafas de cunca. Os reckless que me deixaram danado por não os conhecer de lado nenhum(e não era mesmo suposto). O povo que se (re)viu que foi mais que muito, algumas pessoas a queixarem-se da atmosfera mais festivaleira, no entanto pareceu-me que estes 30 anos resultaram bem, e mostraram que a festa está aí para durar, e vai continuar sim. só é pena que ainda hajam preconceitos em relação a ela...enfim é lá ir e isso sair de cena passado meio minuto.


Para o ano há mais? Obviamente.

Friday, September 01, 2006

Atreyu - A death grip on yesterday(2006)




O metalcore é um daqueles géneros que advêm de outros..mas que acabam sempre por ser um nicho de mercado. Começou a sério com o muitíssimo bom "Alive or just breathing" dos killswitch engage, e foi-se desenvolvendo com mais umas quantas bandas como os unearth, shadows fall, all that remains, ou mesmo uns 35 crazyfists. Os atreyu fazem parte desta leva de "filhotes" e "a death grip on yesterday" é já o terceiro disco da banda californiana. A banda conseguiu alguma notoriedade pelo seu primeiro disco "suicide notes and butterfly kisses", reconhecimento esse que se desenvolveu de alguma forma com o segundo disco: o bastante razoável "the curse" que, entre tantos temas, tem "bleeding mascara" um tema ultra cola-cola.

Os atreyu sempre conseguiram aproveitar da melhor maneira a dicotomia entre os dois vocalistas, criando sempre temas que conseguiam ser bons portentos de peso e melodia, com um belo refrão. Embora, e verdade seja dita, também nunca deixaram de ter alguma relação com o emocore de onde advém muita da sua melodia.
E este "a death grip on yesterday" mostra precisamente uns atreyu mais preocupados com isso que outra coisa qualquer, como se percebe na maioria dos refrões (onde o tema "the theft" releva a um ponto ainda mais alto). Ora isto não teria problema nenhum se este tema não soasse tão meloso, e tão pouco natural, bem como alguns dos refrões praticados.

O grande problema deste disco é mesmo este: o que temos aqui são 9 canções desprovidas de real nervo: embora o disco comece com dois temas razoáveis a abrir(mas nada a ver com um excelente "the bleeding mascara", o resto acaba por ser uma curva descendente num sentido que tem melosidade a mais, mas também alguma falta de sentimento. Os atreyu não conseguem criar canções diferentes daquelas que já ouvimos no metalcore, e pior que isso!, não conseguem fazer simplesmente canções com real estofo. Porque se o conseguissem talvez não fosse necessário falar na incapacidade de refrescar um género que precisa disso.

Por isso, e sem canções fortes e refrões cola-cola, bem como a inexistência de um nicho inovador, este a "death grip on yesterday" é mais do mesmo. Mas, enquanto espécie de "cópia" tende a piorar face ao já feito. "The curse" não era um disco propriamente inovador, mas ouvia-se bem: este, não sendo péssimo nem sequer mau é demasiadamente mediano para o seu próprio bem. Um disco onde apenas dois temas são recomendáveis, não chega nem aqui nem na república centro-africana. E bem que o metalcore precisa de uma ensaboadela qualquer porque não vai ser com este disco que o género anda para a frente...estará tudo à espera do novo dos killswitch?


5/10