Thursday, August 09, 2007

Nine inch nails - Year zero (2007)




Não. Este definitivamente não pode ser uma produção normal dos NIN, aka Trent Reznor nos problemas existenciais do costume. "With teeth" tem apenas e só 2(!) anos de existência, e que eu me lembre nem um único ítem de remisturas foi lançado. Das duas uma: ou "Year zero" é um momento mediano de Reznor, em que o homem quis apenas e só marcar meio passo, em vez de fazer um disco de remisturas, ou então este novo pãezinho tem de ter uma história muito peculiar por trás. Ou, pelo menos, tem de ser um momento deveras especial. e não, não tentem sequer formular a hipótese de "normalidade".

Definitivamente nem Reznor é normal, nem "Year Zero" o é. e este disco personifica plenamente aquilo que é o seu criador: génio atormentado, fechado nos seus próprios demónios, embora ao vivo pareça um tipo afável capaz de ir tomar connosco duas jolas. "Year Zero" é mais que um simples capítulo na história de uma banda que é Reznor. È talvez o ponto de mudança, o ponto em que este se autotransforma e se torna num colosso. Uma espécie de "Pretty hate machine" de 2007, embora ambos os discos sejam (felizmente) bem diferentes.

Ponto um: "Year Zero" consegue auto-remisturar-se. È experimental que chegue para sque não seja necessário existir uma reinvenção dos seus temas. Tem momentos geniais neste espectro, tanto no belíssimo tema de abertura, industrial qb, apesar de não soar verdadeiramente a novo tem uma guitarra fabulosamente negra. Ou em "my violent heart" tema programático ao extremo, sussurante que chegue, com as atmosferas industriais de sempre mas elevadas a um extremo de raiva. Ou mesmo o piano final da maravilhosa e doce "Zero-sum". Ou ainda em "Survivalism" com as programações que poderiam bem estar no set de um dj qualquer. Já para não falar da extremosa melodia de "the good soldier"... enfim, uma catrefada de belíssimos momentos está bom de ver

E o melhor é que todos estes momentos experimentais conseguem soar a canção. Por mais que se afastem da sua estrutura, são contagiantes, belos, emocionantes, têm características que vão muito além das suas programações e efeitos. São humanas. São tocantes, e são jogadas de mestre ao mesmo tempo. Como se Reznor pegasse nesses dois termos e os juntasse em suave harmonia, como sempre tivessem feito parte de um só. Mais um exemplo: oulam bem a genial "me i'm not".

Quanto às canções propriamente ditas..são todas! e são todas ao mesmo tempo alvo de manobras costumeiras de Reznor, mas que nunca soam repetitivas face ao seu espólio musical que já começa a ser vasto. "The beggining of the end" é um tema catchy, com claras influências de um rock mais negro, e um refrão bom que chegue. "Capital G", é possivelmente a melhor canção do disco, com o seu tom mais falado que o costume, e com um refrão absurdamente perfeito, feito de uma das castas mais usadas por Reznor (a questão da fé e de Deus - daí o "capital G"). "The warning" pernoita naquela fronteira perfeita entre a canção e o experimentalismo, e é possivelmente o tema que melhor alimenta essa facção, com a repetitiva e "catchy pa caraças" frase de " Your time is ticking away". E aquelas guitarras, que fazem lembrar um estado de hipnose? Wow.

"Year Zero é possivelmente o disco que funde tudo aquilo que é bom no universo dos NIN. Mais que isso, joga ainda em guitarras que a banda nao costuma usar, ou por vezes em atmosferas meio dançantes. Não sendo propriamente um expoente máximo de inventividade, é talvez o disco mais completo que os Nine inch nails já fizeram. Tenco em conta que o som deles está mais que estabelecido, "Year Zero" é um passo em frente nesta tendência, e a prova de que Reznor continua amargurado como sempre. Neste caso está a começar a levar a sua amargura a um estado bem mais elevado. Por enquanto este disco é possivelmente o seu maior expoente. Talvez isso seja o suficiente para que "Year Zero" seja o disco do ano. Afinal a amargura e depressão serão possivelmente as melhores fontes de inspiração qe nós temos.

10/10

2 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Tenho pena, mas não me convenceu, e até agora os NIN nunca tinham desiludido. Não que seja um mau disco, é apenas mediano, com dois ou três momentos inspirados no meio de muitos que se ouvem mas não deixam marca. Prefiro de longe "The Fragile" ou "Pretty Hate Machine".

2:11 PM  
Anonymous Anonymous said...

Está só aí uma coisa mal: Capital G, não é sobre Deus ou questão de fé. É claramente uma mensagem sobre G.W.Bush/George W. a capital dos EUA/e misturando a guerra no Iraque.

De resto, concordo com tudo.Álbum do ano!

2:19 AM  

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