Saturday, October 07, 2006

BRINGING THE DAY HOME (pt1)

DE VOLTA A CASA



Estes são os bringing the day home. A banda partica um post-rock na onda de uns mogwai ou explosions in the sky, ainda com algumas influências evidentes, mas que darão com certeza os seus frutos num futuro breve. Aqui fica a primeira parte da entrevista: a primeira vez que desloquei a minha fronha para falar in-loco com uma banda. Aqui ficam as impressões da elucidativa conversa, que já tem coisa de um mês(e que eu feito cromo só agora consegui dissecar):


Como é que a banda surgiu nos moldes em que está hoje?


Nuno - Nós já nos conhecemos há bastantes anos. Eu comecei com baixo, o João na guitarra... o André tentámo-lo convencer para a bateria, que ele acabou por comprar. Entretanto juntámo-nos com uns colegas nossos e fizemos uma banda de covers. Banda essa que tinha assim um nome um bocado triste, que ainda ninguém sabe como raio surgiu. Era assim um bocado...

André - Um bocado emo! Tocávamos cenas tipo queens of stone age, the cure, smashing pumpkins...

João - Green day...

Bem vá vamos lá acabar com a descrição antes que se desça mais baixo...

(risos)

Nuno - Bem, a verdade é que eu comecei a ficar um bocado chateado, porque aquilo que tava a tocar não era mesmo o que queria fazer. Acabei por sair passado uns tempos. Nessa altura já andava a ouvir GY!BE (nota aqui do escriba: godspeed you!black empreror para os mais leigos), entre mais cenas de post-rock, e comecei a incentivá-los para o mesmo.

André - A primeira vez que ouvi GY!BE foi por causa dele.

Nuno - Entretanto eles dois convidaram-me para um ensaio com eles, ainda por cima tinham garagem e tudo.

André - Começou como uma jam e acabou por surgir uma cena engraçada. Aquilo correu bem, chegámos a fazer uma espécie de tema. Já não me lembro é do nome daquilo.

Nuno - Era tipo "memories"... Agora também não sei. De qualquer forma a banda surgiu daí e isto já dura há coisa de um ano. Temos evoluído como é normal e pronto, acho que basicamente foi isto.

André - Pronto, e tem continuado assim, com uns precalcinhos pelo meio, como é normal.

Que tipo de precalços?

André - Salas de ensaio por exemplo.

Nuno- Especialmente as garagens, essas são o principal problema.

André - E depois também temos um bocado falta de meios. E intolerância por parte das pessoas, que é coisa que não dá para perceber. Enfim...

Vocês são um projecto exclusivamente instrumental. Já pensaram em adicionar uma voz?

Nuno - Nós até temos voz num tema, simplesmente ainda não a gravámos

André - Muito sinceramente, eu encaro a voz simplesmente como mais um instrumento não como uma obrigatoriedade. Acho que não faz sentido vê-la assim. Concordo com coros por exemplo, ou frases soltas... Por outro lado, também acho que se adicionarmos voz dessa forma estamos a fugir um bocado à nossa identidade enquanto banda, àquilo que idealizámos como tal. Nós tocamos post-rock, que na sua essência é música instrumental.
Outra coisa engraçada que curtíamos fazer, e convidamos toda a gente a tentá-lo, era arranjarem-nos umas palavras. Sejam frases soltas, poemas, seja o que for, para as tentarmos incorporar na nossa música. Num concerto por exemplo, alguém aparecer e subir ao palco connosco para dizer umas palavras. Era bem fixe. Dava um ar de interacção interessante, que é coisa que contamos fazer assim que pisarmos um palco.

João - O que eu acho é que também temos tempo para isso. estamos a percorrer caminho, a tentar ter o nosso som, e talvez isso chegue um dia destes. Desde que seja natural claro.

Vocês existem há quanto tempo mesmo?

André - Fez um ano há pouco tempo.

Nuno - Contando com as férias. há sempre os problemas das férias que são o mal de qualquer banda. A rotina acaba, vai cada um para o seu lado, e depois para voltarmos é um sarilho, porque estamos meio enferrujados.

André - Outra coisa que curtia falar era dos Madcab e do apoio deles. É aquela cena, vermos um gajo mais velho como o Luís Costa a dar-nos apoio, a dizer que temos valor, também ajuda muito para a solidez da banda. E isso é uma coisa que eu queria mesmo frisar. Sem o apoio deles teria sido mais complicado, isso sem dúvida.

E como é aqui a zona de alverca, no que diz respeito a bandas?


Nuno - Epá...metal!

André - Sim, resume-se a isso. Há algumas bandas de metal por aí em Alhandra, Póvoa, outras de punk...Em Alenquer como é?

Bem, há os Probation, uma banda nova que são os Science Fiction Project, cujo baterista é o mesmo... e é há mais, um gajo é que também não pode saber tudo.

André - Percebe-se. De qualquer maneira aqui na zona e com qualidade, que eu conheça só mesmo Acid Roots! De qualquer maneira dentro do movimento post-rock não há aqui nada.

Nuno - Somos mesmo os únicos. Tenho um amigo meu que tem um projecto de post-rock no Porto. Mas há pouco de qualquer maneira. Agora há muito a moda do hardcore, do emocore...

Que por acaso até são cenas que oiço


André - Ya, eu também oiço sim, também oiço!

João - Eu não!

André - Epá mas acho que o género está a ficar um bocado monótono... Quase ultrapassado. As bandas andam todas iguais.




(continua...)

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