Bandas portuguesas 2004 (ou o punk pop português quase californiano)

Foi um ano prolífero em lançamentos de punk pop no nosso país. Quatro são de realce: Fonzie, Easyway,Aside e Starvan. Se isto é bom ou não, é algo a ver.

Bom, a verdade é que é sempre bonito ouvirmos canções de Verão. Leves, descomplexadas, divertidas, sem pensamentos muito profundos. Destes discos aquele que conheço menos é o de aside, portanto não vou estar a falar muito dele, no entanto acredito que seja o disco menos pop punk dos apresentados.
Muita gente pode pensar que este assunto é completamente desprovido de interesse, no entanto a verdade é que quando chegam os dias quentes não apetece a ninguém andar com melodias, ou guitarras, ou seja o que for muito complexo. E três acordes e tocándar é a melhor receita para um verão descontraído.


Fonzie- Destas bandas são a mais conhecida. Não tendo ouvido totalmente o "wake up call" tenho a consciência que é um trabalho mais adulto que o anterior "built to rock". Ou seja é um disco que não deve muita coisa ao punk pop californiano, às três guitarras, às letras com amores desavindos, à ingenuidade. No entanto muitas vezes quer fazer parecer que estamos perante um trabalho de génio, com grandes músicos e letras de excpeção. E esse é o grande problema dos Fonzie: O facto de serem demasiadamente pretensiosos, como se aquilo que eles fizessem fosse algo extremamente inovador e diferente que não é. Têm um bom single, a participação de nikola sarcevic é agradável, mas não é muito mais que isso. Falta.lhes acima de tudo mais despretensiosismo. Mesmo através da produção conseguimos ver certos laivos de uma espécie de pseudo virtuosismo. Não se esqueçam que não são maus dentro de um género que por si só não é grande coisa. Não vou dar nota porque não ouvi o disco todo.

Easyway- Disco de Verão 2004. Canções simples,descomplexadas, sem grande preocupação estética e ,a grande diferença em relação aos fonzie, despretensiosas. Um disco com temas muito vibrantes,onde nos apetece dançar,berrar, trautear e tudo o mais a toda a hora. A nível de letras pronto, são um bocado simplistas mas como eles disseram numa entrevista "a verdade é que se não fossem as gajas o que é que um gajo estava cá a fazer?"e eu vejo-me obrigado a concordar. Podia destacar aqui canções como "Forever in a day","the colour red", "fake a smile(my mistake)", "model rockstar" (com joey cape dos Lagwagon), ou a versão apunkalhada de "Jardins proibidos" do Paulo Gonzo. A verdade é que é um disco típico de verão, para ouvir às quatro da tarde num descapotável, na marginal que vai de Cascais a Lisboa(este percurso tende a ser preferível ao inverso nem sei bem porquê) e para cantar a plenos pulmões. Se não têm um descapotável um calhambeque também serve. Se não têm carta sempre podem usar discman e ir de comboio. Agora é um disco muito bom para descomprimir. que eles assim continuem que só lhes faz é bem.7/10

The Starvan-Shot the prize- Ponto um: "These lines(not that straight)" é um single do caraças. Isto é ponto assente. O resto é pop punk, com uma balada engraçada e com temas que passam bem por nós, mas que acabamos por nem dar muito conta. Como num bom blockbuster: Basta apenas estar bem de ouvido e querer ouvir algo que não nos dê muito que pensar. Temos riffs agradáveis, boas melodias, um grupo de músicos que sabe aquilo que faz e faz aquilo que lhes dá prazer. Não é um grande disco, nem tão bom quanto os de Easyway, no entanto ainda não parou de tocar desde que o comprei. E uma achega: È um grande disco de verão:Mas foi editado no outono/inverno...6/10