Wednesday, January 18, 2006

The strokes- First impressions of earth(2006)




Ah os strokes, essa coisa linda. ah os strokes esses gajos com a mania que revolucionaram o meio musical mundial , com uma imagem de gajos muito rebeldes, tão rebeldes que até aparecem no inlay com cigarros na boca e cabelo todo ovni. E depois com um raio dum disco como o "is this it?" que nada mais era que um chorrilho de banalidades decorrentes de boas influências como os grandes velvet underground ou,mais aproximadamente, coisas como mc5 e afins. Como diria um grande macho(que por acaso é robot) de nome bender: "boo-hoo". Ou seja "bah", que bom para os strokes.
Aliás toda essa onda dita "revivalista" devia levar uma inspeccionadela da noiva do kill bill. Acho que haveria por lá umas quantas cabeças a cortar. Mas pronto que ela deixe descansados os brmc que até se aguentam no meio de tanto entulho.Esta era a minha ideia em relação à onda revivalista que tem a mania de querer ser rock, vá-se lá saber com que bases. sim porque até parece que não existem uns danko jones ou uns turbonegro...Enfim adiante.

Portanto como já devem ter reparado(e se lerem a crítica aqui postada sobre o "is this it?" ainda vão reparar melhor) eu não vou muito à bola com os strokes. e o mais natural seria, evidentemente, não ir gastar preciosos megabites de download, nem andar a gastar memória do pc com esta rodela chamada "first impressions of earth". Mas o vício de andar a ouvir coisas, nem que seja só para as massacrar com palavras ácidas depois, falou mais forte e lá acabei por ouvir o disquinho todo e já mais que uma vez. Àquilo a que um gajo se sujeita...

Acabando o paleio que não interessa a ninguém: A verdade é que "First impressions of earth" consegue diferir um bocado daquilo que já tinha ouvido anteriormente nos strokes. Aqui parece que estão mais leves, mais despretensiosos, sem aquela mania irritante de parecerem a "next-big-thing" de uma coisa qualquer. Até porque o disco começa com um acontecimento absolutamente inédito, e quase inacreditável: O facto de eu até ter gostado bastante do primeiro tema do disco. E sim gostei mesmo bastante. "You only live once", tem um ritmo contagiante e fluído, guitarras um tudo nada cheesy que se enquadram na perfeição com um excelente refrão que apetece pregar, qual vendedora de sardinha no mercado do bulhão. Até ao parvo do "oh oh" consigo achar piada, coisa realmente estranha . Enfim, digno de uma qualquer twilight zone.

E agora surge o problema: "You only live once" acaba, a melodia e refrão contagiantes têm um término, o bombom pop que até sabe bem por ser fresco e nada pretensioso é comido, e aparece-nos à frente "Juicebox" primeiro single do álbum. E lá voltam os strokes às manias do costume, embora mais atenuadas: "Juicebox" tem umas guitarras relacionadas com o rock, quando surge o refrão, uns berritos simpáticos que (obviamente) não são nada de especial, um ritmo curiososo. Mas fica-se por aí: Depois lá aparece o doce em demasia, a voz já arrastada do casablancas que não me agrada de todo, aquelas guitarras que dão uma atmosfera colorida ao tema e que, sinceramente, me parecem gastas. E aí, uma ideia razoável acaba por se perder em lugares-comuns.

Bom, não querendo andar-me a referir a todos os temas, falo também bem de mais um: "Razorblade". Um tema num registo mais melancólico e, em certa medida, bonito. Pronto é um tema bonito. O raio da guitarra em tons diferentes e com a mania que são old-school lá continua, no entanto aqui até ficam minimamente agradáveis e dão uma boa atmosfera ao tema. Há uma sensação de que os strokes realmente souberam pegar na palavra humildade e fizeram alguns temas passíveis da condição que lhes atribuo. Como este "razorblade" que soa agradavelmente mesmo ao ouvido mais incauto.


Portanto o disco até apresenta um ou outro tema agradável, susceptível de aprovação. No entanto ele apresenta irremediáveis problemas: Um talvez seja a sua duração. Um disco demasiadamente longo, que acaba por cansar o ouvinte a certa altura. E essa é uma das razões para o principal problema de "first impressions of earth": È demasiado enfadonho. Repetitivo, pouco imaginativo, divaga demasiado nos mesmos lugares comuns, com uma abordagem mais honesta é certo, mas ainda assim monótona. Por outro lado, apesar do despretensiosismo demonstrado por todo o disco, as guitarras irritantes continuam na maioria dos temas: "Killing lies" é um dos grandes exemplos, bem como "Ize of the world" ou uma "Vision of division" ,mesmo tendo esta alguns elementos diferentes. E também continua aquela irritante mania de querer soar rock sem o ser de todo, apesar de mais atenuada.

Ou seja são, uns strokes assumidamente pop que aqui se vêm. Ou pelo menos mais pop. Ou pelo menos é assim que vejo o novo disco da banda. Menos tentativas de se fazer aquilo que não se é de todo, uma maior intenção de colocar os strokes right where they belong: Num plano menos dentro da tal onda revivalista, mais condizente com uma maior simplicidade que existe na maioria dos temas virados para a pop. E é aqui que este novo disco bate aos pontos o resto da discografia dos strokes: Em temas como "You only live once" ou "Razorblade". È pena é não serem assim tantos os bons momentos do disco, que vira para campos de uma maior pseudo-rebeldia muito mais facilmente do que o desejável. e é a partir daí que, por mais que queira ser minimamente coerente, e não ouvir o disco pelo meu preconceito em relação à banda, não posso deixar passar incólume. e até é pena porque "First impressions of earth" tem alguns temas bons. são é poucos. O resto é mesmo enfadonho.

5/10

2 Comments:

Blogger Joana C. said...

Ainda só conheço as duas primeiras músicas e gostei bastante. Quando ouvir o álbum todo logo digo de minha justiça.

11:56 PM  
Blogger Spaceboy said...

Como já sei do teu ódio aos Strokes nem vale a pena eu estar aqui com muitas palavras (apesar de achar que eles são bem melhores do que o que tu os pintas). A «Razorblade» é também das minhas preferidas e também acho que eles estão mais pop e limpinhos, e ainda bem que assim o é!

7:27 PM  

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