Monday, September 19, 2005

THE VICIOUS FIVE

A TREPAR PAREDES



Os vicious five são rock n'roll. Daquele rock n'roll sujo e voraz que toda a gente gosta. Daquele que não tem contemplações, é rápido, balançado, forte. Daquele sexy, que faz lembrar um grupo de mulheres com dóceis curvas e meio desnudadas a vibrarem com a sonoridade praticada. Ou então já sou eu que ando em fantasias... Uma coisa é certa: È mais um projecto com membros que vieram do meio do hardcore, a darem cartas noutros terrenos. Com o, muito bom, ep de estreia "the electric chants of disenchanted", preparam-se para lançar "up on the walls",em princípio, ainda este mês.Está-se em crer que seja um dos melhores lançamentos nacionais,deste ano. È esperar para ver, entretanto aqui fica a entrevista com a banda:



Sei que é uma pergunta chata e monótona, mas como ainda têm uma formação recente eu pergunto: Como que as vossas cabeças de músicos chegaram aos vicious five? Que intenção era a vossa quando criaram a banda?

Éramos todos amigos desde há muito tempo. Alguns de nós já tinham tocado juntos em outras bandas. Foi com alguma naturalidade que a formação actual da banda se acabou por juntar. Acima de tudo somos amigos. Quisemos fazer uma banda que, para nós, fosse aliciante. Algo que nunca tivéssemos feito antes e que fosse, de certa forma, novidade. A intenção era mesmo fazer uma banda com pressupostos que nunca tinham estado por trás de nenhum dos nossos antigos projectos. Para além de querermos atingir outros públicos, quisemos experimentar outro tipo de sonoridades. Basicamente, foi isso.

Editaram um EP de nove temas, salvo erro, há dois anos. O que é que mudou, essencialmente a nível musical, desde esse tempo? Podem-se considerar as mesmas pessoas que eram há dois anos?

Oito temas! Nove era mais caro. A nossa música ficou mais lenta, mas manteve a integridade no que respeita à sua característica eléctrica. Agora temos mesmo canções e fazemos música que incentive a dançar. Sim, basicamente somos as mesmas pessoas... com a natural evolução que mais dois anos trazem a qualquer pessoa.


Indo um pouco de encontro pergunta anterior: Quais são as diferenças principais entre "The Electric Chants of the Disenchanted" e "Up on the walls"?


A grande diferença está numa consistência que não tínhamos. Agora há canções, e há uma alma que até hoje estava meio escondida, ou dissimulada digamos. Agora há o groove eléctrico de uns Kinks, em vez de uma descarga de pânico meio incipiente. Ainda assim creio que o Ep tem um carisma muito grande, coisa que tentamos desenvolver ao máximo para o novo trabalho.

A vossa editora é a loop recordings, o que não deixa de ser surpreendente para uma banda como a vossa. O que é que os vicious five fazem numa editora dedicada a sonoridades mais relacionadas com o hip-hop? Como é que chegaram à loop?

A loop é que chegou a nós. É realmente curioso ser uma editora direccionada para o hip hop. Mas se repararem bem, eles estão a criar uma nova linhagem nas edições, muito mais eclética onde nós somos, por enquanto, quem mais parece fugir ao espectro da coisa. Mas lançamentos que eles fizeram dos Mecanosphere, ou mesmo o recente do Camarão já ultrapassam um pouco o universo do Hip Hop. Mesmo assim, nós identificamo-nos com o cariz urbano do hip hop, e com muita da ideologia que o caracteriza. Acho que esta aproximação a outro mundo tem sido tão significante e aliciante para nós quanto para eles.

Salvo um qualquer erro de cálculo mais idiota, não existem muitas bandas que pratiquem este tipo de rock mais sujo em Portugal. Acham que existe alguma razão para isso?

O pessoal em Portugal curte mais limar as arestas, depois apresentam trabalhos de estúdio com excessos de produção inócuos. Grande parte das bandas em Portugal esquece o quão nobre é gravar mais com alma do que com técnica. Às vezes o querer ser meticuloso estraga a essência da música. Mas, lá está, são opções. Há bandas que fogem a isso...

Deu-se um certo hype quando o vosso EP foi lançado. Vêm alguma razão mais específica para este acontecimento, ou acham que foi simplesmente um bom vento que pairou sobre vocês?

Hype? Acho que o que se passou foi que algumas pessoas que nos conheciam, não estarem bem à espera do que fizemos, e depois começarmos a agradar a algum publico fora do espectro de onde viemos, o do punk e do Hardcore. Têm sido, isso sim, gratificante haver um reconhecimento.

Já agora, o vosso nome é este porquê? Porque o acharam bonito, e quase que se emocionaram ao descobrir a beleza poética das palavras que juntaram, por causa de sid vicious ou porque são cruéis como o demo?

Vocês acertam em todas, ao que parece.

Este ano marcaram presença no festival sudoeste. Como é que correu o concerto?

Bem. Correu melhor do que poderíamos imaginar, num último dia de festival sob calor imenso. Foi bom ver que a ressaca de quatro dias a álcool e drogas, não impediu uma pequena multidão aderir a uma banda praticamente desconhecida. E, claro, quando vês que há adesão de algum público ao que fazes sentes que o trabalho compensa. É um cliché, mas é a verdade.

Já existem datas de lançamento do vosso primeiro álbum?

Setembro, com enexactidão característica das agendas em Portugal. Mas dia 30 de Setembro temos o concerto de lançamento, na ZDB. E o cd já tá na fábrica. Não falta muito.

Neste momento já andam a promover o "Up on the walls".Têm alguns objectivos tanto a nível promocional, ou mesmo de vendas?

Creio não estar muito errado se disser que ninguém vende discos hoje em dia. Por isso sim, promovemo-lo em concertos que é a melhor forma que uma banda como a nossa tem de se promover. Rádios e entrevistas não são, obviamente o suficiente, para uma banda que gosta mesmo de estar em palco a interagir com pessoas a um nível mais próximo possível.


sites:

http://www.thevicious5.com (inactivo de momento)

http://www.myspace.com/theviciousfive

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