Tuesday, January 23, 2007

Vintage: Burning airlines - mission control!(1999)



Esta é aquela altura chata em que nunca costuma sair nada de especial a nível musical. se no cinema são filmes atrás de filmes com bastante importância a surgir por aí, a música porquanto fica um bocadinho e fora. Pelo menos à primeira vista. E é por isso que nesta altura ainda poucas coisas ouvi de 2007: ficam à escuta os três discos que já referenciei algures- explosions in the sky, jesu e aereogramme.

Os burning airlines resultaram da separação dos jawbox: banda de culto, que se caracterizava por riffs de guitarra um pouco mais agressivos, que deu azo a ser fonte de influência duns deftones por exemplo. E os burning airlines continuam nesta senda, embora num tom um tudo nada mais limpo ,menos negro: é um tipo de rock mais acessível mas ao mesmo tempo também nunca deixa de se sentir o peso instrumental- daí que a acessibilidade dele seja um pouco uma faca de dois gumes.

Prova disso é a abertura com "carnival": voz agressiva riff sujo de guitarra, refrão a condizer. e pronto. Mais "na tua troma" que isto não podia ser. E o disco vai-se revelando todo nesta toada meio descontraída, mas ao mesmo tempo nunca deixa de se apurar a nível de agressividade. e de ser um bom compêndio de temas que, muito por causa de não estarem na pole position de nenhum género, conseguem valer por si.

Explico: "Mission control!", não é aqui nem na ilha de páscoa, um disco muito inovador. Nem sequer é muito lembrado nos meandros de rock: é antes apreciado por uma imensa minoria. e é dentro desse estatuto que o disco se pode inserir. Afinal ele não parece ser catchy que chegue para chegar a grandes vôos.
E o problema(ou nem por isso), é esse. "Mission control!" é a tal faca de dois gumes: se por um lado não tem uma sensibilidade pop apuradíssima, por outro é um autêntico vício quando é totalmente interiorizado. À primeira audição parece ser mais um anónimo no meio: e é na guitarra meio desviante de "Pacific 231", no frenesim que é "Meccano", no tom entre o rock mais comum e o grunge de "3 sisters", ou na distoção sónica de "Crowned", que se evidencia. È portanto um disco de pequenos pormenores, de pequenas especificidades que o conseguem tornar único.

O que temos em "mission control!" é uma banda que quer fazer rock de uma forma geral, que depois adiciona pormenores deliciosos à sua sonoridade. E, como quem não quer a coisa, acaba por refrescar o rock mais convencional de uma forma muito curiosa e bem conveniente. È uma sólida colecção de temas com algum experimentalismo à mistura que anda por aí disponível nas mulas e nos pássaros azuis da vida. Ou assim.

8/10

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