A LOVE SONG FOR BOBBY LONG
Lorraine. È este o nome que cria uma narrativa. Que dá um mote a toda uma história sobre a partilha de uma casa entre uma jovem rapariga(scarlett johansson) um ex-professor de inglês alcoolizado, gordo, e de cabelo branco(john travolta) e seu ex-assistente(gabriel macht).
Toda a história gira à volta de Lorraine, e no entanto ela nunca aparece no filme. A película inicia-se com o seu funeral, e com as marcas deixadas por esta cantora de bares. Tanto em nova orleães onde o filme é passado(embora não haja uma grande noção de estarmos numa cidade, mas sim no meio do nada onde pouca gente habita) como no coração dos habitantes que vamos conhecendo: os músicos que com ela tocavam canções, como o ex-professor de inglês e o seu assistente.
Purslane(scarlett johansson) é então a filha que recebe como herança uma casa que outrora tinha sido de sua mãe. Mãe cujo contacto era praticamente inexistente: Purslane culpava a mãe pelo facto de nunca ter tido recordações dela, e menciona diversas vezes que tinha que criar memórias para se imaginar com sua mãe. Por outro lado nunca sua mãe tinha dito quem era seu pai: Apenas acaba por ir o para nova orleães porque não tinha mais nenhum lado para onde ir.
Bobby long(john travolta) e Lawson(Macht) são dois perdedores entre o alcóol e o tabaco, cuja vida os abandonou. E ao verem pursley invadir aquele espaço que julgavam só deles, abordam-na como se ela fosse uma mera interesseira, em qualquer amor por ninguém.
A verdade é que a história acaba por ser bem simples: Depois desta premissa acabamos por assistir a todo o percurso regenerativo de cada personagem, cada um à sua maneira. Sentimos quase pena de pursleypor não ter tido recordações de sua mãe, quando toda a gente parecia recordar-se tão bem dela...Até de pursley existiam diversas recordações. E por outro lado vemos um soberbo travolta numa performance bem diferente do habitual, e nada cool, a criar uma menina que nunca tinha sido criada:E é no entrelaçar das três personagens principais que o filme roda e avança.
Shainee Gabel é uma estreante realizadora que acompanha as personagens com solidez e firmeza, sem as destituir nunca do seu objectivo principal, demonstrando-lhes as vidas que cada um percorria. E é também dela a autoria do argumento, baseado num romance de Ronald Everett.
E por falar em personagens,todos os actores conseguem dar um cunho pessoal ao seu papel: Travolta está excelente na sua performance de ex-professor de inglês. Cabelo branco, barriga,alcoolismo. Mas também uma grande dose de literatura e pensamento. Macht, embora com menos fulgor, consegue igualmente uma boa interpretação, secundando travolta e johannson.
Já esta última merece um parágrafo: O sol de nova orleães iluminou-a de maneira a parecer um anjo doirado que aparece do nada.Um anjo caído que precisa de dar luminosidade à sua vida, sem ela o saber propriamente como. Johansson não tendo uma interpretação tão marcante como no fantástico "lost in translation" consegue igualmente dar o brilho essencial para fazer de Purslane.E se quisermos enveredar pelo físico, está muito mais encantadora aqui do que no filme de sofia coppola. e até há um take de cinco segundos tremendamente sugestivo, bem perto do fim...Bem mas não vou agora entrar em conversa de homens.
No global "A love song for bobby long" não é um grande filme. Também não o quer ser: Pretende apenas mostrar como as vidas são, e como uma pessoa influencia uma vida. Um filme muito simpático e capaz de provocar sentimentos belos e carinhosos. Merece um bem haja pelas suas intenções.E,melhor ainda, pelo facto de as ter concretizado. 7/10
1 Comments:
Não é um grande filme, mas quase. É uma obra discreta, mas que merece ser descoberta. Uma boa surpresa...
Post a Comment
<< Home