Sunday, June 05, 2005

Tara Perdida-Lambe botas(2005)



João Ribas já tem barbas. Desde essa instituição inabalável que foram os censurados, com todas suas canções de um punk rock de cariz algo interventivo, até agora com os tara perdida numa toada também interventiva mas, talvez, mais descontraída. Este já é o quarto disco de Ribas e companheiros depois do homónimo de "só não vê quem não quer" e do muito bom "é assim...". E, como toda a gente sabe, Ribas não tem que provar nada a ninguém. Os Tara perdida não têm que provar nada a ninguém. Fazem o que querem, como querem, sem preocupações. E o que eles querem fazer é punk-rock. E é isso que fazem. Sem pretensões, sem artefactos, sem inventarem.

Mas os Tara perdida elevaram claramente a sua fasquia. Nota-se um maior preparo nas canções deste "Lambe-botas". Melodias muito bem estruturadas, refrões altamente competentes e de contágio fácil, letras simples mas fortes. E uma produção que consegue enfatizar ainda mais as minhas palavras, cortesia de Cajó que fez um excelente trabalho.

Canções? Todas elas funcionam em prol do disco. Mas o tema de abertura "Realidade(eu não sou de ninguém" é uma bomba fabulosa, um dos melhores temas que os Tara perdida já fizeram.Ou o muitíssimo bom tema que dá nome ao disco, outro arremesso do punk-rock idealizado pelos Tara. Mas para além destes temas que se destaque o total: 13 canções fortes e másculas que registam uma clara evolução da própria banda. E isso é o mais importante a reter.

Os tara perdida fazem punk-rock. Desde sempre e para todo o sempre. Por isso mesmo que não se espere uma enorme evolução sonora. Ribas continua com sua voz de bagaço, os riffs continuam rápidos, as baterias velozes, como sempre no punk-rock. Mas os tara conseguiram aumentar ainda mais a sua já enorme competência neste género. Não quiseram evoluir para outros caminhos, mas sim manterem-se fiés tentando melhorar ainda mais naquilo que de facto são bons. Porque é disto que eles gostam. E é isto que nós gostamos que eles façam. Que assim continuem se possível para sempre. 8/10

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