Monday, April 09, 2007

More than a thousand + Easyway + One hundred steps + my cubic emotion @ paradise garage 7/4/2007



E os more than a thousand voltaram em nome próprio. Depois do concerto com incubus de há umas semanas, a banda portuguesa (com sede em inglaterra como toda a gente sabe) voltou para um concerto numa onda um pouco back to basics, e já vou explicar o que quero dizer com isto. com eles trouxeram bandas amigas, e só não trouxeram mais "porque era impossível", como eles me disseram durante a tarde. De qualquer forma, o que eu estava meio ansioso para perceber era como é que iriam funcionar as músicas do "vol II: the hollow" ao vivo, já que apenas duas tinham sido tocadas no santiago alquimista, no último concerto em nome próprio em Portugal. Querem uma introdução mais desenvolvida? Voltaram muitos putos emo ao sítio, misturados com gente que os conhecia há mais tempo. Mas às vezes um gajo começa a sentir-se um bocado velhote para quem lá estava- e isto tendo eu os meus viçosos 21 anos não sei se será assim tão normal quanto isso. enfim, quero lá saber.

Já agora, a história do "durante a tarde" fica para segundas núpcias, já que vai merecer um post mais alongado sobre o assunto. Digamos que tive oportunidade de ver um bocado do soundcheck da banda, e vislumbrar os pormenores a serem ultimados e tal. O que, diga-se, foi engraçadote e deu-me outra perspectiva em relação ao concerto em si.

E agora falemos disso. comecemos primeiro pelos my cubic emotion, banda de pombal e o único grupo que eu ainda não tinha visto ao vivo.



my cubic emotion

Começando pelo principal: o concerto da banda pombalense foi possivelmente o segundo melhor da noite. e isto só com um ep "a sério" editado não é nada mau, apesar da banda não ser propriamente uma iniciante nestas lides. Com "it's violent julliette, don't look" a ter sido editado no ano passado, foi normal que eles tivessem incidido o seu curto alinhamento nesses temas. E em abono da verdade, a junção peso/melodia inerente no seu som acaba por resultar muito bem, possivelmente melhor que em muitas bandas já com uns bons anos em cima. com um vocalista enérgico, embora tenha um cabelo à "beto surfista"(e isto não interessa a ninguém mas enfim) o quinteto conseguiu inclusivamente superar os bons temas que tem naquele ep, para se transcender em palco. e tinham já uma base de fãs bastante decente, pois não foram assim tão poucas as pessoas que se juntaram ao pé do palco, para sentir com eles a vibração e raiva que muito do seu material deixa supor. Pena é terem esquecido a primeira maquete e o tema muitíssimo bom que era "let's just be poetic when we die"(que merecia uns arranjos novos, pois o potencial estava todo lá).

Depois do concerto em formato quase showcase, apareceram os one hundred steps. Estes já com outra bagagem, e com mais tempo de maturação. aliás o próprio ep "the eyes of laura mars" confirma isso mesmo, porque acaba por ser consideravelmente superior a "you're a lovely victim of emotional chaos".




one hundred steps

Vou também ser honesto: gosto de algumas coisas dos one hundred steps, mas no cômputo geral eram a banda que me dizia menos. embora um tema como "your veins"(ou mesmo o "clássico" "jesus where's the rest of her) seja realmente bom, talvez os ache um pouco apegados a alguns clichés emo/screamo...ou então sou eu que ando com otites. De qualquer forma, embora nunca os tenha visto a dar um enorme concerto, também não tenho razão de queixa em nenhuma das vezes. E esta não foi excepção. Os homens têm temas bem catchy, arranjam ganchos melódicos bastante razoáveis, e isso nota-se na aceitação que costumam ter quando tocam ao vivo. Diga-se que foram a banda que mais agitação teve à frente do palco, se exceptuarmos os more than a thousand evidentemente. E tiveram gente a cantar em uníssono com eles, sobretudo no ponto alto que foi claramente "jesus where's the rest of her" como é normal.

Os one hundred steps não sendo a melhor coisa do mundo a seguir à soraia chaves, também não estão propriamente mal classificados. são razoáveis/bons dentro do género que tocam, e merecem uma atençãozinha diga-se. Este concerto só veio demonstrar isso, e provar também que têm crescido desde a primeira vez que os ouvi ao vivo. E isto são tudo coisas bem positivas que espero que sejam bem aproveitadas por eles. Agora no FAL aconselho a quem for, que comprove isso.



easyway

E o estatuto de "banda-ovni-que-está-aqui-naquela-da-amizade-basicamente" foi ganho pelos easyway. Não que eles tenham sido uma carta fora do baralho, ou que tenham dado um mau concerto... nada disso. aliás bandas e companhia não sabem dar maus concertos, isto é um facto absoluto afirmo já, e acreditem em mim porque senão começo a postar fotos da minha fronha por estes lados(ou se calhar nem por isso).

enfim, para a frente. e para a frente encontramos uma banda que não se colava muito ao género musical das outras. Mas também não foi isso que os fez esmorecer. A energia esteve sempre lá, seja nos temas mais novos (como "hush baby" que até fechou a prestação dos lisboetas) seja nos antigos (já tinha saudades de ouvir o "forever in a day" ao vivo, ou mesmo o "model rockstar"). Os easyway tentaram conquistar um público que não estava ali para os ver, e isso notou-se sobretudo na aceitação do público em relação aos seus temas. No entanto lá em cima, era vê-los a mexerem-se, a tentarem incitar o público a fazê-lo, a dar o litro, a agradecer aos more than a thousand e restantes bandas(algo que todas as bandas acabaram por fazer).

Os easyway não são o expoente máximo da inventividade, e sabem disso. O que fazem é tentar agarrar as pessoas pela vertente rambóia/diversão. a provar por sábado, este é de facto o caminho a seguir. Não tendo lá gente conhecedora dos temas deles(eu e meia dúzia de papalvos éramos a excepção) acabaram por ser uma espécie de aquecimento de luxo, para quem vinha a seguir.



more than a thousand

E a seguir apareceram os more than a thousand. Pois apareceram. E com eles veio a tal expectativa de perceber como é que funcionariam os novos temas do "the hollow". e, para além dos dois já testados, surgiram "Everyone, everywhere, everything ends", "the red river murder", "my lonely grave", "the virus" (com a participação de um simpático violinista dos corvos - e o homem era de facto um tipo simpático, por isso estou longe de qualquer ironia), entre possivelmente mais um tema ou outro de que não me lembro, porque não estou tão vivaço como a maioria da população que foi ao garage. Onde se contava também o meu primo suíço do alto dos seus 13 anos, diga-se de passagem(o que não deixou de ser curioso...e vê-lo a fazer stage diving, abraçado ao vocalista vasco ainda mais. enfim adiante), embora isso não seja propriamente um tópico muito dentro da crítica ao concerto da banda. Ah, e já agora ainda houve tempo para uma cover dos deftones. Mas alguém que me diga o tema, que eu sinceramente não o reconheci. sim, sou um cocó.

O que os more than a thousand conseguiram foi ter a plateia na mão ,mesmo quando os novos temas eram tocados. OK o rebuliço não foi tão grande como na magnânime "none of us will see heaven"(que desta vez foi muito especial, porque contou com a prestação do antigo vocalista da banda André Viegas), ou como o fantabulástico "the beautiful faces hide witches", que teve um problema qualquer na execução porque soou um pouco confuso, sobretudo a nível vocal. Ou então sou eu que ando duro de ouvido. De qualquer forma "vol 2:the hollow" conseguiu fidelizar aqueles que já os acompanhavam, e fez do concerto um misto de celebração com um espectáculo mais adulto, já com jogos de luzes e coisas do género.

Foi portanto um misto de revivalismo com modernidade. Existiu stage diving e crowd surfing em barda, numa atmosfera talvez mais underground do que das outras vezes que os vi, e por outro lado um concerto com uma maior idealização formal. e ter o melhor de dois mundos meus amigos é muito difícil. Posso portanto afirmar que à pala de tudo isto, considero o conerto no garage o melhor de todos os que vi da banda setubalense. e não deixa de ser fantástico que uma banda já com uma razoável projecção não se deixe levar por facilitismos e continue a fazer o espectáculo que quer, os discos que quer, aquilo que quer. ainda por cima quando pérolas como "the virus", ou "the red river murden" conseguem ganhar uma dinâmica ainda maior que a ouvida em casa. e quando estamos a falar de duas pérolas daquela estirpe, a coisa torna-se realmente séria.

Foi por isso um concerto de grande qualidade, de uma banda que continua a ganhar fãs. e uma vitória para os próprios músicos que conseguiram dar meia casa ao paradise garage(e não foi mais possivelmente pela mostruosa oferta de concertos que portugal tem tido e ainda vai ter este ano), com um concerto com amigos idealizado pelos mesmos, sem apoios gigantones, o que não deixa de ser pena.embora esses apoios não sejam necessários para bons concertos: basta força de vontade, como se pôde comprovar no sábado. E ter quatro bandas portuguesas de boa qualidade, mas sem merecida projecção a ter já uma base de fãs considerável é óptimo. Pena que os media estejam mais interessados em saber se o sócrates é ou não engenheiro, ou em apoiar bandas que já têm apoios mais que suficientes(para dar um tom musical à crítica) do que apostar em projectos que vão ganhando mais adeptos a cada dia que passa...


PS: mais coisas sobre os more than a thousand para muito breve. Esperem pelas novas postas. e fotos n'a pas de nada, sim senhor exacto, pelo menos por enquanto.

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