SUPER BOCK SUPER ROCK (1º acto)
O superbock super rock, este ano em formato diferente devido ao mega-comercialóide(termo não pejorativo) do rock in rio, teve a sua terceira edição neste formato de festival. Este ano decidiu-se andar a colocar rótulos nos dias (ou pelo menos assim parece), logo o dia de "metal" foi na quinta-feira que, curiosamente de metal só mesmo moonspell e vá soulfly, o de rock ontem, o de indie e tal será no próximo dia sete e o de hipi-hópi no dia 8, com esse tão digno representante da cultura "hipopiana" chamado Cinquenta cêntimos(!). Pois. Bom, mas esquecendo agora o act 2 que tem algumas coisas manifestamente interessantes, que se comece esta pequena tour escrita pelo 1º acto deste festival urbano, mais precisamente pelo dia de Korn.
DIA 25 (PALCO SUPER BOCK SUPER ROCK)
Ora o dia começa com o belo do suicídio em ir rapar calor às 3 e meia da tarde para as portas do festival. O povo de quem eu ia fazer de vela já lá estava, uma rapariga com uma cruz invertida no braço, feita a x-acto rasco, com um ar buéda evil (mas com uns bons enchumaços peitorais...mesmo de muito boa qualidade) igualmente. Ah e as pitas tanto pseudo-gós, como de ar de quem andou a ouvir linkin park misturado com shakira de manhãzinha, para irem ouvir whitin temptation à noite, também... Mais o povo que já ouve a voz da bela da sharona há que tempos. A tarde começou portanto com um loop de meia hora de antena 3(ouvido pelo menos umas boas 3 vezes...entre "forever in a day" dos easyway, passando por "black rose" dos icon and the black roses, ou por "amerika" dos rammstein). Entretanto a bela da senhora da galp ainda me convenceu a aderir ao cartão fast, e uma pita ainda me perguntou que merda era aquela que eu tava a cantar aos berros: era o "forever in a day" dos easyway.
Portanto estão as pitas todas à frente e...começa ramp. Com o óbvio moshpit e crowdsurfing era ver as pitas todas com um ar muito espantado, sem perceberem que coisa era aquela. Convenhamos: miúdas com 14/15 anos a verem gajos a voar e a aterrarem em cima da cabeça delas, quando o mais radical que tinham visto em concerto deve ter sido o umbigo da shakira, deve ser algo de normal espanto.
No caso dos ramp, o que se pode dizer é que rui duarte e sus muchachos não precisam de provar nada a ninguém e o seu rock mais pesado ganhou ali uma boa expressão. Ainda sem novo álbum editado, a banda fez-se valer pelos seus temas antigos, e também pelo seu último ep que, salvo erro, tem aquela bela versão apunkalhada do antónio variações que fechou o concerto. Não tendo sido a melhor actuação do mundo, a verdade é que ninguém pode apontar um dedo ao ramp, no que diz respeito à falta de profissionalismo e dedicação. Porque isso esteve sempre lá.
ramp- foto tirada na edição do ano passado do super bock super bock....salvo qualquer erro idiota deste vosso escriba
Depois foi a vez dos moonspell, a banda nacional com maior currículo fora de portas. Se os ramp não precisavam de mostrar nada a ninguém, a banda da brândoa muito menos... e mesmo assim fernando ribeiro sempre se mostrou muito receptivo a um público que também estava ali por eles. Em plena promoção do mais recente filhote (expressão de cocó quando se fala de música), "memorial", os moonspell tanto cobriram a facção mais old-school (tocando "alma-mater" por exemplo) como tocaram temas do seu mais recente álbum, e ainda foram a "the antidote", e conseguiram fazer tudo isto sempre agarrando um público já conquistado à partida. Não foi um concerto absolutamente memorável, até porque eles fartam-se de andar na estrada, mas foi um dos melhores do dia 25 e que originou uma comunhão perfeita entre público e banda.
moonspell
Mas comunhão maior ainda foi em soulfly. Max cavalera parecia que tinha pilhas duracell, conseguiu exceder-se e transformar a actuação da banda que se auto-intitula como "world metal", numa festa e numa partilha tanto sonora, como também de sentidos. Eu, que nem gosto particularmente do tipo de som praticado por esta extensão do talento de max, não nego que foi um concerto altamente enérgico, vibrante e contagiante. Melhor concerto de dia 25, e um dos melhores momentos pautou-se por ser a (costumeira) interpretação de "roots" dos sepultura, onde antigamente max era o génio criativo.
soulfy...ou a mega-fronha do cavalera a preto e branco
Sharona, eu adoro-te cacete. Ès um belo dum avião, e aquele teu vestido preto que conseguia realçar as tuas curvas, assentava-te na perfeição. Depois a tua voz, embora irritante por vezes, preenche alguams das fantasias de qualquer comum mortal... Mas também que raio é que isso interessa? Apetecia-me era ter bebés contigo, porque é bonito, e porque é mais bonito e dá um ar mais paternal e responsável dizer, "ah e tal eu quero fazer bebés", do que "ah e tal fo***-te toda".
De resto... Bem, pelo menos andas cá há mais anos que a gaja dos evanescência,aquilo que tu cantas tem muito mais solidez e coerência, e os gajos que te acompanham são mesmo músicos que se dedicam ao teu belo projecto. Se bem que há um que se dedica mais que os outros. enfim rivais...depois aquelas luzes todas, a bela da estátua e tal e tal estavam bem, e enquanto espectáculo tu aguentaste-te bem à bronca. Se bem que, a páginas tantas, fartei-me de estar ouvir alguma repetitivade daquilo que saia da tua formosa boca(vulgo " a tua voz adequada à música ali tocada) e já estava com alguma pressa que acabasses o teu recital. Desculpa lá, mas não foi desta que musicalmente me cativaste. Fica para a próxima, se bnem que um encontro contigo num quarto de uma qualquer pensão rasca, era bem capaz de mudar a minha opinião acerca dos teu temas. Dava para isso? Dizia-te um sonoro obrigado, essa palavra para ti tão espanhola.(ora e por falar em espanhol...caga nisso não é (n)ada).
within temptation...ou a bela da sharon como estava vestida anteontem
Passada a ordinarice, com algumas palavras decentes, vindas de um gajo sem a ponta de humor inteligente e imprevisível, vieram os korn...passar férias, embora desta vez tenham trazido os seus animaizinhos de estimação(que ocuparam alguns postos em diversos instrumentos) . Foi um bocado essa a noção que ficou da banda, cujo vocalista é um futuro realizador de filmes porno. Enfim, os korn lá tocaram as coisas do costume: um belo dum "a.d.i.d.a.s",a "got the life", um grande "freak on a leash", a "falling away from me", a "here to stay"(dou "untouchables provavelmente o melhor disco deles) ou a "twisted transistor" do novo disco. Ainda acabaram com o clássico "blind" e pronto. Foi esta a conclusão a que se chegou. Ok, eu nem por isso gosto de korn...mas o davis podia esforçar-se um bocadinho e tentar comunicar mais com o público, que não fosse só quando faltavam uns dois temas para o fim do concerto não era? enfim pilotos automáticos. Vão lá mas é gramar com o belo do sol do estoril pá.
korn...foto de um concerto num qualquer resort caribenho.ou não.
PALCO QUINTA DOS PORTUGUESES-WORTEN
Parece-me que uma das melhores apostas do super bock super rock, tem sido a qualidade das bandas que costumam meter a fronha por lá. No ano passado tivemos more than a thousand, easyway(ok não são a melhor coisa do mundo mas eu gosto), blacksunrise, the temple,ou tara perdida, entre algumas bandas que passaram este ano para o palco principal, como ramp e primitive reason, este ano a ideia foi a mesma. Ou seja bandas mui promissoras como devil in me, cinemuerte, twenty inch burial, if lucy fell, vicious 5 e ainda linda martini para daqui a duas semanas, confirmam esta tendência. No primeiro dia estiveram presentes os promissores"sick of it all tugas"(sou eu a escrever à parva) devil in me, os grandes twenty inch burial, os mais popeiros cinemuerte, e o industrial com voz à luxúria canibal dos bizarra locomotiva.
Comecemos pelos devil in me...estava no meio do povo no palco principal e não consegui ver em condições o hardcore que remete para laivos punk, da banda. De qualquer forma pelo que se conseguiu ouvir e ver, a energia esteve sempre lá: bem como as palavras de ordem ao público que se entusiasmava largamente com os temas que ali iam sendo expostos. Ainda conseguiram tocar aquele que , para mim é o seu melhor tema ("we stand alone") e a festa ficou feita.
devil in me
Quanto aos twenty inch burial....xi, acho que já devo ter esgotado a reserva de elogios. Que gosto muito do metal core mais cru e simples da banda é um facto. Que, dentro desse mesmo metalcore os twenty inch já fazem o seu som sem copiarem ninguém também é verdade. Que têm grandes canções, com refrões cola-cola tamanho xl é verdade verdadeira. Que eles são bons ao vivo, tenho ideia também de já ter dito...Só me faltava a prova real de que os novos temas (e aqui foram tocados apenas "you know so much about nothing at all", e "mayhem with no bullets") funcionam na perfeição ao vivo. Isso já tinha sido testado mais vezes, mas aqui fica a plena concretização disso. De resto...enérgico, potente, dedicado, e muito mas muito sério. Fica aqui um retrato de uma das melhores bandas nacionais neste momento. Seja de que género for. Por isso ouçam-na tábem?
Já agora, eles agradeceram ao antónio freitas...se foi ele que conseguiu colocá-los naquele palco, eu agradeço-lhe também. Ah ganda freitas! (e tal)
twenty inch burial
Depois vieram os cinemuerte onde eu aproveitei para ir comer. O que em parte foi pena, porque os cinemuerte misturam pop e rock de uma maneira muito interessante, e até original. Assim é por exemplo "stuck in a moment" o único tema que conheço a sério,e também os outros por aquilo que ouvi. Pareceu-me um bom concerto...mas lá está a fome aperta e assola toda a gente.
cinemuerte-foto de dora carvalhas
No final apareceram os bizarra locomotiva. Bizarros toda a gente sabe que eles são, até porque aquela gloriosa mistura entre o industrial de uns nine inch nails, misturado com uma voz agonizante à la adolfo luxúria canibal, não costuma ser ponto assente em lado nenhum do mundo. depois porque a própria performance da banda foi , a todos os níveis irrepreensível, sobretudo pela forma totalmente apaixonada em como executam os seus temas (como em "caio" que o vocalista caíu precisamenrte no fim do tema) e pela qualidade dos mesmos. Já têm uns aninhos, já tiveram como membro integrante o quase-guru armando teixeira, e não são propriamente uns desconhecidos. Com um concerto destes, e temas destes, merecem ser mais famosos que quaisquer estrelitas vindas de uma novela com gajas boas...e terem reconhecimento por causa disso.
bizarra locomotiva
DIA 26
O dia que tinha "rock" estatelado na testa. e vá que aqui, tirando placebo que para mim não é rock mas isto sou eu, está tudo condizente com os termos. Deftones e tool são rock, primitive reason também é só juntar as insígnias tribais e pronto, alice in chains é óbvio. depois o palco portuga tinha dois nomes fortíssimos: if lucy fell e vicious five. Havia também o stoner rock dos dapunksportif e os x-wife, para mim claramente deslocados do cartaz, mas enfim não são aquilo que eu chamo "uma banda vinda co esterco". Eu tive uns 45 minutos à espera de uma amiga minha para ela meter a pasta no carro. ah e ainda tive direito a dois preservativos de graça, mas tiveram que ir co cacete porque quando se chegou ao carro depois do festival, estava todo partido por isso foi mandar tudo a eito para o chão. Bah, também não os ia usar já que sou um gordo, balofo,mal cheiroso, e ninguém me curte.
Bem, comecemos pelo palco principal:
PALCO SUPER BOCK SUPER ROCK
Ainda a tarde estava no auge, e muita gente entrava, já os primitive reason andavam a fazer das suas no palco principal. já os tinha visto uma vez ao vivo, há uns anos na festa do avante(na ocasião, por alturas do "the firescroll"), no entanto pareceu-me que a banda estava um bocado mais murcha desta vez. Menos convicção a destilar os temas, comunicação um pouco mais deficiente para um público que claramente não estava lá por eles... não foi péssimo, nem sequer mau. Foi indiferente.
primitive reason..foto de um qualquer concerto que não o de ontem
Agora vinha aí o momento nostalgia... Os alice in chains, antigo ponto de referência do grunge, apareciam por aí com um(infelizmente óbvio) novo vocalista, que nem era o phil anselmo (ex-pantera, agora superjoint ritual), nem o cantrell versão dupla. Era sim um desconhecido, de nome William duVall. Não conhecem? Pois. Mas é verdade que o homem se aguentou bem à bronca
Como foi o concerto dos alice? Para muitos o melhor do dia, sobretudo pelo factor emocional: lai lai lai, ouvir aqueles temas de há 10 anos atrás quando se era glorioso adolescente e se acreditava num mundo buéde bonito com flores, amor a rodos e também paz, e pombas brancas e tal e tal. Os alice in chains simbolizaram essa referência adolescente de muitos presentes: e com um vocalista extremamente dinâmico e comunicativo dinamizaram na perfeição o concerto. Talvez os possa acusar de me parecerem demasiado repetitivos a páginas tantas...e de nada mais fazerem que destilar os seus velhos êxitos. Mas hey, eles não têm grande material novo, o concerto tinha precisamente a função de fazer recordar a todos as boas músicas que a banda tem, e isso ficou perfeitamente explícito no concerto. Era o grande objectivo, foi cumprido. Pronto. Ainda de realce foi o fim do concerto, quando a banda recebe dos fãs uma faixa dizendo "Alice in chains born again" e a exibe com orgulho. Aí confesso que foi dos melhores momentos deste segundo dia de festival.
Alice in chains
A seguir, era suposto ter sido um dos melhores concertos do festival. Digo, era suposto, tanto porque era o que toda a gente estava à espera, como porque não o foi. Explico: não é que tenha sido um mau concerto. Os hinos estavam lá (para mim só faltou a "bored" e o meu tema preferido dos deftones "one weak"), o público estava em constante rebuliço, tanto era assim que comecei o concerto numa ponta e passado pouco tempo já estava no meio, houve alguns momentos altos(como o chino a pegar na bandeira nacional, e a ir para o meio do público como também costuma ser hábito), no entanto faltou o resto. E quando falo do resto, refiro-me à empatia da banda com quem lá estava para a ver. aí os deftones falharam um pouco. Disseram meia dúzia de palavras, tentavam puxar pelo público de vez em quando, mas não existiu uma "alma" por parte da banda. Não estavam ali a fazer frete, mas também não estavam com o gozo puro de quem toca para os fãs. algum cansaço? Talvez. Bem, pelo menos tocaram a "korea" o meu segundo tema favorito da banda. E logo a começar.
deftones
Ok, apareceram os placebo. sim, não são nada o meu género. sim, o concerto não passou do mediano. ainda por cima vieram tocar sobretudo temas do novo disco "meds", o que não cativava grande coisa. De qualquer forma, adoptaram uma boa atitude para quem estava ali só por eles, e souberam cativar todos os ouvintes. Menos eu, que estive sentado o tempo quase todo, excepção a feita a quando tiveram a (brilhante!) ideia de acabar o concerto com "nancy boy" o único tema que aturo com prazer. sim gosto do "nancy boy" porra, pronto já disse. De qualquer forma acredito que, mesmo para os seus fãs, aquele concerto não tenha passado do mediano. foram comunicativos qb, mas não existia ali a chama de quem vem para fazer algo grande. Cativaram sim:mas não deixaram ninguém em êxtase. E talvez padeçam do mesmo problema dos korn...demasiadas visitas ao nosso país. Mas enfim, se porcupine tree, nine inch nails, pelican, ou hell is for heroes viessem todos os meses a Portugal, eu não me importava nada.
placebo
Depois..bem depois veio aquele que foi o melhor concerto do act 1. Os tool apareceram no primeiro concerto da tour europeia de 10.000 days, e a modos que se este primeiro concerto podia ser considerado uma espécie de teste, a verdade é que a banda de maynard james keenan passou com um 20 + um batalhão de lindas virgens para desflorar. Realmente falar do concerto de tool é falar de toda a conceptualidade a ele inerente: é mencionar os quatro ecrãs que a banda colocou em palco, cujas imagens eram depois transmitidas nos dois ecrãs gigantes que estavam colados aos dois lados do palco; é falar das longas e qase épicas experimentações sonoras dos tool, sempre no contexto rockeiro, e num panorama elevadíssimo de brilhantismo.
Sobtretudo porque aquele concerto não foi apenas e só um concerto:mas sim uma experiência auditiva intensa e diluída com imagens em movimento que davam um cariz conceptual a cada tema. No fundo, foi como que os tool nem ali estivessem, e pudessem falar apenas com videoclips condizentes para cada tema, sem que isso reunisse uma razão de queixa. Eles encararam o concerto como se fossem apenas o veículo transmissor da sua própria sonoridade, e conceptualidade a ela inerente...e isso clareamente vingou.
Aliás, porque as palavras de maynard resumiram-se basicamente a falar dos 40 anos do baixista dos alice in chains(que eu de uma forma bem idiota pensava que poderia estar porventura a falar do filho dele que fazia 4 anos...), de resto foi precisamente o "falar pelas imagens" à medida que tanto temas do novo disco(como vicarious), como canções de "aenima", "undertow" ou "lateralus", eram tocados. Experiência auditiva? Mais que isso. Experiência sensorial, emocional, sentimental, visual, seja o que for. O concerto de tool foi um regalo para os sentidos, e talvez tenha sido mesmo o concerto do ano. Perderam-no? Losers...
tool- foto do maynard no seilaonde
PALCO QUINTA DOS PORTUGUESES- WORTEN
E é o que falta não é? Pois...dapunksportif, if lucy fell, x-wife, e vicious five ocuparam este palco dito "secundário", onde algumas das promessas nacionais foram passando como que num simples desfile, já que tocar apenas 20 minutos não é grande coisa. Bandeira disso fizeram inclusivamente os if lucy fell, que fizeram questão de lembrar as bandas que iriam ocupar aquele palco depois deles. Curiosamente nesta altura eu já estava um pouco mais longe do palco, porque queria ver deftones em condições mínimas...
Bom, depois dos primitive reason, tocaram os dapunksportif. antes de mais digo já que não engraço com o nome deles. Este trocadilho manhoso com o galo buéda desportivo e o caraças, não rocka muito o meu mundo. O som da banda é basicamente stoner rock, com claras influências de uns kyuss, ou zz top que é para não me limitar à antiga banda do josh homme. Também pelo seu som, seria minimamente garantido que o concerto nunca poderia ser um desastre. E não foi. perante um público que não os conhecia, eles lá se arranjaram minimamente e não envergonharam ninguém. Mas enfim, também é verdade que eu não vi muito do concerto deles, até porque estava mais à espera de ouvir alice in chains... mas daquilo que me apercebi, sempre posso dizer que tudo funcionou bem, e que a banda de peniche pode-se perfeitamente orgulhar de ter proporcionado um bom bocado aos presentes.
dapunksportif- outra foto num qualquer sítio recôndito(que até pode ser conhecido comámerda)
De queluz para o mundo...neste caso para o parque do tejo. Os if lucy fell foram os senhores que se seguiram e, mal começaram o concerto, conseguiram que a plateia entrasse em rebuliço, com o mosh do costume, mais o crowdsurfing de sempre. Nem foram precisos cinco segundos: primeiros riffs e catrapumba cá vai disto. De qualquer forma isso só demonstra a tremenda energia que a banda, que tem o chinês/japonês/macaense/português(que eu não sei) makoto como vocalista, possui. Entre demonstrações do seu excelente disco de estreia (que se chama "you make me nervous"..é a comprar se faz favor), com temas como "what if she fell", "escapist", ou "10x10 minute drive", o discurso até um pouco cáustico, mas realista e coerente de makoto, e os seus trejeitos em palco, a banda demonstrou ter uma excelente performance, condizente também com o seu som. Se gostam de blood brothers, botch, ou mesmo converge comprem...Se não, vão ao site daquela gente, que está aqui e pronto. È só ouvirem e mandarem bitaites. Porque ficar indiferente? Impossível. E faz mal à circulação.
if lucy fell-outra tirada num sítio qualquer onde o vocals quis fazer a espargata
Os x-wife foram uma escolha extremamente acertada, precisamente por actuarem antes dos placebo. Mas só mesmo por isso, já que de resto a banda de dj kitten estava aqui tão integrada, como eu estou num concurso de beleza masculina. Enfim, confesso que não posso adiantar grande coisa: tinha ido enfardar o raio de um hamburger de plástico por dois aéreos e meio, e isso ocupou o meu tempo durante os x-wife. Por isso lamento mas neste caso o melhor é ficar mesmo em blackout. De qualquer forma, como não ouvi assobios nem apupos, não deve ter sido desastroso.
x-wife
O concerto dos vicious five foi talvez o concerto mais ingrato a que assisti em toda a minha vida: isto porque o vi pelos ecrãs que estavam no palco principal. e porquê? Bem porque, à pala de ir ver if lucy fell e depois deftones, perdi-me do povo com quem fui, e para os encontrar foi o real sarilho...ainda por cima tava quase sem guita no móvel. conclusão fiquei um bocado no trauma, e depois há sempre aquela coisa do "ah e tal os gajos tocam na zdb dia sim dia sim". foi precisamente por isso que vi o concerto perto da tenda da bugani, que ficava a meio do espaço do festival, mas do lado do palco principal... Onde toda a gente se estava não literalmente a cagar para eles. O povo com quem fui permanecia sentado e deitado, e o resto das pessoas ou estavam no mesmo, ou passeavam por ali como quem não quer a coisa.
Por isso era eu aos pulos a ouvir o som dos lisboetas via ecrã gigante, e o resto do povo indiferente. Posto isso o que apetecia era obrigar toda a gente a virar a cara, nem que seja só para verem a ramboia que não ia no palco principal.
como disse na antevisão que aqui postei do festival, o mais provável era que os vicious five tivessem a atitude do "se é para a desgraça é para adesgraça": e isso só poderia resultar num concerto memorável. E foi isso precisamente que aconteceu. Os vicious five conseguem ser ainda melhor ao vivo que em disco, com uma postura irrepreensível, um discurso meio arrogante ( "nós somos os vicious five, e o que é que agora vocês vão fazer à vossa vida uma vez que ela mudou?") que teve imensa graça e só aumentou essa festa.
Depois existem os temas que partem sempre a loiça toda, como são "guillotine", "bad mirror", "suicide club" ou "fallacies and fellatio". Ah e ainda houve tempo para uma cover de "fight for your right" dos beastie boys. a minha vida mudou? claro. E a de quem viu este concerto, seja pelo ecrã, seja a olhá-los directamente também. Agora é vê-los mais nitidamente porque eles merecem. melhor concerto do palco nacional e, a par de tool, melhor concerto do 1º acto do festival.
vicious five numa qualquer gig engraçadota com luzes e tal
Bem agora está na hora do resumo: algumas pitas e mulheres feitas de boa qualidade no primeiro dia, outras nem por isso. Melhores concertos no segundo dia que no primeiro, mas também é capaz de ser à pala do meu gosto musical. Korn manhoso, deftones médio, tool excelente, vicious five a loucura.
No segundo dia povo mais velho, e sem cruzes invertidas (se bem que a qualidade de peitorais também foi considerável), concertos melhores. Pena em não ter visto vicious five em condições. Muita gente conheceu pela primeira vez os if lucy fell e isso é bonito. Outros detestaram, sobretudo o povo que estava à espera de deftones, já que eu ouvi comentários idiotas sobre eles, vindos de povo que ali estava à espera do chino.
Ah sim: já colocavam mais iluminação no recinto. Depois um gajo não encontra o povo com quem está. Os acessos também já eram melhores, que estar praticamente uma hora na fila, só para sair do parque é péssimo. O preço das coisas é uma bela roubalheira e motiva a que se traga marmita de casa, mas levar mala e andar com ela umas 7/8 horas é chato pra caraças. A bófia também já cagava na bebedeira do povo, e não fazia operações-stop às 4 e tal da manhã, motivando uma fila de mais de meia hora. enfim, como sou um anjo não acusou nada.
De qualquer forma, e aparte destes pormenores, as coisas correram bem. ah sim, o segundo dia teve mais à pinha que o primeiro. Normal: Tool leva muita gente, e houve povo que só foi para ver placebo. De resto, bons concertos, boas babes, bom ambiente, tudo num festival que continua a crescer dentro deste novo formato, e que promete evoluir ainda mais. e continuem com a óptima selecção de bandas do palco nacional.
PS: desejos para 2007:
vindas de nine inch nails, porcupine tree, pelican, underoath, dead poetic, cult of luna, pennywise(quero rambóia), hell is for heroes e brigade ao palco principal.
os aside, easyway,more than a thousand, mollycodled, the ladder,ho-chi-minh, hills have eyes,chemical wire, blind charge entre outras, já iam/voltavam ao palco tuga, e até podiam ir ao palco principal.
mais sexo feminino que é sempre bem vindo(sobretudo se quiser comunicar com um feioso como eu)
melhor gestão de parqueamento
mas sobretudo que as coisas continuem a evoluir. Sempre.
Bom act 2 a quem for. Por milagre pode ser que ainda lá meta as patas no primeiro dia.
Fiquem bem, e leiam isto tudo por mais mau que possa ser.
DIA 25 (PALCO SUPER BOCK SUPER ROCK)
Ora o dia começa com o belo do suicídio em ir rapar calor às 3 e meia da tarde para as portas do festival. O povo de quem eu ia fazer de vela já lá estava, uma rapariga com uma cruz invertida no braço, feita a x-acto rasco, com um ar buéda evil (mas com uns bons enchumaços peitorais...mesmo de muito boa qualidade) igualmente. Ah e as pitas tanto pseudo-gós, como de ar de quem andou a ouvir linkin park misturado com shakira de manhãzinha, para irem ouvir whitin temptation à noite, também... Mais o povo que já ouve a voz da bela da sharona há que tempos. A tarde começou portanto com um loop de meia hora de antena 3(ouvido pelo menos umas boas 3 vezes...entre "forever in a day" dos easyway, passando por "black rose" dos icon and the black roses, ou por "amerika" dos rammstein). Entretanto a bela da senhora da galp ainda me convenceu a aderir ao cartão fast, e uma pita ainda me perguntou que merda era aquela que eu tava a cantar aos berros: era o "forever in a day" dos easyway.
Portanto estão as pitas todas à frente e...começa ramp. Com o óbvio moshpit e crowdsurfing era ver as pitas todas com um ar muito espantado, sem perceberem que coisa era aquela. Convenhamos: miúdas com 14/15 anos a verem gajos a voar e a aterrarem em cima da cabeça delas, quando o mais radical que tinham visto em concerto deve ter sido o umbigo da shakira, deve ser algo de normal espanto.
No caso dos ramp, o que se pode dizer é que rui duarte e sus muchachos não precisam de provar nada a ninguém e o seu rock mais pesado ganhou ali uma boa expressão. Ainda sem novo álbum editado, a banda fez-se valer pelos seus temas antigos, e também pelo seu último ep que, salvo erro, tem aquela bela versão apunkalhada do antónio variações que fechou o concerto. Não tendo sido a melhor actuação do mundo, a verdade é que ninguém pode apontar um dedo ao ramp, no que diz respeito à falta de profissionalismo e dedicação. Porque isso esteve sempre lá.
ramp- foto tirada na edição do ano passado do super bock super bock....salvo qualquer erro idiota deste vosso escriba
Depois foi a vez dos moonspell, a banda nacional com maior currículo fora de portas. Se os ramp não precisavam de mostrar nada a ninguém, a banda da brândoa muito menos... e mesmo assim fernando ribeiro sempre se mostrou muito receptivo a um público que também estava ali por eles. Em plena promoção do mais recente filhote (expressão de cocó quando se fala de música), "memorial", os moonspell tanto cobriram a facção mais old-school (tocando "alma-mater" por exemplo) como tocaram temas do seu mais recente álbum, e ainda foram a "the antidote", e conseguiram fazer tudo isto sempre agarrando um público já conquistado à partida. Não foi um concerto absolutamente memorável, até porque eles fartam-se de andar na estrada, mas foi um dos melhores do dia 25 e que originou uma comunhão perfeita entre público e banda.
moonspell
Mas comunhão maior ainda foi em soulfly. Max cavalera parecia que tinha pilhas duracell, conseguiu exceder-se e transformar a actuação da banda que se auto-intitula como "world metal", numa festa e numa partilha tanto sonora, como também de sentidos. Eu, que nem gosto particularmente do tipo de som praticado por esta extensão do talento de max, não nego que foi um concerto altamente enérgico, vibrante e contagiante. Melhor concerto de dia 25, e um dos melhores momentos pautou-se por ser a (costumeira) interpretação de "roots" dos sepultura, onde antigamente max era o génio criativo.
soulfy...ou a mega-fronha do cavalera a preto e branco
Sharona, eu adoro-te cacete. Ès um belo dum avião, e aquele teu vestido preto que conseguia realçar as tuas curvas, assentava-te na perfeição. Depois a tua voz, embora irritante por vezes, preenche alguams das fantasias de qualquer comum mortal... Mas também que raio é que isso interessa? Apetecia-me era ter bebés contigo, porque é bonito, e porque é mais bonito e dá um ar mais paternal e responsável dizer, "ah e tal eu quero fazer bebés", do que "ah e tal fo***-te toda".
De resto... Bem, pelo menos andas cá há mais anos que a gaja dos evanescência,aquilo que tu cantas tem muito mais solidez e coerência, e os gajos que te acompanham são mesmo músicos que se dedicam ao teu belo projecto. Se bem que há um que se dedica mais que os outros. enfim rivais...depois aquelas luzes todas, a bela da estátua e tal e tal estavam bem, e enquanto espectáculo tu aguentaste-te bem à bronca. Se bem que, a páginas tantas, fartei-me de estar ouvir alguma repetitivade daquilo que saia da tua formosa boca(vulgo " a tua voz adequada à música ali tocada) e já estava com alguma pressa que acabasses o teu recital. Desculpa lá, mas não foi desta que musicalmente me cativaste. Fica para a próxima, se bnem que um encontro contigo num quarto de uma qualquer pensão rasca, era bem capaz de mudar a minha opinião acerca dos teu temas. Dava para isso? Dizia-te um sonoro obrigado, essa palavra para ti tão espanhola.(ora e por falar em espanhol...caga nisso não é (n)ada).
within temptation...ou a bela da sharon como estava vestida anteontem
Passada a ordinarice, com algumas palavras decentes, vindas de um gajo sem a ponta de humor inteligente e imprevisível, vieram os korn...passar férias, embora desta vez tenham trazido os seus animaizinhos de estimação(que ocuparam alguns postos em diversos instrumentos) . Foi um bocado essa a noção que ficou da banda, cujo vocalista é um futuro realizador de filmes porno. Enfim, os korn lá tocaram as coisas do costume: um belo dum "a.d.i.d.a.s",a "got the life", um grande "freak on a leash", a "falling away from me", a "here to stay"(dou "untouchables provavelmente o melhor disco deles) ou a "twisted transistor" do novo disco. Ainda acabaram com o clássico "blind" e pronto. Foi esta a conclusão a que se chegou. Ok, eu nem por isso gosto de korn...mas o davis podia esforçar-se um bocadinho e tentar comunicar mais com o público, que não fosse só quando faltavam uns dois temas para o fim do concerto não era? enfim pilotos automáticos. Vão lá mas é gramar com o belo do sol do estoril pá.
korn...foto de um concerto num qualquer resort caribenho.ou não.
PALCO QUINTA DOS PORTUGUESES-WORTEN
Parece-me que uma das melhores apostas do super bock super rock, tem sido a qualidade das bandas que costumam meter a fronha por lá. No ano passado tivemos more than a thousand, easyway(ok não são a melhor coisa do mundo mas eu gosto), blacksunrise, the temple,ou tara perdida, entre algumas bandas que passaram este ano para o palco principal, como ramp e primitive reason, este ano a ideia foi a mesma. Ou seja bandas mui promissoras como devil in me, cinemuerte, twenty inch burial, if lucy fell, vicious 5 e ainda linda martini para daqui a duas semanas, confirmam esta tendência. No primeiro dia estiveram presentes os promissores"sick of it all tugas"(sou eu a escrever à parva) devil in me, os grandes twenty inch burial, os mais popeiros cinemuerte, e o industrial com voz à luxúria canibal dos bizarra locomotiva.
Comecemos pelos devil in me...estava no meio do povo no palco principal e não consegui ver em condições o hardcore que remete para laivos punk, da banda. De qualquer forma pelo que se conseguiu ouvir e ver, a energia esteve sempre lá: bem como as palavras de ordem ao público que se entusiasmava largamente com os temas que ali iam sendo expostos. Ainda conseguiram tocar aquele que , para mim é o seu melhor tema ("we stand alone") e a festa ficou feita.
devil in me
Quanto aos twenty inch burial....xi, acho que já devo ter esgotado a reserva de elogios. Que gosto muito do metal core mais cru e simples da banda é um facto. Que, dentro desse mesmo metalcore os twenty inch já fazem o seu som sem copiarem ninguém também é verdade. Que têm grandes canções, com refrões cola-cola tamanho xl é verdade verdadeira. Que eles são bons ao vivo, tenho ideia também de já ter dito...Só me faltava a prova real de que os novos temas (e aqui foram tocados apenas "you know so much about nothing at all", e "mayhem with no bullets") funcionam na perfeição ao vivo. Isso já tinha sido testado mais vezes, mas aqui fica a plena concretização disso. De resto...enérgico, potente, dedicado, e muito mas muito sério. Fica aqui um retrato de uma das melhores bandas nacionais neste momento. Seja de que género for. Por isso ouçam-na tábem?
Já agora, eles agradeceram ao antónio freitas...se foi ele que conseguiu colocá-los naquele palco, eu agradeço-lhe também. Ah ganda freitas! (e tal)
twenty inch burial
Depois vieram os cinemuerte onde eu aproveitei para ir comer. O que em parte foi pena, porque os cinemuerte misturam pop e rock de uma maneira muito interessante, e até original. Assim é por exemplo "stuck in a moment" o único tema que conheço a sério,e também os outros por aquilo que ouvi. Pareceu-me um bom concerto...mas lá está a fome aperta e assola toda a gente.
cinemuerte-foto de dora carvalhas
No final apareceram os bizarra locomotiva. Bizarros toda a gente sabe que eles são, até porque aquela gloriosa mistura entre o industrial de uns nine inch nails, misturado com uma voz agonizante à la adolfo luxúria canibal, não costuma ser ponto assente em lado nenhum do mundo. depois porque a própria performance da banda foi , a todos os níveis irrepreensível, sobretudo pela forma totalmente apaixonada em como executam os seus temas (como em "caio" que o vocalista caíu precisamenrte no fim do tema) e pela qualidade dos mesmos. Já têm uns aninhos, já tiveram como membro integrante o quase-guru armando teixeira, e não são propriamente uns desconhecidos. Com um concerto destes, e temas destes, merecem ser mais famosos que quaisquer estrelitas vindas de uma novela com gajas boas...e terem reconhecimento por causa disso.
bizarra locomotiva
DIA 26
O dia que tinha "rock" estatelado na testa. e vá que aqui, tirando placebo que para mim não é rock mas isto sou eu, está tudo condizente com os termos. Deftones e tool são rock, primitive reason também é só juntar as insígnias tribais e pronto, alice in chains é óbvio. depois o palco portuga tinha dois nomes fortíssimos: if lucy fell e vicious five. Havia também o stoner rock dos dapunksportif e os x-wife, para mim claramente deslocados do cartaz, mas enfim não são aquilo que eu chamo "uma banda vinda co esterco". Eu tive uns 45 minutos à espera de uma amiga minha para ela meter a pasta no carro. ah e ainda tive direito a dois preservativos de graça, mas tiveram que ir co cacete porque quando se chegou ao carro depois do festival, estava todo partido por isso foi mandar tudo a eito para o chão. Bah, também não os ia usar já que sou um gordo, balofo,mal cheiroso, e ninguém me curte.
Bem, comecemos pelo palco principal:
PALCO SUPER BOCK SUPER ROCK
Ainda a tarde estava no auge, e muita gente entrava, já os primitive reason andavam a fazer das suas no palco principal. já os tinha visto uma vez ao vivo, há uns anos na festa do avante(na ocasião, por alturas do "the firescroll"), no entanto pareceu-me que a banda estava um bocado mais murcha desta vez. Menos convicção a destilar os temas, comunicação um pouco mais deficiente para um público que claramente não estava lá por eles... não foi péssimo, nem sequer mau. Foi indiferente.
primitive reason..foto de um qualquer concerto que não o de ontem
Agora vinha aí o momento nostalgia... Os alice in chains, antigo ponto de referência do grunge, apareciam por aí com um(infelizmente óbvio) novo vocalista, que nem era o phil anselmo (ex-pantera, agora superjoint ritual), nem o cantrell versão dupla. Era sim um desconhecido, de nome William duVall. Não conhecem? Pois. Mas é verdade que o homem se aguentou bem à bronca
Como foi o concerto dos alice? Para muitos o melhor do dia, sobretudo pelo factor emocional: lai lai lai, ouvir aqueles temas de há 10 anos atrás quando se era glorioso adolescente e se acreditava num mundo buéde bonito com flores, amor a rodos e também paz, e pombas brancas e tal e tal. Os alice in chains simbolizaram essa referência adolescente de muitos presentes: e com um vocalista extremamente dinâmico e comunicativo dinamizaram na perfeição o concerto. Talvez os possa acusar de me parecerem demasiado repetitivos a páginas tantas...e de nada mais fazerem que destilar os seus velhos êxitos. Mas hey, eles não têm grande material novo, o concerto tinha precisamente a função de fazer recordar a todos as boas músicas que a banda tem, e isso ficou perfeitamente explícito no concerto. Era o grande objectivo, foi cumprido. Pronto. Ainda de realce foi o fim do concerto, quando a banda recebe dos fãs uma faixa dizendo "Alice in chains born again" e a exibe com orgulho. Aí confesso que foi dos melhores momentos deste segundo dia de festival.
Alice in chains
A seguir, era suposto ter sido um dos melhores concertos do festival. Digo, era suposto, tanto porque era o que toda a gente estava à espera, como porque não o foi. Explico: não é que tenha sido um mau concerto. Os hinos estavam lá (para mim só faltou a "bored" e o meu tema preferido dos deftones "one weak"), o público estava em constante rebuliço, tanto era assim que comecei o concerto numa ponta e passado pouco tempo já estava no meio, houve alguns momentos altos(como o chino a pegar na bandeira nacional, e a ir para o meio do público como também costuma ser hábito), no entanto faltou o resto. E quando falo do resto, refiro-me à empatia da banda com quem lá estava para a ver. aí os deftones falharam um pouco. Disseram meia dúzia de palavras, tentavam puxar pelo público de vez em quando, mas não existiu uma "alma" por parte da banda. Não estavam ali a fazer frete, mas também não estavam com o gozo puro de quem toca para os fãs. algum cansaço? Talvez. Bem, pelo menos tocaram a "korea" o meu segundo tema favorito da banda. E logo a começar.
deftones
Ok, apareceram os placebo. sim, não são nada o meu género. sim, o concerto não passou do mediano. ainda por cima vieram tocar sobretudo temas do novo disco "meds", o que não cativava grande coisa. De qualquer forma, adoptaram uma boa atitude para quem estava ali só por eles, e souberam cativar todos os ouvintes. Menos eu, que estive sentado o tempo quase todo, excepção a feita a quando tiveram a (brilhante!) ideia de acabar o concerto com "nancy boy" o único tema que aturo com prazer. sim gosto do "nancy boy" porra, pronto já disse. De qualquer forma acredito que, mesmo para os seus fãs, aquele concerto não tenha passado do mediano. foram comunicativos qb, mas não existia ali a chama de quem vem para fazer algo grande. Cativaram sim:mas não deixaram ninguém em êxtase. E talvez padeçam do mesmo problema dos korn...demasiadas visitas ao nosso país. Mas enfim, se porcupine tree, nine inch nails, pelican, ou hell is for heroes viessem todos os meses a Portugal, eu não me importava nada.
placebo
Depois..bem depois veio aquele que foi o melhor concerto do act 1. Os tool apareceram no primeiro concerto da tour europeia de 10.000 days, e a modos que se este primeiro concerto podia ser considerado uma espécie de teste, a verdade é que a banda de maynard james keenan passou com um 20 + um batalhão de lindas virgens para desflorar. Realmente falar do concerto de tool é falar de toda a conceptualidade a ele inerente: é mencionar os quatro ecrãs que a banda colocou em palco, cujas imagens eram depois transmitidas nos dois ecrãs gigantes que estavam colados aos dois lados do palco; é falar das longas e qase épicas experimentações sonoras dos tool, sempre no contexto rockeiro, e num panorama elevadíssimo de brilhantismo.
Sobtretudo porque aquele concerto não foi apenas e só um concerto:mas sim uma experiência auditiva intensa e diluída com imagens em movimento que davam um cariz conceptual a cada tema. No fundo, foi como que os tool nem ali estivessem, e pudessem falar apenas com videoclips condizentes para cada tema, sem que isso reunisse uma razão de queixa. Eles encararam o concerto como se fossem apenas o veículo transmissor da sua própria sonoridade, e conceptualidade a ela inerente...e isso clareamente vingou.
Aliás, porque as palavras de maynard resumiram-se basicamente a falar dos 40 anos do baixista dos alice in chains(que eu de uma forma bem idiota pensava que poderia estar porventura a falar do filho dele que fazia 4 anos...), de resto foi precisamente o "falar pelas imagens" à medida que tanto temas do novo disco(como vicarious), como canções de "aenima", "undertow" ou "lateralus", eram tocados. Experiência auditiva? Mais que isso. Experiência sensorial, emocional, sentimental, visual, seja o que for. O concerto de tool foi um regalo para os sentidos, e talvez tenha sido mesmo o concerto do ano. Perderam-no? Losers...
tool- foto do maynard no seilaonde
PALCO QUINTA DOS PORTUGUESES- WORTEN
E é o que falta não é? Pois...dapunksportif, if lucy fell, x-wife, e vicious five ocuparam este palco dito "secundário", onde algumas das promessas nacionais foram passando como que num simples desfile, já que tocar apenas 20 minutos não é grande coisa. Bandeira disso fizeram inclusivamente os if lucy fell, que fizeram questão de lembrar as bandas que iriam ocupar aquele palco depois deles. Curiosamente nesta altura eu já estava um pouco mais longe do palco, porque queria ver deftones em condições mínimas...
Bom, depois dos primitive reason, tocaram os dapunksportif. antes de mais digo já que não engraço com o nome deles. Este trocadilho manhoso com o galo buéda desportivo e o caraças, não rocka muito o meu mundo. O som da banda é basicamente stoner rock, com claras influências de uns kyuss, ou zz top que é para não me limitar à antiga banda do josh homme. Também pelo seu som, seria minimamente garantido que o concerto nunca poderia ser um desastre. E não foi. perante um público que não os conhecia, eles lá se arranjaram minimamente e não envergonharam ninguém. Mas enfim, também é verdade que eu não vi muito do concerto deles, até porque estava mais à espera de ouvir alice in chains... mas daquilo que me apercebi, sempre posso dizer que tudo funcionou bem, e que a banda de peniche pode-se perfeitamente orgulhar de ter proporcionado um bom bocado aos presentes.
dapunksportif- outra foto num qualquer sítio recôndito(que até pode ser conhecido comámerda)
De queluz para o mundo...neste caso para o parque do tejo. Os if lucy fell foram os senhores que se seguiram e, mal começaram o concerto, conseguiram que a plateia entrasse em rebuliço, com o mosh do costume, mais o crowdsurfing de sempre. Nem foram precisos cinco segundos: primeiros riffs e catrapumba cá vai disto. De qualquer forma isso só demonstra a tremenda energia que a banda, que tem o chinês/japonês/macaense/português(que eu não sei) makoto como vocalista, possui. Entre demonstrações do seu excelente disco de estreia (que se chama "you make me nervous"..é a comprar se faz favor), com temas como "what if she fell", "escapist", ou "10x10 minute drive", o discurso até um pouco cáustico, mas realista e coerente de makoto, e os seus trejeitos em palco, a banda demonstrou ter uma excelente performance, condizente também com o seu som. Se gostam de blood brothers, botch, ou mesmo converge comprem...Se não, vão ao site daquela gente, que está aqui e pronto. È só ouvirem e mandarem bitaites. Porque ficar indiferente? Impossível. E faz mal à circulação.
if lucy fell-outra tirada num sítio qualquer onde o vocals quis fazer a espargata
Os x-wife foram uma escolha extremamente acertada, precisamente por actuarem antes dos placebo. Mas só mesmo por isso, já que de resto a banda de dj kitten estava aqui tão integrada, como eu estou num concurso de beleza masculina. Enfim, confesso que não posso adiantar grande coisa: tinha ido enfardar o raio de um hamburger de plástico por dois aéreos e meio, e isso ocupou o meu tempo durante os x-wife. Por isso lamento mas neste caso o melhor é ficar mesmo em blackout. De qualquer forma, como não ouvi assobios nem apupos, não deve ter sido desastroso.
x-wife
O concerto dos vicious five foi talvez o concerto mais ingrato a que assisti em toda a minha vida: isto porque o vi pelos ecrãs que estavam no palco principal. e porquê? Bem porque, à pala de ir ver if lucy fell e depois deftones, perdi-me do povo com quem fui, e para os encontrar foi o real sarilho...ainda por cima tava quase sem guita no móvel. conclusão fiquei um bocado no trauma, e depois há sempre aquela coisa do "ah e tal os gajos tocam na zdb dia sim dia sim". foi precisamente por isso que vi o concerto perto da tenda da bugani, que ficava a meio do espaço do festival, mas do lado do palco principal... Onde toda a gente se estava não literalmente a cagar para eles. O povo com quem fui permanecia sentado e deitado, e o resto das pessoas ou estavam no mesmo, ou passeavam por ali como quem não quer a coisa.
Por isso era eu aos pulos a ouvir o som dos lisboetas via ecrã gigante, e o resto do povo indiferente. Posto isso o que apetecia era obrigar toda a gente a virar a cara, nem que seja só para verem a ramboia que não ia no palco principal.
como disse na antevisão que aqui postei do festival, o mais provável era que os vicious five tivessem a atitude do "se é para a desgraça é para adesgraça": e isso só poderia resultar num concerto memorável. E foi isso precisamente que aconteceu. Os vicious five conseguem ser ainda melhor ao vivo que em disco, com uma postura irrepreensível, um discurso meio arrogante ( "nós somos os vicious five, e o que é que agora vocês vão fazer à vossa vida uma vez que ela mudou?") que teve imensa graça e só aumentou essa festa.
Depois existem os temas que partem sempre a loiça toda, como são "guillotine", "bad mirror", "suicide club" ou "fallacies and fellatio". Ah e ainda houve tempo para uma cover de "fight for your right" dos beastie boys. a minha vida mudou? claro. E a de quem viu este concerto, seja pelo ecrã, seja a olhá-los directamente também. Agora é vê-los mais nitidamente porque eles merecem. melhor concerto do palco nacional e, a par de tool, melhor concerto do 1º acto do festival.
vicious five numa qualquer gig engraçadota com luzes e tal
Bem agora está na hora do resumo: algumas pitas e mulheres feitas de boa qualidade no primeiro dia, outras nem por isso. Melhores concertos no segundo dia que no primeiro, mas também é capaz de ser à pala do meu gosto musical. Korn manhoso, deftones médio, tool excelente, vicious five a loucura.
No segundo dia povo mais velho, e sem cruzes invertidas (se bem que a qualidade de peitorais também foi considerável), concertos melhores. Pena em não ter visto vicious five em condições. Muita gente conheceu pela primeira vez os if lucy fell e isso é bonito. Outros detestaram, sobretudo o povo que estava à espera de deftones, já que eu ouvi comentários idiotas sobre eles, vindos de povo que ali estava à espera do chino.
Ah sim: já colocavam mais iluminação no recinto. Depois um gajo não encontra o povo com quem está. Os acessos também já eram melhores, que estar praticamente uma hora na fila, só para sair do parque é péssimo. O preço das coisas é uma bela roubalheira e motiva a que se traga marmita de casa, mas levar mala e andar com ela umas 7/8 horas é chato pra caraças. A bófia também já cagava na bebedeira do povo, e não fazia operações-stop às 4 e tal da manhã, motivando uma fila de mais de meia hora. enfim, como sou um anjo não acusou nada.
De qualquer forma, e aparte destes pormenores, as coisas correram bem. ah sim, o segundo dia teve mais à pinha que o primeiro. Normal: Tool leva muita gente, e houve povo que só foi para ver placebo. De resto, bons concertos, boas babes, bom ambiente, tudo num festival que continua a crescer dentro deste novo formato, e que promete evoluir ainda mais. e continuem com a óptima selecção de bandas do palco nacional.
PS: desejos para 2007:
vindas de nine inch nails, porcupine tree, pelican, underoath, dead poetic, cult of luna, pennywise(quero rambóia), hell is for heroes e brigade ao palco principal.
os aside, easyway,more than a thousand, mollycodled, the ladder,ho-chi-minh, hills have eyes,chemical wire, blind charge entre outras, já iam/voltavam ao palco tuga, e até podiam ir ao palco principal.
mais sexo feminino que é sempre bem vindo(sobretudo se quiser comunicar com um feioso como eu)
melhor gestão de parqueamento
mas sobretudo que as coisas continuem a evoluir. Sempre.
Bom act 2 a quem for. Por milagre pode ser que ainda lá meta as patas no primeiro dia.
Fiquem bem, e leiam isto tudo por mais mau que possa ser.
5 Comments:
peço dsk pelo atraso..sou uma pessoa ocupada..45min?!..n é axim tanto tempo!
kem já cá n metia as patas há seculos era eu...e dou-te razão, está muito melhor.
mas podias n ter exagerado, este post era gigante, bolas!
pronto falando do que eu vi e ouvi (sem ser o que ouvi lá muito ao longe e no meio da minha podridão...), tenho de concordar. alice in chains, sim mais ou menos. deftones, esperava muito mas muito melhor, enfim acho que lhes faltou a alma como disseste.
depois placebo, eu que gosto ao contrario de ti, e por incrivel que pareça ainda n os tinha visto ao vivo, não achei nada por aí além, pelos vistos n sou a unica.
depois tool...de facto talvez seja o melhor concerto que vi até hoje, n vi muitos mas já vi alguns!, boa música, excelentes imagens, um poder brutal e um espectaculo digno de ser visto e vivido. um maynard a mexer-se de uma forma estranha no palco e um publico delirante (eu estaria mais delirante n fosse estar já sem vz nessa altura, cheia de dores de costas e mortinha mortinha pela minha cama).
e pronto aliado a isso ainda tive o prazer da companhia da cat (como já vai sendo habito) e a tua...sim pk ainda n tinha visto nenhum concerto contigo n é? já era tempo!
quando é k me levas a ver essas bandas eskisitas k nem sei o nome?
bj*
Já reparaste que nenhuma das bandas de que tu pediste para 2007 são bem conhecidas? Tu devias mas é por nomes fortes como os HIM, System of a down, DISTURBED, Evanescensce nomes porreiros n bandas sem nome
meu, eu pus aquilo que queria que viesse. E bandas sem nome? Quantos anos têm NIN e porcupine tree? O primeiro disco de NIN é de 91, o de porcupine praí de 92... Mesmo pennywise é mais ou menos a mesma coisa.têm nome sim. então NIN mais depressa esgotava um pav-atlântico que qualquer nome que aí colocaste. Por isso é que agora em fevereiro têm 3 datas seguidas no coliseu de Lisboa.
E depois eu não gosto de nenhuma das bandas que aí colocaste. Se não gosto, não era muito lógico que as fosse colocar enquanto preferências para aparecerem em 2007 pois não?
Fica bem, abraço e aparece cá mais vezes :)
Parece que estou a comentar um bocadinho tarde ...
Apesar de ser um post grande, gostei das criticas em especial ... "pitas tanto pseudo-gós, como de ar de quem andou a ouvir linkin park misturado com shakira de manhãzinha, para irem ouvir whitin temptation à noite" ... é de certa forma engraçado.
Good Work, stranger.
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