Opeth+Amplifier @ Club lua-9/12/06
opeth
As fotos são todas de Manuel Lino, retiradas de musica.iol.pt
Muito bem, os opeth voltaram. Depois de algum tempo sem aparecer no nosso país, a banda sueca decidiu-se em vir finalmente apresentar o seu último álbum, "Ghost reveries", num club lua absolutamente apinhado de gente(o concerto era para ser no garage e foi transferido para a sala do jardim do tabaco, de modo a posibilitar a venda de mais 150 bilhetes- louve-se a idiotice de só se ter tido essa ideia praí na véspera do concerto- sim ainda fui bater com a fronha à porta do garage). E aqui a palavra "apinhado de gente", adquire um significado ainda maior quando pessoas tipo eu só conseguiam ver a cara do akerfeldt e companhia assim quando nos punhamos em bicos de pés. Giro.
Bem, parando com as reclamações e falando com sinceridade, os Opeth não são propriamente a minha banda favorita. Aliás, antes do concerto dos suecos eu só tinha posto os ouvidos nos dois últimos discos da banda: "Damnation" e o tal "ghost reveries", que fez parte do meu top 10 de discos no ano passado. No entanto tinha e tenho a plena consciência da intensidade de toda a sua música. Que passa por um metal progressivo, com algumas derivações ambientais e que basicamente desagua em...bem, em opeth. Com mais de 10 anos de carreira, a banda sueca já tem uma personalidade mais que firmada, e dispensa qualquer tipo de rotulação.
Amplifier
Já os Amplifier...nem por isso. Completamente desconhecidos no nosso país, a banda inglesa vinha apresentar "Insider", disco que foi lançado há coisa de dois meses. E o que se pode dizer deles? Bem, têm um som interessante, embora demasiado envolvido com uma sonoridade mais hard rock(sim, isto é verdade), de uns led zeppelin por exemplo. Havia também alguns laivos de progressivo, e talvez fosse pela mistura entre os dois géneros que os opeth lá os convidaram. O problema destes amplifier, é que precisam de crescer. Caso contrário sujeitam-se a tocar quase sempre a mesma música(as guitarras então soavam iguais em todos os temas). Foi por isso um concerto algo monótono, que não serviu para mais nada senão para aquecer o público...e para fazer aumentar a ansiedade em ouvir os suecos. Os amplifier parecem-me..pobres. Não dava para ter sido uma banda nacional a abrir? Ou que tal(sonhando mais alto que aquele edifício grande como tudo na malásia) terem trazido assim os..vá, porcupine tree? Ok não sonho mais.
Agora sim, lá saíram os rockeiros armados em progressivo aka meio enfadonhos amplifier, lá apareceu a banda sueca. Finalmente os opeth voltavam ao nosso bonito cantinho com mar e tal.
Opeth
E a banda sueca não se fez de rogada. Repetindo a set-list do concerto em Manchester(e acredito que também em mais), os opeth demonstraram aquilo que já sabíamos deles: que são únicos. "Ghost of perdition", tema retirado do último álbum de originais do grupo, deu o mote para logo a plateia o começar a cantar em uníssono. Estava a começar uma noite de celebração, que só acabaria em encore com "Deliverance", tema que deu o nome a um dos álbuns do quarteto. Akerfeldt mostrava-se satisfeito a elogiar as "big titties" das senhoras tugas, o público pedia solos em barda e cá vai disto. Cá estavam os Opeth a debitar brilhantemente os seus contornos progressivos, envoltos em algumas guitarras e vocalizações que não deviam muito ao death metal.
No entanto, não é só isto que a banda tem para oferecer...e um tema genial como "Bleak" é sinónimo disso.Com a participação do gigantone Steven Wilson(tá claro que não estava lá pois), esta canção dá uma dimensão quase épica aos Opeth, face à absoluta intensidade tanto instrumental como vocal que tem. A verdade é que, tanto "Bleak", como "Blackwater park", ou a mais emocional e melódica "Windowpane", conseguiram transportar toda a sua energia e intensidade em disco, para cima de um palco. Aliás não foram só estas três, simplesmente apeteceu-me dar exemplos.
Quanto a mim...bem, como não conhecia em termos a banda, fiquei sempre na dúvida se os opeth fariam um concerto mais pretensioso e digamos "sério", para lhe imprimir um maior grau de intensidade(parece-me que essa intensidade é mais fácil de atingir quando a banda está mais longe de nós), ou se simplesmente eram uns tipos porreiros a bandar bocas. A segunda hipótese prevaleceu. No entanto os opeth também não deixaram que o concerto caísse na monotonia: eles são do género "ah e tal agora estamos no intervalo de um tema, siga beber jolas e atrofiar com o povo que anda aqui", para logo depois começarem a tocar outro tema qualquer com absoluta mestria e profissionalismo. Gente que consegue separar tudo desta forma merece muitos anos de vida.
A verdade é esta: o concerto dos Opeth foi bom. Muito bom. Não foi excepcional nem genial, mas as canções funcionaram todas impecavelmente em palco, conseguindo ser tão intensas como em disco, e ainda por cima os tipos são uns fixes. E quando um concerto é partilhado entre público e banda, estamos ou não perante um factor que o eleva a nível qualitativo?
Agora que voltem depressa.
1 Comments:
Devia ter ido...
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