Saturday, July 07, 2007

MORE THAN A THOUSAND

CHEGAM DE LONGE, VÊM DE PERTO



Finalmente, parece ser caso para dizer. Depois de uns 3 meses com problemas em conseguir publicar esta entrevista, eis que ela chega sobre o (bonito) signo do verão. E para um comeback do blog à viva força de alguns tempos atrás, nada melhor que a entrevista com os more than a thousand, horas antes da sua entrada em palco, para o óptimo concerto no paradise garage, no dia 7 de abril(!). Tudo a ser conferido pelas palavras de Vasco e Sérgio, os entrevistados da ocasião:


Desde que editaram o "vol 2: the hollow" o que é que têm andado a fazer?

VASCO - Basicamente, temos andado na garagem, já a escrever um novo álbum. E temos estado também a tentar arranjar editoras para ver se conseguimos lançar o disco lá para fora da forma mais eficiente possível.

E já têm uma ideia relativo de quando é que esse novo disco poderá ganhar uma forma mais consistente?

SÉRGIO - A ganhar forma é como quem diz.. a ganhar forma está a ganhá-la agora, para sair é que ainda não fazemos ideia.

VASCO - Nós também ainda queremos tocar o "hollow" durante algum tempo. Se for possível até ao fim deste ano talvez. Depois sim, a partir daí veremos e o mais provável é avançarmos com o novo álbum, e começar-mos a divulgar aquilo que estamos a escrever agora.


Como foi a aceitação do "vol 2: the hollow", tanto por parte do público como dos media?


VASCO - Bem, primeiro que nada acho que o "the hollow" não é um álbum fácil. Toda a gente estava à espera de algo bem diferente, e nós acabámos por fazer uma coisa mais...calma do que o esperado, parece-me. Isto porque foi o que sentimos na altura, não fizemos um álbum para agradar a absolutamente ninguém, ao contrário do que sucedeu por vezes no passado. A música tem de ser uma cena honesta, não é para andarmos aqui a mentir em relação ao que queremos fazer.

E os media, de que forma foi a reacção da comunicação social?

VASCO - Foi muito boa, nao estávamos à espera de uma reacção desta. Só recebemos boas críticas, o que não deixou de nos surpreender um bocado. Estávamos meio à espera de uma reacção mais dividida em relação ao "the hollow".

Bem, a próxima pergunta vem um bocado na onda daquilo que acabaste de dizer... Eu conheço bastante gente, que sentiu que vocês mudaram bastante no "the hollow". Eu próprio também senti essa diferença, sobretudo a princípio. Têm alguma coisa a dizer em relação a essas pessoas?

SÉRGIO - Epá isso é apenas e só a música. Fizemos aquilo porque sentimos que era o que queríamos fazer. Depois a opinião das pessoas...

Que se lixe...

SÉRGIO - Bem, haa um bocadinho assim talvez. Nós fazemos a música para nós, e quem gosta óptimo pronto.

VASCO - Acho que os verdadeiros fãs gostam sempre.



O que eu notei muito no novo álbum, uma certa vontade vossa em fugir aos rótulos de emo/screamo etc. Sentem um bocado isso também, ou nem por isso?


SÉRGIO - Não, porque nós nunca tivemos nesse espectro. As pessoas podiam pensar que o éramos, mas não concordo com isso.

VASCO - Talvez no "those in glass houses shouldn't throw stones", houvesse alguma relação. Não nas letras, que é onde o estilo está mais explícito, porque elas falavam sobretudo em como nos aguentar no mundo da música, mas talvez no som. O "trailers..." já está longe disso tudo. Ele é uma mistura de... sei lá tanta coisa. Nem pensávamos muito nisso.

SÉRGIO - Mesmo à cowboy como se costuma dizer.

Bem, eu do "trailers..." por acaso gosto muito.

SÉRGIO - Nós também, mas lá está crescemos como músicos.

Esta pergunta pode ser um tudo nada mais polémica... existiu alguma razão para que não tenha sido o ricardo espinha a produzir o "the hollow"?

VASCO - Nós chegámos a gravar um álbum completo com ele, que era suposto ser o "the hollow". Gravámos durante um mês, fizemos 13 músicas mais pesadas, mais pesadas mesmo que o "trailers...". Só que depois quando chegámos ao fim, olhámos para o que tínhamos feito, e simplesmente dissemos "não queremos nem uma delas". Acabámos por mandar para o lixo os 13 temas. O espinha também não ficou contente com o trabalho dele, então optámos por gravar outras e optámos por outro produtor.

E esses temas iam mais na onda do "This city is a graveyard", e do "Walking on the devil's trail?".

VASCO - Mais na onda do "walking...", do que do "this city...". Há depois uma música neste disco, a "Have You Ever Dreamed You Are Falling?"(nota: faixa 12 de vol 2: the hollow"), que tem um tom de baixo um bocado mais esquisito... Aquele disco que gravámos e mandámos para o lixo, era todo uma mistura do "walking" com coisas esquisitas um bocado mais calmas, e foi com isso que nos apercebemos que não era aquilo que queríamos fazer, o que nos permitiu partir para outra.

Neste novo disco têm algum tema favorito, que vos tenha dado especial orgulho a fazer, que agora olhem para ele com algum tipo de reverência?

SÉRGIO - Pura e simplesmente todas... Quando começámos a escrever o disco, estávamos a um mês de ir para a Suécia gravar, e tínhamos quatro ou cinco ideias, e apenas 3 temas já mais ou menos definidos. Houve temas que escrevemos lá enquanto estávamos a gravar baterias. A "the virus" escrevemos lá por exemplo.

VASCO - Escrevemos a "cease fire"...

SÉRGIO - Foi um conjunto de situações, que nos permitia depois vir a Portugal gravar algumas coisas, descontrair, estar noutro ambiente... Acabou por existir uma variedade de sentimentos que tivemos na altura, e que também nos ajudaram a gravar estes temas.


Até porque há muitas cenas do "the hollow" que não têm nada a ver com as coisas que fizeram no passado.

SÉRGIO - Precisamente.

Tendo em conta que já estão e Inglaterra há coisa de quê.. dois três anos?

VASCO - Por volta de dois anos e meio.

OK... Quais são as principais diferenças do meio que tinham cá, para o meio que forma descobrir lá?

VASCO - Epá, só em Londres quase que existe mais gente que em Portugal inteiro.

SÈRGIO - O mercado é muitíssimo maior, nem tem comparação. Para dar um exemplo,existem bandas que sobrevivem só por tocar em Lonres.


Porra...


VASCO - Só tocando ali já dá para viver. E quando digo viver, digo mesmo viver: com casa paga, luz,tudo. E logo aí está a principal diferença entre Portugal e Inglaterra. A música lá é levada mais a sério. Se lá alguém nos pergunta qual é a nossa profissão, e nós respondemos "sou músico, e tenho uma banda", lá isso é encarado com perfeita normalidade.

SÈRGIO - Cá é mais, "ès músico, tens tatuagens, fazes barulho".

Mas cá também é mais complicada. A cena é mais pequena, o meio não é suficiente, somos menos...

VASCO - Até acho que isso cá está a melhorar bastante. Em termos de público por exemplo. As bandas cá já têm mesmo fãs a sério, que anteriormente não tinham. Nós por exemplo há uns anos atrás tocávamos para 5/10 pessoas que eram mesmo fãs, e agora temos mais de duzentas.

E em relação a hoje? Quais são as vossas expectativas?

VASCO - Primeiro acho que vai ser bom para nós, pelas bandas que temos a tocar antes de nós e que nos ajudaram para este concerto. Não são bandas desconhecidas, é pessoal com quem lidamos já há muito tempo. Infelizmente não deu para termos aqui mais gente...

Como hills have eyes suponho...

VASCO - Hills have eyes, que são tipo como irmãos... E depois em termos de público estamos preparados para o que vier. Que isto seja uma festa, e estejam 50 ou estejam mil, a nossa aitutde vai ser igual.

Tendo em conta que, de "the hollow" ainda não tocaram nada ao vivo, para além de dois temas, como é que acham que as pessoas os vão receber?(nota à pressão: tendo em conta que é uma pergunta limitadas temporalmente, nesta altura a conjuntura era esta)

SÈRGIO - Epá não estamos muito preocupados com isso... vamos mostrar... Quem não conhece fica a conhecer. Vamos ver se as pessoas gostam. De qualquer maneira se não gostarem, há outras bandas por aí para ouvir.

VASCO - Há de tudo para toda a gente. Nós fazemos música para nós e basicamente é isto.

Mudando de assunto: como vêm o meio de setúbal e a sua efervescência a nível de bandas?


VASCO - Não me parece que seja só em Setúbal. Easyway ou my cubic emotion não são de lá... Epá eu acho que há música boa em todo o lado, e tenho pena que não tenhamos tido oportunidade de ter toda a gente a tocar connosco, mas evidentemente que era difícil...

Acham que vocês podem ser um bom ponto de divulgação, no sentido dos vossos fãs ficarem a conhecer outras bandas, ao virem cá por exemplo?

SÉRGIO - No fundo o que interessa aqui não é tocar seja com metallica, smashing pumpkins, ou more than a thousand. O que interessa é pura e simplesmente tocar.

VASCO - Por exemplo, nós hoje somos cabeça de cartaz. Se amanhã fossem os easyway, íamos abrir para eles na boa. Isto não tem nada a ver com o querer divulgar ou seja o que for, simplesmente é pelo prazer de tocar com estas bandas. Até porque todas elas já têm uma sólida base de fãs felizmente. Se fossem bandas desconhecidas, aí sim era interessante que elas se dessem a conhecer, seja de que forma for. Se isso puder passar por nós, tudo bem.

Ultimamente têm tido poucos concertos em Inglaterra. Existe alguma razão para isso, ou têm tido dificuldades em marcar concertos por lá?

VASCO - Ultimamente temos tido pouco feeling para tocar ao vivo. Andámos mais preocupados em arranjar uma boa editora, que pudesse editar o nosso álbum em termos, do que propriamente em arranjar datas de concertos.

Portanto não é por falta de problemas em marcar, simplesmente não estavam virados para isso

SÉRGIO - Sim, não é por isso. Até porque lá é fácil marcar concertos...

VASCO - Nós queríamos era fazer as coisas como deve ser. E depois também, se formos tocar só por tocar, não dá grande pica...não estávamos a sentir essa pica, no fundo é isso.

Nesse caso, parece-me que estamos acabados. Boa sorte para o concerto de hoje

VASCO - Obrigado nós! Um abraço.

SÉRGIO - Quando quiseres marcar outra entrevista é só dizer. fica bem.

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