Wednesday, November 08, 2006

BRINGING THE DAY HOME (pt2)

OS DESPOJOS DO DIA





Após o término da primeira parte, pode-se dizer que se seguiu uma pequena discussão sobre o emocore e o hardcore...temáticas interessantes mas que talvez não fossem totalmente de encontro ao grande objectivo da entrevista, daí que ah e tal vou passar essa parte. As palavras da banda continuam então dentro de momentos com a segunda e última parte da conversa:

Agora vamos falar um pouco de influências...Vocês apresentam no vosso myspace, nomes tão díspares como bloc party, porcupine tree,tool, para além de nomes vá,mais comuns quando falamos de post-rock. Incorporam mesmo aspectos de todas estas bandas, ou estamos aqui a falar mais de gostos pessoais que outra coisa qualquer?

André - Eu não diria bem que são influências. são mais os gostos pessoais de cada um de nós.

Nuno - No fundo são cenas que gostamos e com as quais nos identificamos, ou já nos identificámos. Eu por exemplo continuo a curtir muito queens of the stone age apesar de já não ouvir...Tenho uma t-shirt de muse igual à dele(André levou uma t-shirt de muse para a entrevista), embora agora não ouça... E o último álbum é um bocado fraco. Pensámos em colocar as bandas de acordo com os nossos nomes, mas também achámos que não tinha grande lógica. Depois claro, temos aquelas mais "típicas", como mono, explosions in the sky, mogwai...


Não há registos vossos de concertos ao vivo... ainda não fizeram nenhum?


Nuno - Não.. Ainda não tivemos oportunidade.

João - Tínhamos um combinado para breve, mas depois não deu em nada. *

André - Combinar é fácil, mas depois concretizar o que se combinou já se torna mais complicado. É pena, porque curtíamos ver qual era a reacção do público em relação áquilo que tocamos. Mas também queremos ser nós próprios em palco, não queremos tocar mais "porque sim". Até ao final do ano de qualquer maneira,devemos ter alguma cena agendada.. Estamos a combinar com os madcab.

Nuno - Também temos tido alguns problemas com as garagens... Isso também tem dificultado um bocado o processo. Já tivemos que mudar de garagem outra vez, nãohá muito tempo.


Podem-me explicar isso?



Nuno
- Bem, basicamente houve uma senhora que fez queixa por causa do "ruído"... Teve que lá ir a polícia e tudo. Eu nem estava lá na altura, mas pelo que
eles me disseram, o ensaio estava a decorrer num volume um bocadinho acima do, vá, aceitável, mas não me parece que fosse caso para tanto.

André - Estávamos naquela linha ténue entre o a queixa agressiva e o bom-senso. É verdade que o som estava a sair alto, mas lá a pessoa que fez queixa, podia ter ido perfeitamente falar connosco primeiro. Isto parece-me que teria sido o sensato. E depois, óbvio, acabámos por ficar intimidados com a situação, e saímos de lá. Mas enfim, felizmente lá arranjámos outra garagem onde tocar.

Nuno - Pois, voltámos à garagem antiga, no meu prédio. Os meus vizinhos são simpáticos, e agora vamos racionalizar mais o tempo. Não combinamos nada para certas alturas e ensaiamos nessas horas.


André
- É que este projecto também já leva muito do nosso coração... E acho que estamos todos motivados para continuar nele. Nenhum de nós se vê, neste momento, a ter outro projecto qualquer que não seja este.

As vossas músicas que estão no myspace, têm uma produção um bocado fraca, pareceu-me. Querem falar sobre isso?


André
- A gravação foi um bocado caseira: um microfonezinho, um gravador e pronto.

João - Também quando as fomos gravar, as músicas ainda não estavam bem bem definidas. Ainda haviam algumas arestas a limar.

Têm planos para as regravarem com uma produção melhor?

André - Bem, não quero já estar aqui a avançar com muita coisa, mas em princípio até ao final do ano, vamos lançar um epzinho, onde as coisas já estarão melhores. São 4,5 músicas que planeamos ter cá fora.

E falando agora de post-rock: como vêm a cena em Portugal?


Nuno
- Escassa. Muito escassa.

André - Em Portugal temos Linda Martini...bem, não é propriamente post-rock, mas tem algumas coisas que vêm do género.

E porque acham que no nosso país o género não está muito desenvolvido?


André
- Boa pergunta. É que não faço mesmo ideia do que responder. Epá muitas vezes está no interesse com que se faz uma banda. É aquela cena: faz-se uma banda para realmente querer criar algo ou só para arranjar gajas? Ás vezes acontece o segundo caso. A visibilidade também é importante para muita gente. Não é muito fácil alcançar-se isso tocando post-rock. E alguma falta de bom-gosto também é outra causa.

João - Depois também o post-rock não é propriamente um género apreciado por toda a gente. Há gente que me diz que é "música para dormir". Já mostrei cenas de post-rock a muito pessoal, e esse pessoal queixa-se que a música é longa, monótona... O género também não é assim tão acessível como isso.


Nuno
- Pois, realmente há muita banda aí que é só para arranjar gajas! Já agora, o problema da complexidade: o post-rock é um género com temas normalmente
longos e é complicado perceber-se o que se quer fazer de certa música, em determinado minuto. É um trabalho um bocado minucioso.

(A seguir dá-se uma conversa um pouco alongada sobre algumas bandas de post-rock, e outras tendências musicais...e aparece uma das minhas afilhadas da faculdade e tal)

Voltando à conversa: sei lá, daqui a um ano ou dois, vocês vêm-se nesta banda, a fazer este tipo de som?

André - Eu vejo-me...completamente.

João - Eu também.

Nuno - Claro.

André - Até era bom... Assim um CD daqui a dois anos, ou mesmo três ou quatro...

Nuno - Isso é que já não sei. Ainda estou um bocado longe de pensar nisso. Mas também estamos a ir com calma.

André - Exacto... Também não quero subir muito depressa nem descer muito depressa. É preferível fazer tudo devagar, mas dando passos seguros.

(A partir daqui desencadeou-se mais uma agradável conversa musical, que veio desencadear na última pergunta da entrevista)

Bem, última pergunta... Afinal como raio é que vocês arranjaram este nome? Epá digamos que não é a coisa mais normal do mundo.

Nuno - Bem, eu conto a história. Foi a minha namorada que o sugeriu, através de uma fotografia chamada "bringing home the may"... Ela na altura lembrou-se de sugerir "bringing home the day". Nós depois invertemos, e acabou por ficar "bringing the day home". A minha interpretação dele, tem a ver com um qualquer homem: Um tipo que sai de casa, vai para o trabalho, chega a casa todo lixado por causa dos problemas do trabalho.. e ou resmunga com os filhos, ou dá pancada na mulher, ou uma cena assim agressiva. Mas depois, quem sabe?, o dia até pode correr bem, e ele faz precisamente o contrário: mima os filhos, vai fazer amor com a mulher...

André- Eu vejo-o enquanto amor,empatia, felicidade...esse tipo de sentimentos!

Nuno - De qualquer maneira já nos disseram que este nome soa um bocado emo. Sim, não nego que talvez soe um bocadinho como tal, mas também não deixou de ser este o nome que escolhemos na altura, e tem muito mais para além do emo e da sua primeira interpretação.

André - Eu acho que, quando as pessoas ficam a conhecer o nosso nome, não o consideram apelativo. Trazer o dia para casa...(ar pensativo).

João - Epá... Cabeça de Rádio! (alusão a radiohead, uma das bandas faladas na conversa)

Nuno - Nós já pensámos várias vezes em mudar o nome, o problema é que já há algum pessoal que o conhece, ele já tem um ano. Não ia fazer muito sentido. não é o mesmo que mudar um nome de uma música, neste caso trata-se da nossa identidade enquanto banda.

Bem, e pode-se dizer que está acabado! Obrigado pelas palavras.

André - Estamos-te muito gratos por te teres deslocado até cá para nos entrevistar e promover o nome da banda! Bom trabalho e força nisso!

hug



*Nota - Após esta entrevista os bringing the day home já têm dois concertos agendados: um para o dia 25 deste mês no censura prévia em braga. Outro para o

dia 15 de Dezembro no lótus bar em cascais

Nota 2 - Mais uma vez peço imensas desculpas à banda pelo tempo demorado. Não se voltará a repetir, isso é garantido.

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Obrigado e desculpas aceites!

Abraço,
Nuno

12:48 AM  

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