Monday, May 23, 2005

THE ASTER

REAL AMBIÇÃO



Há cada vez mais projectos em portugal que, de facto, merecem ser descobertos. Desta vez foi-se ao encontro dos lisboetas The Aster que praticam um rock, com laivos de emo/screamo à mistura, revelando influências que, segundo eles, vão desde à "expressividade lírica de uns The Cure junta com um tom intenso das guitarras que pode lembrar tanto uns Foo Fighters ou At the Drive-In". Aqui fica a entrevista com a muitíssimo afável banda, a quem desde já agradeço:

Podem dizer como é que os The aster começaram?

The Aster nasceu de um projecto anterior (fewdaysleft), que apesar de ter uma roupagem diferente, veio numa sequência evolutiva com bastante lógica. Não foi nunca um percurso fácil, nem por sombras, pois primeiro que conseguíssemos encontrar uma base sólida tanto a nível humano como no entendimento musical levou ainda algum tempo. Como sempre, o tempo ajuda a clarificar as coisas e neste momento estamos em sincronia e mais motivados que nunca. A mesma história em si já foi contada mil e uma vezes, mas nunca perde o seu encanto.

Quais são as principais razões por terem enveredado pelos caminhos de um rock, de alguma forma virado para o emocore?

Todos nós crescemos com o rock. Desde aquela balada mais emotiva que nos fazia lembrar as namoradas do 5º ano até à metalada mais pesada que ouvíamos tantas vezes que a fita da k7 partiu, tudo isso fez parte, tudo isso foi assimilado ao longo dos anos. A este ponto da nossa experiência, tal rumo musical parece fazer bastante sentido dentro dessa mesma lógica, sendo que engloba todo esse leque de emoções distintas que tão bem nos caracterizam. Para nós não faz sentido o rock ser olhado dentro de compartimentos estanques, e ter essa mesma liberdade criativa é fantástico. É claro que não negamos a existência de tendências a nível de registo sonoro, mas já que essa consistência nos é pedida, ao menos que consigamos fugir ao máximo de uma catalogação potencialmente limitativa.


A nível de influências quais são as vossas? De que maneira elas surgem na música que vocês criam?

É impossível não ser influenciado! Somos o resultado da mescla de uma miríade de influências, do mais variado possível. Desde a bagagem histórica pop/rock, passando pela escola do punk rock, hardcore e metal, até àquilo que mais de vanguarda se faz hoje no panorama musical experimental. Tudo isso e muito mais é passível de ser assimilado pela nossa música. Por muito que possa não parecer evidente, a verdade é que está tudo lá. Podes encontrar ecos de tudo na nossa música: desde a expressividade lírica de uns The Cure junta com um tom intenso das guitarras que pode lembrar tanto uns Foo Fighters ou At the Drive-In, alternando com refrões de um poder melodioso a cheirar a The Get Up Kids assaltados inesperadamente por registos de voz mais agressivos, abrilhantados pela inevitável ligação à nova onda de bandas como The Used, UnderOath ou Story Of The Year.


Segundo a vossa opinião, e também experiência, como acham que está o movimento underground em Portugal?

Está a tornar-se um pouco lenga-lenga menosprezar a cena musical underground portuguesa, acusando-a sempre do mesmo. É facto que ainda temos muito que crescer e principalmente, crescer de forma sustentável e educada. Mas também é verdade que já não é o mesmo que era há uns anos atrás. Encontram-se mais bandas no activo, mais pessoas e entidades interessadas em poder apoiar, mesmo que de uma forma ainda bastante primária/precária. Não vale a pena estarmo-nos sempre a lamentar. Estamos atrasados, mas há é que saber recuperar, saber reconhecer a variedade, sabendo reconsiderar a importância cultural que a música underground pode sustentar. Temos de exigir mais. É o nosso direito e nosso dever.


Estão a pensar editar algo brevemente?

Em jeito de apresentação lançamos agora a nossa promo intitulada “Kinesics”, com duas das nossas melhores faixas – evergreen e black magic – misturadas e masterizadas pelo talentoso Pedro Espinha (MT1000, Skapula, Icon and the Black Roses), pessoa com a qual pretendemos novamente voltar a trabalhar muito em breve (esperançosamente Setembro próximo) para a gravação do nosso álbum de estreia. Queremos que saia tudo perfeito, oferecer o melhor cartão de visitas possível. É o mínimo que uma banda que aspire a qualquer coisa pode exigir de si mesma, se é que lhe interessa poder garantir qualidade a um público que não merece nada menos que isso.


Que projectos têm para o futuro? Que objectivos querem atingir futuramente?

Como já foi mencionado, fazemos planos de gravar o nosso álbum de estreia e após isso divulga-lo o máximo possível. Essa é a nossa prioridade maior por agora. Fora isso, e até à concretização desse objectivo, estamos empenhados em escrever o máximo de temas que possam eventualmente fazer parte desse álbum, sendo que não passará tudo só por trabalho de estúdio, queremos testá-las ao vivo, pois só ai será revelado o seu potencial ou a sua falta. Bater estrada é por isso um alvo a atingir, tentar passar por vários palcos, vários sítios, conhecer as mais diferentes pessoas, criar laços de amizade de norte a sul, este a oeste, além-fronteiras enfim.

Todas as bandas têm sonhos. Qual seria o vosso maior sonho a nível musical?

Honestamente e sem quaisquer peneiras, assumimos claramente que seria óptimo levar a música profissionalmente numa base diária. Já a encaramos assim, embora estejamos ainda limitados aos óbvios condicionalismos do nosso estatuto actual na cena musical, sendo assim forçados a trabalhar na música em part-time. Viver da música, escrever-ensaiar-gravar-tocar é basicamente aquilo que mais queremos. Porém sabemos que não é fácil atingir esse estádio, pelo menos sem esforço e preserverança. É necessário saber investir, saber arriscar e, sem tirar os pés de terra, manter os olhos fixos num futuro melhor.

mais informações-myspace.com/theaster

3 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Já os ouvi e só posso dizer que são excelentes, são o inicio duma nova era, duma nova identidade duma revolução na monotomia nacional... FORÇA PEOPLE!!!

12:39 PM  
Anonymous Anonymous said...

Ya ric tas la

7:51 PM  
Anonymous Anonymous said...

THE ASTER A BOMBAR!! :D

9:14 PM  

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