Wednesday, January 03, 2007

TOP 2006 INTERNACIONAL

Pronto. Aqui vem o último dos tops de 2006. Também já não era sem tempo, que isto dos balanços chateia-me um bocado. Primeiro que nada, acho que exagerei na sua quantidade(ter quatro postas/tops é recorde), depois porque são sempre relativos, já que me faltam sempre coisas para ouvir. Este ano foi o novo dos blood brothers, o "amputechture" dos mars volta, e os boris com richio kurihara. Já para não falar de ausências como o "the eraser" do thom yorke que ouvi mais tardiamente, ou coisas mais mainstream como pearl jam que nem ouvidela dei. Assim, aqui fica o top 30 possível, fruto de algumas audições apaixonadas, e outras quase desesperantes para entender aquele tal disco. E fico com a ideia que 2006 foi um grande ano para o país do sol nascente. Reparem: mono, boris, envy, todos figuram nos 10 primeiros. Os boris têm até 2 entradas no top, o que não deixa de ser giro. De qualquer forma, aqui ficam os 30 discos que, de uma forma ou de outra me marcaram mais durante os 365 dias do ano anterior:

30- SAOSIN - SAOSIN



29 -PEEPING TOM - PEEPING TOM



28 - MOGWAI - MR BEAST



27 - DANKO JONES - SLEEP IS THE ENEMY



26 - DEATH BEFORE DISCO - BARRICADES



25 - UNEARTH - III: IN THE EYES OF FIRE



24 - TV ON THE RADIO - RETURN TO COOKIE MOUTAIN



23 - MUSE - BLACK HOLES AND REVELATIONS




22 - ALEXISONFIRE - CRISIS



21 - TOOL - 10.000 DAYS



20 -DEFTONES - SATURDAY NIGHT WRIST



19 - CALLISTO - NOIR



18 - UNDEROATH - DEFINE THE GREAT LINE



17 - KATATONIA - THE GREAT COLD DISTANCE



16 - INTRONAUT - VOID



15 - RED SPAROWES - EVERY RED HEART SHINES TOWARD THE RED SUN



14 - DEAD POETIC - VICES




13 - MASTODON - BLOOD MOUNTAIN



12 - BORIS - PINK



11 - KILLSWITCH ENGAGE - AS DAYLIGHT DIES



10 - MONO - YOU ARE THERE



Com uma abordagem relativamente simplista ao post-rock, os japoneses mono conseguem momentos de rara beleza musical. Sem perderem as características que conhecemos de trabalhos anteriores, conseguiram evoluir o suficiente para nos oferecer mais uma rodela recheada de grandes momentos. Um disco que pisca o olho ao sludge e que tem como maior mérito envolver-nos de tal forma nele, que não o iremos conseguir esquecer. Sim, ele é grande.

9 - CULT OF LUNA - SOMEWHERE ALONG THE HIGHWAY



Depois do fabuloso "Salvation", os cult of luna voltam com um disco consideravelmente mais leve, mais próximo de sonoridades post-rockianas. E se isso se pode estranhar à partida, a verdade é que nos vamos deixando levar pela toada menos agressiva, e acabamos de boca aberta face à enorme intensidade de "Dark city dead man", que fecha o álbum. Mais que um grande disco, é um passo muito seguro numa carreira que se vai afigurando brilhante.

8 - SCARLET - THIS WAS ALWAYS MEANT TO FALL APART



Com um caos sonoro consideravelmente mais simplista que os de uns converge, os scarlet oferecem aqui um absoluto portento de peso, com alguns retoques melódicos. Um disco que vai de noise, até metalcore, e que possui ainda uma raríssima sensibilidade pop, que lhe dá um toque refrescante. Como se fosse posível juntar tudo num saco, e de lá saír uma sonoridade fluída e coerente. Como esta.

7 - THESE ARMS ARE SNAKES - EASTER



Com influências de gente como at the drive in, os these arms are snakes, pautam-se por uma dicotomia entre o frenético da voz e das guitarras, com as estruturas sólidas de cada canção. Não deixa de ser um disco recheado de temas que ficam no ouvido, mas também é um cruzamento entre o rock mais pesado e uma certa noção de noise. Um disco muito inteligente, e que deixou grandes temas para serem ouvidos. Como a gigantone "Sublte body".

6 - CONVERGE - NO HEROES



E eis senão quando uma das bandas mais geniais do mundo, faz o seu disco mais ambicioso. O experimentalismo noise de "No heroes" é notório, bem como o fabuloso caos sonoro. Os converge são grandes músicos, e "No heroes" será provavelmente o exercício experimental do ano. E possivelmente um dos discos mais potencialmente canónicos de 2006(juntamente com "blood mountain" dos mastodon)

5 - ISIS - IN THE ABSENCE OF TRUTH



Estes são uns Isis que jogam mais pelo seguro. Depois de discos revolucionários como "Oceanic" e "Panopticon", este "In the absence of truth" é quase uma espécie de revisão da matéria dada. Mas quando a matéria é tão boa, e possui tanta qualidade, nós só podemos agradecer a Turner e compinchas(que palavra tão parva meu Deus) por nos terem feito recordar quão os Isis são únicos. E geniais.

4 - NORMA JEAN - REDEEMER



Com o produtor Ross Robinson, os Norma jean tornaram-se uma máquina emocional. Ou emocionalmente poderosa, se preferirem. Passou apenas um ano de "O god the aftermath", e os norte-americanos, decidiram passar o seu hardcore renovado a um plano ainda maior. Com algumas das melhores canções do ano, os norma jean fizeram muito provavelnte, aquele que é o seu melhor disco até à data. O seu mais acessível também, mas isso parece-me absolutamente redutor,face à grandeza daquilo que se vai ouvindo.

3 - SUNN 0))) & BORIS - ALTAR



Os boris são geniais. Os sunn 0))) são geniais. Ambas são bandas que extravasam quaisquer tipos de barreiras sonoras. Ambas não querem agradar em ninguém, preferindo concentrar-se em fazer arte. E os universos das duas são tão diferentes, que se complementam na perfeição neste "Altar". Onde tudo soa único, coeso, perfeito. E ainda tem talvez o melhor tema de 2006: "the sinking belle(blue sheep)".

2 - ENVY - INSOMNIAC DOZE




Tão intenso e belo. Tão emocional. Tão diferente da outrora negritude sonora destes japoneses. Um disco onde é fácil a pessoa ficar em baba, dada a absoluta avalanche de sentimentos arrebatadores. Um disco fortíssimo, cheio de fabulosas melodias que se entranham em nós para não mais saírem. Inesquecível.

1 - KHOMA - THE SECOND WAVE



Foi difícil, mas os Khoma lá ganharam aos envy. Com os japoneses a fazerem um excelente sprint final, mas que ainda assim não foi suficiente para me tirar a ideia que já tinha desde praí julho: este "the second wave" iria ser o melhor álbum do ano. Combina um rock mais negro, com alguns elementos que auferem uma atmosfera indie-rock, com algumas ambiências pop. E com uma voz extremamente melódica e suave. Mas aqui o que realmente interessa é a amplitude de todas as canções, de todos os momentos que são descritos. E no meio de tanta perfeição, é impossível ver alguma coisa que falhe. Um disco sólido, escorreito, que é realmente o melhor disco de canções do ano. E o melhor do ano também.


E está feito. Acabou-se com os balanços, vamos embora a 2006. Não sei antes falar em bandas que conheci este ano...mas que já existem ao tempo, ou já deixaram de existir. como quicksand ou burning airlines. Ou jawbox. Ou a genialidade de um homem chamado Justin K Broadrick, que fez um grandioso ep com os seus jesu. Ou os discos de verão dos slackers, do matisyahu, dos easyway e aside. Ou a primeira canção digna desse nome, feita pelos strokes("you only live once"). Agora em janeiro, é altura sobretudo para ouvirmos aquilo que faltou de 2006, e para partir à descoberta de bandas ainda desconhecidas.

De qualquer forma, pode-se dizer que já ouvi 3 discos de 2007: aereogramme, jesu, e explosions in the sky. e a nível nacional os madcab prometem ser uma boa surpresa. a ver vamos.

Ficam aqui os tops de 2005 e 2004:

2005 - http://o-som.blogspot.com/2006/01/top-2005.html

2004- http://o-som.blogspot.com/2005/03/os-melhores-de-2004-finalmente-o.html

Pronto. Agora enfardem-se de música, sem ficarem diabéticos ou coisa do género. E bom ano pois.

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