Thursday, August 18, 2005

underOATH- they're only chasing safety (2004)




Que o emo/scremo é uma tendência muito em voga nos Estados Unidos, já toda a gente sabe. Bandas como Dead poetic,finch, hopesfall,thrice, thursday,funeral for a friend, shortie,theblueprint(algumas destas europeias) entre tantas outras, são alguns dos pontos de referência de um subgénero musical que parece começar a estagnar criativamente. Tanto disco, tanta moda, tanto hype só poderiam dar a um local: A, cada vez mais, aguda desinspiração do género.

Vimos este exemplo com o último disco de hopesfall, o mediano "Phenomenology" dos Theblueprint,entre outros (como por exemplo alguma pobreza do novo "hours" de funeral for a friend embora este tenha alguns bons pontos de referência) e vamos vê-lo cada vez mais: Porque uma banda inicia um género e tantas outras se seguem , muitas vezes a tentar imitações desispiradas daquilo que a sua antecessora conseguiu.
Por isto talvez as bandas começam já a dispersar: Os próprios dead poetic, quando confessaram a este blog que não se sentiam muito confortáveis ao serem atirados para uma categoria, dizendo que acima de tudo eram uma banda de rock(e comprovaram um pouco esta teoria dado o muito bom "New Medicines"), ou até no caso português onde uma banda como os more than a thousand cada vez mais consegue um som próprio.

Passando agora por tudo isto: Onde se vai inserir este "They're only chasing safety", segundo disco da banda, após "The changing of times"? Será que os underOATH conseguem algo válido dentro do espectro emo/screamo? A verdade está a nossos olhos: E, após várias audições, percebemos que, muito mais que um som próprio, os underOATH conseguiram com este disco um autêntico clássico do género.

Porquê? Primeiro assentemos nisto: Os underOATH possuem vozes agressivas em praticamente todos os temas, vozes verdadeiramente potentes, berros enérgicos e fortes, complementados na perfeição pela voz melódica que é igualmente uma constante. E, muitas vezes, esta dicotomia vocal não funciona nas bandas. O que não é de todo o caso. Mas falta destacar, aquilo que realmente os underOATH sabem fazer na perfeição: Canções. e todas elas são grandes: Desde a raiva expressa na bomba inicial "Young and aspiring" ao refrão contágio xxl que "A boy brushed red...living in black and white" tem, à emoção latente de "the impact of reason", ao tema mais melódico, por vezes perto de roçar o emo(a nível de voz apenas) com algumas notas de orgão que é "Reinventing your exit", com outro gigante refrão, passando por "It's dangerous business walking out your front door",provavelmente o tema mais completo da banda, onde podemos atestar as reais capacidades dos underOATH ,no que diz respeito à dicotomia vocal(e o que é curioso é que eles só têm um vocalista), + refrão contagiante, mais contornos épicos, como se ouve pelo coro.

Uma coisa é certa. Acima de tudo o que se pode dizer, a verdade é que estes underOATH fizeram aquele que eu pessoalmente considero o melhor álbum de emo/screamo que ouvi desde sempre. E a par dos portugueses more than a thousand, é a banda que eu mais tenho em conta neste espectro. Um disco que quase parece ser uma enciclopédia do género onde, ao mesmo tempo, foram feitas um conjunto de canções perfeitamente capazes de corar qualquer grupo de pop seja ela alternativa, pseudo alternativa, ou mete nojo/cola-cola. Um disco para todos? Talvez não: Afinal há muita gente que não gosta de ouvir a raiva de uma voz, preferindo-a calma e lenta. Nada contra, até porque há coisas muito boas assim. Mas para quem não se importa de ouvir um berro de vez em quando, e quer ser uma espécie de enciclopédia musical então que saiba que este é o disco mais representativo desta tendência. È O clássico, que daqui a uns anos, daria perfeitamente para colocar na secção vintage do blog.
Para aqueles que gostam de hardcore, de metal ,ou de emo/screamo é absolutamente primordial ouvirem estas grandes canções,sob pena de estarem a perder o que de melhor fez este género ao longo da sua existência.

9/10

3 temas de rambóia- "A boy brushed red...Living in black and white", "Reinventing your exit", "It's dangerous business walking out your front door

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