SYN-ER-GY
A QUATRO MÃOS
Os syn-er-gy são um projecto paralelo de luís costa, dos madcab e de hugo raposo. A 300 quilómetros de distância, e com o auxílio precioso da auto-estrada da informação (vulgo internet) juntaram-se para fazer música. Música suave, mas intensa, calma mas profunda, e que mexe claramente com os nossos sentidos. Nesta esclarecedora entrevista, ambos os elementos explicam os mecanismos pela qual se rege esta nova sinergia:
Os syn-er-gy são um projecto recente. Podem-me dizer como é que ele surgiu?
Luís - Surgiu de uma forma bastante descomprometida e nada planeada... Eu, durante os últimos anos, dediquei-me exclusivamente à bateria, mas há uns meses atrás -inspirado pelo excelente concerto no Lux de Joanna Newsom e Six Organs of Admittance - deu-me para voltar a pegar na viola, e gravar algumas ideias novas e músicas antigas que tinham ficado na gaveta. Mostrei essas gravações a várias pessoas, e uma delas foi o Hugo, que me perguntou se podia gravar umas brincadeiras de voz por cima. O resultado foi tão bom que começámos a falar em fazer uma colaboração mais regular.Acabámos por decidir mesmo dar um nome ao projecto, e começar a trabalhar em novos temas juntos.
Quais são os grandes objectivos para um projecto como este, visto tratar-se, segundo a minha própria mania tonta de criar opiniões, de um projecto paralelo...
Hugo – Como o Luís disse, é tudo muito descomprometido, os nossos objectivos são simples e bastante directos. Isso passa por escrever, compor e gravar o máximo que pudermos, e tornar este projecto o mais estimulante possível para nós como tem sido até agora. Apesar de ter ainda pouca divulgação, sinceramente não estava à espera que tanta gente se interessasse pelas nossas músicas. A resposta que temos tido tem sido muito positiva, e talvez isso nos tenha feito pensar um pouco mais em questões como tocar ao vivo ou gravar uma próxima demo de melhor qualidade. No entanto, cada um de nós já tem as suas bandas e projectos separados e essa é a nossa prioridade, daí que os syn-er-gy sirvam como uma espécie de refúgio criativo. É como que um ritual terapêutico para nós os dois.
A música dos syn-er-gy é de uma componente claramente mais acústica e de uma consistência muito calma e tranquila. Sendo assim, existe alguma razão para que, no vosso site do myspace, se auto-intitulem como"indie,post-hardcore and techno" ou isto foi uma espécie de grito do ipiranga contra qualquer tipo de rótulos?
Luís - Não, isso foi simplesmente uma brincadeira nossa. Na altura em que nos registámos no site, e que vai no sentido daquilo que disse logo no início: Encaramos o projecto de uma forma bastante descomprometida, e fazemo-lo pelo gozo que nos dá... Não nos querermos levar demasiado a sério porque isso tiraria toda a piada ao processo.
Já têm uma demo editada. Como foi o processo,tanto de composição como de gravação? De que forma as vossas ideias passaram para este tecido sonoro?
Hugo – Foi ,no mínimo, diferente. O facto de compormos, escrevermos e falarmos pela Internet dá um cunho especial a este projecto. Não é questão de as músicas ficarem piores ou melhores, simplesmente é uma abordagem diferente, e até aí foi uma lufada de ar fresco na habitual rotina de ir para a sala de ensaio, ensaiar/compor com o resto da banda, etc... Foi um processo mais estruturado, eu diria que muito intuitivo. O Luís já tinha algumas ideias e esboços e ao início simplesmente limitei-me a ouvir, a gravar a voz, a acrescentar qualquer coisa aqui e ali. Ficámos satisfeitos com os resultados, e a partir daí começou a surgir uma enorme vontade de escrevermos músicas em conjunto e de uma forma mais interactiva. A “Death of a Wish” que é das músicas que tem sido mais elogiada, surgiu a partir de um riff do Luís, mas depois entramos num processo de composição extremamente interactivo, durante o qual participamos, demos ideias, apagamos e reformulamos por diversas vezes a música. A qualidade de som é que deixa muito a desejar, porque tudo isto foi gravado nos nossos quartos e ,no meu caso, com um microfone péssimo. No entanto é um processo muito fluído graças também ao nosso grau de entendimento. Felizmente corre tudo muito bem.
Podem esclarecer as dúvidas em relação ao vosso nome? E, porque é que ele aparece separado?
Luís - O nome surgiu quase imediatamente quando decidimos que precisávamos de “baptizar” o projecto. Eu falo por mim, mas achei desde o início que o resultado da colaboração com o Hugo seria sempre muito superior aquilo que eu conseguiria fazer sozinho, e basicamente é essa a definição de Sinergia/Synergy. Os hifens surgiram a partir de um dicionário online, onde a palavra aparecia dividida por síbalas, e achámos piada ao facto de a primeira sílaba soar a pecado (em inglês, claro).
Falando agora de influências: Seguramente têm algumas...
Hugo – Bem, quando falamos de influências as pessoas procuram logo bandas ou padrões com os quais possam identificar e associar o nosso som. No entanto, temos influências muito variadas, tanto eu como o Luís somos consumidores compulsivos de música e gostamos de vários estilos. Mas a banda que no fundo é responsável pelo projecto todo são sem dúvida os Smashing Pumpkins. Não é que o som deles esteja assim tão implícito nas nossas músicas deste projecto, mas sem eles provavelmente nem sequer nos tínhamos conhecido em primeiro lugar, e a sua filosofia marcou muito a nossa maneira de encarar a música no geral. Depois há também outras bandas como os Oceansize, Nick Drake, Mogwai, Radiohead, Jeff Buckley e Sigur Rós que definitivamente deixaram os seus rastos, embora seja um pouco difícil reduzir estas coisas a um lote pequeno de grupos.
Apesar de serem um projecto recente, têm como ambição um reconhecimento em larga escala? Ou não estão a pensar perder, aquilo que eu quase chamaria "marginalidade", muito por causa da, já mencionada, pouca divulgação do projecto?
Luís- Acho que não é uma coisa em que pensemos muito... já foi uma surpresa enorme para nós o interesse que o projecto despertou, mesmo sem grande divulgação, um reconhecimento em larga escala provavelmente seria demasiado para as nossas cabecinhas! É claro que seria óptimo se um maior reconhecimento nos permitisse dedicarmo-nos a tempo inteiro á música, mas no nosso país e tendo em conta o estilo de música que tocamos, isso é uma utopia.
Que eu saiba, ainda não fizeram nenhum concerto. Estão a pensar em fazê-lo brevemente?
Hugo - Esse é dos nossos grandes objectivos, e devo dizer que é também um verdadeiro desafio. Vivemos a 300 e tal quilómetros de distancia um do outro e. apesar de já termos ensaiado umas vezes e de as coisas terem corrido bem, é mesmo difícil organizarmos um concerto por questões óbvias. De qualquer das formas estamos a tentar e já temos algumas “brincadeiras” planeadas. Penso que é uma questão de tempo até começarem a surgir umas datas.
Após esta demo, já existem coisas agendadas, ou ainda é cedo para falar
disso?
Luís - Gravar outra! :-) Não temos grandes planos, até porque as limitações que temos de tempo e localização geográfica não nos permitem. Penso que o principal objectivo é mesmo poder tocar ao vivo e explorar novas vertentes na nossa música... e acima de tudo, divertirmo-nos no processo, claro!
sites a visitar:
http://www.myspace.com/synergyproject
http://syn-er-gy.pt.vu
(para ouvirem a demo do projecto)
Nota: A imagem da entrevista, é a mesma da capa da primeira demo dos sy-ner-gy. Para verem a página de quem a criou cliquem em http://orang3.deviantart.com
Os syn-er-gy são um projecto paralelo de luís costa, dos madcab e de hugo raposo. A 300 quilómetros de distância, e com o auxílio precioso da auto-estrada da informação (vulgo internet) juntaram-se para fazer música. Música suave, mas intensa, calma mas profunda, e que mexe claramente com os nossos sentidos. Nesta esclarecedora entrevista, ambos os elementos explicam os mecanismos pela qual se rege esta nova sinergia:
Os syn-er-gy são um projecto recente. Podem-me dizer como é que ele surgiu?
Luís - Surgiu de uma forma bastante descomprometida e nada planeada... Eu, durante os últimos anos, dediquei-me exclusivamente à bateria, mas há uns meses atrás -inspirado pelo excelente concerto no Lux de Joanna Newsom e Six Organs of Admittance - deu-me para voltar a pegar na viola, e gravar algumas ideias novas e músicas antigas que tinham ficado na gaveta. Mostrei essas gravações a várias pessoas, e uma delas foi o Hugo, que me perguntou se podia gravar umas brincadeiras de voz por cima. O resultado foi tão bom que começámos a falar em fazer uma colaboração mais regular.Acabámos por decidir mesmo dar um nome ao projecto, e começar a trabalhar em novos temas juntos.
Quais são os grandes objectivos para um projecto como este, visto tratar-se, segundo a minha própria mania tonta de criar opiniões, de um projecto paralelo...
Hugo – Como o Luís disse, é tudo muito descomprometido, os nossos objectivos são simples e bastante directos. Isso passa por escrever, compor e gravar o máximo que pudermos, e tornar este projecto o mais estimulante possível para nós como tem sido até agora. Apesar de ter ainda pouca divulgação, sinceramente não estava à espera que tanta gente se interessasse pelas nossas músicas. A resposta que temos tido tem sido muito positiva, e talvez isso nos tenha feito pensar um pouco mais em questões como tocar ao vivo ou gravar uma próxima demo de melhor qualidade. No entanto, cada um de nós já tem as suas bandas e projectos separados e essa é a nossa prioridade, daí que os syn-er-gy sirvam como uma espécie de refúgio criativo. É como que um ritual terapêutico para nós os dois.
A música dos syn-er-gy é de uma componente claramente mais acústica e de uma consistência muito calma e tranquila. Sendo assim, existe alguma razão para que, no vosso site do myspace, se auto-intitulem como"indie,post-hardcore and techno" ou isto foi uma espécie de grito do ipiranga contra qualquer tipo de rótulos?
Luís - Não, isso foi simplesmente uma brincadeira nossa. Na altura em que nos registámos no site, e que vai no sentido daquilo que disse logo no início: Encaramos o projecto de uma forma bastante descomprometida, e fazemo-lo pelo gozo que nos dá... Não nos querermos levar demasiado a sério porque isso tiraria toda a piada ao processo.
Já têm uma demo editada. Como foi o processo,tanto de composição como de gravação? De que forma as vossas ideias passaram para este tecido sonoro?
Hugo – Foi ,no mínimo, diferente. O facto de compormos, escrevermos e falarmos pela Internet dá um cunho especial a este projecto. Não é questão de as músicas ficarem piores ou melhores, simplesmente é uma abordagem diferente, e até aí foi uma lufada de ar fresco na habitual rotina de ir para a sala de ensaio, ensaiar/compor com o resto da banda, etc... Foi um processo mais estruturado, eu diria que muito intuitivo. O Luís já tinha algumas ideias e esboços e ao início simplesmente limitei-me a ouvir, a gravar a voz, a acrescentar qualquer coisa aqui e ali. Ficámos satisfeitos com os resultados, e a partir daí começou a surgir uma enorme vontade de escrevermos músicas em conjunto e de uma forma mais interactiva. A “Death of a Wish” que é das músicas que tem sido mais elogiada, surgiu a partir de um riff do Luís, mas depois entramos num processo de composição extremamente interactivo, durante o qual participamos, demos ideias, apagamos e reformulamos por diversas vezes a música. A qualidade de som é que deixa muito a desejar, porque tudo isto foi gravado nos nossos quartos e ,no meu caso, com um microfone péssimo. No entanto é um processo muito fluído graças também ao nosso grau de entendimento. Felizmente corre tudo muito bem.
Podem esclarecer as dúvidas em relação ao vosso nome? E, porque é que ele aparece separado?
Luís - O nome surgiu quase imediatamente quando decidimos que precisávamos de “baptizar” o projecto. Eu falo por mim, mas achei desde o início que o resultado da colaboração com o Hugo seria sempre muito superior aquilo que eu conseguiria fazer sozinho, e basicamente é essa a definição de Sinergia/Synergy. Os hifens surgiram a partir de um dicionário online, onde a palavra aparecia dividida por síbalas, e achámos piada ao facto de a primeira sílaba soar a pecado (em inglês, claro).
Falando agora de influências: Seguramente têm algumas...
Hugo – Bem, quando falamos de influências as pessoas procuram logo bandas ou padrões com os quais possam identificar e associar o nosso som. No entanto, temos influências muito variadas, tanto eu como o Luís somos consumidores compulsivos de música e gostamos de vários estilos. Mas a banda que no fundo é responsável pelo projecto todo são sem dúvida os Smashing Pumpkins. Não é que o som deles esteja assim tão implícito nas nossas músicas deste projecto, mas sem eles provavelmente nem sequer nos tínhamos conhecido em primeiro lugar, e a sua filosofia marcou muito a nossa maneira de encarar a música no geral. Depois há também outras bandas como os Oceansize, Nick Drake, Mogwai, Radiohead, Jeff Buckley e Sigur Rós que definitivamente deixaram os seus rastos, embora seja um pouco difícil reduzir estas coisas a um lote pequeno de grupos.
Apesar de serem um projecto recente, têm como ambição um reconhecimento em larga escala? Ou não estão a pensar perder, aquilo que eu quase chamaria "marginalidade", muito por causa da, já mencionada, pouca divulgação do projecto?
Luís- Acho que não é uma coisa em que pensemos muito... já foi uma surpresa enorme para nós o interesse que o projecto despertou, mesmo sem grande divulgação, um reconhecimento em larga escala provavelmente seria demasiado para as nossas cabecinhas! É claro que seria óptimo se um maior reconhecimento nos permitisse dedicarmo-nos a tempo inteiro á música, mas no nosso país e tendo em conta o estilo de música que tocamos, isso é uma utopia.
Que eu saiba, ainda não fizeram nenhum concerto. Estão a pensar em fazê-lo brevemente?
Hugo - Esse é dos nossos grandes objectivos, e devo dizer que é também um verdadeiro desafio. Vivemos a 300 e tal quilómetros de distancia um do outro e. apesar de já termos ensaiado umas vezes e de as coisas terem corrido bem, é mesmo difícil organizarmos um concerto por questões óbvias. De qualquer das formas estamos a tentar e já temos algumas “brincadeiras” planeadas. Penso que é uma questão de tempo até começarem a surgir umas datas.
Após esta demo, já existem coisas agendadas, ou ainda é cedo para falar
disso?
Luís - Gravar outra! :-) Não temos grandes planos, até porque as limitações que temos de tempo e localização geográfica não nos permitem. Penso que o principal objectivo é mesmo poder tocar ao vivo e explorar novas vertentes na nossa música... e acima de tudo, divertirmo-nos no processo, claro!
sites a visitar:
http://www.myspace.com/synergyproject
http://syn-er-gy.pt.vu
(para ouvirem a demo do projecto)
Nota: A imagem da entrevista, é a mesma da capa da primeira demo dos sy-ner-gy. Para verem a página de quem a criou cliquem em http://orang3.deviantart.com
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