Friday, November 09, 2007

Hell is for heroes - Hell is for heroes (2007)




Os hell is for heroes são claramente uma das bandas mais injustiçadas da década. Talvez mesmo a mais injustiçada da década, dada a estrondosa relação qualidade/popularidade que deviam ter. sim eu sei, por norma as coisas não se avaliam assim, senão havia tanta coisa que ainda ficava nas garagens fedorentas ou nos recônditos lugares do myspace. Já para não falar em mainstream, mas se pego por aí então apetecia-me matar assim uma boa fornada de gente.

Adiante. como não me parece que tenha grandes instintos homicidas fico por me dizer que estes rapazes londrinos continuam na senda de excelentes discos. Depois da obra-prima que é "the neon handshake" e do disco mais elaborado e até experimental chamado "transmit disrupt", desta vez voltam com um álbum homónimo carregado daquelas guitarras pesadas e emotivas e da voz sempre sôfrega, que assenta na instrumentalização que nem mel. "To die for" é um dos temas da banda que mais conclui esta premissa que adiantei, "stranger in you", o segundo, tem precisamente um refrão contagiante, uma voz mais sôfrega, e justifica perfeitamente ambas as premissas.

Que temos aqui portanto? Um disco rock mais cru que é costume na banda que assenta na sonoridade que o grupo foi incrementando. sonoridade que sempre foi deles e facilmente identificável com a estética do grupo. Nunca a modificaram: e é dentro desta fidelidade que nos podemos deleitar com cada pedaço de peso aliado a melodia e a sangue. sim a sangue...a voz de Justin Schlosberg tantas vezes nos lembra o sangue derramado por alguém e o sofrimento atroz dessa mesma experiência. Temas também mais uptempo, e consequentemente mais melódicos, à laia de "balada", aqui existem como que a contrariar a tendência(como a belíssima "You've got hopes").

"Hell is for heroes", o álbum, é a prova de dedicação de uma banda que esteve no início da sua carreira, injustamente ligada à tendência emocore. As guitarras aqui surgem pesadas é certo, mas com uma intensidade que advém muito mais ao rock...e a voz de Justin não almeja o grito constante que ouvimos no género. Basicamente temos aqui uma banda de rock que não se quis enfiar na gaveta e que consegue o melhor de tudo: discos para entreter, mas para pensar e reflectir: discos que nos podem emocionar mas ao mesmo tempo tornam essa emoção algo real, longe de um forçar da corda.

Mas sobretudo voltam a oferecer um prodígio de rock, sólido que nem um calhau, de grandiosa qualidade, e com aquele jeito um bocadinho mais desviante (como no refrão da genial "only the ridiculous may survive". Isto é hell is for heroes minha gente. E num mundo justo era sobejamente conhecida por todos vós e considerada possivelmente como a melhor banda de rock da década. Não é? Caguei: é por mim.

Era para dar uma nota abaixo desta, mas depois apercebi-me de que gosto mesmo destes gajos (fora de conotações paneleiras pois claro).

9/10

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