Friday, February 03, 2006

FOR THE GLORY

ESFORÇOS DE CRIAÇÃO



Os for the glory são uma das referências nacionais no que diz respeito ao hardcore. Editaram "drown in blood" pela raging planet há uns dois anos, e estão prontos para voltarem aos escaparates este ano. Num natural processo criativo, que antecede a gravação do novo álbum do quarteto, o vocalista Ricardo concedeu algumas palavras, elucidativas de um futuro maior e melhor para a banda.

Podiam-nos dizer como surgiram os for the glory?

Os For The Glory são uma banda com cerca de 3 anos de existência. A banda foi formada no ano de 2003, a meio de um digressão de uma banda (já extinta) chamada What went wrong. Durante essa tour, e após concertos com terror, give up the ghost, entre outros, surgiu a ideia de fazer uma cena mais dura, uma música mais hard e mais in your face, com um poder cativante em que até juntaríamos uma pitada de algum metal. Decidimos que queriamos tocar música mais hard para expressar as nossas frustações e pesadelos do dia a dia que vivemos, incansáveis em busca da perfeição e da vida perfeita. Nessa mesma tour fizemos a primeira musica, e quando chegámos a Lisboa começámos a ensaiar com o line up composto por Rui Brás (twenty inch burial - baixo), Ricardo Congas (ex what went wrong - voz), Sergio Bernardo (ex criminal waste - guitarra), Poli Correia(ex endless road - guitarra) e Miguel Correia (ex what went wrong - bateria). Durante algum tempo tocámos com este line up, demos muitos concertos, gravámos um disco e tocamos em tudo o que era sítio. Depois a banda foi-se alterando e agora temos o line up igual ao passado com excepção do Poli correia. Estamos também à procura de um novo baterista, para substituir o miguel que quer ir para as guitarras.

"Drown in blood" já tem algum tempo. Estão a planear lançar algo brevemente? Se sim, que diferenças prevêm que o novo lançamento vá ter em relação ao anterior?

Sim, o Drown In Blood ja tem algum tempo, temos feito muitas datas. Apenas com esse álbum, fizemos 3 tours europeias, demos muitos concertos com bandas de nome, e estamos bastante contentes. Agora e só fazer o novo disco que irá saír lá para junho, e deverá sair por uma editora estrangeira. Não posso ainda anunciar nada, sei que em Abril vamos para estúdio gravar o álbum que irá suceder ao "drown in blood",e deverá conter 11 músicas. Vai ser um disco mais experimental e com mais influências da música que ouvimos no dia a dia, letras muitio mais pessoais e assim ,de certa maneira, mais obscuras. Há certos momentos na tua vida em que passas por altos e baixos, relacionado com pessoas que te afectaram, que deixaram marca no teu coraçao. Sobre esses momentos reflectes quando estás sozinho, no trabalho, em casa, no autocarro... há coisas que pensas nelas, porque te deixaram marcas, e é sobre essas coisas que o disco vai falar, sobre o facto de as marcas que te deixaram no coraçao serem profundas ao ponto de falares sobre isso. Vai ser um álbum sobre algo que todas as pessoas sentem, mas têm medo de dizer... eu amo, eu odeio, eu luto, eu sorrio, suo e acabo por morrer. penso em acabar com a minha vida nos piores momentos, mas vou aproveitando cada dia e é isso que vai ser o novo disco.

De um modo geral, poderiam caracterizar um pouco como está o movimento hardcore em Portugal?

A cena hardcore está numa fase diferente. Não temos a comparência de pessoas como há 7 anos atrás, mas também temos agora uma cena com mais subgéneros, e mentalidades mais abertas a várias vertentes de um movimento que tem tanto de bom como de podre.As bandas estão com mais qualidade musical, as gravações melhores, e as pessoas deixaram de ser tendenciosas (pelo menos em relaçao ao hardcore praticado).
Por um lado sinto falta de um concerto mais na onda dos 500 míudos, mas por outro lado fico feliz por ter lá 200 que gostam mesmo de For The Glory. Eu estive durante o ano passado fora daqui durante algum tempo e vi muita coisa: Devo dizer que ainda continuamos um pouco na cauda no que toca a hardcore, mas gosto da nossa simplicidade e da nossa forma de ver as coisas. Pena que há certos aspectos que deveriam melhorar, é necessário mais clubes a praticarem bons preços, é necesserário descentralizar o hardcore das grandes metrópoles, neste caso Lisboa, e cativar míudos de escolas, e de géneros diferentes como o nu-metal. Vejo a cena hardcore acessível a todas as pessoas. A música pode ser muito agressiva e tal, mas as pessoas são simples, é isso que faz com que esta cena underground tenha o impacto na vida de muita gente, é algo palpável, não é algo que se sonhe apenas... todos podem lá chegar!

Saíu, há bem pouco tempo, uma lei que obriga as rádios a passar pelo menos 25% de música nacional. Têm uma opinião formada acerca deste assunto?

Pá, não faço ideia, mas de qualquer das maneiras, não vejo as radios a passarem musicas de For The Glory, exceptuando aqueles programas de música underground, como o Tiger de Viseu, esse man bomba bué nos programas dele... Admiro! Mas ainda bem, rádios que estejam interessadas, eu estou sempre aberto a trocar dois dedos de conversa...

A nível de discos, quais foram os álbuns que mais vos cativaram em 2005?

Eu não liguei muito a discos este ano,mas sei que vão haver umas quantas surpresas para 2006. Pessoalmente, discos de 2005 que me cativaram coloco aqui uma lista com alguns deles:

born from pain - in love with the end
zero mentality - in fear of forever
hatespehere - the sickness within
no turning back - rising from ashes
houve muitas cenas fixes, mas não me lembro de quase nenhuma ha ha

A nível de concertos ao vivo, têm muitas datas agendadas?

De momento, estamos a marcar novas datas para fevereiro e março. Tudo muito vago.. Estamos numa fase de criar, de querer fazer coisas novas... uma transição que já deveria ter sido feita há mais tempo.

Quais são as vossas projecções profissionais para 2006?

Eu quero continuar a trabalhar, para poder meter a comida na mesa e pagar a renda. O resto é tocar com a banda, fazer um novo disco que irá sair por uma editora de fora, ainda estamos em negociações. Depois é tocar muito, gostava de fazer um desses festivais de verão tipo o Festival Tejo ou até mesmo o Super Bock num aqueles dias mais "puxados". Estamos sempre prontos para propostas, queremos mostrar que temos alguma coisa para dizer, e que também temos uma maneira muito própria de pensar.

Mais uma vez obrigado, e muita sorte para o futuro []

Obrigado nós, por este cantinho que deu para falar um pouco sobre o que se passa com a banda. obrigado do fundo do coração.

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