Monday, September 04, 2006

FESTA DO AVANTE 2006(ou como um gajo bebe zurrapa e consegue ir parar a um céu muito belo e vermelho)



E a festa do avante, já vai em 30 edições...passando por diversos palcos(começando até num sítio fechado como é a FIL), agora está mais que definitivamente instalada na quinta da atalaia já aos anos. Ora como isto é para falar de música, digo desde já que o cartaz deste ano esteve um bocado fraco. Os xutos voltaram pela 233424564677ª vez, o tito paris igualmente, e quando temos um gajo como o boss ac a fechar a festa...bem acho que está tudo dito(xi que agora fui mau).

Adiante: como só vi dois concertos integralmente, e os dois no sábado, acho que nem vale a pena estar a dividir isto por dias..ok se calhar vale. Não fui dia um, por isso passemos já a sábado:

DIA 2

Primeira novidade este ano, que me diz particular respeito: tive que levar viatura os dois dias para o avante. Ainda por cima sem cartão de livre trânsito por estar a trabalhar na festa, lá tive eu que enfiar o carro onde a reles populaça o enfia: nomeadamente não muito longe do recinto, onde uns putos, que andavam a brincar num prédio em construção ali perto, lá se arranjavam para ganharem uns cobres...são assim os carochos do novo milénio.
Adiante: fomos buscar a namorada do meu amigo, que foi comigo mais a minha irmã, e outra amiga minha que só apareceu lá prás 4 da tarde e tal, e catrapumba lá para dentro por volta das 2 horas. Meteu-se a bagagem toda dentro da barraca dos vinhos, e vai-se ver vicious five, comigo a utilizar o belo do sombrero que tinha comprado no ano passado.
Estamos no palco, toca a carvalhesa com a reacção do costume dos presentes e...pimba! lá aparece o amigo joaquim mais os outros quatro.



(vicious five -foto de F.Correira - oportuno momento para finalmente poderem ver o vosso escriba: estão a ver um ponto meio amarelo berrante perto das colunas ao pé do microfone? Sou eu pronto)

Vicious five ao vivo como é? Bem, já dei conta disso acerca do grande concerto no superbock. Aqui foi igualmente uma rambóia imensa, com o público a colaborar, embora só eu mais uma miúda com um ar minimamente engraçado e cheia de pó de arroz na cara(que provavelmente era protector solar mas isso não interessa), sabíamos algumas letras de cor. A verdade é que o vocalista Joaquim não se preocupou nada em fazer trejeitos e mandar as bocas cómicas do costume("comprem o nosso disco, ou uma t-shirt na feira...feira ou festa..bem na cena do disco e quando morrerem vão parar a um grande céu vermelho" ou quando Joaquim começa a cantar a carvalhesa através de ohhh's"), mas também teve o esmero de conseguir impecável comunicabilidade com aquele público.
O que tocaram eles? O costume: "guillotine", "suicide club", "bad mirror", "fallacies and fellation", entre a maior parte do óptimo "Up on the walls", mais a cover dos beastie boys "fight for your right", e também o enorme clássico "The Blitzkrieg Bop" dos mais que cânones Ramones, pedido insistentemente pela assistência. ah e que ainda deu para um mini mosh onde pude usar o meu belo sombrero para o efeito. Recomendo a qualquer pessoa diga-se.
Portanto, e em simples jeito de conclusão, foi um óptimo concerto. Não tão bom quanto o do superbock, também porque o público era um bocado diferente e eram 3 da tarde, mas igualmente óptimo. A banda é sempre muito profissional, e joaquim é possivelmente um dos melhores frontmans que nós temos cá no burgo.

Ora, acaba vicious five e...acho que fui dar uma volta pelo recinto. Ainda nos sentámos ao pé do lago, na zona quase ribeirinha da festa, e ainda deu para rir com um desgraçado do rapazote que não conseguia dar balanço ao slide que estava por ali montado. Ainda vi uma miúda pseudo-loira de finíssimos contornos(o mesmo é dizer que era um avião do caraças...enfim ela não está a ler isto- mesmo que tivesse era igual, de qualquer maneira ela deve saber que não passa despercebida em lado nenhum), mais não sei quantas pessoas conhecidas, e algumas delas que já não via aos anos nem sabia absolutamente nada acerca da vida dessas mesmas pessoas e tal e coiso. aliás este ano deve mesmo ter sido o ano dos encontros com povo conhecido...enfim vai tudo ao avante e isso é bonito.

Depois do passeio fui ver a naifa ao auditório primeiro de maio, que mais parecia uma bela duma estufa, ainda por cima recheada de gente, e agora ao ter escrito "recheada" lembrei-me que estou cheio de fome.
Vou ser honesto: A naifa era um projecto que eu apenas conhecia de nome. Obviamente que já tinha ouvido falar muito deles, obviamente que sabia minimamente como seria aquilo que eles tocavam, de qualquer maneira não deixei de ficar surpreso, tanto com a mestria do varatojo na guitarra portuguesa, bem com a voz de Maria Antónia Mendes...bastante doce mas ao mesmo tempo com uma certa alma de fadista.


A naifa- foto que não é do avante de certeza...era bom era que as condições do auditório dessem esta aura de introspecção

Mas para mim aquilo de que mais gostei na banda, foi o encaixe da guitarra portuguesa na textura melódica do quarteto. A guitarra não está ali por estar, por dar aquele toque do "aportuguesado" do "tradicional" e do "alternativo". Está ali porque tem mesmo que estar, porque faz parte, porque é força motriz de toda esta música, tão portuguesa, mas que consegue também ser internacional. È uma real prova das capacidades da nossa guitarra, e de toda a sua versatilidade. ainda por cima num projecto que consegue ser um híbrido que está entre a pop mais experimental, e as próprias raízes nacionais.
Por isso sim fiquei muitíssimo bem impressionado com A Naifa. Só foi pena que aquele auditório não tivesse condições sonoras suficientes para um projecto desta envergadura. O som começou por estar demasiado baixo, e havia demasiado "feedback humano", o que foi realmente pena. Agora fiquei com vontade de os ouvir num recinto mais fechado e bem mais intimista..calculo que num espaço melhor toda a música d'A naifa consiga ascender a patamares bem mais elevados.

Portanto em relação a concertos estamos absolutamente conversados. Agora falta falar sobre o jantar(massas cheias de óleo) e sobre o lindo vinho montagreste a 2 euros que arranjámos..e que se revelou a maior zurrapa tintolaica que me lembro de ter bebido na vida. Bem e daí talvez me tenha esquecido de falar de mais uma banda...enquanto estava a aviar mais umas quantas garrafas, já depois do provavelmente morno concerto dos xutos, vinha um som bastante agradável do palco da jcp, ali bem perto...parecia uma mistura entre muse, e algumas guitarradas idênticas a linda martini, tudo embrulhado em inglês. Descobri depois que a banda se chamava reckless(o nome não me era totalmente estranho) e que já andaram por aí a limpar uns quantos concursos de música moderna. Mas para arranjar mais que isto é um belo dum sarilho. só não peço ajuda porque, depois de ter suado pra burro à procura, lá me arranjei a encontrar o myspace destes tipos: http://www.myspace.com/reckless27 . quanto ao concerto não posso dizer muito: os cinco minutos que tirei para ver um tudo nada, foram preenchidos por bons riffs de guitarra e óptimas atmosferas sónicas, com o vocalista ou guitarrista a pedir aplausos("ah e tal aplaudiram tanto xutos e nós?") e aconteceu o mesmo que no ano passado com linda martini: o fogo de artifício a cair em cima deles, num bonito momento.


reckless - outra foto tirada sabe-se lá onde

Quanto ao resto...xé para além da hora e meia à procura da viatura da namorada do meu amigo(o tal "jorge" que vocês vêm ao pé do meu nome logo ali na cabeça do blog) e chegar a casa às 4 da manhã cansado para burro..e sem tomar banho porque eu sou um real porco - não se preocupem que agora, milagrosamente, até nem cheiro pessimamente.

DIA 3

Bem, o domingo foi chegar lá mais tarde...e bulir um bocadinho mais. começou mal com uma garrafa com rolha lá dentro(e o rapazote ah e tal pediu outra grátes) e voltou a minha amiga que lá tinha estado ontem, embora isso me tivesse surpreendido. E..porque raio estou a contar isto? que raio de diário pá.
Bom, em relação a concertos não posso dizer mesmo grande coisa. Havia, salvo erro, uma banda de punk no palco da jcp, e lembro-me dos yellow w van a abrirem o palco 25 de abril praí pela terceira vez seguida ou algo do género. Quanto ao resto...enfim houve o comício, tive pena de não ouvir babylon circus(agora resolvi-me a fazer isso agora, e digo desde já que é um ska muito animado com trombones que parecem precisamente de circo), e congratulei-me de não ter gramado com o boss ac. Nada contra o homem, mas realmente não percebo a inclusão dele para fechar a festa, quando tínhamos nada mais nada menos que o sérgio godinho(!) a fechar o auditório primeiro de maio mais ou menos à mesma hora. enfim ainda ouvi a voz duma convidada do homem que andou na minha manhosa barraca(aquele edifício manhoso nas paredes- ao pé de alenquer- de nome escola secundária damião de goes), e tá feito.
Se em relação a música não há grande coisa a adiantar, pelo menos tenho a consciência tranquila, porque comprei a bela da t-shirt dos vicious five..tal como o compadre joaquim tinha aconselhado. consegui beber zurrapa e aceder ao pregão do homem. Meu Deus, eu sou boa pessoa. E pronto penso que já está tudo.

Ok eu faço um balanço: uma pseudo-loira que basicamente me encheu a vista durante a festa toda e que, curiosamente, só esteve no meu ângulo de visão uns 10 segundos. Os vicious five na alegria e a naifa a merecer o seu visionamento num local bem mais recatado. O vinho a 2 euros e a dificuldade que não era para abrir as garrafas de cunca. Os reckless que me deixaram danado por não os conhecer de lado nenhum(e não era mesmo suposto). O povo que se (re)viu que foi mais que muito, algumas pessoas a queixarem-se da atmosfera mais festivaleira, no entanto pareceu-me que estes 30 anos resultaram bem, e mostraram que a festa está aí para durar, e vai continuar sim. só é pena que ainda hajam preconceitos em relação a ela...enfim é lá ir e isso sair de cena passado meio minuto.


Para o ano há mais? Obviamente.

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