Saturday, December 15, 2007

Alcest - souvenirs d'un autre monde(2007)



Não é metal. Não é sludge. Nem post rock. Não é rock instrumental.Também não é shoegaze. No entanto é tudo isto embrulhado numa produção e execuções irrepreensíveis. Falamos de um tipo francês, de nome Neige, que já andou bem enveredado dentro do black metal por exemplo, e que agora decidiu-se a fazer um disco que engloba géneros sobretudo ambientais e de suave meditação. Uma espécie de busca por nós mesmos, em busca de uma redenção de nossos próprios pecados.

"Souvenirs d'un autre monde" soa a viagem experimental pelos nossos sentidos. Temos vozes bem uptempo, guitarras épicas mas ao mesmo tempo de contornos suaves, temos aquela carga instrumental do shoegaze... Temos sobretudo uma salada variadíssima e saborosíssima de diversos sabores juntos num só.

E é sobretudo na parte do "um só" que este disco se revela: porque de facto funciona, enquanto bloco sólido de temas, que se vão agrupando numa perfeita sintonia. "Pritemps emeraude", o primeiro tem uma guitaerra suave e contagiante...e depois o tema título continua-a, elaborando um pouco mais o seu propósito. Cada tema como que parece a continuação do anterior, mas preserva sempre o seu carácter identitário - embora este disco seja claramente uma mescla sonora, mais do que escrita de canções.

Aponto como único defeito visível, a voz que surge demasiadas vezes(não que sejam muitas, mas ainda assim demasiadas). Talvez em "Ciel errant" elas se justifiquem, mas de resto a sua presença está pouco solidificada. Percebe-sea intenção do músico em colocar ali a voz enquanto parte instrumental, e nunca enquanto mote do disco, mas a modos que...epá não fica girote.

Posto isto: o ambiente é arrebatador, embora seja um disco mais suave que o sludge comum (porque não é sludge). As guitarras perfeitas, a temática igualmente. È um disco agradabilíssimo de se ouvir,sobretudo se estivermos a contemplar uma bonita paisagem. aliás penso que essa talvez tenha sido uma das fontes de inspiração de Neige."souvenirs d'un autre monde" é mesmo isso: um espectáculo contemplatório de onde não apetece sair. Porque inspira qualquer um.

9/10

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