Saturday, November 24, 2007

The dillinger escape plan - Ire works (2007)



Sim. Ou os amamos ou temos um ódio à grande, perguntando-nos e a quem nos rodeia se isto é de facto aquele néctar divino para os nossos orifícios auditivos, o qual chamamos de "música". Os dillinger são assim e nada há a fazer: a bitola caótica continua cá, a voz recheada de raiva de puciato também e...bem alguma coisa muda sim.

Primeiro que nada o meu bitaite mais histórico: em relação ao primeiro vocalista o que me parece é que os dillinger passaram do tal noisecore que na altura era uma fusão de géneros inventada pela banda, para um híbrido que vai entre noise, rock meio obscuro e uma certa facção industrial e certos pós jazzísticos. Se com o tipo grego que era o vocals do antigamente a banda ganhava força nas ventas, com puciato ganhou variedade e heterogeneidade que se soube homogeneizar na perfeição. confusos? Convenhamos que em "miss machine" (segundo disco da banda e primeiro de puciato) esta dispersividade já se encontrava aos molhos, num disco que a meu ver revolucionou todo o conceito de música conjugado com caos. Agora em "ire works" funciona ainda melhor porque a banda conseguiu tornar os temas ainda mais caóticos, não só com peso mas com diferentes apontamentos de vários géneros, ao longo dos temas.

Sim minha gente isto já acontecia em "miss machine"...mas não de um modo tão evidente. Em "miss machine" haviam temas que já evidenciavam este tipo de variedade como "phone home" e "baby's first coffin", no entanto aqui temos uma fusão completa que vai da variação guitarrística de "lurch", passando pela quase popice(!)de "black bubblegum onde imagine-se(!) puciato nunca recorre a vozes agressivas, estando sempre num meio falsete à mike patton e num tom extremamente melódico(esta pode ser a primeira música de dillinger que quem os odeia ou simplesmente desconhece o que eles são, iria gostar), ou pela genialíssima "milk lizard" que conjuga todas as propriedades dos temas do dillinger - caos absoluto, guitarras trepidantes, raiva existente nas vozes, e fusões geniais- e adiciona-lhe um refrão catchy à bruta. e sim, eu usei a palavra catchy ao referir os dillinger. Estão a perceber o alcance?

Os the dillinger escape plan são a salada russa do metal. Mais que isso são possivelmente a "maior banda salada russa do mundo", dado que aqui até consigo vislumbrar fado a bater à porta se fosse preciso. Ou o amigo leonel nunes e seu garrafão. "Ire works" só confirma que estamos perante uma banda que, tendo um modus operandi relativamente concreto (que já referi no parágrafo acima), consegue ainda assim misturar mais umas quantas coisitas e enfiá-las todas no mesmo sítio. ainda por cima de um modo trepidante e absolutamente técnico. E de deleite para os meus singelos ouvidos. O crítico do allmusic diz que estes tipos podem ser futuramente "facilmente considerados os radiohead do metalcore". Metalcore onde? E radio quem?



9/10

2 Comments:

Blogger Fio de Beque said...

estes tipos são a versão death dos Mr.Bungle. de facto, penso que o Patton teve ou tem influência pessoal neles. bom bom é mesmo Meshuggah. Ri-me com o teu blog :) passarei mais vezes.

10:30 PM  
Anonymous Anonymous said...

Muito boa a análise!!!

É difícil achar um blog em português que faça críticas de bandas meio "desconhecidas", principalmente aqui no Brasil.

Achei o Ire Works espetacular!
O Miss Machine era o caos ainda sem controle. Nesse álbum, nada é fora de controle, e tudo parece ser calculado ao extremo.

Parabéns pelo blog.
Poste mais críticas de bons álbuns!

Até mais...
João

dieeiervonsatan10@hotmail.com

12:56 PM  

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