Friday, April 07, 2006

V FOR VENDETTA( James Mcteigue 2006)



Um recolher obrigatório. Uma rapariga com um aspecto físico bastante apreciável(quem falar mal da portman fisicamente leva logo um balázio no meio dessas fuças que eu sou mau comás cobras) sai de casa para ir ter com o comediante mais famoso de Londres. È interceptada por sentinelas à guarda do regime extremista, que a querem violar...só não fazem a fila indiana porque não é o araújo pereira, mas a bela da portman.
E de um túnel escuro e sombrio surge uma máscara. V. Dá cabo do canastro aos 3 malfeitores, salva a rapariga e tudo fica bem. Leva-a ao fogo de artifício que ele próprio produz, ao fazer explodir um edifício em Londres, e devolve-a a casa.

Assim começa "V for Vendetta", a mais recente produção dos irmãos wachovski. Desta vez não assinaram também a realização, deram-na a Mcteigue antigo asssitente de realização dos irmãos. "V for vendetta" é baseado numa banda desenhada com o mesmo nome, cujo autor é o mesmo da também já adaptada para cinema "Liga de cavalheiros extraordinários" que segundo ouviu dizer, ficou má como tudo. Aqui temos um futuro, não muito longínquo, dominado por uma ditadura totalitarista , manipuladora e que faz o possível e o impossível para a manutenção do regime. As pessoas acreditam porque se querem sentir seguras: e à medida que o filme avança, tomamos a consciência de que elas estão seguras porque têm medo. e que esse medo foi, principalmente, provocado pelo próprio regime. E é V, um herói mascarado que tenta destruir o próprio regime, fazendo explodir edifícios-base, e assassinando algumas das suas figuras mais importantes.

V, é o homem que a tudo sobreviveu: aos esquemas de segregação impostos pela ditadura, aos constantes ataques à sua pessoa, à tentativa de desviar as suas iniciativas terroristas. E V não é de facto um herói típico: ele mata, explode, tem a dita "lata do caraças, pratica terrorismo de um modo totalmente aberto. E usa sempre uma máscara que lhe permite esconder um rosto que já está desfigurado.
Natalie Portman, é Evey que passa a ser a principal testemunha dos atentados de V.Os pais morreram às mãos da ditadura, e trabalha numa das principais estações de televisão do país. a relação entre ela e V é extremamente curiosa: este salva-lhe a vida por duas vezes, alberga-a em sua casa, criando uma harmonia completa que parece mais uma relação paternal: V faz-lhe o pequeno almoço, vê com ela o conde de monte cristo, dança com Evey.

Até me arriscaria a dizer que a dimensão humana de V é a parte mais curiosa e ,ao mesmo tempo, divertida do filme. Ver um terrorista de avental cor de rosa, a cozinhar tostas com ovo estrelado não deixa de ter piada. È verdade que é um terrorista "bonzinho", no entanto tem igualmente uma vertente de extrema violência que é atenuada pelos bombons que o argumento dá, na humanização de V. Que poderia soar distante devido à sua máscara. Mas não: V é precisamente um de nós. E quer sê-lo.

Entretanto claro...A polícia investiga V, o ditador-mor passa-se da cabeça(aqui interpretado por john hurt, algo que não deve ter sido coincidência, tendo em conta a adaptação cinematográfica do livro "1984"), o polícia que o investiga percebe tudo, e cai em si a questionar toda a credibilidade do regime, as pessoas começam a acreditar em V, que até uma emissão de tv pirata consegue elaborar, tudo acaba bem, e o herói passa a mito.

"V for vendetta" é realmente um filme previsível. E longo. 2 horas e 10 minutos é tempo de mais, para um filme que não deveria passar da hora e meia. Às tantas Evey tem algumas acções mais irreflectidas, os assassínios e seu formato começa também a ser previsível, o filme acaba por não conseguir ser uma lufada de ar fresco no que a adaptações de banda desenhada concerne. O argumento é bom, os actores também, no entanto existe realmente alguma monotonia que poderia ter sido evitada.
Se falarmos das sequêcias de acção, elas estão bem feitas. V dá-nos a perfeita sensação de violência. As explosões estão muito bem engendradas e sobressaem no ecrã;a cena final também é muito boa : o filme está bem estruturado, tem uma mensagem política a emitir, e consegue dar-nos uma visão bastante real daquilo que o mundo é hoje. Não sendo brilhante nem perfeito, "V for vendetta" é bom entretenimento, daquele que nos deixa a pensar um pouco, com alguns laivos cómicos de vez em quando, e um anti-herói delicioso. Não sendo a melhor coisa do mundo, é um excelente filme para se ver a um domingo à tarde numa sala de cinema.

6/10

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