Thursday, August 04, 2005

VILAR DE MOUROS: DIA 31 (ou a magia da banda desconhecida)

O última dia de Vilar de mouros acabou por contar com a minha presença, presença essa que se reduz a duas palavrias: PORCUPINE TREE. A verdade é esta: Se a banda britânica de Wilson, Barbieri e sus muchachos, não tivesse ido ao festival, o certíssimo era também eu ter ficado de fora.
Mas neste caso, outro galo cantou. E pela presença de Wilson e companheiros, consegui alargar as minhas férias no minho por mais um dia. Mesmo sabendo que tinha de partir de comboio no dia seguinte.
Valeu a pena? Talvez seja demasiado redutor falar desta forma. Vamos por partes:
A primeira é que, ainda antes de entrar no recinto, ouvi o concerto praticamente integral dos Wedding present, que soavam a uma mistura de uns james, lloyd cole, e sabe-se lá mais o quê, com uns refrõezecos que faziam por ser contagiantes. Puro engano: Pelo que ouvi das colunas, lá vinha mais uma bandola de brit-pop a tentar o seu lugar ao sol. Pois.
Já lá dentro, deu ainda para assistir ao concerto de Andy Barlow(o amiguinho da Louise Rhodes, na banda mais portuguesa de Inglaterra, os gabriéis Lamb) com a sua nova banda que comprimia influências de uma pop mais ao jeito psicadélico,onde o próprio vocalista fazia umas caretas bem apreciáveis, onde apesar de tudo, já se vislumbravam pontinhas de canções ali engendradas. Para início de carreira já não foi mau, agora têm que aprumar a mistura entre pop rock e música electrónica, de um modo mais eficiente.
E o paleio necessário acabou: E finalmente se seguiu aquilo que esperava: Após tanta insistência em ficar lá mais uma noite, após ter conseguido uma vaga na pousada da juventude em Vila nova de cerveira(onde estava a passar férias), após ter a consciência da viagem que ia fazer no dia seguinte.
Mas tudo isso acabara: A verdadeira razão surgia a meus olhos: Steven wilson, o génio músico e produtor, o homem que produz e concebe atmosferas e letras mágicas, que dá ao panorama musical mundial laivos de genialidade e beleza como já não se vê há muito tempo. Ali estavam eles à minha frente: Porcupine tree.



Ter um homem como wilson à nossa frente dá, imediatamente, direito a boca a berta de espanto, mas ao mesmo tempo de um orgulho imenso por termos diante de nossos olhos tamanho génio. Sim, porque dizer que porcupine tree é uma banda genial, já é algo absolutamente redutor: Geniais é pouco para os tamanhos requintes atmosféricos e instrumentais, para a beleza de seus temas, embalada em doces sinfonias progressivas que se alastram tema a tema. Começam com alguma previsibilidade é certo: O tema que dá nome ao último disco da banda "deadwing" foi o primeiro a ser tocado. Aliás todo o concerto foi pautado pela apresentação do novo álbum dos porcupine tree: Daí ter sido "deadwing" a estrela de uma noite brilhante.
Foi então a partir do fantástico "deadwing", tema de 7 minutos e meio que passa por várias fases, desde uma componente mais dentro do formato canção, até que, sensivelmente a meio, se desconstrói para se tornar numa sinfonia progressiva de alta mesria, para depois voltar ao tema que realmente é. Uma canção onde toda a genialidade da banda está mais que evidenciada.



Mas não foi só: Do novo álbum ainda tocaram temas como "Arriving somewhere but not here, tema mais duro, com uma faceta progressiva bem forte e extremamente acentuada; "Halo" faixa mais dentro do formato canção, com uma grande dose de negritude, evidenciada pela voz de Wilson, ou a fantástica "Lazarus" um dos melhores temas já feitos por Porcupine tree. De realçar que existiram alguns problemas de som durante esta faixa, mas a banda manteve-se estoicamente em palco, como se não desse conta da insuficiência técnica que (felizmente!) foi de pronto resolvida. Mais uma forma do tamanho profissionalismo destes britânicos.

Ainda de realce foram os temas tocados do maravilhoso "In absentia": "The sound of muzak",mas principalmente "blackest eyes" deram um tom de celebração à meia dúzia de pessoas que estava ali especificamente para os ver.
Para além dos temas que houve? Entrega. Paixão. Profissionalismo. Simpatia. E a certeza de uma banda ter granjeado mais fãs em Portugal. No fim do concerto ouviam-se várias vozes altamente positivas sobre aqueles tipos britânicos, desconhecidos de 95% das pessoas presentes no festival.Mas ,acima de tudo, o que fica foi um dos melhores concertos já vistos em solo lusitano. Um destilar de grandes canções, todas elas, de uma banda que soube virar o público totalmente a seu favor. e para uma pessoa que foi ali por eles, que nunca tinha pensado que algum dia poderia ver Porcupine Tree em solo português foi um enorme orgulho poder ter presenteado tamanha simbiose entre banda público..e estrelas. Porque essas, apesar de brilharem, apontavam sorridentes o centro do palco onde a banda perfilava um concerto memorável. Bem valeram todas as complicações da viagem do dia seguinte, inclusive um atraso de mais de duas horas., Que voltem cá depressa. Bem hajam (10/10)

Nota: O resto dos concertos? O plant deve ter sido bom e o palma também. a verdade é esta: Sem porcupine vilar de mouros tinha terminado. Em cheio.

2ª Nota: Agradecimento especial à Joana e ao Júlio. Arranjaram-me bilhete à pala e não se importaram nada pelo facto de ter saído do festival mal acabou porcupine. Um enorme obrigado aos dois por isso. Esta review é especialmente para vocês(porra daqui a pouco soa lamechas...pronto está feito)

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