Porcupine Tree-Deadwing(2005)
Tudo em que Steven Wilson toca é ouro. Talvez esta frase pudesse soar mais um chavão que outra coisa qualquer, não fosse o facto de ter uma verdade absolutamente indesmentível dentro dela. O fundador dos Porcupine tree que possui praticamente o controlo artístico da banda na sua totalidade, e que produziu os muitíssimo bem recebidos discos dos Opeth "Deliverance" e "damnation" conseguiu neste "Deadwing" mais uma prova de toda a seua genialidade.
Após a obra-prima absoluta de nome "In absentia" qual seria o rumo para os porcupine tree, banda de um rock progressivo cheio de ambientes e deleites instrumentais, com influências de uns pink floyd ou uns rush? O que estaria Steven Wilson a mgicar, após ter elaborado um disco que foi, sem dúvida, um dos melhores desta década que vai a meio? Talvez tentar utilizar o mesmo género musical, mas adaptando-lhe funcionalidades diferentes. Assim "deadwing" sendo também uma obra progressiva, é demarcadamente diferente de "In absentia".Inicia-se com o tema-título de uma atmosfera bem calma mas extremamente progressiva, com instrumentalizações de grande nível ,para ir desembocar em quase 10 minutos de duração. Porque aqui existe um enorme brio instrumental de todos os músicos intervenientes. Um dos temas mais completos do álbum.
Segue-se talvez a música mais potente de todo o disco: "Shallow". Não que seja um tema propriamente pesado, mas é sem dúvida aquele mais carregado, mais àspero, mais hard rock, se é que este termo se poderá utilizar num disco destes. Mas se atentarmos aos primeiros riffs bem que essa noção nos é dada. Um tema readio-friendly qb,mas também passível de agradar a todos os fãs da banda de Wilson, por ter igualmente devaneios instrumentais sempre muito bem vindos. E tem, logo de seguida, um refrão extremamente bem engendrado e executado. Um grande tema.
Não sendo meu objectivo analisar os temas um a um, ainda faço menção à faixa três deste álbum, onde é o piano de Richard barbieri que mais força tem, a par de uma voz de wilson extremamente delicada e subtil em cada passo dado. "Lazarus" dá nome a tão bela sinfonia da natureza. Onde ambientes de um porte quase angelical e mágico se unem a um piano límpido e melancólico de barbieri, e a uma guitarra suave e marcante que aparece a meio da canção. Onde talvez possamos ver a verdadeira aptidão que os porcupine tree possuem em escrever temas que fiquem no imaginário de cada um. E têm-na em larga escala de facto.
Três temas aqui foram relatados. Mas muito mais tem este disco a oferecer. Desde a verdadeira peça com pedaços sinfónicos de nome "Arriving somewhere but not here" onde se observa uma banda a criar temas de instrumentais de uma delicadeza absoluta, "mellotron scratch" que acaba por ser uma viagem natural ao longo de uma imaginação ambiental extremamente bem cumprida, onde a voz de wilson soa como vento esvoaçante e em constante desvanecimento, e onde podemos captar a capacidade de criar ambientes que a banda de facto possui.
O que é então "deadwing"? Uma viagem. Por momentos de um rock mais psicadélico e tendencialmente progressivo no tema-título, por momentos de um quase hard-rock("shallow") ou de uma beleza poético-instrumental ("lazarus"). Mas também existe a fusão destes três elementos em diversas canções, todas elas com a sua própria atmosfera e personalidade. Todas elas autênticos manifestos artísticos, por parte de músicos que sabem perfeitamente aquilo que fazem.
Não é tão bom quanto "In absentia". Mas também não podia ser. E se "in absentia" soaria como frio e enevoado, "Deadwing" soa como uma viagem aos trópicos no meio do verde. Onde a voz de Wilson se ouviria ao longe, e onde todos nós apreciaríamos o som da natureza no seu estado puro. E é nesta pureza que se inserem os porcupine tree: Música de génio só para quem de facto pode. E eles podem-no. 9/10
1 Comments:
cara, esse review me inspirou muito a baixar o disco!
obrigado
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