Thursday, December 28, 2006

Berlaitadas cinematográficas: 10 simpáticas películas e tal

Pode-se dizer que este ano até fui regularmente ao cinema. Também porque no 2º semestre saía a uma simpática hora à sexta feira, e isso foi uma boa ajuda. Aqui ficam os 10 filmes que gostei mais, de todos os que vi. Não vou arrefinfar comentário a não ser nos três primeiros porque..bem, porque o blog é fundamentalmente de música como toda a gente sabe. Ainda assim, se perderam alguns destes filmes, diga-se desde já que todos valem bem a pena. Aqui ficam os bitaites:


A history of violence



Somos nós. A nossa transformação. Aquilo que queremos ser, para fugir de um passado negro. Temos medo que ele volte? Sim. E quando volta da maneira mais irónica e peculiar? Quando somos heróis e apercebemo-nos que só o fomos porque já ceifamos muitas vidas anteriormente? Tom stall é um simples homem que mora numa pequena cidade? Ou será um assassino? Muitas perguntas, para um filme absolutamente genial e que explica tudo apenas com hora e meia de duração.

the new world



Amor proibido.a paixão que sobe de tom, à medida que o conto avança. À medida que nos vamos deliciando com as belíssimas imagens, que o classicismo de malick nos vai fornecendo. È uma história sobre o amor. E sobre a impossibilidade dele. E sobre as diferenças de cada um. E os caracteres. E como pano de fundo, a enorme beleza natural dos espaços


matchpoint


Traições. Despeito. Um jogo que vai surgindo no ecrã, desde que começa, e que atinge o auge numa total inversão de sistemas. Quem é culpado? Quem quer ser culpado? E scarlett johannson como a verdadeira femme-fatale, num filme quase noir, onde todos acabam por ser culpados e inocentes

Borat: Cultural Learnings of America for Make Benefit Glorious Nation of Kazakhstan



Inside man




The science of sleep




Marie Antoinette



Good night and good luck




Movimentos perpétuos: tributo a carlos paredes




Flushed away




- Já agora: esta semana estreiam dois filmes que prometem: babel e the prestige. Não vi em 2006, ficam para o top do ano seguinte. Se lá merecerem entrar claro(embora suponho que sim) e se eu fizer top...ou seja o que isto for.

Wednesday, December 27, 2006

Envy - Insomniac doze(2006)



Há discos assim: tocantes. Cheios de intensidade. Repletos de deliciosas melodias e de instrumentalizações perfeitas. Pioneiros em fazer saladas com condimentos de diferentes proveniências, mas que depois de agrupados fazem todo o sentido. Mas sobretudo que nos deixam sem quaisquer tipo de reacção, face ao que está a ser ouvido. Que nos conseguem espantar em todos os sentidos, arrebatar-nos por completo, fazer com que nós nos sentamos absolutamente mínimos, em relação a tudo o que é debitado.
È o que consegue este "Insomniac doze".

Os envy são japoneses. E já têm uns aninhos. No entanto este último disco, vai um pouco contra a toada mais negra e soturna dos últimos álbuns. Este "insomniac doze" é bem mais uptempo, com texturas mais suaves, talvez mais melódico. Também de mais fácil audição, penso eu. A verdade é que depois dos ritmos um pouco mais pantanosos, a banda decidiu-se em dar-nos a bonança. Porque, com os ritmos que vamos ouvindo, cada vez mais nos parece que estamos perante um amanhecer: e um amanhecer novo que nos deixa regenerados. Como se pudéssemos viver de novo. Deixar os sentimentos fluir e..."wait for the quiet and peaceful tomorrow"(como dizem em "further ahead of warp".

Mas com isto não falo da salada: e essa parte é importante, até porque estou esganado de fome e ainda tenho de ir fazer o jantar: os japoneses misturam screamo, sludge, algumas pitadas post-rockianas e ainda se arranjam para alguns textos de spoken word em japonês. No entanto o que aqui tem mais realce é a intensidade das guitarras: elas são tocadas com tanto sentimento, com tanta convicção naquilo que se está a fazer, com tanta coerência melódica que até arrepia. E é-nos impossível não abrirmos a boca de espanto ao ouvirmos todos estes apontamentos, rematados com uma voz imensamente raivosa, sôfrega, mas à qual não deixamos de denotar uma pontinha de sensibilidade.

Falar em temas é difícil: e se há porventura alguma queixa a fazer, será à homogeneidade do álbum. Sim,a verdade é que ele não vai muito para além deste tipo de salada que já referi. Não adiciona grandes elementos ao longo da sua duração. Continua com ambientes intensos, vozes fortes, guitarras que nos transcendem. Mas não é capaz de ir para além disso. De qualquer forma, a pergunta que se coloca é: isso ineressa? Interessará porventura?Tudo está tão bem feito...tão sentido. Tão inegavelmente belo. È como se pegarmos na tal salada..naquela salada que comemos à bruta e nunca nos fartamos. E a verdade é que ninguém se pode queixar da autenticidade e originalidade dos envy.

Porque não há banda como eles. Não vejo ninguém a misturar screamo com sludge, a enfardar post-rock, e depois apimentar com aqueles pozinhos de talento e dedicação. E, porque não dizê-lo?, a dar um arzinho um pouco mais exótico à coisa. È notável a sensibilidade destes japunas. E também o crescendo de grandes bandas que têm vindo à tona do país do sol nascente, mesmo tendo em conta que elas já têm alguns anos em cima: envy, boris, mono... Todas elas com grandes discos este ano.

"Insomniac doze" é o disco mais forte deste ano. Aquele que carrega aromas mais profundos... de que alguns podem não gostar. No entanto, é só dedicarem-se um pouco ao disco, e ele oferece-vos paraísos sonoros..que pensamos não existirem. Ainda não sei se á o álbum do ano( o que é um cocó, porque quer dizer que ainda não decidi). Mas está lá perto. Garantidamente. Um disco bonito.Quase perfeito. E mesmo nas suas fragilidades consegue sempre encarar-nos com um tremendo sorriso.

Não tremam perante ele: "insomniac doze" está aí. Disfrutem-no.

9/10

(importante- estou práqui com esta verborreia toda, mas é de facto lixado arranjar este disco. Eu posso metê-lo por aqui por meios...objectivamente ilegais. E talvez o faça dentro em breve. Esperem para ver e tal.)

CANÇÕES 2006: O TOP DA TRETA

Porque não é top nenhum. Vou meter práqui algumas canções a que tenha achado piada, e pronto. Tal como no ano passado, as portugas terão um bonito P com uns parentesis colados, e talcomo o ano passado também me vou esquecer de muita coisa. È a primeira lista do ano(há de vir a de cinema, a de concertos, e depois logo se vê se uma internacional e uma nacional, ou se virá tudo à bruta. Veremos)

Canções:

KHOMA- IF ALL ELSE FAILS
MORE THAN A THOUSAND - THE RED RIVER MURDER(P)
SUNN O))) & BORIS- THE SINKING BELLE(blue)
SAOSIN - IT'S FAR BETTER TO LEARN
CULT OF LUNA - DARK CITY DEAD MAN
LINDA MARTINI - DÁ-ME A TUA MELHOR FACA(P)
ATREYU - SHAMEFUL
HILLS HAVE EYES - THOSE BIRDS WON'T BOTHER US ANYMORE(P)
NORMA JEAN - BLUEPRINTS FOR FUTURE HOMES
ASIDE - SEDUCE YOUR ENEMIES(P)
ISIS - DULCINEA
TV ON THE RADIO - WOLF LIKE ME
THE STROKES - YOU ONLY LIVE ONCE
BORIS - FAREWELL
THOM YORKE - THE ERASER
PEEPING TOM FT RAHZEL - MOJO
THESE ARMS ARE SNAKES - SBUTLE BODY
DEVIL IN ME - WE STAND ALONE (P)
EASYWAY - MAY 9TH(P)
ISIS & AEREOGRAMME - LOW TIDE
CONVERGE - GRIM HEART/BLACK ROSE
PLANES MISTAKEN FOR STARS - ONE FUCKED PONY
DEATH BEFORE DISCO - BARRICADES OF RUMBLE
KILLSWITCH ENGAGE - THIS IS ABSOLUTION
MUSE - STARLIGHT
BUNNY RANCH - YOUR WORDS ARE MY JOKES(P)
DEFTONES - XERCES
TWENTY INCH BURIAL - HISTORY REPEATING(P)
UNDEROATH - MOVING FOR THE SAKE OF MOTION
ALEXISONFIRE - DRUNKS,LOVERS,SINNERS AND SAINTS

Pronto. 30 temas giros e fofos que apetece apalpá-los, como àquelas simpáticas babes que..ok esqueçam a parvoíce. Tentem ouvi-los e mandem bitaites. Logo vejo quando é que me dá na pinha colocar mais tops deste ano que, diga-se, ainda não acabou.

PS - sim, não é engano vosso: está aqui um tema dos strokes? Não não me converti ao fraco saudosismo daquela gente. Mas tema é, inegavelmente... vá, giro.

Saturday, December 23, 2006

Converge - No heroes(2006)



Os converge são daquele tipo de bandas, de onde só podemos esperar o inesperado. Depois do já clássico "Jane Doe", e passando pelo mais emocional "You fail me", a banda de Jake Bannon edita agora novo disco: "No heroes". E enquanto "Jane Doe" se baseava em mestrias noise um pouco mais comuns, e "you fail me", num cariz emocional mais acentuado, este "No heroes" vai ainda mais longe. Desta vez a banda quis explorar a sonoridade ao máximo, perfazendo enormes momentos de experimentalismo que coincidem com momentos de noise mais puro.

E o que são os converge? Uma bomba auditiva. Desde sempre. Mestres em carregar toneladas de peso sonoro para ouvidos mais incautos,a banda de Boston nunca deixa os seus créditos por mãos alheias. Assim começa o disco, com "Heartache" um autêntico napalm sonoro, com um trabalho de bateria fundamental, e um ror de guitarras absolutamente trepidante. O disco continua com pequenos temas de pouco mais de um minuto, onde para além de noise vem até alguma sonoridade mais àspera(alguns laivos de grindcore talvez), mas ao mesmo tempo alguns breaks de guitarra espantosos.

Porque os converge são isto. Nota-se, tanto neste disco como nos anteriores, uma enorme mestria instrumental, que consegue pautar na perfeição e acompanhar o extremismo do seu som. E é com tanto talento junto que a banda consegue temas pequenos em tamanho, mas grandes em intensidade. E é a capacidade de ter tanta referência sonora, tantas mudanças de peso, tanta diversidade que eleva os converge, e também este disco, para um patamar de excelência. Pelo menos instrumental.


No entanto seria idiota pensar que o grupo se ia restringir a dar mais uma lição de bem tocar a toda a gente. E para além das enormes e explosivas bombas, o quarteto sabe ir muito para além do portento sonoro. Para isso cria um tema como "plagues", onde as guitarras são àsperas e recheadas de breaks, mas onde se nota um aprumo melódico, ou como "Grim heart/black rose", provavelmente um dos melhores temas dos converge até agora. com uma base inicialmente melódica(nem que seja para uma pessoa "descansar" para o vá..enxerto de porrada sonoro que esteve a ouvir- embora um daqueles enxertos que nós gostamos-mais coisa menos coisa) a música vai evoluindo em contornos quase progressivos, misturando as guitarras trepidantes com uma voz mais sôfrega(embora não chegando ao nível de alguns dos temas do álbum anterior). È um tema completíssimo, cheio de pequenos requintes e pormenores, e que vale a pena ouvir um bom par de vezes...ou até mais.

È tanto pela enorme capacidade musical que o quarteto tem, como pelo claro talento em criar exercícios de estilo-porque este disco, está repleto deles embora todos com o seu devido e correcto lugar- que "No heroes" consegue alcançar patamares de genialidade. Como tudo aquilo que os converge fazem aliás: são daquelas bandas onde a expressão "tudo onde tocam é ouro" adquire real significado. E, "no heroes" é ouro. Pelo peso, pelo talento, pelas canções. Por tudo.


9/10

Monday, December 18, 2006

Borat: Cultural Learnings of America for Make Benefit Glorious Nation of Kazakhstan (Larry Charles 2006)



Finalmente!, é caso para dizer. Já era suposto ter ido ver este "Borat" há um bonito porradão de tempo. Porquê? Sobretudo pela total celeuma que causou no seio dos críticos nacionais. E pelo incomensurável apoio de gente como Nuno Markl, ou Filipe homem fonseca. Assim ao longe, parecia-me que "Borat" estava totalmente destinado a ser um daqueles filmes de extremos: ou um gajo fica todo maluco, como o pseudo-produtor do pseudo-comentário, do pseudo-repórter cazaquistanês(ter repetido "pseudo" três vezes confere prestígio não acham?), ficou ao ver a bonita revista da "baywatch", ou então em fúria(mesmo que contida) do povo americano a ver o simpático rodeo tão tipíco.

Antes de ser uma comédia "Borat" é um filme sobre um tipo qualquer, vindo de um país do seilaonde, à grande metrópole. À terra dos esclarecidos, dos "iluminados" que pensam ser donos da razão, que pensam que o mundo seria perfeito se toda a gente fosse simplesmente "americanizada". È mais ou menos isto que uma das anfitriãs daquele genial jantar diz, quando borat vai à casa de banho, e é mais ou menos isto que parecem pensar todos aqueles que se cruzam com o repórter cazaquistanês. Aliás, a própria aceitação da personagem de Borat pelo exterior do cazaquistão, tem precisamente a ver com o facto de que não interessa de onde borat vem: é um país qualquer alternativo no meio da Àsia, alternativo o suficiente para ninguém se preocupar com isso. E Sacha Baron Cohen, o génio por detrás de "Borat" sabe isso melhor que ninguém.

Vamos então ao (simples) enredo de "Borat". Cohen, personifica a personagem que ganhou notoriedade tanto no "ali g show", como na apresentação dos "mtv european music awards" no nosso simpático cantinho. Borat é mandado pelo ministério da informação do Cazaquistão para efectuar um documentário sobre os hábitos de vida dos americanos, com o intuito disso poder trazer algum benefício ao país asiático. Ou seja, tentar aplicar o que de bom Borat possivelmente verá naquela que é a grande nação do mundo, a dita enorme metrópole. O problema é que quando chega aos "U.S and A" vê um episódio de "baywatch" na televisão e apaixona-se por Pamela Anderson...

E o início, com a população que parecia viver da agricultura, com as vacas dentro de casa, os carros a serem puxados pela carroça, entre outros simpáticos mimos, denotam precisamente a total indefinição cultural que, supostamente, o Cazaquistão está a viver. A necessidade de ter uma guia, um ponto de ajuda, vindo daquele que será possivelmente o país modelo, para tantas almas pouco esclarecidas. Borat goza com todo o suposto arcaísmo, goza com os preconceitos de toda a gente(sobretudo dos americanos) face aos países desconhecidos, exagerando na caricatura, para nos arrancar uma boa piada. Porque, mais que tudo, "Borat" é sobre o ocidente: personificado através dos Estados Unidos.

O grande problema de toda a gente que criticou negativamente "Borat", é pura e simplesmente não ter arcaboiço suficiente para perceber que o filme está muito longe de ser linear: é ficar chocado com algumas das cenas mais fortes(e também mais cómicas), e depois esquecer toda a mensagem subliminar, porque "há muitas piadas escatológicas". E a seguir vem-se com a bonita desculpa dos "apanhados", quando todas as situações, são justificadas, com a plena necessidade de Borat ter de assimilar a cultura norte-americana. Daí que vai falar com gente importante, passando por pessoas mais abastadas, gays, prostitutas, jovens americanos brancos e negros, conservadores, feministas. Todo um rol de gente que é colocado em causa, precisamente pela falta do direito à diferença.

"Borat" é um filme de culturas: é um filme que fala, sobre a nosa intolerância face àquilo que desconhecemos. E Sacha pega nessa intolerância e transforma-a em momentos de puro deleite. E, como uma sanguessuga, acaba por chupar todas as falhas dos próprio sistema americano. È criticar o melting pot que se acha muito liberal,muito diverso, mas que não aceita uma pessoa chamada por borat(uma suposta prostituta, numa das sequências mais cómicas do filme), ou determinados modos orais que borat aprende com o povo nigga lá dum qualquer sítio,e depois os vai aplicar num hotel de charme.

E o grande problema é que nós antecipamos as piadas: sabemos que ele vai ser expulso do hotel. Sabemos que ,com a prostituta, borat vai ser facilmente expulso daquele jantar tão cheio de etiqueta e tão "americanizado". E sabemos que, ao falar de Pamela e ao dizer barbaridades como " o cérebro da mulher não é maior que o de um esquilo" as feministas lhe vãodar um pontapé no rabo. Nós somos todos aqueles que não toleramos os outros. Mesmo quando existe um excesso. Mesmo involuntariamente.

Por isso, "Borat" é muito mais que uma comédia: para além de nos fazer rir que nem uns doidos(porque Sacha sabe perfeitamente quando é que há de meter ali uma boa piada), também nos alerta para uma sociedade demasiadamente fechada no seu próprio umbigo. E tudo isto embalado numa exímia realização de Larry charles, que já realizou episódios de "Seinfeld" e "curb your enthusiasm" penso eu de que. Exímia porque dá a plena noção de documentário, de pitoresco, de kitsh em milhentas situações. Depois Sacha é realmente um enorme actor, porque para além de timing e de uma deliciosa lata do caraças também torna absolutamente credível e real a personagem chamada Borat.

E parece-me sinceramente, que é por ser tão real, tão credível, que "borat"- o filme, foi proibido tanto pelo governo cazaque, como pelos russos. Não que Sacha seja credível enquanto cazaquistanês: isso não será com certeza. Mas a personagem é tão boa, que alguém menos informado pode perfeitamente ficar coma ideia errada do país. Mas para Sacha isso pouco importa: já que o ocidente está tão fechado em si mesmo, que não se vai preocupar em perceber se borat pode existir de facto ou não.

"Borat:Cultural Learnings of America for Make Benefit Glorious Nation of Kazakhstan", é um grande filme. Mesmo. Consegue, com muitas piadas algumas mais fáceis é certo mas sempre brilhantes e bem tiradas, retratar-nos, e consegue gozar connosco. E nós, feitos parvos, rimo-nos com nós mesmos. E se os EUA tiveram um far-play tão grande em relação ao filme(a crítica foi quase unânime ao aclamar "Borat"), porque raio é que nós não tivemos? Seremos ainda assim tão púdicos? Só pode ser isso.

"Borat" é genial. Acabou a conversa.

9/10

Friday, December 15, 2006

Luis costa- All those different colors(2006)




Primeiro que nada mea-culpa para mim. Ou então mais que isso. Ok podem mandar vir daí tábuas de madeira para me darem nas costas. A verdade é que o Luis simpaticamente me mandara ,via fórum cibernético, esta sua nova demo. Há quanto tempo? Pois. Desde julho. Atenção, se algum de vós me mandar uma demo ou algo do género eu não vou com certeza ignorar. Simplesmente tinha sido via fórum, e eu desleixei-me..até porque ele não me falou propriamente em compromissos blogosféricos. Era para eu disfrutar da música, sem me preocupar com o resto(e sinceramente é assim que deve ser sempre).

"All those different colors" é a nova demo do músico português, membro integrante dos madcab(baterista) e dos syn-er-gy: é o guitarrista do duo. Se dissermos que ele é um músico multifacetado, não me parece crível que isso cause sifílis a ninguém, por isso vou referi-lo como tal. Até porque cada um dos projectos é amplamente diferente dos outros: os madcab são uma banda de rock dentro de uma definição um pouco mais simplista, os syn-er-gy uma banda acústica, e este projecto a solo...é uma mistura do rock com um ou outro laivo de grunge dos madcab e da simplicidade sonora dos syn-er-gy. Misturado com ambientes claramente post-rock, com algumas ambivalências pop, decorrentes de bandas como uns radiohead por exemplo(os radiohead são pop sim. para mim são, não existe o ridículo termo "alternativo").

Ou seja: luis costa a solo "é" luis costa a solo. Quando referimos uma salganhada de coisas para descrever algo, normalmente esse algo consegue ser perfeitamente descrito desta forma: "único". "Original". È precisamente isso que temos aqui. Um músico apostado em fazer aquilo que quer ouvir. Um músico que decide criar música que conseguisse estar fora daquilo que fez até então, mas sem que nada soasse totalmente diferente. Tentar agarrar o que de melhor tinha nos seus projectos, para depois dar uns pozinhos seus, uma espécie de adorno especial, para que a mistura tivesse um paladar único.

E é isso que ele consegue em excelentes canções como "All those different colors",o tema-título, canção recheada de intensidade e beleza. Ou pela melancolia latente de "circles"(que é a adaptação de uma faixa dos syn-er-gy com o mesmo nome), canção quase sorumbática recheada de apontamentos soturnos, mas ao mesmo tempo com uma vertente perto do onírico, dado os ambientes que se criam. Ou o ritmo pausado de "Changing tides", que acaba numa melodia uptempo, conseguindo quase subverter a motivação embelezadora da canção. E no meio destas tantas outras.

Agora, é claro que há defeitos: antes de mais a produção. Embora aqui se compreenda perfeitamente, já que com certeza que Luis costa não anda a nadar em dinheiro. De qualquer forma estaria errado se dissesse que estas canções não melhorariam mais com uma produção melhor. Depois também a simplicidade de cada tema: alguns talvez demasiado simples mesmo para o meu gosto. No entanto aqui, louve-se a criatividade de quem fez. E não me parece que luis costa tenha obtido um conjunto de melodias simples, só porque não tinha talento para mais. Dizer isso é ridículo e descabido. De qualquer forma lá está: é o meu bitaite a falar.


Fazendo um breve resuminho, a coisa torna-se simples: Luis costa é dos músicos mais honestos que temos por cá. Toda a sua música parece ser um reflexo dele mesmo, nem que seja pelo tipo de abordagem(normalmente mais soturna) que faz aos seus temas. A beleza deles aparece enquanto algo natural, que vai fluindo ao sabor de cada canção. Não é um disco enorme, não é uma obra canónica,tem alguns desvios de percurso pelo meio, mas é uma daquelas coisas que abraçamos com carinho e que não largamos facilmente. Porque coisas belas e puras são muito raras.Esta é, definitivamente, uma delas.

7/10

PS-Em jeito de editing e porque sou um bocado cromo, esqueci-me de dizer que podem adquirir "all those different colors" inteiramente grátes e sem ferir aquela coisa que ninguém conhece-chamada direitos de autor- na seguinte morada: http://www.myspace.com/luiscosta

Monday, December 11, 2006

Opeth+Amplifier @ Club lua-9/12/06


opeth

As fotos são todas de Manuel Lino, retiradas de musica.iol.pt


Muito bem, os opeth voltaram. Depois de algum tempo sem aparecer no nosso país, a banda sueca decidiu-se em vir finalmente apresentar o seu último álbum, "Ghost reveries", num club lua absolutamente apinhado de gente(o concerto era para ser no garage e foi transferido para a sala do jardim do tabaco, de modo a posibilitar a venda de mais 150 bilhetes- louve-se a idiotice de só se ter tido essa ideia praí na véspera do concerto- sim ainda fui bater com a fronha à porta do garage). E aqui a palavra "apinhado de gente", adquire um significado ainda maior quando pessoas tipo eu só conseguiam ver a cara do akerfeldt e companhia assim quando nos punhamos em bicos de pés. Giro.

Bem, parando com as reclamações e falando com sinceridade, os Opeth não são propriamente a minha banda favorita. Aliás, antes do concerto dos suecos eu só tinha posto os ouvidos nos dois últimos discos da banda: "Damnation" e o tal "ghost reveries", que fez parte do meu top 10 de discos no ano passado. No entanto tinha e tenho a plena consciência da intensidade de toda a sua música. Que passa por um metal progressivo, com algumas derivações ambientais e que basicamente desagua em...bem, em opeth. Com mais de 10 anos de carreira, a banda sueca já tem uma personalidade mais que firmada, e dispensa qualquer tipo de rotulação.



Amplifier

Já os Amplifier...nem por isso. Completamente desconhecidos no nosso país, a banda inglesa vinha apresentar "Insider", disco que foi lançado há coisa de dois meses. E o que se pode dizer deles? Bem, têm um som interessante, embora demasiado envolvido com uma sonoridade mais hard rock(sim, isto é verdade), de uns led zeppelin por exemplo. Havia também alguns laivos de progressivo, e talvez fosse pela mistura entre os dois géneros que os opeth lá os convidaram. O problema destes amplifier, é que precisam de crescer. Caso contrário sujeitam-se a tocar quase sempre a mesma música(as guitarras então soavam iguais em todos os temas). Foi por isso um concerto algo monótono, que não serviu para mais nada senão para aquecer o público...e para fazer aumentar a ansiedade em ouvir os suecos. Os amplifier parecem-me..pobres. Não dava para ter sido uma banda nacional a abrir? Ou que tal(sonhando mais alto que aquele edifício grande como tudo na malásia) terem trazido assim os..vá, porcupine tree? Ok não sonho mais.

Agora sim, lá saíram os rockeiros armados em progressivo aka meio enfadonhos amplifier, lá apareceu a banda sueca. Finalmente os opeth voltavam ao nosso bonito cantinho com mar e tal.


Opeth

E a banda sueca não se fez de rogada. Repetindo a set-list do concerto em Manchester(e acredito que também em mais), os opeth demonstraram aquilo que já sabíamos deles: que são únicos. "Ghost of perdition", tema retirado do último álbum de originais do grupo, deu o mote para logo a plateia o começar a cantar em uníssono. Estava a começar uma noite de celebração, que só acabaria em encore com "Deliverance", tema que deu o nome a um dos álbuns do quarteto. Akerfeldt mostrava-se satisfeito a elogiar as "big titties" das senhoras tugas, o público pedia solos em barda e cá vai disto. Cá estavam os Opeth a debitar brilhantemente os seus contornos progressivos, envoltos em algumas guitarras e vocalizações que não deviam muito ao death metal.

No entanto, não é só isto que a banda tem para oferecer...e um tema genial como "Bleak" é sinónimo disso.Com a participação do gigantone Steven Wilson(tá claro que não estava lá pois), esta canção dá uma dimensão quase épica aos Opeth, face à absoluta intensidade tanto instrumental como vocal que tem. A verdade é que, tanto "Bleak", como "Blackwater park", ou a mais emocional e melódica "Windowpane", conseguiram transportar toda a sua energia e intensidade em disco, para cima de um palco. Aliás não foram só estas três, simplesmente apeteceu-me dar exemplos.




Quanto a mim...bem, como não conhecia em termos a banda, fiquei sempre na dúvida se os opeth fariam um concerto mais pretensioso e digamos "sério", para lhe imprimir um maior grau de intensidade(parece-me que essa intensidade é mais fácil de atingir quando a banda está mais longe de nós), ou se simplesmente eram uns tipos porreiros a bandar bocas. A segunda hipótese prevaleceu. No entanto os opeth também não deixaram que o concerto caísse na monotonia: eles são do género "ah e tal agora estamos no intervalo de um tema, siga beber jolas e atrofiar com o povo que anda aqui", para logo depois começarem a tocar outro tema qualquer com absoluta mestria e profissionalismo. Gente que consegue separar tudo desta forma merece muitos anos de vida.

A verdade é esta: o concerto dos Opeth foi bom. Muito bom. Não foi excepcional nem genial, mas as canções funcionaram todas impecavelmente em palco, conseguindo ser tão intensas como em disco, e ainda por cima os tipos são uns fixes. E quando um concerto é partilhado entre público e banda, estamos ou não perante um factor que o eleva a nível qualitativo?

Agora que voltem depressa.

Sunday, December 10, 2006

Saw III de Darren Lynn Bousman(2006)



Se há coisa que, por norma, me faz gostar de um filme é o seu final. Quando acho que um final está girote e tal, mesmo que o resto do filme seja um bocado mauzinho, acabo por desculpá-lo dos pecados que vai cometendo durante o tempo que decorre,e lá fico a achar que o filme até é bom. Ou então, dentro de um plano superior, fico a achar quer um filme é bom ou muito bom, para passar a ser excepcional. Neste segundo caso tenho muitos exemplos, que vão desde o absoluto clássico "Citizen kane"(sim referi-o numa crítica ao "Saw", sou um cromo do caraças), passando pelo "Blow up" do Antonioni, ou pelos mais recentes "Fight club", ou "A history of violence". No primeiro caso tenho "Saw".

O primeiro "Saw" não era, objectivamente, grande coisa. Era um filme meio de terror, meio thriller com alguns laivos psicológicos, e com uma generosa porção de sangue. Tinha uma realização meio mtv, um curioso ponto de partida, e alguma inteligência narrativa. Mas nada que fizesse destacá-lo de entre outros tantos filmes. Não era totalmente banal mas simplesmente também não era uma coisa acima do razoável.

No entanto o final transforma tudo: e é com aquele surpreendente "twist" que deixou meio mundo de boca aberta, e foi devido à inteligência da manobra e à absoluta verosimilhança dos factos, que "Saw" conseguiu respirar. E foi com esses momentos finais que nos apercebemos da total credibilidade daquilo que não parecia subir muito da mediania. E não é que tenha subido enormemente: simplesmente tornou-se "bom".
"Saw 2" já era mais previsível e estereotipado. No entanto tinha maior coerência. Tinha também mais intensidade dramática, e o final não era de qualquer forma o esperado. Surpreendeu, e acabou por ter um fim que se pode classificar de "engraçadote". Talvez até tenha conseguido superar ,por uma coisita de nada, o primeiro.

Entretanto os amigos James Wan e Leigh Whannell, todos contentes com o dinheirinho que arranjaram à pala de dois objectos filmícos curiosos ,lá se arranjaram para fazer mais um. Outra vez com a ajuda de Darren Lynn Bousman, já realizador do segundo "Saw" (o primeiro foi realizado por Wan, sendo que Whannell fez o argumento e ainda um dos principais papéis).
A história de "Saw 3" é simples...Jigsaw( que é o nome do terrível...hum assassino) está escondido algures,acamado, e às portas da morte. Para sobreviver "convida" uma médica para o manter vivo, enquanto testa outro homem, Jeff. Obviamente que há mortes, obviamente que há alguns conflitos psicológicos e...obviamente que há um twist final, desta vez mais previsível.

Primeiro ponto: "saw 3" é claramente pior que os outros dois. Mas também não é péssimo. Simplesmente...satura. As armadilhas onde Jigsaw coloca as vítimas, são giras e tal, os motivos para cada um estar onde está também, e sabemos um pouco mais de outra das personagens mais importantes da franchise(não vou dizer quem é, porque vou tentar o milagre de escrever esta coisa toda partindo do princípio que ninguém viu nenhum dos filmes). O grande problema é que a expressão "mais do mesmo" vai aqui relativamente bem aplicada.E ainda por cima desta vez, não me parece que haja uma absoluta justificação para tudo o que acontece. O final consegue ser um bocadinho curioso, no entanto inegavelmente soa um tudo nada a falso.

Bem, mas nem tudo é mau: apesar de óbvio, nem wannel, nem wan, nem bousman, nos querem fazer passar por parvos. O filme não é uma caricatura de si próprio. Encadeia-se, tem um fio narrativo lógico, algumas personagens conseguiram ser bem criadas. O tal twist final também é credível, embora com mais reservas já que penso que se consegue arranjar justificações para o filme não acabar da forma como acaba. Por outro lado, perceber que tudo acontece com Jigsaw acamado, é talvez o elemento que foi mais bem conseguido ao longo da hora e meia de duração.

Resumindo: "Saw 3" é mediano. Não é mau, mas também não é bom, nem sequer razoável. Simplesmente come-se , um gajo diverte-se, e ainda reflecte um bocadinho sobre o significado da vida, embora isso seja servido em doses exageradamente óbvias e quase forçadas. A franchise(sim, pelo final diria que vai haver um 4) vai continuar...espero é que esta gente perceba que não pode continuar a dar a fruta de sempre. È que a fruta meus amigos, a fruta apodrece. Pois.

5/10

Thursday, December 07, 2006

A agenda lá vai crescendo...

E temos concertos aos porradões para esta altura. Comecemos pelos BLIND CHARGE, que vão actuar hoje e amanhã no blá blá, e na fábrica do som respectivamente. Actuar é como quem diz, já que hoje é o lançamento do disco "random chaos". sim, a banda nortenha está, finalmente! com um lançamento previsto. Bem bom. Quem também vai lançar um disco, juntamente com os Blind charge, são os DEEP CUT.

E diga-se que no blá blá, actuarão os já aqui referidos umas quantas vezes, CHEMICAL WIRE. E eles sim, actuarão mesmo juntamente com os REVTEND.

Os BLIND CHARGE actuarão amanhã na Fábrica do som, no Porto.

Diga-se que no blá blá, as hostes começam às 22:30 e na Fábrica do som às 23. O preço é o mesmo: 5 aéreos.


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Agora para outras contas temos os BRINGING THE DAY HOME, amanhã no lótus bar em Cascais. A banda de alverca fará a primeira parte dos SMARTINI. O concerto começa às 22:30 diga-se. Quanto ao preço não sei, mas não há de ser muito que eles são boas pessoas. Aqui fica o flyer:



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Também no lótus bar mas no dia 15, vão actuar os madcab juntamente com os Vodoo economics. Mais 5 euricos para (bem) gastarem com duas bandas que prometem um bom concerto. Pelo menos os madcab que já os entrevistei por aqui, mas se os vodoo economics estão com eles é porque também devem ser gente simpática e tal.

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Não esquecer também um concerto dos DEADSINGER hoje na Fábrica do som às 23 horas.

Outra referência que é engraçadota e tal, é o concerto dos Twenty inch burial no santiago alquimista dia 22 deste mês, e dia 23 no hard club em gaia. Os Fiona at forty, juntamente com os grandes if lucy fell farão a primeira parte na sala lisboeta, sendo que no hardclub os Larkin também ajudam à festa. e fica aqui o flyer:




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Feito. Datas e mais datas. Quando tiverem para isso já sabem, arrefifem no mail de sempre: o-som@hotmail.com

Monday, December 04, 2006

Isis - In the absence of truth(2006)



Os Isis andam uns mouros de trabalho. È o ep com os geniais aereogramme(a avaliar pelo futuro novo álbum da banda), é o dvd, são ainda os projectos paralelos/a solo, dos seus membros... Toda uma panafernália de ítems que podem enriquecer qualquer discografia afoita em coleccionismo.
Ah pronto...no meio disto tudo lá arranjaram assim um espacinho de nada, equivalente a comer aquela sobremesa que já nem nos apetece mas que "ah e tal a tua tia-avó-sobrinha-cunhada-filha-neta, whatever fez com tanto carinho e amor só para ti"- digo eu, acabaram por lançar "In the absence of truth" no passado mês de Outubro.

Estamos recordados do passado dos Isis? Ok, depois dos discos iniciais lançaram o "oceanic" que colocou toda a gente em polvorosa. Ok,só meia dúzia de pessoas mas prceberam a ideia. Estava ali o início de qualquer coisa, que já tinha sido começado com os neurosis. Aquela coisa era o sludge/pós doom, que também este ano teve óptimos lançamentos, como o novo disco dos cult of luna, ou dos callisto. Este "In the absence of truth", vem na senda do anterior "Panopticon", que era verdadeiramente um teste às reais capacidades da banda, teste finalizado com uns simpáticos...vá 19 valores.

"In the absence of truth" vem na onda de "Panopticon". Ou seja, algumas das pistas post-rockianas e up-tempo que o disco anterior já lançara, foram colocadas com maior solidez neste novo disco. Os temas soam imensamente ambientais, com tonalidades claras, pese embora nunca desprezem elementos mais pesados(o final de "Wrists of kings" é disso bem exemplo.Não há aqui de facto nada de particularmente inovador ou criativo, se é isso que querem saber. Há guitarras mais leves, atmosferas mas também trepidantes e com severas distorções, como na excelente "dulcinea", há o contraponto desta acalmia como por exemplo na curtinha "All Out Of Time, All Into Space".

No entanto, boas notícias: todos os temas são fantásticos. Executados com a mestria a que os Isis já nos habituaram. "In the absence of truth" é onde tudo aquilo que os Isis são verdadeiramente se condensa enquanto bloco coeso e impermeável. È o juntar das influências post-rock de "Panopticon", com a negritude e peso dos tempos mais antigos. E tudo isto continuando com deliciosos elementos experimentais a que a banda já nos habituou(presentes por exemplo nas emoções sónicas de "Holy tears", naquela guitarra que progressivamente se torna mais calma e que depois desagua num abismo).

São portanto os Isis na sua melhor forma. Tudo bem, este disco não é o desafio que tanto "Panopticon", como "Oceanic" nos proporcionaram, mas é a condensação dos seus elementos em algo ainda maior. Acredito que haja gente que possa ficar desapontada: afinal aqui não há nada de genuinamente novo. No entanto os Isis também não quiseram colocar um travão na carreira, e com certeza que este "In the absence of truth", com os excelentes momentos instrumentais que tem, com a beleza atmosférica e a dureza das suas palavras, não pode ficar de fora quando se fizer uma listinha dos discos mais bonitos que por aí andam.

Este é um deles. Perdê-lo é perder o melhor disco de sludge do ano. E uma oportunidade para se poder ouvir o que de melhor 2006 tem para oferecer.


9/10