Saturday, April 30, 2005

Millencolin-Kingwood(2005)



Os suecos mais famosos na austrália estão de volta. A banda de sarcevic,farm,larzon e ohlsson, após o muito bom "home from home" , editaram este novíssimo "Kingwood", que já é o sexto álbum da banda(não contando com o disco de lados B "the melancholy collection".

Ora que dizer deste "kingwood"? A tarefa não deixa de ser complicada. Se "same old tunes" e "life on a plate" eram manifestos de um punk rock com uns quantos laivos pop, onde os millencolin tinham canções muito rápidas e eficazes,como um "bullion" ou a mítica "olympic", se "for monkeys" nada mais foi que um compasso de espera, embora bem agradável, para o bem razoável "Pennybridge pioneers", um disco que chegou a ouro na Austrália(eu não disse que são os suecos mais famosos na austrália?)e que tinha temas de um punk rock de características bem mais rockeiras e pausadas, não havendo tanto espaço para o punk rock mais primitivo da banda presente em discos anteriores.Já "home from home" deixou os fãs mais antigos à beira de um ataque de nervos: a banda dedicou-se a canções de rock, com um ou outro apontamento mais rápido(realce para a faixa dois "fingers crossed") mas sem as características que os tornaram mais conhecidos. ainda assim é preciso dizer que, muito honestamente, considero o "home from home" o segundo melhor disco de Millencolin. Foi o álbum onde a banda sueca melhor explanou a sua capacidade de criar grandes canções(e elas existem como a grande "Man or mouse" ou "Black eye") e soube verdadeiramente criar um som próprio, que já existia mas não em tão grande dimensão.

E todo este paleio para quê? Para dizer que "Kingwood" era um disco que, teoricamente, iria esclarecer muitas das dúvidas existentes sobre os millencolin. Será que iam voltar ao seu som mais antigo, ou iriam tentar desenvolver a sonoridade praticada em "Home from home" e, em parte, em "Pennybridge pioneers"?

A verdade é que "kingwood" apesar de ,definitivamente, estar mais perto desta segunda hipótese, não esclarece por completo. Criaram belas canções para este álbum como a contagiante "birdie" ou a mais emotiva "shut you out",mas por outro lado não houve um desenvolver muito grande em relação ao seu antecessor. Talvez tenha existido um assentar de poeira após a edição de "home from home" e este disco acabará por servir de passagem para a sonoridade verdadeiramente incrementada pela banda.Mas isso serão meras especulações, vindas da minha própria análise à carreira da banda.

Estamos portanto um disco pouco inventivo: Os millencolin continuam com a sua sonoridade própria, com canções de rock, como as já enunciadas, e também "Farwell my hell" ou o primeiro single "Ray", que combinam elementos rockeiros, com uma ou outra toada de punk mais virado para o pop, e refrões que fazem tudo para serem memoráveis. Depois existem as mais animadas "cash ou clash" a única canção capaz de agradar aos fãs mais old-school da banda que é "Biftek supernova", a bem solarenga "Mooseman's jukebox", e ainda "My name is golden" que ,apesar de parecer uma espécie de auto-plágio de "kemp" e "montego"(de "home from home"), é um tema com um bom refrão e uma bela toada rock.

E aqui está o grande problema deste álbum. Ouve-se com prazer e com vontade, mas não tem uma canção tão boa como "man or mouse" ou "black eye". Os temas que não mencionei cumprem bem a sua função de intercalarem as canções ditas "maiores", no entanto é precisamente nesses tais temas "maiores" que o disco falha. Não existe aqi uma canção com um poder tão grande como as referidas e, tirando em "For monkeys", é o único disco da banda sueca onde isso acontece.De qualquer forma tiveram talento de voltar a oferecer canções agradáveis ao ouvido, bons temas catchy,e muito bom gosto em riffs e letras.Não sendo um disco tão bom como "home from home", nem tendo um ou dois temas absolutamente memoráveis, tem um punhado de bons temas que podem agradar a qualquer fã de rock feito de maneira simplista, e até fãs de punk rock. embora estes(e especialmente os fãs mais antigos da banda) devam ouvir primeiro o disco antes de o comprar porque, sinceramente, "same old tunes" e "life on a plate" já ficaram definitivamente para trás... 7/10

3 temas de loucura:"Birdie","Ray","Mooseman's jukebox"

Wednesday, April 27, 2005

DEAD POETIC

NOVAS MEDICINAS



Os dead poetic são uma das bandas de rock ,com laivos de emocore, norte-americanas mais promissoras dos últimos anos. Após terem editado no ano passado o muito interessante "new medicines", estão agora a conceder-me uma entrevista, pela qual lhes fico muito grato. As questões seguem dentro de momentos:

Poder-me-iam dizer, em poucas palavras,como é que a banda começou, em 1997?

Nós éramos putos que adoravam rock n'roll.Naquela altura eramos fãs de bandas como Weezer,Green Day,Nirvana,Pearl Jam,Soundgarden,etc. Adorávamos este tipo de som e tentámos fazer algo onde todas estas bandas pudessem caber.

Editaram "New medicines" no ano passado.Para vocês, quais são as principais diferenças entre este álbum e o anterior "Four wall blackmail"?

Eu acho que o "New medicines" tem muito mais maturidade que o "Four Wall blackmail". O "four wall blackmail" foi escrito ainda andávamos no liceu. O período de tempo entre a edição dos dois discos, permitiu-nos comprimir melhor as nossas influências e conseguimos ser muito mais honestos conosco próprios, enquanto músicos, e com o tipo de som que pretendíamos criar.

"New medicines" foi bem recebido pela crítica, pelo menos em Portugal.Acham que há alguma razão especial para isto?


Sou da opinião de que, apesar de toda a porcaria que as bandas por vezes têm que gramar, se um álbum for bom, as pessoas vão reparar nisso e o disco irá vender. Eu penso que o "New medicines" foi bem produzido, e tem um som que permite ao ouvinte concentrar-se na música em si, e não pensar em mais nada.Todas as peças estavam no lugar certo em relação a este disco, e estamos contentes de que tenha vendido tão bem como vendeu, e tenha sido reconhecido como foi.

O que é achas que os Dead poetic têm de diferente em relação às outras bandas de rock/emocore?

Sinceramente, não sei. Nós não fazemos algo de muito diferente em relação às outras bandas. Eu apenas tenho a esperança de que as pesssoas vejam a grande honestidade que existe em nós,e que percebam que nós gostamos do bom rock n'roll e não das modas que estão sempre a surgir. E esperamos mostar isto mais ainda,com o nosso próximo álbum.


Enquanto banda, que influências têm?



As nossas principais influências são, Helmet, Killing Joke, Deftones, A Perfect Circle, Barkmarket, Filter, Handsome, Quicksand, Ours,e a maioria das cenas que apareceram na segunda metade dos anos 90.


Gosto muito das vossas letras. Quais são os aspectos de onde retiram maior inspiração, para escreverem as vossas canções?


Eu escrevo sobre as coisas, pelas quais nutro um maior sentimento.Sobre coisas que necessito ver em papel.Há pedaços de política,crenças espirituais, e comentário social de todo o tipo.Não há um tópico base em que me foque, mas sim partes de muitos tópicos diferentes.

Qual é a tua opinião em relação à emergência do emocore que, até em Portugal, tem bandas muito boas, como More than a thousand e skapula?

È mais uma moda que vai acabar em breve.Sinto-me um bocado desconfortável em ser atirado para esse tipo de rótulo. Tanto eu como a banda.Espero que todos os álbuns que façamos nunca sejam descritos como emo,screamo, ou seja o que for que tenha o sufixo core lá colado. Espero que o rock n'roll viva para sempre.

Sabes alguma coisa sobre Portugal? Esta é mais uma curiosidade minha do que outra coisa qualquer

Não propriamente...

Friday, April 22, 2005

Death cab for cutie-Transantlanticism(2003)



Os death cab from cutie têm um nome estranho.Vêm de birmingham(cidade do estado de Washington, EUA) e têm discos editados deste 1999 De de início eram um projecto a solo do vocalista Ben gibbard,E esta história de músicos recrutados sempre me soou estranha. A verdade é que este "Transantlanticism" é o quarto disco de uma banda que tem um som extremamente agradável a todas as franjas musicais. Pode parecer estranho(outra vez), mas se, enquanto uns, podem encarar o disco como algo de grande qualidade dentro de uma indie pop com laivos de emo, outros já poderão dizer que servirá para descomprimir. Agora, sinceramente, acredito que toda a gente pode com certeza gostar de "transantlanticism", sem qualquer problema. E a estranheza termina por aqui.
O disco começa com "The new year", que destila uma pop suave com alguns bons ambientes criados. A voz de gibbard, de uma sensibilidade extrema, agudiça-nos os ouvidos e deixa-nos a levitar. E é dentro desta temática que o tema decorre, sempre numa confluência ambiental muitíssimo agradável, e de grande bom gosto.
Segue a parada com "lightness", uma música mais soturna, mais grave, menos alegre.E é sempre na mesma tonalidade que o tema segue, sem nos deixar a pensar que os death cab conseguem, em 3 minutos, ser refrescantes, contagiantes, e muito agradáveis. E tudo ao mesmo tempo.
Estar por aqui a destacar todos os temas é complicado. Ainda assim vejo.me obrigado a fazer menção a "title and registration", terceiro tema do álbum,e primeira canção que ouvi deles, onde um som de viola percorre todo o tema, sem sofrer alterações.Mas é um tema tremendamente sensível, tanto na criação atmosférica, sempre suave e recatada, como na voz de gibbard, que é um diamante em bruto autêntico.Ainda anda por aí encoberta, ninguém sabe muito bem como. eu pelo menos, não sei.
E agora a alegria...o gritar, o contágio. "sound of settling" é talvez a música mais contagiante de todo o disco, apetece-nos gritar "pa pa pa pa..." sempre, temos obrigatoriamente que mexer o pé a um ritmo acutilante, retirado da melhor escola emo, a bater palmas, a tudo. querem um tema melhor para descomprimir que um tema pop de laivos emo, com um refrão e uma batida absurdamente contagiantes? Para mim é, sem dúvida, o tema que mais ouço no disco e, não sendo o melhor, instrumentalmente, é talvez o melhor enquanto canção com um refrão, e uma batida absolutamente incrível.Por outro lado, num disco com sons que se destilam de um modo mais triste e soturno, ouvir algo alegre, que nos faz mexer o corpo, e de uma sensibilidade pop surpreendente, é algo de saudar.
Ainda de destacar será o tema-título: Um épico de 7:55 que começa num piano triste, cheio de quietude e sentimento. Onde depois aparece a voz de gibbard cheia de suavidade,como sempre. E vai em crescendo,aparecem outros sons, outros ambientes, outras instrumentalizações, sempre num tom baixo e intenso. Uma música carregada de instrospecção que facilmente podemos classificar como "bonita". E é talvez a melhor classificação que se pode ter. Pois se o "lindo" é uma classificação dada muito em êxtase, muito pouco racional, o "bonito" pede apreciação, paciência para analisar as coisas. Pelo menos no que à música concerne. E estar a ouvir um tema como ese é sempre uma experiência fenomenal, onde se realmente vê todo o potencial que estes death cab têm.
Que concluir então de uma banda praticamente desconhecida?De uns norte-americanos, apenas ouvidos por meia dúzia de gente esquisita à face da terra? Talvez de que até é bom os death cab serem, apenas e só a "nossa" banda. E de querermos ficar naquele egoísmo, quase utópico, de não a querermos dar a mais ninguém. Algo do género li eu na crítica da mondo bizarre a este disco, e subscrevo completamente. Por outro lado, um segredo destes não pode ficar escondido durante tanto tempo. Uma banda com uma sonoridade bem agradável, com uma fantástica criação de ambientes, uma suavidade e sensibilidade tocantes, e um tema maravilhosamente contagiante que se chama "the sound of settling", não podem ficar escondidos por muito mais tempo. Descubram-nos. Eles merecem. 8/10

3 temas de loucura: "the sound of settling","title and registration","transantlanticism"

Sunday, April 17, 2005

VINTAGE: SMASHING PUMPKINS-SIAMESE DREAM(1993)



Nova secção aberta neste blog. A selecção vintage vai falar, fundamentalmente, sobre discos que, de uma maneira ou de outra, me entraram no ouvido de um modo especial. Apesar de já lá ter o "apathy and exhaustion" dos the lawrence arms, esta é a primeira review dentro deste âmbito. E agora contrinuando a breve introdução a esta humilde secção:Não precisam de ser álbuns clássicos no sentido geral do termo, mas sim clássicos para mim. Os álbuns que mais prazer me dão ouvir e que já tenham uns anitos, estarão aqui presentes. Haja é paciência pare eu fazer mais reviews destas.
Começo com o segundo disco dos smashing pumpkins, por talvez representar melhor o espírito que pretendo desta selecção.È verdade que o nome vintage parece mais uma colheita de vinho, do que propriamente uma selecção de álbuns, mas consegue-se perceber plenamente o objectivo desta secção.
E depois das apresentações,vamos ao que propriamente interessa: A crítica a este álbum.
Segundo disco da banda de Billy Corgan. após a apresentação, um disco com laivos de experimentalismo rock, e com alguns pós de grunge(perfeitamente normais para um disco que foi lançado no ano "nevermind") produzido pelo guru butch vig que também produziu o já falado "nevermind".
Canções como "rhinoceros", "i am one", ou "bury me" fizeram de "gish" um disco com excelentes apontamentos de um rock com grunge à mistura,mas onde uma faceta experimental não era deixada de parte, bem como alguns apontamentos melódicos. Basicamente criou-se um grande disco e os pumpkins criaram um som só deles.
"Siamese dream"(também produzido por vig) é uma espécie de evolução em relação ao "gish". Os experimentalismos ficaram quase todos de parte,cedendo o seu lugar às canções. Magníficas canções diga-se: Todas elas criadas a preceito. Cada uma delas com uma grande carga de inocência e ingenuidade, com sentimentos reais e profundos, com desilusões, ou ilusões desfeitas. Com uma emotividade rara em bandas com apenas 2 álbuns editados. Cada canção tem uma história para contar, tem acordes deliciosos, vozes que nos ecoam como mel, riffs contagiantes. Umas mais pesadas outras mais melódicas. Outras pesadas e melódicas. Mas todas elas de uma perfeição absoluta.
Estar agora a caracterizar cada tema é tarefa bem complicada, porque cada canção é um mundo. Uma criação estética igualada a grandes génios. Ainda assim não há como fugir do contágio absoluto de "cherub rock" do rock musculado de "quiet" da doçura de "today", do delírio estético e épico que tem "hummer". Ou do grito de ipiranga que é "rocket". Ou de todas as outras. A excelência de "soma", que é uma espécie de compêndio de todo o disco, uma espécie de cartão de visita, ou de "disarm" aquele tema de emoções sérias e reais, com uma letra fabulosa. Ou talvez o melhor tema que os pumpkins já gravaram, o melodioso, triste e forte ao mesmo tempo, onde cada nota ecoa como um adocicar de uma conjuntura de desespero. Onde cada frase é um poema. Onde..Nem vale a pena dizer mais. È assim "mayonaise". E são assim todos os temas de um álbum de uma banda crente no futuro, mas que aqui apresentava uma deliciosa ingenuidade, que para muito contribuiu para que este disco não fosse formalmente perfeito: Mas é-o a nível de emoções. È talvez o meu disco favorito de sempre, e quem nunca o ouviu bem que pode ser acusado de heresia. 10/10

3 temas de loucura:"Cherub rock","mayonaise","soma"..mas também "quiet","hummer","today", "rocket","disarm","geek USA","silverf*ck","sweet sweet","luna","spaceboy". ou seja TODAS e acabou a conversa

Wednesday, April 13, 2005

The black maria- Lead us to reason(2005)



"Para fãs de Muse, AFI, e The used" reza o autocolante publicitário que está na capa da estreia dos black maria. Não se entende muito bem a colocação dos muse, já afi e the used estão mais que inseridos dentro da sonoridade desta banda norte-americana que a bem conhecida victory records quis assinar.
Desde já afirmo que os black maria tocam emo. Talvez um pouco mais que isso. Mas também tocam emo. E é com todos esses recortes emocionais que pintam cada uma das faixas deste disco, desde a mais pesada e rápida "our commitment's a sickness", a mais épica do disco(e talvez a melhor) "organs", pela balada "The lines we cross", ou pelo belo tema no geral que é "the distance from the bottom".
Para além do, mais que natural, emo adicionam riffs rápidos e concisos. Sem grandes artifícios, sem grandes devaneios, acabam por ser extremamente directos no que fazem. Sem grande criação atmosférica, apenas e só com boas batidas de um rock, com pintas de emo a surgirem de vez em quando. E aqui destoam um bocado da concorrência, pois não serão uma banda de emocore, mas talvez façam enfim emorock(não é que goste de rótulos, ainda assim são mais pesados que emo e mais leves que hardcore). Misturam ,com coerência e sensatez, rock e alguns ambientes com uma voz emocional. e conseguem criar verdadeiras canções.Têm um notório cunho pessoal a todo um conjunto de influências mais que visíveis.
Não sendo propriamente a next big thing do mundo musical mundial, os the black maria fazem aqui uma estreia bastante apelativa onde talvez falte o muito bom "the world is sick of heroes". Ainda assim valeu a pena a compra. Faltam eliminar algumas influências bem presentes, mas para uma estreia está muito bem. 7/10

3 temas de loucura: "Memento","organs","to have loved"

Saturday, April 09, 2005

SKAPULA

EMOÇÃO VINDA DO SADO



Os Skapula são uma banda nacional com um futuro extremamente promissor.Já aqui se falou neles por algumas vezes, por isso penso que mais apresentações serão um pouco escusadas. ainda assim digo que tocam rock com aproximações a emocore( se eles não se importarem com a "rotulação") e aqui publico uma entrevista feita ao vocalista Eddie, que gentilmente aceitou o meu pedido( e já agora aproveito para lhe agradecer). Fiquem todos bem, e leiam.

Como e quando é que os skapula se iniciaram como banda?

Bem, os Skapula começaram mesmo como banda, em meados de 2001,mas da formação inicial só resto eu, Eddie (vocalista).
Como todas as bandas, passamos por várias fases e alguns elementos passaram pela banda até que atingimos uma certa estabilidade e conseguimos fazer mais qualquer coisa do que a inicial "brincadeira" que foi criar a banda.

Quais são as principais influências do grupo? Têm todos gostos semelhantes, ou variam de membro em membro? E quais são as vossas influências enquanto banda?

Em termos de influência, acho que posso dizer que toda a BOA música em geral
nos influência de uma ou outra forma. Sim, temos alguns gostos semelhantes, mas também temos gostos distintos, é bom é saber retirar o melhor de tudo para depois podermos por em prática no nosso som, á nossa maneira claro.


Setúbal tem uma cena musical bastante activa.Assim de repente lembro-me dos more than a thousand, banshee e vocês. Segundo uma amiga minha daí "toda a gente em Setúbal tem uma banda". Há alguma razão específica para este fenómeno acontecer, ou foi algo perfeitamente natural?

Bem, não concordo plenamente com a frase que toda a gente tem uma banda,apesar de haver, felizmente, cada vez mais e boas bandas em Setúbal.
One hundred Steps, Banshee, Jamies Last Journey (ex-atmo) e os more than a thousand, que agora vivem em londres, são realmente boas bandas que nasceram aqui na nossa
cidade. Infelizmente, a mesma conversa do custume aparece, há poucas oportunidades de tocar, poucas salas de ensaios, mas a força de vontade vem ao de cima e as bandas conseguem seguir o seu caminho.

Por norma as bandas não gostam de rótulos. ainda assim considerarvos-ia relativamente perto do emocore.Concordas, ou pelo contrário, achas esta afirmação um bocado descabida?

Sim, geralmente as bandas não gostam que digam que são isto ou aquilo.Sinceramente, não defino de uma forma exacta o tipo de música que praticamos apesar de admitir que por exemplo, o emocore como tu dizes, nos influencia de alguma maneira, tal como o rock, punk e até o metal. Preferimos deixar para quem ouve, para cada um poder ter a sua opinião.

Como vês a cena emocore a nível mundial? Achas que poderá existir alguma razão específica para ter o culto que tem hoje em dia?

Acho que as modas são um factor importante para justificar. Temos que admitir que há ondas de música que pegam de determinada maneira, num determinado tempo. Este tal de "emocore" que falas, se formos a definir o seu conceito, emo vem de emoção, ou seja mais concretamente exprimir emoções pelas letras. Este estilo de que toda a gente fala como "emocore", foi algo novo que apareceu e cativou muita gente provavelmente porque a onda mais new-metal já cansava e foi como uma lufada de ar fresco.Mas provavelmente, este estilo também há de ser passado para trás e outros virão. O mais importante é ouvires o que gostas no momento e fazeres o que gostas no momento.


Quais são os vossos projectos para o futuro?

Estamos de momento a gravar o nosso 1º EP, de nome "This is what we meant" , em Almada com o nosso amigo Ricardo Espinha que também produziu o EP de More than a thousand. Vai ter 5 músicas e deverá estar pronto lá para o Verão.Vamos também voltar aos concertos dia 29 de Abril em Portimão no noBALLET Fest com Souloution e os nossos amigos Banshee.
A mais longo prazo, vamos ver qual o impacto do EP, esperamos conseguir algumas coisas engraçadas com este trabalho, talvez extender a nossa música a outros países que não só Portugal, mas é caso para esperar e ver. Obrigado pelas questões João e um abraço para ti.

Wednesday, April 06, 2005

HOPESFALL

It happens


Bodies collide to the beat
The spilt wine takes us to new heights
She said I was her captain out of town swinger
For a night we parade the conquest for the careless

(pre-chorus)
I am motionless and coma
Ready for this

(chorus)
Watch the blood, she
Makes it shine
Flows to the head
I remember the first time
A tall tale told, heroically
She's got the best of what I'm waiting for

We feel the distance
The sleep await to be the call to action
Or the intervention of something out of this world
We don't live to last forever

(pre-chorus)

(chorus)

From here to the moon she tries to take me to the starbeams in her eyes
And from here to the moon she tells me I'm good for patient eyes

(chorus)

We feel no second chance
There's just a primal need to release and never let in anything but the skin (x2)

(chorus x2)

Sunday, April 03, 2005

Hopesfall- A types(2005)



Os hopesfall, são de charlotte. sim isso não interessa nada, nem tão pouco interessará que este "a-types" é o segundo ítem da discografia da banda. E daí talvez interesse. Porque o segundo álbum "the satellite years"(e provavelmente também o primeiro disco da banda e anterior maquete) era um disco bem puxado de hardcore...pelo menos é o que indicam as críticas, e os dois temas que ouvi deste álbum, assim mo fizeram entender. Uma renovação dentro do hardcore mais melódico, que abrange contornos épicos. Assim retratava a excelente "the bending" com 5:25 de duração, com emoções bem reais e puras.
Mas estamos a falar de "A-types". e desde já se diz que nada tem a ver com "Satellite years". De hardcore ficam algumas guitarras, tudo o resto está tudo num emo meloso e arrastado, muito pouco original e refrescante.
Por aqui já se vê que "a-types" é um álbum claramente inferior àquilo que ouvi do anterior. Ainda assim não é obrigatoriamente por causa desta redenção àquilo que está nos ouvidos de bastante gente, que este disco dos hopesfall é inferior. Também o é,mas não só. a verdade é que eles poderiam ter feito um disco comboas canções mais viradas para o emo, com temas mais emocionais mas que poderiam passar perfeitamente por uma colecção de canções contagiante e cativante ao primeiro ouvido.
E agora a surpresa: Este "A-types" tem esse tipo de temas. O muitíssimo bom, e melhor tema do álbum(para além de ser tema de abertura) "It happens", a segunda canção de nome "start and pause", a terceira e primeiro single "Icarus", e "Manipulating the eclipse" têm refrões fabulosos, riffs bem contagiantes e revigorantes que, não sendo particularmente originais mexem connosco de uma maneira séria e sempre muito bem vinda.
O problema é que num disco de 10 temas, fazer só 4 de boa qualidade é muito pouco. Mais de metade do álbum é um correr de banalidades, já mais que batidas, pouco produtivas e ,acima de tudo, medíocres. Têm guitarras todas semelhantes, os refrões espelham uma emoção inexistente, os riffs são quenes, mas só isso. Não têm vigor, nem verdadeiras emoções, são apenas temas que servem para cativar o ouvinte mais sedento de pseudo canções. Não chegam ao fundo de 90% das porcarias MTV, ainda assim existem e estragam por completo 4 temas muito bons que, se todos os temas tivessem sido regidos pela sua bitola, daria para fazer um disco absurdamente contagiante,diria mesmo mais, praticamente perfeito no que diz respeito a contágio puro e duro.
Assim fazem uma obra medíocre, onde 6 temas estão claramente a mais, onde não há ideias nem elementos novos. Os fãs de "Satellite years" devem estar com os cabelos em pé. E têm razão para isso. "A-types" é uma desilusão em tamanho gigante.
Por ter 4 temas fantásticos consegue ir até 5/10

3 temas de loucura: Neste caso são quatro: "It happens","Start and pause","icarus", "manipulating the eclipse"