Friday, June 30, 2006

O SOLZINHO É BOM E ISTO TAMBÉM É(OU DEVE SER...)

Bem, aqui vem o vosso escriba mandar bitaites sobre discos engraçadotes para ouvir nesta altura. Quer dizer, pelo menos são capazes de ser. Não são acompanhamentos para casais que vão ver estrelas para a praia (enrolados numa toalha e sem roupa), nem para aqele povo que quer ver as babes a abanarem-se todas, tipo toalhas a serem limpas para as migalhas saírem(embora abananço de babes é um bonito espectáculo de se ver). Não. Isto são assim tipo discos..e canções. sim é isso. Cenaitas que são bonitas, de se ouvir quando há sol...ou pelo menos eu acho que sim. Não obstante que até podem ser discos que eu não ouvi e que também são bons para se ouvir agora, precisamente por terem aparecido nesta altura...
bem é a mirar

RANCID-...AND OUT COME THE WOLVES



Um claro e absoluto clássico. Não é um disco de verão, até porque tem boa matéria textual por dentro, mas é um daqueles discos que enfia rock,punk, ska, e até um ou outro mini apontamentozinho assim pequenino e tal de reggae(ai que me vão matar) que assenta bem. O grande disco a banda de tim armstrong, a obra prima, para se ouvir com atenção, mas também para desfrutar tal como uma bela jola num qualquer bar de praia.

ASIDE-WE ARE FREQUENCY

Ok sim é pop-punk. Mas é tuga. e do bom. Disco perfeito para ouvir com um solzinho a bater e a berrar os refrões catchy da banda lisboeta. Não é a melhor coisa do mundo, nem aqui nem no mallawi, mas consegue ser totalmente eficiente dentro dos seus padrões. È isso que se pede. Cantem, berrem, esperneiem-se, mas não percam os aside nem que seja naquela do "siga lá ouvir um sonzito agradável".

EASYWAY- CAN YOU KEEP A SECRET


Mais pop-punk para o bucho. e sou honesto:não gostei assim muito do single de avanço deste novo álbum. No entanto "choose the easyway" foi o disco do verão de 2004, e este também deve ter tudo para o ser, apesar de ainda não o ter comprado...uma bela duma falha sim. De qualquer forma, acredito que o disco consiga ser um óptimo gelado para que o verão seja belo e tal.

ANBERLIN- NEVER TAKE FRIENDSHIP PERSONAL


Rock, com alguns vicíos de emocore, é a proposta dos anberlin. Disco que teve um hype injustificado nos seus meios de referência (o allmusic deu-lhe 4 estrelas), no entanto não deixa de ser uma peça com bons riffs de guitarra, melodias cativantes, e alguns refrões cola cola. Não é a melhor coisa do mundo, mas para ouvir algumas vezes, depois deixar de lado, e ouvir-se outra vez num mood descontraído, é bem bom.




PEEPING TOM-PEEPING TOM



Este novo projecto do Mike Patton merece um bitaite mais elaborado, algo que conto fazer quando tiver ouvido o disco integralmente, e em condições. Diz-se por aí que é um bom bocado previsível, decepcionante, até banal.Claro, tendo em conta aquilo que o patton é quilo que ele já fez(do noisecore dos dillinger, até ao hip-hop do rahzel vai tudo a eito). Do muito pouco que ouvi, gostei precisamente da faixa com o rahzel que, ou me engano muito ou vai ser single, se já não o for. Quanto ao resto, ouvir bebel gilberto com o patton há de ser bonito, e a norah jones aos gritos também. Ah, e a faixa com o rahzel é um bombom pop ideal para o quentinho da praia, do campo, do deserto.

LESS THAN JAKE-IN WITH THE OUT CROWD



Falar do Verão de 2006 sem referir que os less than jake lançaram novo disco, é como falar em crime do padre amaro e não referir a soraia chaves nua(algo que já se tornou mais importante do que dizer que o livro é do eça de queiroz). O novo disco dos less than jake não foge muito dos álbuns anteriores, como é normal e até lógico, e consegue mais uma vez fazer-nos sentir no areal numa praia recheada de gente, com letras onde até os fãs de black metal se conseguem rever, porque diz respeito a nós todos. Por isso este é um daqueles indispensáveis para uma tarde alegre na praia, com o sol a bater na fronha, e as belas miragens torneadas a passarem ao longe(e nós feitos parvos só as vemos passar...bah). fundamental.

OUTROS DISCOS ENGRAÇADOTES

DANKO JONES- SLEEP IS THE ENEMY
HILLS HAVE EYES-ALL DOVES HAVE BEEN KILLED (quando sair tá claro...nem que seja só em outubro)
ESCAPE THE FATE- THERE'S NO SYMPATHY FOR THE DEAD(EP)
MOTION CITY SOUNDTRACK- COMMIT THIS TO MEMORY
TWENTY INCH BURIAL-RADIOVENOM


SONZINHOS BONITOS E TAL

HILLS HAVE EYES-THOSE BIRDS WON'T BOTHER US ANYMORE
DANKO JONES- BABY HATES ME
LESS THAN JAKE- A STILL LIFE FRANCHISE
MOTION CITY SOUNDTRACK- THE FUTURE FREAKS ME OUT(atenção que não é do disco que eu referi...que tenho cá por casa mas ainda nem o ouvi)
ARTIC MONKEYS- THE VIEW FROM THE AFTERNOON(esta música...só esta!)
ATREYU-BLEEDING MASCARA

Saturday, June 24, 2006

Scarlet- This was always meant to fall apart(2006)



Ora, imaginem o death metal. Estão a ver? Não? Então imaginem, vá uns converge. Ou até uns the dillinger escape plan. Ou até com jeitinho uma banda com os norma jean(esta não têm tanta desculpa já que eu fiz uma review do excelente "o god the aftermath" por estes lados). Depois apliquem-lhes, de quando em vez, uns refrões a puxar para o emo. juntem também algumas pitadinhas de grindcore, para dar aquele aprumo de temas de dois minutos, autênticas bombas enérgicas prontas a rebentar. Feito? Agora é juntar a melodia dos refrões de uns dead poetic, ou mesmo underOATH e está lá tudo. Ou seja o que aqui fica é uma salganhada do género "som-bué-frenético-meets-cenas-mais-melódicas-e-tal". È precisamente isso que os Scarlet fazem.

"This was always meant to fall apart", é o terceiro disco da banda norte-americana, depois de "Something lust about", e "Cult classic" que lhe granjeou boas críticas no meio mais especializado. E, diga-se também, que este novo disco é possivelmente aquele álbum em que a banda adquire uma maturidade tal, que lhe permita realizar música com uma demarcada identidade, sem que as suas influências (claro está de death,metal, converge, ou dillinger escape plan) se notem demasiado, pese embora ainda marquem natural presença.
E é precisamente isso que os Scarlet conseguem. Têm influências visíveis em seus temas, mas não as puxam de tal forma a que o seu som se pareça com elas. conseguem adquirir um som que é deles, que mistura muito habilmente um caldeirão cheio de linguagens musicais diferentes,que vão desde ao grindcore até ao emo(!) até se tornar em algo com um sabor próprio e de complicada digestão.

Digo complicada porque ouvir temas como "The separation of", ou "Simply canrcirogen", não é para todos os ouvidos. A banda tem realmente uma enorme quantidade de peso inerente aos seus temas , e isso está presente tanto nas guitarras claramente dedicadas ao death metal, como na voz. que tanto consegue ser uma enorme declaração de raiva, como depois é capaz de ir soar melódica e até harmoniosa, bem como alguns riffs mais melódicos, e que assentam tão bem nas texturas pesadas do grupo.. Ou seja, há aqui um nítido talento em misturar peso com melodia que não é normal. Sobretudo numa banda deste género.
Como exemplos disso, para além dos refrões, temos "plastic saints", tema tão pesado como melódico, tão frenético como suave, ou "antibionics", que tem a páginas tantas uma espécie de orgão ou que raio é aquilo . Ou mesmo a introdução,o tema inicial, que dá pelo nome de "obsolete", onde a voz aparece em quase spoken word, entre tantas outras que conseguem discernir na perfeição o peso e a melodia.

Por isso "This was always meant to fall apart" é um disco que, sendo maioritariamente pesado com guitarras a rasgar, e berros lancinantes, consegue também ter uma quantidade assinalável de melodia que se junta a todo este conjunto, de uma forma totalmente harmoniosa e nada forçada. È imaginar meter num cozido à portuguesa, um bocado de chocolate, e depois vê-lo a integrar-se com a comida dando-lhe sabor. Ok, esta comparação é estúpida, mas o meu almoço foi salada de peixe, e eu não tenho mais nada para enfardar em casa. De qualquer forma é nisto, que este álbum surpreende. Se já poderíamos falar na magnífica dose de peso que os Scarlet obtêm aqui, e que os faz rivalizar com muita gente deste mesmo género, a verdade é que eles conseguem ainda ultrapassar esses mesmos ditos "rivais", precisamente com as adaptações que fizeram ao seu som e que resultam na perfeição. Adaptações essas que são conseguidas através de uma sensibilidade quase pop que eles por vezes apresentam, apesar de (e isto ser importante) não terem refrões orelhudos como tanta gente tem, alguns muitíssimo bons, outros nem por isso.

È um álbum perfeito? Claro que não pá. Mas ainda assim esta gloriosa junção de tanta coisa que se vai ouvindo, para desaguar num som próprio e único, é muitíssimo boa. Ainda por cima tudo isto, num disco coeso, com uma organização totalmente fluída, e que não farta o ouvido. Para ouvir bem alto umas trinta vezes ao dia, e querer ainda mais quando essas trinta vezes acabam.

9/10

Monday, June 19, 2006

TU TUBAS SPACE: Brigade- Magneto

tipos ingleses que, vá se lá saber porquê, decidiram adicionar-me ao myspace deles (que para quem não sabe é o olá cinco dos ricos). Aqui fica o vídeo de "Magneto", o primeiro avanço do álbum "Lights", que saíu há pouco tempo. Claro está, que ainda não o arranjei. Nem oficialmente, nem por vias alternativas (leia-se soulseek).
Ainda assim garanto que muita gente vá achar que isto é uma banda de rock como tantas outras. Pois, mas há diferenças: o rock musculado tem claras influências de uns hell is for heroes, ou mesmo de dead poetic(a nível emocional vá), e o tema fica na cabeça como tudo. Para mim é, desde já uma das canções do ano.

No meu pc o clip não roda muito bem, não sei como será nas vossas poderosas máquinas...bem pelo menos ouvem e já é uma benesse do caraças.




http://www.brigadeworld.com

Friday, June 16, 2006

Cult of Luna- Somewhere along the highway





Depois do muitíssimo bem sucedido, e genial, "Salvation", a banda sueca volta com mais um disco de encher o dente. Ok, como falei em "encher o dente" está mais que visto que o disco é bom. Bah. já não surpreendo ninguém. A verdade é que este é o novo avanço de uma das bandas mais importantes no espectro do post-doom, ou como o queiram chamar. Sim, são da mesma fornada de neurosis, isis e pelican etc...como toda a gente que me lê está um bocado farta de saber...digo eu.
Bom, antes de editaram o disco, os Cult of Luna lá iam dizendo que este novo álbum ia ser diferente: que ia ser menos pesado, com menor predomínio de guitarras, e com teclados a ditarem um pouco mais as regras. Talvez seja precisamente nesse menor predomínio de guitarras que o disco nos consegue convencer que é um importante passo em frente na carreira da banda.

"Somewhere along the highway" é um disco mais leve que "Salvation": para além de possuir mais teclados, também é mais atmosférico: tem menos vozes, há uma maior criação de ambientes, há uma construção instrumental mais apurada. È ,igualmente, mais equilibrado que o seu antecessor. Se "salvation" conseguia criar canções de um modo mais simples,mas perdia um pouco a sua noção de conjunto, "somewhere along the highway" nunca se torna minimamente desiquilibrado, fazendo disso um dos seus pontos primordiais. De igual realce, é a forma em como os Cult of Luna continuam a despertar sensorialmente os seus ouvintes: é impossível não nos sentirmos arrebatados com as melodias do grupo, agora bem mais incisivas e etéreas, existindo um contrabalanço peso/melodia um pouco menor, derivado precisamente do facto deste ser um disco mais leve. Até "Finland", um dos temas que tem uma maior relação com "Salvation", acaba por ter também uma dicotomia bem menos acentuada que os temas desse disco. Por outro lado, há por aqui um conjunto de novas ideias que os cult of luna decidiram explorar. Desde programações, passando por loops, ou guitarras bem mais melódicas. Há claramente uma necessidade de ir mais além, sem ter que existir um sacrifício identitário por causa disso.

E canções? Como também se sabe os cult of luna são construtores de canções. Esse é outros dos pontos fantásticos na banda: a capacidade em criar atmosferas que nos relegam a diferentes estados de espírito, conseguindo ao mesmo tempo unificá-las transformando-as em canções em estado puro. Se "marching to the heartbeats" é um pequeno tema de apenas três minutos, que serve quase como introdução, rementendo-se para uma atmosfera quase post-rockiana e uma voz totalmente melódica, "Finland" é a natural herdeira do disco anterior, sendo talvez a escolha mais acertada para single: isto se se quiser indentificar directamente os cult of luna musicalmente. A verdade é que os riffs matemáticos ali estão, as atmosferas repetidas e envolventes, a raiva vocal. cult of luna no seu mais puro estado, embora envolto num tema bem menos catchy que um belo "waiting for you" ou o grande "echoes".

Já "Back to the chapel town" foi aquilo que os cult of luna nunca fizeram: adicionar elementos mais electrónicos e melódicos, com os teclados a terem um papel bem importante, às guitarras pesadas e fulminantes, que continuam a existir em larga escala. È aqui que o passado presente e futuro dos suecos colide: um tema que tanto incorpora novos elementos (a electrónica e ambiência que o tema tem) e as atmosferas de quase doentia desolação, mas também de uma envolvência extrema.
Em "with her came the birds", há uma voz simples e melódica, que quase parece neurosis em certos momentos: há guitarras densas, mas simples e leves, há uma atmosfera perto do up-tempo que é criada, há uma magia quase celestial, uma guitarra que está perto, imagine-se!, do country (também é verdade que muito deste disco foi gravado num celeiro...e o pai de um dos guitarristas é membro de uma banda de country)- Este é um dos temas mais inovadores e totalmente afastados do passado, que os cult of luna acabaram por fazer: e têm nota 20.

Como não me apetece falar de tudo, realço só "Dim", e "Dark City dead man", a primeira cria, de início, um ambiente mais negro, soturno, mas igualmente urbano: faz lembrar uma qualquer viela abandonada numa grande cidade. Existe aqui também uma programação em loop que cria uma densidade instrumental ainda maior, que depois se transforma numa manifestação de maior claridade: um tema mais alegre, bem menos denso e negro que o costume, realçando ainda mais aquilo que já aqui foi dito: os cult of luna mudaram.
O segundo tema, fecha o disco, surge-nos distante, não se dá à partida. Esse jogo consegue ser feito com alguns apontamentos de programações, e guitarras igualmente mais "claras". Depois tudo muda quando a voz surge: aquele calor instrumental típico da banda volta, e o fim do tema é uma autêntica maravilha, também derivado de novas abordagens sonoras (como é uma programação que surge e que nos deixa a sentir tudo aquilo com mais força) que os cult of luna assimilaram.

Em conclusão: mais do que em "Salvation",este "somewhere along the highway" consegue ser um deleite para os sentidos. Os cult of luna cresceram: não se coibiram de irem à procura de novos elementos que também pudessem caber na sua sonoridade, sem nunca descurarem a identidade que criaram até aqui. Temas como "And with her came the birds", ou mesmo " Back to the chapel town" realçam isso: há por aqui um conjunto de novos elementos sonoros(sejam os órgãos, as programações ou mesmo aquela guitarra country) que assentam como uma luva na sonoridade dos suecos, e que fazem deste disco um passo em frente, rumo a uma perfeição que só não é concretizada, porque ela não existe.

9/10

ALTERAÇÃO NO ANIMAL AND HUMAN LIBERATION FEST

A única coisa que se altera é mesmo a sala. Em vez de ser no Mercado da Ribeira como previamente anunciado, o evento passar a ser no CLUB LUA no jardim do tabaco (um pouco depois de santa apolónia,para quem vem do norte, do lado do rio...isto digo eu agora porque a única vez que lá fui estive uma hora para encontrar o sítio...sou um burro do caraças)

Quanto ao resto tudo certíssimo. Horários, bandas e etc. Infelizmente não vou lá estar, tenho andado um bocado afogado em trabalhos universitários...coisas da vida.

Friday, June 09, 2006

Hard Candy de David Slade(2006)



"Ah e tal, os pedófilos são um bando de filhos da p**** cab*** do car****, e deviam ser enfiados em fornos para ficarem ali bem cozidinhos e darem alimento a alguém. claro que primeiro era cortar o c**** àqueles filhos da p*** metê-lo primeiro no forno, para eles de fora o verem ali a ser bem aquecidinho...e depois serem obrigados a comê-lo antes do verdadeiro assado". Nota: deixei as palavras pecaminosas com asteriscos porque há por aí povo muito sensível. mas para os insensíveis, onde se lê o primeiro p****, quer dizer "puta", o segundo e terceiro conjunto de asteriscos, tem escondido a palavra "cabrão" e "caralho", o quarto e o quinto, "caralho" e "puta". só para esclarecer os mais ingénuos...tipo putos de 14 anos com capuzes vermelhos.

Adiante: este é o pensamento maioritário da sociedade, em relação aos pedófilos. Pelo menos aquele tipo de povo mais desinformado, que não se coíbe de lançar alguém para a fogueira, não tendo em mente que, por mais repulsivo seja a pessoa, ela não deixa de ser isso mesmo: uma pessoa. E este fenómeno de total extremismo vai desde as peixeiras de matosinhos a altos empresários da sonae. Atravessa tudo e todos.
Agora, e se houvesse um filme onde o pedófilo fosse a vítima? Onde um pedófilo andasse no conversanço na net com uma qualquer pita (daqueles do "sabe-a toda), a levasse para casa e depois..bem depois ficasse preso nos tentáculos da miúda, e ela passava a controlar toda a situação? È isto que acontece em "Hard Candy".

O filme começa com uma conversa na net, onde a miúda combina com ele um simples encontro. Passado uns segundos estão no café a conversar animadamente,até chegarem a casa dele. De início nós até achamos que o rapaz pode ser alguém perfeitamente inocente: ok leva a miúda para casa dela, mas também é essa miúda que o vai comandando, quase que o obriga a fazê-lo. Embora saibamos de antemão que aquilo tem aspecto de engate pedófilo ( afinal ela tem 14 anos e ele terá por volta de uns 30 anos), não temos essa total consciência. Isso vai surgindo à medida que os acontecimentos vão avançando, em que novas descobertas vão sendo feitas, e novos dados surgirão. Afinal o homem é mesmo o mauzão de um pedófilo, e a rapariguinha é...bem talvez não seja tão inocente quanto isso. Afinal droga o pedófilo e prende-o a uma cadeira, obtendo o total controlo da situação. Ah, e ainda se encarrega de o torturar, e fazer-lhe daquele engate pedófilo, num verdadeiro inferno.

De realçar também que, numa funcional economia de tempo, o realizador David slade deixa-se de rodriguinhos, e enfia logo as personagens uma contra a outra, como que despachando a possível introdução. Ele sabe que é no confronto entre as duas mentalidades, entre aquilo que a rapariga dominadora vai dizendo ao pedófilo, e aquilo que ele acaba por confessar, que o filme ganha maior dimensão. Nisso e no óbvio conflito moral que esta conjuntura vai criar no espectador: afinal a miúda, supostamente inocente, com um capuzinho de capuchinho vermelho, tortura e violenta aquele homem. Ela não surge inocente a nossos olhos: bem pelo contrário. O que o filme consegue fazer é como que vitimizar o pedófilo , autêntica marioneta nas mãos da miúda doida e com uma forte necessidade de apoio psiquiátrico... mas por outro lado é um pedófilo e merece castigo. Há um limiar de pena vs justiça que se ergue, e que nos bloqueia totalmente a possibilidade de estarmos de um dos lados. Ambos são vítimas, ambos são culpados. A miúda é doida e quer-lhe lixar a vida toda, mas o gajo é pedófilo... Como raio vamos sair deste imbróglio? Podemos sentir pena de um pedófilo? Mas...porra o gajo molesta miúdas!

Está mais que claro que é esta possibilidade de ambos serem vítimas e ambos serem vilões que carrega o filme todo às costas, e o permite passar largamente de alguma banalidade dentro do terror psicológico. De qualquer forma existem fragilidades: temos a personagem de Sandra Oh, como vizinha do pedófilo, que está ali a fazer figura. Talvez o maior erro do filme tenha sido precisamente a inclusão desta mulher sensaborona.Depois, há certos diálogos em que a miúda tem saídas bastante previsíveis, bem como algumas das suas acções. Por outro lado, a nível mental, a miúda parece mesmo mais velha. È verdade que o próprio pedófilo lhe diz isso mas...bem, afinal nós nunca chegamos a saber de facto quem ela é. Onde vive.Com quem vive. A miúda foi uma aura terrorífica que ali passou, e logo se desvaneceu, confrontando o pedófilo consigo próprio.

Concluindo e resumindo: "Hard candy" é um filme que consegue surpreender. Primeiro tem os ingredientes mais fortes de um filme deste tipo: poucos personagens, um espaço fechado, e os caracteres de cada um que chocam na perfeição. depois a miúda parece a encarnação do mal, com tudo o que isso acarreta, entrando na mente do pedófilo,sugando tudo aquilo que quer dele. Que é mesmo muito.Ah, e ainda falar do óptimo argumento que conseguiu criar aquele conflito moral na nossa cabeça....conflito esse que vai continuar a permanecer assim que metemos o rabo fora da sala de cinema.

Por isso...se acham que os pedófilos devem ser todos queimados num forno a assar, vejam "hard candy". Das duas uma: ou saem a meio do filme danados por não conseguirem condenar o pedófilo na totalidade, ou então ficam e põem essa mona a funcionar, deleitando-se com intrigante jogo psicológico. È capaz de ser o melhor.


7/10

Monday, June 05, 2006

PORCUPINA NAS LIÇÕES DE PIANO(TU TUBO SPACE)

Passo aqui a inaugurar uma nova secção no blog. O tu tubo space, ocupar-se-à de levar até aos incautos leitores, vulgo povo que calha aqui aparecer porque ouviu falar que o gajo que o faz é um otário, temas que eu gosto a sério, e que têm um belo dum vídeo a acompanhar. a estreia dá-se com o vídeo promocional de "piano lessons" dos porcupine tree, vídeo que saíu na edição coreana do disco "stupid dream", álbum de 1999. Tem 3:29, tempo manifestamente inferior em relação à duração real do tema...mas é um belo dum aperitivo.

Tu tubas space vai abrir...e se houverem bandas que, de alguma forma, quisere publicitar os seus vídeos é mandarem-no para o mail da tasca e será publicado




PS: também agradeço ao http://big-black-boat.blogspot.com pela ideia que agora roubo. Um grande DANKE :)(spaceboy espero que não te importes)

Patrocínio (oculto): youtube.com

Friday, June 02, 2006

ANIMAL AND HUMAN LIBERATION FEST 2006

Já está mais que definido o cartaz da quarta edição do Animal and human liberation fest, que continua apresentar bons nomes de peso nacionais. Esta edição, no dia 16 deste mês, será no mercado da ribeira( cais do sodré- mesmo em frente ao metro) e começa as 19:30. a última banda a subir serão os easyway(sim parece estranho mas é mesmo assim), juntando-se à festa os já habituéés, 20 inch burial, blacksunrise, day of the dead, e também os larkin e os men eater, tudo por esta ordem.

De resto: bancas sobre direitos humanos, comida vegan, fanzines e distros. Tudo por um melhor underground e também, porque não?, por um verdadeiro mundo melhor.

Aqui fica o flyer do evento deste ano: