Monday, May 30, 2005

SUPER BOCK SUPER ROCK-DIA 28



ALINHAMENTO:

DIA 28
FLYPSIDE
TURBONEGRO
THE HIVES
BLACK EYED PEAS
NEW ORDER
MOBY

QUINTA DOS PORTUGUESES
BLEND(BANDA VENCEDORA DO CONCURSO SUPER BOCK SUPER ROCK PRELOAD)
BOSS AC
EASYWAY
FONZIE
EXPENSIVE SOUL
LOTO
THE GIFT

Segundo dia do superbock superrock. e único dia onde a minha fronha esteve presente. Porquê? a resposta não podia ser mais simples. Numa palavra junta com outra: turbonegro. E está tudo dito. ah sim e foram mais umas quantas bandas animar as festividades.
claro que falar de uma forma destas seria uma autêntica injustiça para todas as outras bandas que se apresentaram e, de forma alguma, turbonegro foi o único ponto alto de um dia com, em linhas gerais, bons concertos.
comecemos então pelo princípio. e o princípio foi entrar no recinto por volta das 18 horas e ouvir a mistura de rap interventivo e algum rock dos flypside. Tudo já demasiado batido e repetitivo é certo: Mas pelo que consegui vislumbrar, achei-os bem activos no palco e com temas que justificam uma audição atenta, nem que seja numa vertente de divertimento. Fiquei com boa impressão.
Após blend e boss ac( de quem só ouvi o som quando estava fora do recinto ainda à espera de toda a gente)os easyway actuaram no palco quinta dos portugueses/worten. E para quem não sabe, quem são os easyway? são pop-punk meus amigos. Têm umas pinceladas de emo lá para o meio, têm letras por vezes demasiado simplistas e pouco desenvolvidas, mas como disseram eles numa entrevista "se não fossem as gajas o que é que um gajo estava cá a fazer?" e eu subscrevo totalmente.

easyway

Introduções feitas, agora dirijo-me concerto propriamente dito. Que de facto mostrou uns easyway muito profissionais e competentes. Mas mais que isso mostrou uma banda com o prazer de tocar por tocar, sem pensar em sucessos estrondosos ou carreiras milagrosas pelo estrangeiro. Os easyway são simples, e procuram precisamente o caminho mais simples. Num concerto onde, infelizmente, só eu e mais umas duas pessoas ou três cantavam os temas a plenos pulmões, a banda conseguiu cativar o público presente que acabou a gritar o seu nome, após o vocalista bandas ter dito que já não os deixavam cantar o "jardins proibidos". ainda por cima, para além de toda a simpatia e profissionalismo emanados pela banda, tocaram precisamente os temas mais contagiantes de "forever in a day" já de si só um dos discos mais catchy editados no ano passado. "Fake a smile(my mistake", "model rockstar" (mesmo sem joey cape como é evidente), "the colour red" ou "chocking pleasure" foram canções presentes. Por isso apesar de virem de um género muito pouco original ou refrescante, os easyway sabem ser diferentes à sua maneira.Pelo menos mostram simpatia e temas que ficam no ouvido de qualquer um.E sejam louvados por isso.7/10

E acabou easyway. Quem veio a seguir. Ladies and gentlemen...

TURBONEGRO!
Finalmente os noruegueses com o hard rock armado em glam, e solos brilhantes de guitarras pisaram o solo da nossa humilde terra.Só devemos dar graças aos céus por isso. E que fizeram os turbonegro? Aquilo que se estava à espera. Um concerto fabuloso, recheado de ironias como o vocalista von helvete a dizer que é portugyês por causa do bacalhau da noruega, com um dos guitarristas a subir às colunas, com o confettis ou como raio se chama aquilo( e tem um nome abichanado por sinal) e notas de dólar com a face de cada um dos membros da banda, a surgirem pelo ar. E também ouve temas: E todos grandes desde o poder de "the age of pamparius", à contagiante-até-dizer-chega "get it on" , passando por "all my friends are dead" primeiro single do novo disco "party animals", ou por "sell your body(to the night) e "fuck the world" ambas de "scandinavian leather"(com esta última precedida de um bonito "what you would like to do more?", ou algo idêntico, onde toda a gente acaba a gritar "fuck" a plenos pulmões. e claro a grande,mítica,gigante,bela,e sei lá mais o quê "i got erection" que acabou com um concerto, para muitos estranho pela peculiaridade de cada membro dos turbonegro, mas para tantos outros fantástico e inesquecível, onde só pecou por ter sido tão curto. Eu estou no segundo grupo. 9/10

Bem, e o meu objectivo que era ver easyway e turbonegro, estava completado. tudo o resto viria por acréscimo. e basicamente foi isso que aconteceu. Depois de uns fonzie armados na coisa mais linda à face da terra, com o baixista(?) Carlos a dar uns bitaites, num concerto muito pouco produtivo e algo desinteressante, pelo que me pareceu, vieram os the hives.

the hives

E vou ser o mais honesto possível: Os the hives cheiram mal a nível musical. são daquelas coisas peganhentas que se colam e depois não saem. são um monte de cocó apreciavel se puder usar este tipo de linguagem, e posso porque o blog é meu. o rockzito deles com a mania que é muito potente( e não chega a um milésimo dos décibeis de turbonegro) é altamente irritante. Vinham todos vestidinhos, até com os amplificadores caiados de branco.E isso também acaba por chatear um bocado. Ora com tudo isto, mais um vocalista que não se calava com a coisa de serem " a melhor banda que vocês já viram" ou " o pote de ouro daquele arco-íris ali em frente" o resultado só poderia ser um: o concerto ter sido muito mau. Mas aí é que o quadrúpede sofre uma pequena disfunção física no seu apêndice caudal: O concerto foi bom. E porquê? Porque, apesar do vocalista falar de mais, os the hives souberam cativar a assistência. tinham todo o público na mão, a fazer o que eles queriam, (inclusive dois putos atrás de mim com uma bonita moca, sendo que um deles só sabia gritar yeahh mal o vocalista abria a boca), e souberam aproveitar-se disso ,acabando por fazer um concerto muito agradável, com bastantes bons momentos.Claro que não são a minha banda de eleição, nem sequer uma banda agradável, ou até decente. Mas dentro da indecência souberam atrair. como espectáculo vale por tudo, é pena mesmo as canções não corresponderem a algum do bom show-off da banda. 8/10
Passando expensive soul que não tive a oportunidade de ver, falo agora de black eyed peas, embora numa perspectiva diferente: Só vi o concerto pelos ecrãs gigantes enquanto estava a comer.

the black eyed peas(sim tive mesmo a lata de publicar aqui uma foto desta gente)
A verdade é que black eyed peas deram um concerto só com demonstrações de pseudo-virtuosismo inexistente: O boeing 747 fergie mostrou o quão profunda a sua garganta consegue ser, quando se arma em cantora, ao dar meia dúzia de agudos. Tudo o resto foi um espectáculo pobre, arrastado, e muito pouco proveitoso. Claro que quem tem um boeing como fergie a abanar-se feita maluca no palco, tem quase tudo. O problema é que o quase é importante: Fergie é de facto um pedaço de céu, mas o resto ficou em casa. Deve ter sido bom para lavar as vistas para o lado masculino. Mas não me parece que tenha perdido grande coisa (3/10) (só pela fergie que o concerto levaria um 1)
Depois de black eyed peas? Ah pois os "ai nós somos tããão bons" loto. O concerto de loto resume-se a um "obrigado às 30 mil pessoas que vieram para nos ver" e a uma madame bem interessante e de cariz voluptuouso que dançava feita doida ao meu lado. E eu feito estúpido não lhe dirigi a palavra, embora me pareça que ela estivesse lá presente com um rapazote algo totó, pelo menos mais totó que eu. Bah fiascos...e fiasco também foi loto. salvaram-se as senhoras que surgiram no palco na última música. 3/10

loto(foto tirada em alcobaça)

E a seguir veio o que muita gente estava à espera. Os grandes New Order finalmente em Portugal.A instuição vinda de Joy division e seu malogrado líder Ian Curtis estavam em solo português. Para muitos o concerto de uma vida de cariz mágico. Para mim um concerto bastante entediante na primeira parte onde, sinceramente, parecia que os new order estavam só a cantar temas country(exceptuando a muito boa "crystal") e que nunca mais iam sair daquela estagnação. Felizmente recuperaram na segunda metade, com temas bem mais alegres e dançáveis,deixando alguns bocejos para trás, conseguindo arrancar, apesar de tudo um bom concerto. Mas para mim não passou disso. 6/10

new order(fonte: cotonete.iol.pt)

Os the gift eram os últimos a actuar no palco nacional. Antes disso houve o anúncio de um comboio para a linha de Sintra, e outro para a linha de Cascais, onde existiram vivas e grande festa...Mesmo só pela piada. E foi após este anuncio, e com um pano a tapar todo o palco, criando um bom jogo de sombras que a banda de alcobaça surgiu, com os seus temas pop delicados e rendilhados. Tocaram na maior parte, temas do último álbum de originais "am/fm" e ainda fizeram ressurgir "question of love" por exemplo. Um bom concerto que teve que ser muito reduzido pelo facto, por vezes injusto, do palco dos portugueses estar completamente subjugado ao palco principal. em the gift e easyway, pelos menos, foi pena. 7/10

the gift

Moby é um tipo simples. Demasiado simples. Parece um puto tímido quando o vemos surgir com uma t-shirt com uma caravela, dizendo "Lisboa" calças de ganga e ténis. Ninguém diria que ali estava um homem que já vendeu milhões de discos, muito graças ao sucesso que foi "play".
Mas moby é mesmo tímido: Tem um vocabulário muito reduzido("thank you thank you thank you" dizia ele) tenta passar discretamente nos holofotes. Assim foi: Perante um moby pouco comunicador, embora haja gente bem menos comunicativa que ele, destilou seus temas mais conhecidos desde "play", "18" ao novo "hotel" passando ainda por discos mais antigos. Se foi um bom concerto? Foi. Moby sabe cativar.Não é um grande entertainter, mas vai para o palco sem cerimónias, faz aquilo que tem a fazer, sente-se que gosta de estar ali e pronto. Ah e ainda houve uma improvisação aquando de um erro nos computadores: Uma cover de johnny cassh que só lhe assentou bem. Acabou com a grande "bodyrock" e com "lift me up" terminando o concerto com um tema que ele diz ser sempre a canção com que ele termina os concertos em Portugal. Ele lá sabe.E nós, mesmo se não soubermos, é bom assumirmos que gostámos. 7/10

Moby

Muito na generalidade: bons concertos, especialmente Easyway e the gift no palco nacional, e turbonegro e the hives no internacional. a nível de concertos bem medíocres temos os loto e black eyed peas que foram salvos pela, altamente extitante e cativante fergie. Apesar de tudo valeu a pena: Pelas pessoas, pela muito boa organização, até pela miúda que se estava a abanar toda ao pé de mim, ou pelas duas miúdas com quem meti conversa na fila para o jantar.Foi bom, recomenda-se e para o ano queremos mais.



A COISA MAI LINDA ESTRANGEIRA: TURBONEGRO, THE HIVES
O QUE CHEIROU PIOR MADE IN QUALQUER PARTE DO MUNDO: THE BLACK EYED PEAS ( fergie do meu coração... desculpa lá sim?)

A COISA MAI LINDA PORTUGUESA: EASYWAY,THE GIFT
O QUE CHEIROU PIOR MADE IN PORTUGAL: LOTO( também por causa de ter sido otário e não ter ido falar à bela da rapariga)

Agradecimentos a JPalmeida e zecaralho, ambos do forumsons, pelas fotos em turbonegro. todas as outras foram retiradas via google.

Friday, May 27, 2005

HUMBLE

SERENATA AO SOL


Os humble auto-autitulam-se de skacore, algo estranho e peculiar, pois por norma as bandas não se rotulam a elas mesmas. Mas se ouvirmos a sua mescla de influências ska e reggae com pitadas de rock, rapidamente peorcebemos o porquê da originalidade. È que os humble foram feitos de canções, grandes canções onde tanto a mistura de influências, como as boas vibrações, estão muito bem presentes. Para ouvir, e dançar ao ritmo de um sol bem quente, até a noite cair. Ei-los agora em primeira pessoa:

A primeira é a pergunta da praxe: Como surgiram os humble? Qual a história da banda?

A banda formou-se em 1996 em Évora, antes disso o Ângelo Silva (vocalista), o Tito Santana (Baixista) e o Nuno Silva (bateria) costumavam reunir-se para tocar mas só para passar o tempo e nos divertirmos, até que em 96 decidimos formar uma banda a sério, apenas de 3 elementos, sob o nome de "silly stuff". Depois a cena começou a dar frutos, ganhámos uns concursos de maquetas, demos uns quantos concertos, e ficámos conhecidos nomeadamente em Évora, onde demos a maior parte dos concertos. Mais tarde após termos conhecido os "Three and a quarter" viajámos para Nova Iorque, no ano em que entramos para a faculdade, e lá decidimos trocar o nome para Humble. Foi lá também que decidimos fazer entrar um novo guitarrista para a banda, o Jonatas
Barros, e definimos melhor o som que íamos fazer.
Quando regressamos a Portugal, fizemos as primeiras partes de alguns concertos de Three and a quarter, foi através desses concertos que conhecemos o nosso actual produtor, e a nossa actual editora a H-zoleo, onde estamos a trabalhar para o novo álbum. O Jonatas Barros saiu mais tarde da banda e entrou o Filipe Torres que é o nosso actual guitarrista.

Têm vários samples de diversos temas disponíveis no vosso site, assim como página no site purevolume.com. Quando pretendem editar um ep ou uma demo?
Estamos a gravar um LP, mas está a demorar imenso tempo a sair, antes disso temos uma pequena demo, a qual usamos para mostrar aos amigos, colocar no site oficial ou então no purevolume.com.

Vocês auto-denominam-se de skacore, o que é curioso pois normalmente as bandas não gostam de rótulos, e são vocês próprios a rotularem-se...Qual é a razão disso?
Foi precisamente para não sermos rotulados de maneira errada, e fugir um pouco à subjectividade aliada a este estilo musical.

Quais são as vossas maiores influências? De que maneira é que elas surgem na música que vocês fazem?
As nossas grandes influencias advêm do ska antigo, nomes e bandas como Desmond dekker, The specials, Madness, que vieram marcar bastante o tipo de som que hoje fazemos, e isso nota-se principalmente no skank das guitarras, e na vocalização simples e melódica, um pouco "mixado" com um som mais pesado, cross over ou mesmo punk!


Eu considero que vocês têm uma boa vibe absolutamente indescritível nas vossas canções. Também o são assim na vida? Como consideram ser a melhor maneira de esquecermos os problemas?

Muito obrigado! A nossa musica é ,sem duvida, o reflexo da nossa maneira de estar na vida e de encarar os problemas do dia a dia. Se em cada concerto nosso, o pessoal que lá está se conseguir abstrair das coisas que lhes chateiam e fartam, já é uma grande vitoria para nós, e temos missão cumprida!


Em relação a concertos, como têm corrido?
Muito bem, temos sido solicitados com regularidade, o que é muito bom para a banda.

Que fazem vocês na vida? De maneira é que têm que coordenar aquilo que
fazem/estudam com a banda?

Todos estudamos, mas temos tentado a todo o custo conciliar as duas coisas. Temos ensaios todas as semanas, mas sempre a horas estranhas porque, como somos todos de cursos diferentes temos horários completamente incompatíveis.

Que projectos futuros têm?

Gravar o LP, dar imensos concertos cá em Portugal e depois quem sabe, ir para fora talvez!


Um abraço, e muito obrigado pela oportunidade!
HUMBLE

para saber mais- http://www.purevolume.com/humblept

http://www.humble.no.sapo.pt

Thursday, May 26, 2005

SUPER BOCK SUPER ROCK-ANTEVISÃO




No maior(e único) festival do país cujo nome advém de uma cerveja, e que começa já amanhã, muitas bandas de cariz internacional irão por lá passar. A ver o cartaz que aqui publico, e a avaliar todas as opções, apesar de começar já amanhã(para dia 28 e 29 ainda dá tempo)

DIA 28

LOUIE
THE EIGHTIES B-LINE MATCHBOX DISASTER
INCUBUS
SYSTEM OF A DOWN
PRODIGY

QUINTA DOS PORTUGUESES
BIZARRA LOCOMOTIVA
BLACK SUNRISE
TARA PERDIDA
PRIMITIVE REASON
THE TEMPLE
BLASTED MECHANISM

Bem, que dizer deste primeiro dia? Talvez que o palco da quinta dos portugueses é,de facto muito bom, contrastando com a aparente falta de ideias do palco principal, onde só a estreia dos rockeiros the eighties b-line matchbox disaster..Porque todas as outras bandas são já habitués, tirando os tais louie que são totalmente desconhecidos.
System of a down vem apresentar o seu novo álbum, numa actuação perfeitamente justificável, mas incubus e , de alguma forma, prodigy não se percebem muito bem: os primeiros porque com certeza não existiam mais bandas disponíveis, os segundos por estarem afastados da temática do cartaz.
Mas se a manifesta falta de ideias e, porque não dizer?, de verbas limita um pouco o primeiro dia, a verdade é que bandas muito boas como blacksunrise em promoção do seu disco de estreia "the azrael", os tara perdida com "lambe-botas" saído do forno, os the temple ainda em fase de promoção do muito bom "Diesel dog sound", e também primitive reason e blasted mechanism que vêm apresentar seus trabalhos mais recentes, já para não falar de bizarra locomotiva, são todas escolhas muito boas e plenamente justificáveis. Sem dúvida um dia muito bom para se verem boas bandas portuguesas.

DIA 29
FLYPISIDE
TURBONEGRO
THE HIVES
BLACK EYED PEAS
NEW ORDER
MOBY

QUINTA DOS PORTUGUESES
BLEND(BANDA VENCEDORA DO CONCURSO SUPER BOCK SUPER ROCK PRELOAD)
BOSS AC
EASYWAY
FONZIE
EXPENSIVE SOUL
LOTO
THE GIFT

Para muitos o dia mais fraco do festival. Para mim turbonegro salva um cartaz todo "antena3-pseudo-alternativo-home-made". Os suecos com a sua aparência de cariz quase andrógino de bastante peculiar vão deixar muita gente de boca aberta...E são sem dúvida a melhor banda dum cartaz que, com uns limpinhos e melosos hives, uns pimbas-para-as-pitas black eyed peas,uns desconhecidos flypiside, um dançante moby e uns regressados new order, não apresenta grandes motivos de interesse. Ainda assim turbonegro é muito bom, moby deve cair muito bem em concerto assim como new order. O único dia que vai contar com a minha presença.

já a quinta dos portugueses está muito desiquilibrada, com bandas que vão desde o pop punk duns easyway, ao pop-punk "nós somos os da béste" de uns Fonzie, ao hip hop dos expensive soul e boss ac, ao raio do efeito "madbaça" com os the gift e os new order loto. Vou estar particularmente atento ao som alegre e solarengo de uns easyway, onde tenho a esperança que o público adira. eu pelo menos vou estar a cantar a plenos pulmões cada tema destilado pelo grupo.

DIA 30

WEDNESDAY 13
MASTODON
SLAYER
IGGY & THE STOOGES
AUDIOSLAVE
MARILYN MANSON

QUINTA DOS PORTUGUESES

MORE THAN A THOUSAND
RAMP
BUNNYRANCH
WRAY GUNN
BLIND ZERO


Sem qualquer dúvida o dia mais pesado do festival. Wednesday 13 veio substituir broken social scene, que soavam aqui claramente despropositados, e temos temos a nova coqueluche do metal norte-americano os Mastodon, que actuam imediatamente antes dessa instituição que são os slayer. O regresso de iggy pop pode ser muito saudado, assim como o dos audioslave na sua segunda passagem por Portugal, curiosamente também ao lado de Marilyn manson, outro nome que não tem nada editado há algum tempo mas que se volta a apresentar no nosso país.
Falando agora da quinta dos portugueses:
More than a thousand são, sem dúvida, o nome que mais me apela, e também a banda mais talentosa de todas aquelas que vão actuar, embora sejam a mais recente. Os ramp são outra instituição, que está aqui perfeitamente justificada, assim como de certa forma os bunnyranch que não sendo propriamente pesados, têm um bom groove dançante. Já wray gunn e blind zero ficariam melhor no segundo dia... Ouvir wray gunn entre slayer e iggy pop deve soar estranho...

DESTAQUES ESPECIAIS:

DIA 27
ESTRANGEIROS-THE EIGHTIES B-LINE MATCHBOX DISASTER,PRODIGY
PORTUGUESES-BLACKSUNRISE,THE TEMPLE,TARA PERDIDA

DIA 28

ESTRANGEIROS-TURBONEGRO,MOBY
PORTUGUESES-EASYWAY,EXPENSIVE SOUL

DIA 29

ESTRANGEIROS-MASTODON,SLAYER,IGGY & THE STOOGES
PORTUGUESES-MORE THAN A THOUSAND,RAMP

E bom festival para todos.

Monday, May 23, 2005

THE ASTER

REAL AMBIÇÃO



Há cada vez mais projectos em portugal que, de facto, merecem ser descobertos. Desta vez foi-se ao encontro dos lisboetas The Aster que praticam um rock, com laivos de emo/screamo à mistura, revelando influências que, segundo eles, vão desde à "expressividade lírica de uns The Cure junta com um tom intenso das guitarras que pode lembrar tanto uns Foo Fighters ou At the Drive-In". Aqui fica a entrevista com a muitíssimo afável banda, a quem desde já agradeço:

Podem dizer como é que os The aster começaram?

The Aster nasceu de um projecto anterior (fewdaysleft), que apesar de ter uma roupagem diferente, veio numa sequência evolutiva com bastante lógica. Não foi nunca um percurso fácil, nem por sombras, pois primeiro que conseguíssemos encontrar uma base sólida tanto a nível humano como no entendimento musical levou ainda algum tempo. Como sempre, o tempo ajuda a clarificar as coisas e neste momento estamos em sincronia e mais motivados que nunca. A mesma história em si já foi contada mil e uma vezes, mas nunca perde o seu encanto.

Quais são as principais razões por terem enveredado pelos caminhos de um rock, de alguma forma virado para o emocore?

Todos nós crescemos com o rock. Desde aquela balada mais emotiva que nos fazia lembrar as namoradas do 5º ano até à metalada mais pesada que ouvíamos tantas vezes que a fita da k7 partiu, tudo isso fez parte, tudo isso foi assimilado ao longo dos anos. A este ponto da nossa experiência, tal rumo musical parece fazer bastante sentido dentro dessa mesma lógica, sendo que engloba todo esse leque de emoções distintas que tão bem nos caracterizam. Para nós não faz sentido o rock ser olhado dentro de compartimentos estanques, e ter essa mesma liberdade criativa é fantástico. É claro que não negamos a existência de tendências a nível de registo sonoro, mas já que essa consistência nos é pedida, ao menos que consigamos fugir ao máximo de uma catalogação potencialmente limitativa.


A nível de influências quais são as vossas? De que maneira elas surgem na música que vocês criam?

É impossível não ser influenciado! Somos o resultado da mescla de uma miríade de influências, do mais variado possível. Desde a bagagem histórica pop/rock, passando pela escola do punk rock, hardcore e metal, até àquilo que mais de vanguarda se faz hoje no panorama musical experimental. Tudo isso e muito mais é passível de ser assimilado pela nossa música. Por muito que possa não parecer evidente, a verdade é que está tudo lá. Podes encontrar ecos de tudo na nossa música: desde a expressividade lírica de uns The Cure junta com um tom intenso das guitarras que pode lembrar tanto uns Foo Fighters ou At the Drive-In, alternando com refrões de um poder melodioso a cheirar a The Get Up Kids assaltados inesperadamente por registos de voz mais agressivos, abrilhantados pela inevitável ligação à nova onda de bandas como The Used, UnderOath ou Story Of The Year.


Segundo a vossa opinião, e também experiência, como acham que está o movimento underground em Portugal?

Está a tornar-se um pouco lenga-lenga menosprezar a cena musical underground portuguesa, acusando-a sempre do mesmo. É facto que ainda temos muito que crescer e principalmente, crescer de forma sustentável e educada. Mas também é verdade que já não é o mesmo que era há uns anos atrás. Encontram-se mais bandas no activo, mais pessoas e entidades interessadas em poder apoiar, mesmo que de uma forma ainda bastante primária/precária. Não vale a pena estarmo-nos sempre a lamentar. Estamos atrasados, mas há é que saber recuperar, saber reconhecer a variedade, sabendo reconsiderar a importância cultural que a música underground pode sustentar. Temos de exigir mais. É o nosso direito e nosso dever.


Estão a pensar editar algo brevemente?

Em jeito de apresentação lançamos agora a nossa promo intitulada “Kinesics”, com duas das nossas melhores faixas – evergreen e black magic – misturadas e masterizadas pelo talentoso Pedro Espinha (MT1000, Skapula, Icon and the Black Roses), pessoa com a qual pretendemos novamente voltar a trabalhar muito em breve (esperançosamente Setembro próximo) para a gravação do nosso álbum de estreia. Queremos que saia tudo perfeito, oferecer o melhor cartão de visitas possível. É o mínimo que uma banda que aspire a qualquer coisa pode exigir de si mesma, se é que lhe interessa poder garantir qualidade a um público que não merece nada menos que isso.


Que projectos têm para o futuro? Que objectivos querem atingir futuramente?

Como já foi mencionado, fazemos planos de gravar o nosso álbum de estreia e após isso divulga-lo o máximo possível. Essa é a nossa prioridade maior por agora. Fora isso, e até à concretização desse objectivo, estamos empenhados em escrever o máximo de temas que possam eventualmente fazer parte desse álbum, sendo que não passará tudo só por trabalho de estúdio, queremos testá-las ao vivo, pois só ai será revelado o seu potencial ou a sua falta. Bater estrada é por isso um alvo a atingir, tentar passar por vários palcos, vários sítios, conhecer as mais diferentes pessoas, criar laços de amizade de norte a sul, este a oeste, além-fronteiras enfim.

Todas as bandas têm sonhos. Qual seria o vosso maior sonho a nível musical?

Honestamente e sem quaisquer peneiras, assumimos claramente que seria óptimo levar a música profissionalmente numa base diária. Já a encaramos assim, embora estejamos ainda limitados aos óbvios condicionalismos do nosso estatuto actual na cena musical, sendo assim forçados a trabalhar na música em part-time. Viver da música, escrever-ensaiar-gravar-tocar é basicamente aquilo que mais queremos. Porém sabemos que não é fácil atingir esse estádio, pelo menos sem esforço e preserverança. É necessário saber investir, saber arriscar e, sem tirar os pés de terra, manter os olhos fixos num futuro melhor.

mais informações-myspace.com/theaster

Thursday, May 19, 2005

Nine Inch Nails-With teeth (2005)



Trent Reznor continua com a sua alma martirizada.E é com as suas propostas de solidão e de depressão que nos envolve de novo. Com a sua aura de pessimismo, envolta em atmosferas soturnas e deprimentes de cariz industrial.
"With teeth" é o nome da nova proposta nos nine inch nails, após "The fragile" já há uns bons anos atrás, e do excelente disco ao vivo "...And all that could have been". E voltaram com o seu som de sempre, que está mais que vincado.

Não nos surpreendamos primeiro: Aviso desde já que "With teeth" não traz nada de particularmente novo, a nível de elementos sonoros para os NIN. O som da banda está perfeitamente implementado, resta agora ver como é que, de disco para disco, a banda consegue levar de vencida uma evolução em relação a si mesma. E nesse perssuposto Reznor vence desde já: Criou aqui um álbum de verdadeiras canções: Daquelas canções que se colam ao ouvido, têm ambientes e ritmos próprios, um refrão minimamente contagiante, e poucos devaneios artísticos, exceptuando um ou outro tema.

Falar de temas num álbum recheado deles é complicado: "All the love in the world" tem uma atmosfera realmente industrial, com artefactos sonoros vindos desse espectro, acabando com um piano e um ambiente desesperante, decorrente da voz sofrida de Reznor. È um tema à nine inch nails, onde quem gosta continua a gostar, e quem não gosta continua a não gostar. Segue-se "You know what you are" que possui um início frenético e sombrio, continuando com essa toada ao longo do tema, desaguando num refrão raivoso e catchy. O som industrial continua aqui presente da maneira muito própria que os NIN têm de o interpretar.

Passando para o primeiro single: "The hand that feeds". Tem certas semelhanças com o grande "Sin", com a evolução sonora que os nine inch nails tiveram ao longo de todos estes anos. È um single com muito boa toada, ritmo e até dançável, dentro da temática que Reznor sempre deu à sua banda.

"Everyday is exactly the same" é outro dos temas em destaque. Batida soturna. Ambiente pesado e carregado de ambientes deprimentes. Mais um tema à nine inch nails diriam uns. Talvez. Mas é talvez o tema mais sentido. O mais intenso. Aquele que, sem emanar gritos de monta, Reznor dá mais alento à sua tristeza e depressão. E comunica-nos isso de uma maneira perfeitamente verdadeira, quase até natural. Dentro de todo este sentido classifico-o de meu tema preferido do disco. Porvavelmente nem é o melhor, mas talvez seja aquele que mais me tocou. e isso por vezes é mais que suficiente.

Estar, por agora a referir mais temas é tarefa demasiado árdua.Temos o tema falado "only" com um ritmo profundamente industrial, temos "getting smaller" que se inicia pesadamente e vai-se transformando em algo mais leve e com uma toada por vezes ambiental, ou "The collector" talvez o tema mais rock do álbum.

"With teeth" é o mais recente manifesto de uma dureza lírico-instrumental implementado por Reznor e o seu génio criativo. Cada tema tem um ambiente de cariz instrumental muito próprio e diverso, ao qual vemos adicionada a voz sempre dorida e ferida no orgulho e raiva de reznor. Mas vistas as coisas por este prisma talvez seja algo demasiado frio, analisar assim uma obra que merece ser louvada. Pelos temas que conseguiu criar, pelos temas ora contagiantes, ora mais soturnos e depressivos, mas sempre à NIN e não há como fugir disso. E como se costuma dizer: Quem gosta, gosta. Quem não gosta vai continuar a não gostar. Só não se percebe é como é que existem pessoas que não sabem dar valor à mais fortuita depressão existente no mundo musical.Isso sim é uma pena. E das grandes. 9/10


3 temas de loucura: "Everyday is exactly the same" "You know what you are?", "The hand that feeds"

Monday, May 16, 2005

Porcupine Tree-Deadwing(2005)



Tudo em que Steven Wilson toca é ouro. Talvez esta frase pudesse soar mais um chavão que outra coisa qualquer, não fosse o facto de ter uma verdade absolutamente indesmentível dentro dela. O fundador dos Porcupine tree que possui praticamente o controlo artístico da banda na sua totalidade, e que produziu os muitíssimo bem recebidos discos dos Opeth "Deliverance" e "damnation" conseguiu neste "Deadwing" mais uma prova de toda a seua genialidade.

Após a obra-prima absoluta de nome "In absentia" qual seria o rumo para os porcupine tree, banda de um rock progressivo cheio de ambientes e deleites instrumentais, com influências de uns pink floyd ou uns rush? O que estaria Steven Wilson a mgicar, após ter elaborado um disco que foi, sem dúvida, um dos melhores desta década que vai a meio? Talvez tentar utilizar o mesmo género musical, mas adaptando-lhe funcionalidades diferentes. Assim "deadwing" sendo também uma obra progressiva, é demarcadamente diferente de "In absentia".Inicia-se com o tema-título de uma atmosfera bem calma mas extremamente progressiva, com instrumentalizações de grande nível ,para ir desembocar em quase 10 minutos de duração. Porque aqui existe um enorme brio instrumental de todos os músicos intervenientes. Um dos temas mais completos do álbum.

Segue-se talvez a música mais potente de todo o disco: "Shallow". Não que seja um tema propriamente pesado, mas é sem dúvida aquele mais carregado, mais àspero, mais hard rock, se é que este termo se poderá utilizar num disco destes. Mas se atentarmos aos primeiros riffs bem que essa noção nos é dada. Um tema readio-friendly qb,mas também passível de agradar a todos os fãs da banda de Wilson, por ter igualmente devaneios instrumentais sempre muito bem vindos. E tem, logo de seguida, um refrão extremamente bem engendrado e executado. Um grande tema.

Não sendo meu objectivo analisar os temas um a um, ainda faço menção à faixa três deste álbum, onde é o piano de Richard barbieri que mais força tem, a par de uma voz de wilson extremamente delicada e subtil em cada passo dado. "Lazarus" dá nome a tão bela sinfonia da natureza. Onde ambientes de um porte quase angelical e mágico se unem a um piano límpido e melancólico de barbieri, e a uma guitarra suave e marcante que aparece a meio da canção. Onde talvez possamos ver a verdadeira aptidão que os porcupine tree possuem em escrever temas que fiquem no imaginário de cada um. E têm-na em larga escala de facto.

Três temas aqui foram relatados. Mas muito mais tem este disco a oferecer. Desde a verdadeira peça com pedaços sinfónicos de nome "Arriving somewhere but not here" onde se observa uma banda a criar temas de instrumentais de uma delicadeza absoluta, "mellotron scratch" que acaba por ser uma viagem natural ao longo de uma imaginação ambiental extremamente bem cumprida, onde a voz de wilson soa como vento esvoaçante e em constante desvanecimento, e onde podemos captar a capacidade de criar ambientes que a banda de facto possui.

O que é então "deadwing"? Uma viagem. Por momentos de um rock mais psicadélico e tendencialmente progressivo no tema-título, por momentos de um quase hard-rock("shallow") ou de uma beleza poético-instrumental ("lazarus"). Mas também existe a fusão destes três elementos em diversas canções, todas elas com a sua própria atmosfera e personalidade. Todas elas autênticos manifestos artísticos, por parte de músicos que sabem perfeitamente aquilo que fazem.

Não é tão bom quanto "In absentia". Mas também não podia ser. E se "in absentia" soaria como frio e enevoado, "Deadwing" soa como uma viagem aos trópicos no meio do verde. Onde a voz de Wilson se ouviria ao longe, e onde todos nós apreciaríamos o som da natureza no seu estado puro. E é nesta pureza que se inserem os porcupine tree: Música de génio só para quem de facto pode. E eles podem-no. 9/10

Wednesday, May 11, 2005

A LOVE SONG FOR BOBBY LONG





Lorraine. È este o nome que cria uma narrativa. Que dá um mote a toda uma história sobre a partilha de uma casa entre uma jovem rapariga(scarlett johansson) um ex-professor de inglês alcoolizado, gordo, e de cabelo branco(john travolta) e seu ex-assistente(gabriel macht).

Toda a história gira à volta de Lorraine, e no entanto ela nunca aparece no filme. A película inicia-se com o seu funeral, e com as marcas deixadas por esta cantora de bares. Tanto em nova orleães onde o filme é passado(embora não haja uma grande noção de estarmos numa cidade, mas sim no meio do nada onde pouca gente habita) como no coração dos habitantes que vamos conhecendo: os músicos que com ela tocavam canções, como o ex-professor de inglês e o seu assistente.

Purslane(scarlett johansson) é então a filha que recebe como herança uma casa que outrora tinha sido de sua mãe. Mãe cujo contacto era praticamente inexistente: Purslane culpava a mãe pelo facto de nunca ter tido recordações dela, e menciona diversas vezes que tinha que criar memórias para se imaginar com sua mãe. Por outro lado nunca sua mãe tinha dito quem era seu pai: Apenas acaba por ir o para nova orleães porque não tinha mais nenhum lado para onde ir.

Bobby long(john travolta) e Lawson(Macht) são dois perdedores entre o alcóol e o tabaco, cuja vida os abandonou. E ao verem pursley invadir aquele espaço que julgavam só deles, abordam-na como se ela fosse uma mera interesseira, em qualquer amor por ninguém.
A verdade é que a história acaba por ser bem simples: Depois desta premissa acabamos por assistir a todo o percurso regenerativo de cada personagem, cada um à sua maneira. Sentimos quase pena de pursleypor não ter tido recordações de sua mãe, quando toda a gente parecia recordar-se tão bem dela...Até de pursley existiam diversas recordações. E por outro lado vemos um soberbo travolta numa performance bem diferente do habitual, e nada cool, a criar uma menina que nunca tinha sido criada:E é no entrelaçar das três personagens principais que o filme roda e avança.

Shainee Gabel é uma estreante realizadora que acompanha as personagens com solidez e firmeza, sem as destituir nunca do seu objectivo principal, demonstrando-lhes as vidas que cada um percorria. E é também dela a autoria do argumento, baseado num romance de Ronald Everett.
E por falar em personagens,todos os actores conseguem dar um cunho pessoal ao seu papel: Travolta está excelente na sua performance de ex-professor de inglês. Cabelo branco, barriga,alcoolismo. Mas também uma grande dose de literatura e pensamento. Macht, embora com menos fulgor, consegue igualmente uma boa interpretação, secundando travolta e johannson.

Já esta última merece um parágrafo: O sol de nova orleães iluminou-a de maneira a parecer um anjo doirado que aparece do nada.Um anjo caído que precisa de dar luminosidade à sua vida, sem ela o saber propriamente como. Johansson não tendo uma interpretação tão marcante como no fantástico "lost in translation" consegue igualmente dar o brilho essencial para fazer de Purslane.E se quisermos enveredar pelo físico, está muito mais encantadora aqui do que no filme de sofia coppola. e até há um take de cinco segundos tremendamente sugestivo, bem perto do fim...Bem mas não vou agora entrar em conversa de homens.

No global "A love song for bobby long" não é um grande filme. Também não o quer ser: Pretende apenas mostrar como as vidas são, e como uma pessoa influencia uma vida. Um filme muito simpático e capaz de provocar sentimentos belos e carinhosos. Merece um bem haja pelas suas intenções.E,melhor ainda, pelo facto de as ter concretizado. 7/10

Monday, May 09, 2005

MORE THAN A THOUSAND

FILME MAIS EXCITANTE QUE O TRAILER



Após o ep "trailers more exciting than movies" os more than a thousand estão a preparar o seu disco de estreia, que promete marcar indelevelmente o panorama musical em Portugal. Com duas canções já disponíveis(ver post abaixo) a banda, agora em Inglaterra, volta a Portugal por ocasião do super bock super rock.Um filme que promete ainda mais emoção que o trailer. A conferir pelas palavras dos vocalistas André e Vasco,e dos guitarristas Filipe e Sérgio:

Como e quando começaram os more than a thousand?
A maioria dos elementos dos mtat ja tocam juntos há cerca de 7 anos. Temos no entanto dois elementos mais recentes que são o Rui no baixo e o Jorge na bateria.


Após um ep editado de forma independente, gravaram "trailers are always more exciting than movies" assinando pela raging planet. Foi-vos complicado encontrar uma editora?
A nossa intenção era lancar o "trailers..." por nós. Mas quando estávamos a procurar sítios para fazer o "pressing" em relação ao disco, falámos com o Daniel da Raging planet, e por interesse mutúo lançámos o ep juntos.

Após a edição do ep acabaram por ir para Inglaterra. Porque é que se deu essa opção?E já agora, como estão as coisas a correr por lá?
Nos viemos para inglaterra para podermos continuar a tocar.Viemos à procura de novos fãs e de um mercado maior.Passámos seis meses bastante complicados de adaptação a um novo país, e de pernas completamente cortadas devido à saída do nosso ex-baterista que ficou em portugal.De momento estamos a 100%, novamente a dar concertos com alguma alguma regularidade e também estamos a preparar o novo álbum.

Como avaliariam o meio musical no geral?
O meio underground está bastante bom, começamos a ver algumas bandas a furarem e a entrar nas radios e na tv e principalmente nos festivais de verão... o que a nosso ver é óptimo. O lado mau, na nossa opinião, é o criticismo e a inveja que só se vê em portugal. Percam menos tempo a falar mal das outras bandas e dediquem o vosso tempo à vossa.HÁ LUGAR PARA TODOS.


Disponibilizaram on-line duas novas faixas vossas, que poderão ou não figurar no vosso primeiro álbum.Elas são um bom exemplo daquilo que se poderá escutar nesse disco?
São exactamente o que vai estar no nosso disco tirando a qualidade de som, produção e atenção ao pormenor na gravação do álbum. Estamos ainda a fazer canções, a escrever, ainda podem mudar algumas coisas até ao dia em que começarmos a gravar.

Para quando está prevista a edição do álbum?Poderão figurar nele temas de "trailers..." do "teen massacre" ou mesmo do primeiro ep da banda, ou isso já está definitivamente para trás?
Só mesmo o primeiro ep é que está para trás, o resto diz-nos bastante ainda, mas não vamos regravar. Estamos em constante evolução e as novas músicas vão ser sempre as melhores para nós, a unica excepção seria regravar um dos temas do "teen massacre".

Vocês têm uma influência notória, em relação a filmes e histórias de terror. De que forma o imaginário de terror os influencia?
Principalmente a nível de letras, mas nada muito exagerado, gostamos de escrever pequenas historias dentro desse imaginario.

Neste momento quais são as vossas maiores metas, enquanto banda?
A que sempre tivemos...continuar a tocar, lançar discos e conhecer pessoas novas.


Vão voltar agora a Portugal para um concerto no super bock super rock. Têm alguma expectativa em relação a esse regresso?
Vai ser bom voltar a ver os amigos, familia e o pessoal que sempre nos apoiou...e nós vamos dar o nosso melhor.

Bem, então é tudo. Muito obrigado por terem aceite a entrevista e
desejo-vos a maior das sortes :)

Na boa! Obrigadão! Apareçam dia 29 e digam olá!!!

Um abraço
Andre, Filipe, Sergio, Vasco


nota: a foto existente neste post é da antiga formação dos more than a thousand

Saturday, May 07, 2005

more than a thousand-novos temas



Os setubalenses ,agora radicados em Inglaterra, more than a thousand acabaram de disponibilizar duas novas demos que poderão estar, ou não, no futuro disco de originais da banda. Os temas chamam-se "Walking on the devil's trail" e "this city is a graveyard" e segue nas próximas linhas, um breve comentário a cada um dos temas:

"Walking on a devil's trail" é um tema dos mais pesados que os mta1000 já fizeram. Com uma grande vertente hardcore, que nos faz lembrar uns killswitch engage, com um peso enorme e muito intenso de guitarras e voz e que depois desagua num refrão extremamente contagiante e vigoroso. Tema que nos traz à memória "it's the blood, there's something in the blood" embora mais completo e elaborado. Ainda está em formato demo, e necessita de óbvios ajustes, ainda assim leva já um 8/10

"this city is a graveyard"é um tema mais suave,mais melódico, com uma noção atmosférica maior que "walking on the devil's rail". Um tema bem mais emotivo e sentido, com as guitarras a soarem mais soltas, menos cruas.O próprio refrão também a isso se associa,e consegue igualmente ser de qualidade superior, talvez dos refrões mais elaborados que os mta1000 já fizeram. Por também ser um tema intenso e forte, embora de maneira diametralmente diferente que "walking on a devil's trail" leva igualmente um 8/10.

O que se nota nestes dois temas é que os more than a thousand cresceram. Adaptaram-se mais ao formato canção, do que ao devaneio quase épico que percorre o muitíssimo bom "trailers are always more exiting than movies" . Vamos com certeza assistir a um verdadeiro rol de temas fortes e belos, onde cada faixa é um mundo diferente da outra. A ver vamos o que acontece. Para já estão no bom caminho.

Se querem ouvir estes temas atentem em http://www.morethanathousand.com

Friday, May 06, 2005

STROKES-IS THIS IT(2001)



Olá. Nós somos os Strokes. E temos grande pedrada. Aliás andamos sempre pedrados. Não se vê logo pelo inlay deste "this is it?". Ah também temos a mania que sabemos fazer canções e que somos muito rock. A verdade é que os riffs nunca têm poder nenhum, a batida é sempre igual e o julian não consegue mudar de voz nunca.


Bem este pequeno texto introdutório deu para perceber alguma coisa? Se não deu então é simples e passo a explicar:
"Is this it" é de 2001. Altura de um hype em relação ao chamado rock revivalista onde bandas como strokes, hives, interpol,black rebel motorcycle club,vines, entre outras deram cartas. Deram foi o baralho todo trocado: De todas estas só se aproveitam brmc e talvez interpol(porque nunca os ouvi tenho que dar o beneficío da dúvida. O resto? È plágio descarado de obras de uns velvet underground e de bandas afins que apareceram por volta daquela altura. Pelo menos os strokes. As outras mencionadas preocupam-se em tentar fazer tudo igualzinho às bandas mais rockeiras que existiam nos sessentas setentas.

E se por aqui houver algum erro de cariz histórico, o erro é apenas e só esse. Porque tudo o que este tipo de bandas fazem é um crónico "onde é que eu já ouvi isto?" que ainda por cima não tem nenhuma vertente rambóia. Explico: Eu gosto de certas bandas de pop-punk.Que não são particularmente inventivas. De qualquer maneira têm uma vertente rambóia, com guitarras que sobressaiem, vozes que agudizam, refrões catchy...são boas bandas no sentido que entretêm às mil maravilhas e não querem fazer mais nada que isso. Nada contra, até porque bandas destas são sempre bem-vindas.
Então qual é o problema dos strokes? È simples: Levam-se demasiado a sério. Gerou-se um hype ridículo com um conjunto de bandas que sabem ir sacar riffs ao passado e adaptá-los sem conseguirem um décimo de qualidade das suas fontes. E por outro lado não possuem uma vertente de entretenimento, tentam-se sempre levar a sério, quer pela imagem, ou por um pseudo-poder de guitarras que têm a mania que possuem.
O que os strokes fazem é simples: Fazem uma batida base, metem julian a cantar da mesma maneira e acabou. Tudo o resto é um desfiar de lugares-comuns sem qualquer tipo de rasgo inventivo, e com a mania de se ser muito indie e alternativo.E parou por aqui.

Canções? Enfim "alone,together", "hard to explain"(pelo bom refrão que tem) e "last nite" são as menos más. Não são propriamente grande coisa e "last nite" é particularmente irritante porque está plenamente convencida que é uma bomba rock ácida e mordaz e acaba por ser um bombom cheio açucar, que provoca diabetes a quem lhe der a primeira dentada. Aliás é um albunzinho muito açucarado este. Com as batidas todas organizadinhas, a voz de julian sempre muito certinha e praticamente sempre no mesmo timbre, o disco destila açucar por todos os poros.

Agora pergunto: Quem raio consegue achar isto a última maravilha musical à face da terra? Não consigo perceber por todas as razões já enumeradas. È um facto que não gosto do disco, e que até tenho orgulho disso. È um facto que adoro detestar os strokes. Mas se eles fossem de facto inventivos como têm a mania que são, talvez até gostassse deles. Agora assim...Nem pensar. Vejo-os mais como um produto pré-fabricado por uma máquina indie sedenta de inventar hypes e cultos em todo o lado,onde se tentou implementar uma imagem toda rebelde e rockeira a uma banda que pouco ou nada tem para oferecer.
Já agora que alguém os quiser chamar como banda de rock...Por amor de Deus vá ouvir danko jones ou gluecifer, considere strokes como indie ou seja o que for, mas não descridibilize o rock com uma coisa destas. Eu por mim passo. 3/10

temas de loucura: não há nenhum...os menos maus são "last nite","hard to explain" e "alone,together".

Monday, May 02, 2005

POINTING FINGER

A DESCENTRALIZAÇÃO




A descentralização do hardcore está em marcha. Os pointing finger são disso exemplo, pois são provenientes de Faro. Mas não se pense que isso os diminui: Bem pelo contrário. Hardcore made in Portugal, com laivos de filosofia straight edge à mistura, e com o guitarrista David à conversa com o blog.

Podem dar-me um breve resumo de como se iniciou a banda? E quais foram os principais objectivos aquando da formação?
A banda começou em Agosto de 1999 quando eramos todos da mesma turma no liceu. A ideia de formarmos uma banda já vinha surgindo há algum tempo e finalmente se materializou em Agosto, quando começamos a ensaiar regularmente e a fazer musicas já com o nome Pointing Finger. O nosso objectivo inicial era o de apenas dar um ou dois concertos e pronto, mas à medida que as coisas foram evoluindo tambem os nossos objectivos mudaram, primeiro foi gravar uma demo, tocar fora do nosso meio, novos lançamentos, gravações, tours e por ai fora. É o que nós chamamos o efeito bola de neve.


A maioria das pessoas caracteriza-vos como hardcore straight-edge. Poderiam esclarecer um pouco do que trata a filosofia sxe?


Acho que se perguntares isso a cada membro da banda cada um te vai dar uma resposta diferente. Acho que o sxe muda um pouco consoante a interpretação de cada um e da maneira como o inseres na tua vida. É claro a base é a cena do não fumar, não beber e não tomar quaisquer tipos de drogas. Depois cada um sabe de si. Há que considere o sxe como algo mais politico como o boicote a certas substancias/industrias e outras como algo mais pessoal, como uma escolha pessoal que fazes para ti, para tua vida e a tua maneira de viver.


Vocês são de Faro. Como é que lidam com isso, quando toda a gente sabe que o maior movimento para concertos é nos grandes centros urbanos? Como é que unem esforços, para fazer valer essa vossa condição geográfica?

É sempre mais dificil para nós tocar mais concertos, porque por exemplo para tocar em lisboa precisamos sempre de receber para não ter de pagar do nosso bolso as viagens e isso nem sempre aconteceu. Muitas vezes o dinheiro dos concertos era dividido por todas as bandas independentemente dos gastos de cada uma, o que acho que nunca foi muito justo. Mas também não foi por isso que deixamos de fazer as nossas coisas. Acho que sempre nos mexemos bem para tentar atingir os nossos objectivos.
Fizemos já várias tours e já tocamos mais ou menos por todo o pais, por isso não acho que o facto de sermos de Faro seja assim não mau. Aliás, nem considero que seja. É sempre bom descentralizar...


O movimento hardcore em Portugal tem registado um crescimento, tanto a nível de bandas,como de ouvintes,como de concertos. Como avaliam este crescimento?
Acho que é bastante positivo. É muito bom que hajam cada vez mais bandas e mais sitios para tocar. É bom saber que há bandas e pessoal envolvido no porto, em lisboa, no algarve, pessoal dedicado e com vontade de fazer as coisas. Acho que isso só vem a beneficiar todos nós. É também essencial apoiar as cenas locais, pois sem elas tudo morre. Não serve de nada o pessoal só ir aos concertos das bandas grandes ou das bandas de fora e depois tarem-se a cagar para as bandas locais. Apoiar o esforço das bandas da 'casa' é essencial para que as coisas avancem e para atrair cada vez mais pessoal aos concertos.

Quais são os vossos principais projectos para o futuro?

neste momento estamos a acabar de escrever as musicas para o proximo lançamento que vai ser um CD de 12 musicas. Estamos a planear gravar no inicio de junho e depois ir em tour no mes de Agosto pela europa outra vez.


Para saber mais: site oficial