Friday, April 10, 2009

coisas de putos que depois crescem e isso.

Há bandas que, por uma razão ou outra deixamos de gostar. Seja porque crescemos e vemo-las como aquelas coisas que ouvíamos na infância e que depois ficámos com vergonha(e a seguir disso vem o saudosismo), seja porque ao longo dos tempos adquirimos novas influências que nos fizeram ouvir algo de diferente, seja porque...sim.

Eu por exemplo ouvia bastante punk rock algum meio lala e outro nem por isso... cenas tipo pennywise, nofx, millencolin, less than jake, rancid ou lagwagon faziam parte das minhas preferências há alguns anos atrás. E um gajo vai mudando.Hoje se calhar ouço outro tipo de cena, embora ainda vá ouvindo a espaços algumas coisas das bandas que enumerei.

Mas adiante com a conversa da treta. Serve isto tudo para falar dos more than a thousand, que sim é uma banda que eu vou referindo de quando em vez por estes lados. Porquê? simplesmente porque vou a um concerto dos gajos e sinto-me velho. Há tanta gente que me vai dizendo "os gajos até se ouviam, mas agora esquece" ou a cena do "nunca foram grande coisa", ou simplesmente um "já não ouço disso". Parece que para o povo ainda nascido nos oitentas ouvir mais de mil começa a tornar-se senão meio embaraçoso, pelo menos um guilty pleasure. Isto lembra-me, embora num plano diferente, os limp bizkit- toda a gente passou a não gostar deles quando foram ao pavilhão atlântico e aquilo estava pejado de putos. Na altura eu fazia parte dos "putos". Hoje em certos quadrantes começa a ser o contrário, coisa que ainda me faz confusão.

No fundo o nosso problema é partilharmos uma banda com alguém que ouve shakira. E quem diz shakira fala daquelas emozadas manhosas que por aí proliferam. Um gajo não consegue conceber curtir uma banda que uma miúda de 15 anos que ouça paramore também curta. è...complicado. Daí que para muita gente haja um regresso quase à adolescência em certos concertos a que vai. Não nego que também sinto isso.

No entanto continuo a gostar dos mais de mil...pela música, que no fundo é a única coisa que interessa. Tudo bem partilho o meu gosto com putos de 15 anos mas honestamente que se lixe. Posso curtir cyber-metal-punk-sludge do burkina faso e more than a thousand ao mesmo tempo não posso? A questão não pode passar por aquilo que achamos que os outros possam pensar. Se aquilo continua a fazer sentido para nós, isso acaba por ser o mais importante. Não me quero contradizer quando vejo gente com a minha idade a curtir tony carreira e a britney e o camandro, e depois mando-me para cima desses factos como cão sedento de uma merda qualquer para enfardar, e agora vir dizer isto, mas também não concebo comparar bandas e estilos e merdas adjacentes, por isso caguei.

Bem acho que para desabafo chega. Ah e ouçam o novo som dos gajos no myspace. Uns poderão achar alta xaropada. A mim continua tudo a ser como era na altura dum trailers: bem bom.