Thursday, March 31, 2005

Lagwagon-Live in a dive(2005)



Os "live in a dive", são uma série de discos ao vivo que a fat wreck chords edita de quando em vez, de bandas do seu catálogo. Para além dos discos, surge sempre um booklet com uma história de bd e uma faixa interactiva.Entre as edições destes álbuns estão nomes como No use for a name,Sick of it all,subhumans ou strung out.Este "Live in a dive" dos californianos Lagwagon é já o sétimo disco desta série editado, e o primeiro disco ao vivo da banda. Editado este ano "live in a dive" coloca os Lagwagon num dos mais bem conseguidos álbuns desta série a par talvez com o de 2003 dos Strung out.
Os lagwagon nunca foram uma banda propriamente original, e mais que ninguém, eles sabem-no.Nunca nos ofereceram canções geniais, ou criações brilhantes. São aquilo que se chama vulgarmente uma "banda de três acordes" onde pouca inventividade há, mas há todo um ror de riffs e refrões memoráveis que compõem o ramalhete de uma forma extraordinária. e se há falta de originalidade ela é largamente compensada pelos temas contagiantes que a banda sabe, e sempre soube oferecer.
já que referi os temas atento nalguns deles: Canções como a extremamente contagiante "violins, a grande "sick", "island of shame" ou "bombs away" estão aqui presentes faltando talvez "lazy" e "e-dagger". Mas isso é mais capricho do escriba que outra coisa. A verdade é que os Lagwagon arrancaram uma excelente performance ao vivo com uma espécia de alinhamento best of, decorrente dos seus mais de 10 anos de carreira.

São realmente uma banda muito enérgica, com temas a condizer que fazem dos seus concertos uma grande festa. Assim é ouvir este álbum, uma grande festa, uma paródia, com a qual podemos cantar em plenos pulmões, e em uníssono com a as pessoas que assistiam ao concerto. E já agora uma nota para a produção: Conseguiram-na deixar a melhor possível,no que respeita a um álbum ao vivo: Acima de tudo reter o ambiente de um concero ao vivo e isso é o mais importante: Sentir o concerto, mais do que o ouvir.
Esperemos agora um futuro álbum de estúdio e uma tour que, esperemos passar por Portugal.
Nota- 8/10

3 temas de loucura: "Violins","Bombs away","Island of shame".

Monday, March 14, 2005

os melhores de 2004-finalmente o definitivo

Já 2005 anda com montes de discos editados,e já vai quase no fim do seu primeiro terço, e só agora coloco o top definitivo de 2004. faltaram-me uns quantos discos que queria ter ouvido (como dead poetic e blackfield), ainda assim não me coíbo em postar aquilo que deveria ter sido postado há muito tempo.

1-Neurosis-The eye of every storm

"O" disco do ano. Sem mais delongas.Mais do que disco do ano, foi dos melhores discos que já ouvi na vida.Este ano fica marcado por vários discos e num patamar substancialmente maior, "o" disco que define o ano, que foi este dos neurosis.Um metal atmosférico tremendamente silencioso, quase desconcertante, como cada som fosse algo épico e opressivo, que nos remetesse a meros escravos auditivos. Um dos melhores discos, mais do que do ano, desta década.

2-The dillinger escape plan-Miss machine

Como o caos pode ser executado, de maneira que ele próprio seja uma base musical.Os dillinger conseguem transformar o caos em arte, e muitas vezes em canções. Como na grande "phone home" uma das músicas do ano.
3-Cult of luna-Salvation

com claras influências de neurosis, os cult of luna editaram um disco atmosférico com momentos de peso incríveis e momentos melódicos estonteantes. A voz sempre raivosa e potente ataca-nos de uma maneira arrebatadora. Por outro lado são metódicos: Na primeira canção por exemplo nota-se um ascendo de melodia até chegarmos ao peso propriamente dito. Músicos de excepção que andam a ouvir neurosis.O que só lhes faz muitíssimo bem.

4-converge-you fail me

A emotividade. Com instrumentalizações brilhantes, rápidas, melancólicas, melódicas,raivosas, todos os sentimentos numa mera rodela. Excelentes temas num disco muito variado, apesar de seguir uma bitola mais hardcore, mas também tendo variações para emo, rock, e metal.

5-Isis-Panopticon

Como o metal carregado de atmosferas e canções longas, se torna doce. Um álbum perdido na imensidão azul da capa, com a voz de aaron turner a ficar cada vez mais melódica.Um álbum extremamente quente, que nos envolve do princípio ao fim,nas suas longas atmosferas e nos temas de um universo próximo de uns neurosis ou cult of luna.

6-strung out-Exile in oblivion

Punk rock meets rock progressivo. È com temas rápidos, mas de contornos épicos que os strung out são uma das bandas mais originais do punk rock. Com grandes solos de guitarra e temas verdadeiramente abrangentes musicalmente,que esta banda torna o seu som cada vez mais único, em busca de uma perfeição bem próxima de acontecer.

7-Pain of salvation-12:5

Grandes melodias acústicas. Grandes doses instrumentais. Grandes canções que despertam sentimento.Grandes músicos. Grande ideia de fazer um best of de cariz conceptual e acústico. E uma coesão absolutamente fora de série. Um disco excepcional.

8-The vandals-hollywood potato chip

Meio a martelo realço que o baterista dos Vandals é o josh freese dos apc. Só para terem esta noção de que um baterista de uma banda punk pode ser de facto um excelente baterista. E agora falando do disco. O punk rock aqui está numa toada marcada por riffs frenéticos, quase esquizófrenicos. E quando acaba a esquizofrenia, de repente aparece uma voz limpa. Completamente de repente. E tudo isto sem deixarem de ser punk rock. Um estilo inconfundível numa banda que não precisa de aligeirar o seu som para se tornar original.

9-More than a thousand-Trailers are always more exciting than movies

Sabem de alguma banda portuguesa que, dentro do seu género, seja para vocês a que mais gostam no mundo inteiro? gostando vocês do género referido? eu gosto de emo, variante screamo e more than a thousand está, para mim à frente de bandas, como finch,thrice,dead poetic ou funeral for a friend. Por fugirem às guitarras mais relacionadas com o metal, por serem mais atmosféricos. Por, para mim serem os melhores do emo, variante screamo. E por terem a minha canção do ano: "Beautiful faces hide witches".

10-Killswitch engage-The end of eartache

Depois de um disco excelente que foi "Alive or just breathing" os killswitch engage fazem outro disco excelente. Desta feita mais coeso. Mais emotivo. E também mais forte, mais potente. Foi a evolução natural da banda que fez este disco. Este foi o disco que os killswitch tinham que fazer. È um disco de canções, que o outro só o era a espaços, de intensidade, mas acima de tudo de uma excelente contracção de sons e emoções que o anterior, embora para mim tão bom como este, não tinha.Apetece ouvir e continuar a ouvir mais.

11-Twenty inch burial-how much will we laugh and smile?

Onde o metalcore português dá cartas, é neste disco dos 20IB. Um som talvez cru, não da produção mas mesmo das canções, temas que nos apetece gritar e berrar, e outros onde temos potência máxima, é o que este disco tem para nos oferecer.Estou à espera de um terceiro disco onde tudo isto esteja desenvolvido.E adorei a "nowhere" mesmo sem conhecer a canção dos therapy? coisa que conto fazer muito brevemente.

12-Bad religion-the empire strikes first

Abram alas que a instituição do punk voltou. E com um conjunto que misturam habilmente batidas punk com guitarras rock(pois daí punk rock) que tem canções fortes e que não vai deixar ninguém defraudado. Um disco mais clássico, um rock apunkalhado feito por senhores que sabem perfeitamente o que estão a fazer, pois já o fazem há muito tempo. A maioria dos fãs dos maiden não diz que eles conseguem ser fiéis sem nunca se venderem? Os bad religion também costumam fazer isso aos fãs de punk rock. E com discos destes que continuem por muitos e bons anos.

13-The temple-Diesel dog sound

Rock pesado muitíssimo bem feitos e com apontamentos muito curiosos de acordeão e guitarra portuguesa. Um ritmo frenético existente em cada tema do álbum, e uma fantástica capacidade para criar canções de estádio, fazem deste "diesel dog sound" uma das mais importantes propostas do espectro musical português em 2004

14-Icon and the black roses-Icon and the black roses

Banda de um género muito pouco fortuito em Portugal. Rock gótico. Sem fugir muito às regras do género, os icon and the black roses, conseguiram criar verdadeiros temas góticos, sem ficarem nada a dever a bandas estrangeiras como him ou charon. Uma musicalidade fora de série, e ambições muito concretas preenchem um dos melhores discos portugueses de 2004 de uma banda que, infelizmente, já conheceu o seu fim.
15-Pain of salvation-Be

Quem somos? De onde viemos?Para onde vamos? são perguntas que "be" tenta, talvez não responder, mas demonstrar que existe uma real procura na sua resposta. Um álbum com um conceito extremamente complexo e de difícil entendimento, peca na sua existência de verdadeiras canções,mas oferece-nos deleites instrumentais absolutos, riffs poderosos e uma banda sonora conceptual muitíssimo boa.

Saturday, March 12, 2005

Da weasel-Coliseu dos recreios Lisboa

Já foi há coisa de um mês que os daweasel efectuaram o seu concerto no coliseu, como ponta final da digressão de "re-definições" disco de 2004 que chegou a platina, muito por causa de uma das canções com mais airplay de 2004 de nome"re-tratamento". Ora isto, como é óbvio, é do conhecimento de toda a gente.
Também é do conhecimento de toda a gente que "re-tratamento" especialmente, trouxe uma enorme fornada de novos fãs da doninha, fãs esses que têm entre 7 anos e..77! Acredito que seja mais ou menos assim. Daí que não me deu choque nenhum quando me apercebi que o concerto estava neste estado:




Pois é, concerto esgotado,coliseu completamente apinhado de gente. Dos 7 ao 77. Talvez, mais do que o concerto em si, foi extremamente curioso, quase fascinante, ver tanta gente de tantas idades.E de tantas diferentes tribos. Era o pai que ia com o filho, a avó que ia com a neta, os tios que iam com os sobrinhos,os betos todos vestidos com a farda habitual, as betas da mesma maneira, as pitas doidas com gritos histéricos e mini-saias ultra reduzidas( e a gritarem "és todo bom!" a toda a hora"), e no meio de tudo isto os fãs mais old-school que conhecem a doninha há muito mais tempo. do ponto de vista sociológico, talvez tenha sido o concerto mais interessante a que assisti. Especialmente porque toda a gente estava junta com um mesmo objectivo: Ouvir o som das doninhas. E foi isso que aconteceu.


A verdade é que os daweasel, deram um concerto extremamente pujante, também resultado da sua enorme rodagem ao vivo ao longo da sua carreira.Eles são bem capazes de ser uma das bandas portuguesas com mais concertos dados, tanto em festivais de verão, como naquelas digressões que percorrem o país de lés a lés. E todos esses concertos se manifestaram positivamente na maneira de entrar em palco.
Com algumas animações gráficas como pano de fundo a doninha lá ia destilando os seus temas, para uma audiência vasta e muitíssimo abrangente. Virgul,cada vez mais o mestre de cerimónias, ia debitando alguns apontamentos reggae de vez em quando, e tivemos a noção de que poderia ali ficar toda a noite. Por causa da sua vitalidfade, consigo-lhe desculpar o bonezinho cor de rosa e as pulseiras brilhantes, dignas de um qualquer "empresário de recursos humanos" que investe ali para os lados do instituto superior técnico...
Não me lembro do alinhamento na totalidade, ainda assim tocaram um pouco mais de metade do seu último álbum "re-definições", e neste caso vou aludir aos temas "força" e claro, "re-tratamento" de longe o mais bem recebido pela geração mais nova e pela mais velha, mas também à "casa", de onde surgiu o manuel "palito" cruz a fazer o dueto com pacman. foi talvez um dos momentos mais cintilantes do concerto, onde se aprumou todo o talento lírico de cruz e as vocalizações perfeitamente entrosadas com carlos nobre(aka pacman).
De qualquer maneira, não fazer menção a "re-tratamento2 seria uma heresia. Como descrever um tamanho frenesi de crianças de 10 e 11 anos a pular e a berrar "olá nina quero tratar de ti"?. E os próprios pais e avós dessas crianças a berrar em plenos pulmões? Para muita gente foi o concerto das suas (ainda curtas) vidas.e o momento alto tinha sempre que ser "o re-tratamento". e mais nenhuma canção sabe juntar tanta gente num estado de perfeita comunhão e celebração.

Os daweasel ainda fizeram passagens por todos os seus discos, com excepção do segundo "dou-lhe com a alma". Guardaram "tás na boa" para última faixa do concerto, e dedicaram " a essência" a todos os presentes da margem sul do tejo.De "manual de iniciação a uma vida banal2 não excluíram "outro nível" outro momento de delírio nem "o remorso (o qué que se há de fazer") entre outros temas.
Do ,para mim, melhor disco da doninha "terceiro capítulo" saborearam um "pedaço de arte" tendo sam como convidado (que entrou ainda em mais temas). Passaram também por "dúia" e "todagente". Ainda do primeiro ep da banda more than 30 motherf**** o clássico "god bless johnny2 este, obrigatoriamente presente.
Os daweasel sempre foram uma banda enérgica. E ainda antes de lançarem "re-definições" já estavam perto de ser grandes. Agora são-no. enormes em portugal, diria eu. Se houver alguém que me consiga nomear alguém que consiga agradar a tanta gente, de diversas tribos, e numa faixa etária tão grande, acho que lhes ofereço uma estadia grátis no plaza de nova iorque por um mês inteiro. Só os daweasel para conseguirem algo tão grande. Parabéns para eles, e belo concerto que deram.



fotos em:www.fotolog.net/da_weasel