Friday, August 14, 2009

tomem lá errata




E é isto. Banda de screamo de lisboa que eu curto bastante. Conheço alguns dos membros certo, mas isso não invalida que não sejam muito bons. Este ep pelo menos assim está.


errata - ep

Tuesday, August 11, 2009

sudoeste 2009 ou como as pitas giras são o melhor que um festival tem para dar




O sudoeste tem uma grande vantagem em relação aos outros festivais: mais babes roliças por metro quadrado. aliás é pelo grande aglomerado de babes roliças que o sudoeste vale realmente a pena. Os cartazes ultimamente têm sido uma merda (sobretudo desde que o festival é patrocinado pela tmn, parece-me) a envolvência do recinto é bem menor que em paredes de coura por exemplo. Sobra portanto o mais importante: as gajas. E nesse campo ninguém bate o festival. Que começa a ser frequentado por povo mais novo, muita gente do norte, que basicamente vão lá passar férias. Há praia uns concertos e campismo. e pronto. Ah e também há paneleirices como karaoke, montanha russa(!)ou o revivalismo de júlio isidro em meter povo dentro de um carro.

Este ano para além disto tudo também havia faith no more. e foi por isso que o recinto se encheu naquele dia: arrisco-me a dizer que mais de metade do povo que ali estava, estava por faith no more e pouco mais. De qualquer forma vou falar daquilo que também vi:

x-wife - meio merdoso porque aquilo é demasiadamente monótono mas tiveram energia. Já não foi mau, mas foi basicamente para aquecer e pouco mais.

Mad caddies- contagiante e vibrante. bom concerto que pecou pelos gajos terem tocado os temas mais melosos para enlouquecer as babes(o que é sempre bom) mas esqueceram-se de muitos temas do verdadeiro ska-punk que têm. Mas ainda assim foi bom, e tenho pena de não terem tocado no palco principal.



mad caddies



E chegamos a patton e seus comparsas. Não estando para grandes descrições apenas digo que o homem chega-me ao palco com um fatinho e bengala. Megafone na mão, frases fofas tá de começar. e foi um concerto muitíssimo bom. a energia e entrega estavam lá, os temas claramente também e o público respondeu. e ainda deu para umas provocações como dedicar temas a cristiano ronaldo, falar mal do período em que a banda se separou, criticar marcas e t-shirts de vietnamitas e ainda dar o microfone a um dos seguranças para ver se o homem acopanhava.

Quanto ao resto é simples: os faith no more estão em plena forma. O concerto foi enérgico à bruta eu que ainda andava de alcofa quando os gajos acabaram, ou nem por isso mas era claramente puto imberbe, e ver ali um bando de cotas a tocar pela vida soube que nem ginjas. Ainda por cima a mostrar que temas de 20 anos estão mais que actualizados e ainda resultam na perfeição ao vivo. e houve de tudo: desde as mais óbvias, como "epic", "midlife crisis" - com o refrão cantado em coro pelo público a capella, "we care a lot"(deste lote apenas faltou "digging the grave", passando pelas covers para dar o choro como a "easy" ou por temas mais enérgicos como "caffeine", "land of sunshine" ou a bela da "be agressive". Deu para toda a gente, e encheu as medidas à grande. No meio de tanta merdunça que foi ao sudoeste, ou pelo menos de tanta coisa pouco sonante e relevante, apareceram uns gajos vindos de uma rotura de mais de uma década, mostrar como se faz e que bandas se devem trazer a um festival.



faith no more


Deve ter sido o concerto do ano. e o melhor concerto que vi em festival igualmente. Do caraças. e pronto é isto.

Ah ainda vi um soundsystem qualquer no fim da noite. Mas o álcool e a droga já eram muitos. E reggae é uma seca do caraças que dá para ouvir pedrado mas pouco mais, desculpem-me lá os fãs do género. Ainda assim o melhor foi ver o logotipo do sapo com o chapéu à reggae na cabeça e a fumar uma com um sorriso mocado. Coisa fofa incitar ao fumício, mesmo com as tentativas de frustrar a bela da droga à entrada do recinto.


- Cena também publicada naquela que é, cada vez mais, a minha nova casa: http://www.mariaetelvina.blogspot.com

Tuesday, July 21, 2009

desabafo ou lá como é isso

Às vezes vasculho pelos arquivos deste blog e fico espantado com a quantidade de postas que por aqui punha tão regularmente. Umas mais parvas que outras,muitas sem grande qualidade de escrita e sentido, repetindo por vezes algumas frases feitas. No entanto não deixo de pensar que muito do trabalho deste blog foi meritório. Lembro-me de vários pontos altos que aqui tive, desde as entrevistas in loco de more than a thousand e bringing the day home, passando pelo agradecimento da banda de setúbal a este humilde canto no disco "the hollow",pela entrevista com dead poetic(por serem estrangeiros sim, mas não por terem ou mais qualidade que muita banda de cá - simplesmente nunca pensei que me respondessem) ou pelo facto deste canto ter sido o primeiro local a quem os linda martini deram uma entrevista.

Diria que o ponto de viragem foi 2007 para 2008.Talvez tenha sido aí que me apercebi da impossibilidade de se ser jornalista musical por estes lados - quer dizer não é impossível, mas é uma profissão muito volátil e um meio bem pequeno onde é complicado entrar. Por outro lado para mim começou a deixar de fazer sentido estar sempre a tentar ouvir os discos mais recentes, criando listas, dando notas, avaliando-os, muitas vezes esquecendo que no passado existe muita coisa boa por descobrir.Daí que até curtia os meses de janeiro e fevereiro aos quais eu dedicava essa descoberta de coisas que devia ter ouvido, mas que não tinha tido tempo. E achei que valia a pena que todos os meses fossem iguais aos dois primeiros do ano.Já para não falar do desgaste da coisa e do facto de me ter fartado um bocado de tudo isto.

Isto soa a cena meio egoísta certamente...mas um blog é uma cena individual. Parte de uma pessoa ou de um grupo que podem fazer o que quiser com ele: nunca devemos deixar que a máquina fique maior que nós, porque depois não a conseguimos controlar.

Não não vou esquecer este blog nem sequer acabar com ele. Mas deu-me vontade de desabafar um bocado sobre as razões destas longas paragens. Não que não continue a escrever sobre merdas e tal, ou até que deixe de escrever sobre música, no entanto este registo que o-som costumava ter já não se enquadra bem àquilo que gosto de escrever de momento. E a minha perspectiva será ainda mais pessoal do que era e será bem menos racional.

E é isto. A ver se brevemente meto por aqui uma cena qualquer fofa e tal.

Friday, April 10, 2009

coisas de putos que depois crescem e isso.

Há bandas que, por uma razão ou outra deixamos de gostar. Seja porque crescemos e vemo-las como aquelas coisas que ouvíamos na infância e que depois ficámos com vergonha(e a seguir disso vem o saudosismo), seja porque ao longo dos tempos adquirimos novas influências que nos fizeram ouvir algo de diferente, seja porque...sim.

Eu por exemplo ouvia bastante punk rock algum meio lala e outro nem por isso... cenas tipo pennywise, nofx, millencolin, less than jake, rancid ou lagwagon faziam parte das minhas preferências há alguns anos atrás. E um gajo vai mudando.Hoje se calhar ouço outro tipo de cena, embora ainda vá ouvindo a espaços algumas coisas das bandas que enumerei.

Mas adiante com a conversa da treta. Serve isto tudo para falar dos more than a thousand, que sim é uma banda que eu vou referindo de quando em vez por estes lados. Porquê? simplesmente porque vou a um concerto dos gajos e sinto-me velho. Há tanta gente que me vai dizendo "os gajos até se ouviam, mas agora esquece" ou a cena do "nunca foram grande coisa", ou simplesmente um "já não ouço disso". Parece que para o povo ainda nascido nos oitentas ouvir mais de mil começa a tornar-se senão meio embaraçoso, pelo menos um guilty pleasure. Isto lembra-me, embora num plano diferente, os limp bizkit- toda a gente passou a não gostar deles quando foram ao pavilhão atlântico e aquilo estava pejado de putos. Na altura eu fazia parte dos "putos". Hoje em certos quadrantes começa a ser o contrário, coisa que ainda me faz confusão.

No fundo o nosso problema é partilharmos uma banda com alguém que ouve shakira. E quem diz shakira fala daquelas emozadas manhosas que por aí proliferam. Um gajo não consegue conceber curtir uma banda que uma miúda de 15 anos que ouça paramore também curta. è...complicado. Daí que para muita gente haja um regresso quase à adolescência em certos concertos a que vai. Não nego que também sinto isso.

No entanto continuo a gostar dos mais de mil...pela música, que no fundo é a única coisa que interessa. Tudo bem partilho o meu gosto com putos de 15 anos mas honestamente que se lixe. Posso curtir cyber-metal-punk-sludge do burkina faso e more than a thousand ao mesmo tempo não posso? A questão não pode passar por aquilo que achamos que os outros possam pensar. Se aquilo continua a fazer sentido para nós, isso acaba por ser o mais importante. Não me quero contradizer quando vejo gente com a minha idade a curtir tony carreira e a britney e o camandro, e depois mando-me para cima desses factos como cão sedento de uma merda qualquer para enfardar, e agora vir dizer isto, mas também não concebo comparar bandas e estilos e merdas adjacentes, por isso caguei.

Bem acho que para desabafo chega. Ah e ouçam o novo som dos gajos no myspace. Uns poderão achar alta xaropada. A mim continua tudo a ser como era na altura dum trailers: bem bom.

Saturday, January 03, 2009

CANÇÕES 2008

Isto o blog andou bastante morno neste último ano. Não faço ideia se 2009 será diferente...talvez sim, isto com uma sorte do catano, e se a minha cachola estiver mais paciente. Por enquanto arrefinfo por aqui uma data de canções que, por uma razão ou outra até achei graça no decorrer do ano. Já sabem a história do (p) ser a cena portuga e essas coisas todas. Cá vai a lista:


Beautiful beat – Nada surf

Colossus kid – If lucy fell (P)

Coffee helps – Vicious five(P)

Time to pretend – MGMT

Living well is the best revenge – REM

Troublemaker – Weezer

Sharpen up those fangs – The presidents of USA

I’m Jim Morrisson I’m dead – Mogwai

Harmony korine – Steven Wilson

Lumo - Filfla

Conto de fadas de Sintra a Lisboa - Pontos
negros(P)

Last night in town - Satan's revolver(P)

Woolen Heirs - These arms are snakes

stacey's day parade - the abbasi brothers


E fiquemos por aqui. Haverão umas quantas de que me esqueci porque sou meio parvo, mas de qualquer forma acho que já por aqui há um bom pecúlio e de interesse que chegue para quem, por acidente, ainda cá ponha os pés. E sei lá bem quanto posto os 20 melhores de 2008.

Monday, November 17, 2008

Tara perdida - Nada a esconder(2008)



Quem andou a vasculhar os arquivos desta coisa, deve ter consciência de que aqui o escriba até gosta de Tara Perdida. Aquilo que conheço do rei Ribas e seus compadres (os três últimos discos na totalidade, e algumas coisas dos dois primeiros) sempre achei fofo de ouvir. Fosse pelo facto de serem catchy como tudo, de terem letras que embora óbvias, nunca deixaram de me parecer interessantes, ou pura e simplesmente de achar piada ao shor ribas que é homem para falar com a malta com meia dúzia de jolas no bucho(e o homem tá mesmo quase sem dentes...)

"Nada a esconder" é o mais recente registo dos lisboetas, depois do bem bom "lambe botas", e não era para mim expectável mais nada do que os homens aqui apresentam: punk rock bem feito, sem devaneios demasiados, directo ao assunto, e com alguma propensão de agradar às massas através de refrões certeiros. Até aqui está tudo bem - mas então como raio eu não consigo gostar deste último disco? Há por aqui qualquer coisa que me faz uma comichãozinha ou uma flatulência menos simpática.

E é nisso que me baseio. Talvez seja a falta de estrutura musical mais organizada(alguns temas parecem mais "meia bola e força" que o costume), refrões menos contagiantes - nem o single "sentimento ingénuo" consegue ter grande força- um certo afrouxamento que anda por aqui. Um som ligeiro que a mim me parece mais aligeirado ainda do que é costume. Tudo bem que tara não é censurados: mas acho que aqui o som da banda está ainda mais radio-friendly, e ainda por cima sem um refrãozinho sweet que o justifique.

Há um ou outro tema que eu ainda acho piada ( por exemplo o primeiro e o último "olá sou eu" numa toada descontraída à bruta que não deixa de ter graça), mas o resto parece-me muito pouco memorável. Não há por aqui músicas que me ficam na retina como era costume...para mim os tara desleixaram-se um tudo nada, fizeram um disco meio abruptamente e pronto tá feito. Nada contra ter tudo pronto sem grande cuidado...mas aqui a meu ver acabou por se borrar a pintura.

E o pior é que este é um disco claramente de tara perdida: só que muito repentino, ligeiro, pouco certeiro nos seus propósitos. Serve para quem gosta deles matar a saudade, mas mais que aperitivo inicial(meia dúzia de cajus antes de virem umas pataniscas do caraças com arroz de feijão) não é. Tenho pena de estar a fazer uma crítica negativa, quando a pôr cá muito menos os presuntos mas...olhem apeteceu-me. Deu na mona ao ribas fazer um disco fracote, deu-me a mim dar-lhe uma nota fracota. De qualquer forma tenho esperança que o próximo seja melhor. Ainda há por aqui material que me faz acreditar nisso.

4/10

Sunday, November 02, 2008

VINTAGE: Alice in chains - dirt(1992)


È realmente incrível perceber que a maioria da população mundial identifica o grunge como "aquela cena vinda da cidade dos states longe comá merda onde apareceram os nirvana". aliás, se tirasse o resto da prosa e metesse só nirvana, era bem capaz de chegar. O ridículo da coisa é que os nirvana foram claramente uma das coisas mais fraquinhas que o grunge nos trouxe. Vejamos: soundgarden, pearl jam, jane's addiction, stone temple pilots...é preciso continuar?

È. Alice in chains. "Dirt" foi o segundo disco da banda e é aquele que, mais coisa menos coisa, ainda é lembrado com regularidade. Uma musicalidade que sobrevive muito à pala do guitarrista jerry cantrell, com os demónios de layne staley a servirem de pano de fundo para as letras. A verdade é que os chains conseguem ser eles mesmos sem precisarem de bengalas estilísticas para se aguentarem. Temas como "them bones", "rooster", "would?", ou a genialíssima "down in a hole" aprovam isto mesmo, com as guitarras arrastadas sim, mas sobretudo estridentes, a voz meio desesperante de staley a ecoar nos ouvidos, num disco que apela muito ao estado de espírito da capa: alguém completamente perdido no mundo em que vive.

"Dirt" é degradação sim. Sujidade. Desespero em certa medida. È um disco sufocante,uma alma presa numa redoma e quer sair dela. Não deixa de ser ao mesmo tempo uma experiência sonora que ainda por cima è catchy à bruta. Quem não canta a plenos pulmões a down in a hole? Ou a them bones? E quem não delira com os riffs quase psicadélicos de cantrell? Não desfazendo o resto da banda, mas cantrell é claramente o grande responsável para os chains funcionarem da maneira que funcionam. Isso aliado ao pessimismo de staley, que me parece ter sido uma pessoa muito mais complexa que o cobain, mas isto também pode ser a minha parvoíce.

O grunge é daquele tipo de coisa que foi amor/ódio para muita gente.E injustiçou muitas bandas que se viram rapidamente rotuladas como fazendo parte do mesmo pacote dos nirvana. conclusão: muitos potenciais interessados fugiram a sete pés. O que é uma pena. Mais que uma obra intemporal, "dirt" é o retrato pessoal de uma banda que consegui ser ela própria em tempos de rotulagem. E o mundo era tão mais fofo se "dirt" fosse O disco de grunge e não a quase banalidade de "nevermind"...

9/10