Friday, September 28, 2007

smashing pumpkins - zeitgeist (2007)




È complicado conseguir dizer qualquer coisa sobre aquela que é a minha banda favorita, e que agora volta graças à vontade do mestre corgan em tentar reerguer o mastodonte dos 90's ou algo do género. "Zeitgeist" nunca poderia ser um disco de referência, sobretudo porque, tendo em conta aquilo que corgan fez no hiato dos pumpkins, não o estava a ver a modernizar de um modo absoluto a sonoridade da banda que fez quem ele é hoje. E de facto não foi isso que aconteceu.

"Zeitgeist" foi considerado uma tamanha decepção para muita gente, muito antes de vir para os escaparates. Eu próprio já o considerava um mau disco antes sequer de se saber que temas é que o disco iria conter. Quanto ouvi "tarantula" no Alive! essas expectativas em baixo mantiveram-se. Mas a verdade é que o primeiro single do álbum é possivelmente um dos seus temas mais fracotes. Tudo bem que tem aquele balanlço engraçadote e aquela distorção que toda a gente gosta, mas falta-lhe um refrão a sério, e uma coerência geral que a canção está longe de possuir.

Falando por mim, digo sem problema nenhum que até gostei do disco. Volto a afirmar que, sim senhor nada de canónico anda por aqui. Mas a entrada com "doomsday clock" acaba por ser bem positiva, com as guitarras a rasgar do costume que conseguem cumprir os padrõezinhos, bem como o refrão e melodia adjacente. A mim faz-me lembrar sobretudo "Quiet", com aquelas guitarras iniciais que dão para o mínimo de headbanging que pode continuar no tema seguinte ("7 shades if black") mas de um modo menos frenético.

De importante referência também é aquele que, a meu ver, é o melhor tema do disco: "Bleeding the orchid" que vai sempre em crescendode um modo bastante arrastado, que faz lembrar muita coisa passada da banda, até desaguar num refrão simples mas interessante e facilmente cantarolável. Falta-lhe talvez algum nervo mas está longe de ser um tema mediano - é bom e recomenda-se. E como estes também há "starz" no seu modo mais sussurrante que depois desagua em guitarras giras e fofas, ou na mais sentida "Neverlost". Ou mesmo na última "Pomp and circunstance" mais introspectiva e com uma guitarra redentora.

Bem, por aqui existem temas bons. È verdade. A parte mázinha, pois que também existe e ainda é bastante considerável, é que nada disto soa a particularmente novo, nem sequer dentro da discografia dos pumpkins: todos os temas, sem excepção, fazem lembrar qualquer coisa passada. Uns o "siamese dream", outros o "mellon collie", até coisas vidas do "machina".Não é que eu me queixe muito porque gosto disto tudo, mas percebo quem critica este disco. Por mim dou boa nota: afinal não me importo muito que agora existam uns pumpkins revival. O problema é se os "novos-velhos pumpkins" forem só isto. È esperar pelos próximos capítulos.

7/10

Friday, September 21, 2007

"Superbad" de Greg Mottola (2007)



Dois amigos (vá três) armados em altos nerds. Miúdas. Um liceu quase no fim e a maldição da virgindade por perder. Uma festa decisiva, onde um deles é encarregado de arranjar o belo do alcóol (pois claro só aos 21 nos states), à pala de um BI falso com o nome mclovin.

Não, não é mais um tomo de "american pie", nem o regresso da saga de nerds dos anos 80 que teve bastante sucesso pelos states. è mesmo nova produção de Judd apatow, o realizador de "The 40 year old virgin" que se escapou inteiramente à comédia escatológica, e apresentou um virgem de 40 anos como deve ser: normal. "Superbad", adapta este ponto de vista à adolscência, embora fosse obviamente impossível deixar as piadas sexuais de lado. como o retorno à infância de uma das personagens, ou a rebarbadice a olhar para os seios da mãe alheia.

"Superbad" tem uma vantagem: faz rir. Mas a sério. Tem boas piadas, humor bastante doseado, e um grau de inteligência, suficiente para que elas não pareçam tão tolas quanto isso. Tem situações caricatas (como aquela do sangue das calças) mas estranhamente plausíveis. Tem o tom rebarbado normal em tipos de 17/18 anos, mas nunca lhe acrescenta nem aquela dose irritante de moralidade, nem uma obsessão absoluta e total em relação ao sexo. Esta não é a história de 3 amigos que querem deixar de ser virgens, mas sim a história de um ritual de passagem, com todas as consequências que disso podem advir (um pouco como o primeiro "american pie" era a espaços).

O melhor do filme é mesmo a sua capacidade gritante em criar gags cómicos, mas ao mesmo tempo de nunca nos fazer esquecer que existem ali personagens quase reais, que parecem viver uma vida tão normal como as outras. Ou seja temos uma crónica humana embrulhada em puro nonsense que vai ao extremo com os dois polícias completamente caricaturais(mas ao mesmo tempo cheios de humanidade) e com o gozo puro em relação às crianças, sem-abrigo entre outras coisas com que habitualmente "é feio brincar".

"Superbad" não é um filme genial: afrouxa um bocado para o fim, acaba por ser inverosímil(na vida real era absolutamente impossível aqueles tipos conseguirem ter miúdas daquelas - só mesmo em filme, o que não deixa de ser um ponto desfavorável ) e por vezes ultrapassa um bocadinho os limites escatológicos, roçando o mau-gosto. Embora sejam pouquíssimas vezes diga-se. ainda assim um bocado de mau gosto nunca fez mal a ninguém, e por vezes até se recomenda: por outro lado a sequência do "i love you" e a final, completamente longe daquilo que costumamos ver num filme destes, acabam por dar um toque bastante positivo ao conjunto da película. Que não é um portento de inteligência, mas consegue criar bons caracteres a viverem situações quase reais. Por isso é para ver, sem reservas.

7/10

Monday, September 10, 2007

são americanos. tiveram hype de início. e bons discos.o que fizeram depois foi cocó do grande.

E agora estão de volta. Hopesfall e atreyu são as bandas de que falo: "a types" e "a death grip on yesterday" são os discos que menciono. Dois discos extremamente desapontantes, sobretudo no caso dos hopesfall depois do genialíssimo ep "no wings to speak of2 e do brilhante disco "the satellite years". Ambas as bandas afrouxaram. Os atreyu viraram-se para uma facção musical mais melosa, com momentos pseudo-emo capazes de figurar em temas de coisas lamechas como os my chemical romance(!). Os hopesfall, amoleceram em grande, e apenas e só quatro temas se aproveitaram- nenhum deles acima do bom, apenas dois dentro do bom.

e agora voltaram. "Magnetic north" e "Lead sails paper anchor" são as novidades, de duas bandas de quem pouco esperava. e se no caso dos atreyu, a esperança fosse menos significativa(porque honestamente nunca os achei muitísimo interessantes), o caso dos hopesfall mudava de figura: uma banda que já fora genial, entretanto mudar de guitarrista e baixista salvo erro, e depois foi o descalabro. "Magnetic north" não me pareceria ser mais que um acrescento de "a-types", talvez até pior que o álbum supracitado. Mas nada melhor que os ouvir. E perceber se aqueles desgraçados faziam mais um arrozinho de feijão em termos, ou passavam definitvamente para o mundo dos enlatados.



"Magnetic north" felizmente não responde às perguntas. Digo felizmente, porque sim: para minha surpresa, este disco é MELHOR que o "a-types". Eu que já achava que não havia esperança possível para a banda de Charlotte, vejo aqui uma lufadita de esperança a surgir. Não que seja uma ventania abusiva, já que ainda andam por aqui temas meio irrelevantes, mas felizmente há também o muito bom "rx contender the pretender", que abre o disco. E que, por si só, é melhor que o "a-types" inteirinho. Um tema sólido, com guitarras portentosas, uma boa harmonia raiva/melodia, e uma boa introdução de meia dúzia de efeitos de voz a páginas tantas. aliás, as guitarras são possivelmente o melhor do disco, todas as malhas conseguem ser uniformes, coerentes, que sabem bem o que querem fazer e como o fazer.

E isso também se nota em bons temas como "Swamp kittens" e em "cubic zirconias are forever", um tema bastante melódico, que poderia soar bem meloso(como muita coisa do disco anterior) mas em que houve de facto um cuidado por parte da banda para isso não acontecer ininterruptamente. Os pianos que surgem estão equilibrados e justificam-se, até os próprios violinos também. Talvez aquela pseudo-berraria final com o "let us go before we're doomed" podia ser meio evitada, mas enfim fica na cabeça e dá alguma intensidade ao tema.

Depois destas 3/4 primeiras bombas, o disco afrouxa bastante. De qualquer forma, os hopesfall devem ter pensado que já ali tinham material suficiente para fazer esquecer o bonito pedaço de póia que foi "a-types". Seguiram para meia dúzia de guitarradas que não levam a grande lado, e alguns temas interessantes. de qualquer forma o disco consegue ser no geral minimamente equilibrado, e nota-se aqui um cuidado grande na composição, como em "East of 1989 - Battle of the bay". Até vou ser simpático para com eles e inflacionar-lhes a nota para ver se ganham mais tomates para, pelo menos, fazerem coisas que os possam colocar num mapa mais reluzente. continuo é sem acreditar em genialidades...

7/10




Atreyu. Um dos meus temas preferidos ("the bleeding mascara" pela sua honestidade brutal em chegar ao que realmente interessa) é deles, mas em disco nunca foram nada de assumidamente relevante. Se, por exemplo "The satellite years" é para mim uma referência, no caso destes tipos daquela terra de onde saem milhentas bandas (orange county), nunca existiu um disco que realmente fosse fantástico. "The curse" é o melhor, mas não é nada de transcendente...

Mas "a death grip on yesterday" era mau. Curiosamente este nem tem um formato muito diferente do anterior. Então o que mudou?

A vontade dos atreyu em não fazer nada de muito baladeiro. não há cá melodias bacocas, não há cá grandes vozes sôfregas(bem, temos "lose it" que mesmo assim é um tema interessante, e há o tema que fecha o disco), há menos peso sim, mas continuam os refrões cola-cola que eles sempre tiveram e aquela vontade deles em que as pessoas memorizem os seus temas. È sobretudo isso que gosto neles, e é sobretudo isso que consigo vislumbrar ao ouvir este álbum.

Há alguns temas "na tua tromba", como os primeiros, mas depois até há um curioso lugar para alguns devaneios meio experimentais bem calculados e que conseguem resultar bem no cômputo geral. De quaqluer forma, mesmo estas abordagens têm os tais refrões cola-cola, e são melhores por isso que por outra coisa qualquer. O único tema, enfim mau, será o último. ainda assim volto a dizer: não é tão mau como muitos temas que apareciam no disco anterior.

Portanto, apesar de haver bastante melodia, ela consegue parecer bem menos lacrimejante. Não é o disco ideal dos atreyu, mas às vezes é preciso bater com a cabeça nas paredes, para chegar a uma boa ideia. Talvez esta tenha sido a última, e no próximo disco tenhamos apenas refrões fantabulásticos, temas a rasgar, solos rápidos e ponto final. È nisso que os atreyu são bons, e era só juntar isto e tínhamos um disco bastante razoável. E se este disco tivesse apenas dez temas, e se suprimisse o último, era bem provável que lhe desse mais uma notinha acima. Assim boca, ficam com esta e já não é mau. Bom disco para ouvir e cagar, sobretudo a primeira metade.

6/10

No fundo são duas bandas em recuperação. Uma talvez tenha sido mais rápida, embora tivesse tido a queda maior. Os atreyu, esses, estão num processo que possivelmente os levará a fazer um disco para nos tirar o fôlego. Neste era só ter acompanhado a óptima toada inicial. ainda assim anotem: experimentem sem grandes reservas, pois com estes discos não há grande perigo de apanhar dissabores. Não são sabores ultra-apurados, mas imaginem aquela miúda gira(não consigo falar para o sexo oposto lamento e tal - ou não) com que apetece dar meia dúzia de voltas, mesmo sabendo que a coisa não dará para mais. Talvez no caso dos hopesfall a coisa possa resultar.

e pronto foi isto. Próxima emissão a ver se não demora muito.