Tuesday, October 23, 2007

"Knocked up" de Judd Apatow



Judd Apatow deve mesmo ser um cromo geek ao mais alto nível. cum catano, são virgens, putos cromos, e agora pessoal mais old igualmente armado em cromo, com um aspecto altamente imaturo para a larga maioria da população. Desta vez é um tipo que vive com uns amigos estranhos e tal, a quem calha o euromilhões (o euromilhões de prémio mais chorudo, uma mulher daquelas é para cima de divinal) e como bónus recebe a notícia que essa mesma fortuna vai ser seguida por um simpático bébé.

Pois: acontece que a tal rapariga de sonho é uma workaholic destrambelhada e que não tem a mínima preparação para ficar com a barriga inchada, embora se decida em ter o bébé. Já o cromo que tenta arranjar frames de filmes onde as babes apareçam desnudas vai pelo menos caminho. e a história é basicamente isto. Uma noite só que basicamente muda a vida destas duas personagens completamente antagónicas e que num mundo normal jamais se iriam encontrar.

O grande trunfo de Apatow reside, a meu ver, nisto: desta vez até conseguimos acreditar que a gaja boa fique com o cromo. Allison,a mulher, estava completamente com os copos quando ali fica em pleno acto. O desgraçado do geek também fica com a mente meio nublada, e apatow faz-nos ver que este seria o único meio de juntar duas pessoas tão distintas. Aliás a personagem principal (Ben) não se esquece disso, quando o vemos por exemplo a dizer ao seu bebé recém-nascido como raio é que ele apareceu no mundo.

O que "knocked up" faz é conseguir que duas pessoas completamente diferentes olhem para dentro de si mesmas, e compreendam que existe uma fase a passar juntos. Que até pode nem ser desagradável de todo. Onde existe um ritual de passagem, para uma idade mais adulta e responsável, provocado abrubtamente por uma simples noite. Onde ele se apercebe que não pode continuar a fumar erva dia sim dia sim, e a peidar-se com os amigos, e ela acaba por aprender a dar um ar mais descontraído ,mais solidário, no fundo mais preocupada com ela mesma do que com o trabalho ou possíveis promoções(embora faça questão de esconder o bébé até ao fim na estação de TV onde trabalha).

"Knocked up" é sobretudo real. Estas pessoas existem, e só algo como um bébé é que as poderia juntar. no entanto isto pode acontecer a qualquer um, e são as consequências da passagem para um estado muito mais responsável e adulto, onde existe um medo claro (e normal) de assumir esse mesmo estado, que mais enriquecem a película. que não esquece a comédia que é, produzindo alguns sketches bastante interessantes, como aquele em que Ben está a brincar com os sobrinhos de Allison, ou as alturas em que Allison está a falar com o seu patrão. Já para não mencionar algumas deliciosas menções a séries e filmes que vão fazer deleitar muita gente.

Aqui vem uma comédia inteligente, fresca, sobre um tema que diz muito de nós todos. e trata-o com bom gosto e com carinho pelas personagens. È muito possivelmente a comédia do ano, e uma prova que Apatow é mesmo uma lufada de ar fresco - será até o novo Kevin smith que agora anda a amochar um tudo nada. Mas isto sou eu em especulações baratas.

8/10

Wednesday, October 10, 2007

SKALIBANS

MENTE PURIFICADORA



Os skalibans são possivelmente uma das melhores bandas em Portugal, a fundir o ska e o reggae com laivos de rock. Possuidores de uma facilidade gritante em criar bons refrões e canções bastante interessantes melodicamente, também são conhecidos pela sua grande qualidade in loco. O resto é a modos que virem para estes lados conferir o que é sempre giro - e vamos ter disco em janeiro, coisa bonita e simpática de se anunciar.


Há quantos anos existem os skalibans? Podes-me contar um pouco da história da banda, desde o seu início até hoje?

Os Skalibans existem há cerca de dois anos e meio, com a formação actual. Mas a história da banda remonta a alguns anos antes: começou por ser uma banda punk-ska onde o pessoal só queria barulho e "pontapé na lata", mas à medida que os anos passaram e os elementos foram mudando, a ideia de banda foi sendo cada vez mais levada a sério e foi ao longo desta evolução que apareceu o nome Skalibans. O nosso primeiro concerto foi no Verão de 2005, onde as nossas expectativas foram superadas pela aceitação do público. Foi ,sem dúvida, um bom começo. Desde então, nestes últimos dois anos e meio, gravámos em 2007 uma maquete com cinco temas na casa de um amigo nosso e ainda gravámos dois singles no Generator Studios, que irão fazer parte do nosso álbum que será gravado este Novembro.



Arrisco-me a dizer que não há assim tantas bandas como isso em Portugal, dentro do vosso género. Vêm alguma razão para isso, ou não concordam de todo com esta afirmação?


Sim, concordamos. Também não vemos nenhuma razão particular para que isso aconteça, no entanto tem-se notado um crescimento em volta desse estilo. Falo mais do ska e do reggae, que têm estado a aparecer por todo o lado: na TV, na rádio, em anúncios...está-se a tornar numa moda, o que faz com que cada vez apareçam mais bandas ligadas a este género de música.


As vossas letras falam sobretudo de emoções(como em "late night phone call"), mas também de um genérico bom feeling que as percorre ( que eu noto muito em "sunshine"). è este o vosso objectivo no que concerne às letras, ou são capazes de fazer uma coisa sei lá mais intervencionista da próxima vez?

Sim, mas isso são apenas duas faixas num universo maior e variado. Tentamos que nas nossas letras haja sempre bom feeling, e as emoções são de facto um assunto forte que fazemos questão de utilizar, mas também temos faixas que falam de assuntos mais sérios como política, crítica social e a vida do dia a dia.


Têm tido muitas datas ao vivo? De um modo genérico podes-me dizer o que se pode esperar de um concerto dos skalibans?

Nestes últimos dois anos e meio demos cerca de 40 concertos. Nas nossas actuações tentamos sempre transmitir boa disposição, agarrar o público e contagiá-lo com a nossa energia. Esse é sempre o nosso objectivo.


No vosso myspace indicam que estão a preparar um álbum. Podem levantar a pontinha do véu, dizendo pelo menos aquilo que podemos esperar dele?

Este álbum vai ter um conjunto de 12 músicas (informação ainda por confirmar) onde fazem parte os dois singles "Sunshine" e "Late Night Phonecall". A ideia é ser um álbum diversificado, e vamos também contar com a participação de alguns convidados surpresa.



Eu acho que a vossa música tem uma toada muito de Verão. Mas vejo no vosso fórum que estão a planear o lançamento do disco para janeiro. Acham que vão conseguir algum hype à vossa volta, lançando o disco num mês de Inverno?


Acho que não é pela altura do ano ou pela temperatura que o nível de aceitação vai ser diferente. Não pensámos em nenhuma estratégia de marketing quando decidimos lançar o álbum em Janeiro/Fevereiro... a data foi escolhida porque só nessa altura é que teremos o álbum pronto, e não faria sentido ter de esperar até ao Verão para o lançar.


Se conseguissem definir os skalibans como o fariam?

Os Skalibans são uma banda que trabalha para ser o mais original possível. Trabalhamos todos no sentido de estarmos sempre a evoluir, tanto a nível individual como de banda. A ideia é que essa evolução seja perceptível com o passar do tempo para que possamos sempre chegar mais longe.