Saturday, May 27, 2006

VICIOUS FIVE- e o belo do vídeo da "bad mirror"

Que os vicious 5 são uma banda de ramboiada, isso ninguém duvida. Que têm um cd do caraças, e ao vivo são do cacete(vide futura posta sobre o super bock super rock) é um facto. Mas que o vídeo está muitíssimo bom, essa notícia já é nova: ok não há mesmo babes com a língua de fora, até porque só eles aparecem no clip, mas está muito bom. clip animado e com curioisas variações de cores e texturas. Já se candidatavam a um qualquer festival de cinema que aceite videoclips...digo eu.

Aqui fica o link para a pérola:

http://www.theviciousfive.com/the_vicious_five-bad_mirror.mov

SUPER BOCK SUPER ROCK (1º acto)

O superbock super rock, este ano em formato diferente devido ao mega-comercialóide(termo não pejorativo) do rock in rio, teve a sua terceira edição neste formato de festival. Este ano decidiu-se andar a colocar rótulos nos dias (ou pelo menos assim parece), logo o dia de "metal" foi na quinta-feira que, curiosamente de metal só mesmo moonspell e vá soulfly, o de rock ontem, o de indie e tal será no próximo dia sete e o de hipi-hópi no dia 8, com esse tão digno representante da cultura "hipopiana" chamado Cinquenta cêntimos(!). Pois. Bom, mas esquecendo agora o act 2 que tem algumas coisas manifestamente interessantes, que se comece esta pequena tour escrita pelo 1º acto deste festival urbano, mais precisamente pelo dia de Korn.

DIA 25 (PALCO SUPER BOCK SUPER ROCK)

Ora o dia começa com o belo do suicídio em ir rapar calor às 3 e meia da tarde para as portas do festival. O povo de quem eu ia fazer de vela já lá estava, uma rapariga com uma cruz invertida no braço, feita a x-acto rasco, com um ar buéda evil (mas com uns bons enchumaços peitorais...mesmo de muito boa qualidade) igualmente. Ah e as pitas tanto pseudo-gós, como de ar de quem andou a ouvir linkin park misturado com shakira de manhãzinha, para irem ouvir whitin temptation à noite, também... Mais o povo que já ouve a voz da bela da sharona há que tempos. A tarde começou portanto com um loop de meia hora de antena 3(ouvido pelo menos umas boas 3 vezes...entre "forever in a day" dos easyway, passando por "black rose" dos icon and the black roses, ou por "amerika" dos rammstein). Entretanto a bela da senhora da galp ainda me convenceu a aderir ao cartão fast, e uma pita ainda me perguntou que merda era aquela que eu tava a cantar aos berros: era o "forever in a day" dos easyway.

Portanto estão as pitas todas à frente e...começa ramp. Com o óbvio moshpit e crowdsurfing era ver as pitas todas com um ar muito espantado, sem perceberem que coisa era aquela. Convenhamos: miúdas com 14/15 anos a verem gajos a voar e a aterrarem em cima da cabeça delas, quando o mais radical que tinham visto em concerto deve ter sido o umbigo da shakira, deve ser algo de normal espanto.
No caso dos ramp, o que se pode dizer é que rui duarte e sus muchachos não precisam de provar nada a ninguém e o seu rock mais pesado ganhou ali uma boa expressão. Ainda sem novo álbum editado, a banda fez-se valer pelos seus temas antigos, e também pelo seu último ep que, salvo erro, tem aquela bela versão apunkalhada do antónio variações que fechou o concerto. Não tendo sido a melhor actuação do mundo, a verdade é que ninguém pode apontar um dedo ao ramp, no que diz respeito à falta de profissionalismo e dedicação. Porque isso esteve sempre lá.



ramp- foto tirada na edição do ano passado do super bock super bock....salvo qualquer erro idiota deste vosso escriba


Depois foi a vez dos moonspell, a banda nacional com maior currículo fora de portas. Se os ramp não precisavam de mostrar nada a ninguém, a banda da brândoa muito menos... e mesmo assim fernando ribeiro sempre se mostrou muito receptivo a um público que também estava ali por eles. Em plena promoção do mais recente filhote (expressão de cocó quando se fala de música), "memorial", os moonspell tanto cobriram a facção mais old-school (tocando "alma-mater" por exemplo) como tocaram temas do seu mais recente álbum, e ainda foram a "the antidote", e conseguiram fazer tudo isto sempre agarrando um público já conquistado à partida. Não foi um concerto absolutamente memorável, até porque eles fartam-se de andar na estrada, mas foi um dos melhores do dia 25 e que originou uma comunhão perfeita entre público e banda.



moonspell

Mas comunhão maior ainda foi em soulfly. Max cavalera parecia que tinha pilhas duracell, conseguiu exceder-se e transformar a actuação da banda que se auto-intitula como "world metal", numa festa e numa partilha tanto sonora, como também de sentidos. Eu, que nem gosto particularmente do tipo de som praticado por esta extensão do talento de max, não nego que foi um concerto altamente enérgico, vibrante e contagiante. Melhor concerto de dia 25, e um dos melhores momentos pautou-se por ser a (costumeira) interpretação de "roots" dos sepultura, onde antigamente max era o génio criativo.



soulfy...ou a mega-fronha do cavalera a preto e branco


Sharona, eu adoro-te cacete. Ès um belo dum avião, e aquele teu vestido preto que conseguia realçar as tuas curvas, assentava-te na perfeição. Depois a tua voz, embora irritante por vezes, preenche alguams das fantasias de qualquer comum mortal... Mas também que raio é que isso interessa? Apetecia-me era ter bebés contigo, porque é bonito, e porque é mais bonito e dá um ar mais paternal e responsável dizer, "ah e tal eu quero fazer bebés", do que "ah e tal fo***-te toda".
De resto... Bem, pelo menos andas cá há mais anos que a gaja dos evanescência,aquilo que tu cantas tem muito mais solidez e coerência, e os gajos que te acompanham são mesmo músicos que se dedicam ao teu belo projecto. Se bem que há um que se dedica mais que os outros. enfim rivais...depois aquelas luzes todas, a bela da estátua e tal e tal estavam bem, e enquanto espectáculo tu aguentaste-te bem à bronca. Se bem que, a páginas tantas, fartei-me de estar ouvir alguma repetitivade daquilo que saia da tua formosa boca(vulgo " a tua voz adequada à música ali tocada) e já estava com alguma pressa que acabasses o teu recital. Desculpa lá, mas não foi desta que musicalmente me cativaste. Fica para a próxima, se bnem que um encontro contigo num quarto de uma qualquer pensão rasca, era bem capaz de mudar a minha opinião acerca dos teu temas. Dava para isso? Dizia-te um sonoro obrigado, essa palavra para ti tão espanhola.(ora e por falar em espanhol...caga nisso não é (n)ada).




within temptation...ou a bela da sharon como estava vestida anteontem

Passada a ordinarice, com algumas palavras decentes, vindas de um gajo sem a ponta de humor inteligente e imprevisível, vieram os korn...passar férias, embora desta vez tenham trazido os seus animaizinhos de estimação(que ocuparam alguns postos em diversos instrumentos) . Foi um bocado essa a noção que ficou da banda, cujo vocalista é um futuro realizador de filmes porno. Enfim, os korn lá tocaram as coisas do costume: um belo dum "a.d.i.d.a.s",a "got the life", um grande "freak on a leash", a "falling away from me", a "here to stay"(dou "untouchables provavelmente o melhor disco deles) ou a "twisted transistor" do novo disco. Ainda acabaram com o clássico "blind" e pronto. Foi esta a conclusão a que se chegou. Ok, eu nem por isso gosto de korn...mas o davis podia esforçar-se um bocadinho e tentar comunicar mais com o público, que não fosse só quando faltavam uns dois temas para o fim do concerto não era? enfim pilotos automáticos. Vão lá mas é gramar com o belo do sol do estoril pá.


korn...foto de um concerto num qualquer resort caribenho.ou não.


PALCO QUINTA DOS PORTUGUESES-WORTEN

Parece-me que uma das melhores apostas do super bock super rock, tem sido a qualidade das bandas que costumam meter a fronha por lá. No ano passado tivemos more than a thousand, easyway(ok não são a melhor coisa do mundo mas eu gosto), blacksunrise, the temple,ou tara perdida, entre algumas bandas que passaram este ano para o palco principal, como ramp e primitive reason, este ano a ideia foi a mesma. Ou seja bandas mui promissoras como devil in me, cinemuerte, twenty inch burial, if lucy fell, vicious 5 e ainda linda martini para daqui a duas semanas, confirmam esta tendência. No primeiro dia estiveram presentes os promissores"sick of it all tugas"(sou eu a escrever à parva) devil in me, os grandes twenty inch burial, os mais popeiros cinemuerte, e o industrial com voz à luxúria canibal dos bizarra locomotiva.

Comecemos pelos devil in me...estava no meio do povo no palco principal e não consegui ver em condições o hardcore que remete para laivos punk, da banda. De qualquer forma pelo que se conseguiu ouvir e ver, a energia esteve sempre lá: bem como as palavras de ordem ao público que se entusiasmava largamente com os temas que ali iam sendo expostos. Ainda conseguiram tocar aquele que , para mim é o seu melhor tema ("we stand alone") e a festa ficou feita.



devil in me

Quanto aos twenty inch burial....xi, acho que já devo ter esgotado a reserva de elogios. Que gosto muito do metal core mais cru e simples da banda é um facto. Que, dentro desse mesmo metalcore os twenty inch já fazem o seu som sem copiarem ninguém também é verdade. Que têm grandes canções, com refrões cola-cola tamanho xl é verdade verdadeira. Que eles são bons ao vivo, tenho ideia também de já ter dito...Só me faltava a prova real de que os novos temas (e aqui foram tocados apenas "you know so much about nothing at all", e "mayhem with no bullets") funcionam na perfeição ao vivo. Isso já tinha sido testado mais vezes, mas aqui fica a plena concretização disso. De resto...enérgico, potente, dedicado, e muito mas muito sério. Fica aqui um retrato de uma das melhores bandas nacionais neste momento. Seja de que género for. Por isso ouçam-na tábem?

Já agora, eles agradeceram ao antónio freitas...se foi ele que conseguiu colocá-los naquele palco, eu agradeço-lhe também. Ah ganda freitas! (e tal)



twenty inch burial

Depois vieram os cinemuerte onde eu aproveitei para ir comer. O que em parte foi pena, porque os cinemuerte misturam pop e rock de uma maneira muito interessante, e até original. Assim é por exemplo "stuck in a moment" o único tema que conheço a sério,e também os outros por aquilo que ouvi. Pareceu-me um bom concerto...mas lá está a fome aperta e assola toda a gente.


cinemuerte-foto de dora carvalhas

No final apareceram os bizarra locomotiva. Bizarros toda a gente sabe que eles são, até porque aquela gloriosa mistura entre o industrial de uns nine inch nails, misturado com uma voz agonizante à la adolfo luxúria canibal, não costuma ser ponto assente em lado nenhum do mundo. depois porque a própria performance da banda foi , a todos os níveis irrepreensível, sobretudo pela forma totalmente apaixonada em como executam os seus temas (como em "caio" que o vocalista caíu precisamenrte no fim do tema) e pela qualidade dos mesmos. Já têm uns aninhos, já tiveram como membro integrante o quase-guru armando teixeira, e não são propriamente uns desconhecidos. Com um concerto destes, e temas destes, merecem ser mais famosos que quaisquer estrelitas vindas de uma novela com gajas boas...e terem reconhecimento por causa disso.



bizarra locomotiva


DIA 26

O dia que tinha "rock" estatelado na testa. e vá que aqui, tirando placebo que para mim não é rock mas isto sou eu, está tudo condizente com os termos. Deftones e tool são rock, primitive reason também é só juntar as insígnias tribais e pronto, alice in chains é óbvio. depois o palco portuga tinha dois nomes fortíssimos: if lucy fell e vicious five. Havia também o stoner rock dos dapunksportif e os x-wife, para mim claramente deslocados do cartaz, mas enfim não são aquilo que eu chamo "uma banda vinda co esterco". Eu tive uns 45 minutos à espera de uma amiga minha para ela meter a pasta no carro. ah e ainda tive direito a dois preservativos de graça, mas tiveram que ir co cacete porque quando se chegou ao carro depois do festival, estava todo partido por isso foi mandar tudo a eito para o chão. Bah, também não os ia usar já que sou um gordo, balofo,mal cheiroso, e ninguém me curte.
Bem, comecemos pelo palco principal:

PALCO SUPER BOCK SUPER ROCK

Ainda a tarde estava no auge, e muita gente entrava, já os primitive reason andavam a fazer das suas no palco principal. já os tinha visto uma vez ao vivo, há uns anos na festa do avante(na ocasião, por alturas do "the firescroll"), no entanto pareceu-me que a banda estava um bocado mais murcha desta vez. Menos convicção a destilar os temas, comunicação um pouco mais deficiente para um público que claramente não estava lá por eles... não foi péssimo, nem sequer mau. Foi indiferente.



primitive reason..foto de um qualquer concerto que não o de ontem


Agora vinha aí o momento nostalgia... Os alice in chains, antigo ponto de referência do grunge, apareciam por aí com um(infelizmente óbvio) novo vocalista, que nem era o phil anselmo (ex-pantera, agora superjoint ritual), nem o cantrell versão dupla. Era sim um desconhecido, de nome William duVall. Não conhecem? Pois. Mas é verdade que o homem se aguentou bem à bronca
Como foi o concerto dos alice? Para muitos o melhor do dia, sobretudo pelo factor emocional: lai lai lai, ouvir aqueles temas de há 10 anos atrás quando se era glorioso adolescente e se acreditava num mundo buéde bonito com flores, amor a rodos e também paz, e pombas brancas e tal e tal. Os alice in chains simbolizaram essa referência adolescente de muitos presentes: e com um vocalista extremamente dinâmico e comunicativo dinamizaram na perfeição o concerto. Talvez os possa acusar de me parecerem demasiado repetitivos a páginas tantas...e de nada mais fazerem que destilar os seus velhos êxitos. Mas hey, eles não têm grande material novo, o concerto tinha precisamente a função de fazer recordar a todos as boas músicas que a banda tem, e isso ficou perfeitamente explícito no concerto. Era o grande objectivo, foi cumprido. Pronto. Ainda de realce foi o fim do concerto, quando a banda recebe dos fãs uma faixa dizendo "Alice in chains born again" e a exibe com orgulho. Aí confesso que foi dos melhores momentos deste segundo dia de festival.



Alice in chains

A seguir, era suposto ter sido um dos melhores concertos do festival. Digo, era suposto, tanto porque era o que toda a gente estava à espera, como porque não o foi. Explico: não é que tenha sido um mau concerto. Os hinos estavam lá (para mim só faltou a "bored" e o meu tema preferido dos deftones "one weak"), o público estava em constante rebuliço, tanto era assim que comecei o concerto numa ponta e passado pouco tempo já estava no meio, houve alguns momentos altos(como o chino a pegar na bandeira nacional, e a ir para o meio do público como também costuma ser hábito), no entanto faltou o resto. E quando falo do resto, refiro-me à empatia da banda com quem lá estava para a ver. aí os deftones falharam um pouco. Disseram meia dúzia de palavras, tentavam puxar pelo público de vez em quando, mas não existiu uma "alma" por parte da banda. Não estavam ali a fazer frete, mas também não estavam com o gozo puro de quem toca para os fãs. algum cansaço? Talvez. Bem, pelo menos tocaram a "korea" o meu segundo tema favorito da banda. E logo a começar.



deftones

Ok, apareceram os placebo. sim, não são nada o meu género. sim, o concerto não passou do mediano. ainda por cima vieram tocar sobretudo temas do novo disco "meds", o que não cativava grande coisa. De qualquer forma, adoptaram uma boa atitude para quem estava ali só por eles, e souberam cativar todos os ouvintes. Menos eu, que estive sentado o tempo quase todo, excepção a feita a quando tiveram a (brilhante!) ideia de acabar o concerto com "nancy boy" o único tema que aturo com prazer. sim gosto do "nancy boy" porra, pronto já disse. De qualquer forma acredito que, mesmo para os seus fãs, aquele concerto não tenha passado do mediano. foram comunicativos qb, mas não existia ali a chama de quem vem para fazer algo grande. Cativaram sim:mas não deixaram ninguém em êxtase. E talvez padeçam do mesmo problema dos korn...demasiadas visitas ao nosso país. Mas enfim, se porcupine tree, nine inch nails, pelican, ou hell is for heroes viessem todos os meses a Portugal, eu não me importava nada.


placebo

Depois..bem depois veio aquele que foi o melhor concerto do act 1. Os tool apareceram no primeiro concerto da tour europeia de 10.000 days, e a modos que se este primeiro concerto podia ser considerado uma espécie de teste, a verdade é que a banda de maynard james keenan passou com um 20 + um batalhão de lindas virgens para desflorar. Realmente falar do concerto de tool é falar de toda a conceptualidade a ele inerente: é mencionar os quatro ecrãs que a banda colocou em palco, cujas imagens eram depois transmitidas nos dois ecrãs gigantes que estavam colados aos dois lados do palco; é falar das longas e qase épicas experimentações sonoras dos tool, sempre no contexto rockeiro, e num panorama elevadíssimo de brilhantismo.
Sobtretudo porque aquele concerto não foi apenas e só um concerto:mas sim uma experiência auditiva intensa e diluída com imagens em movimento que davam um cariz conceptual a cada tema. No fundo, foi como que os tool nem ali estivessem, e pudessem falar apenas com videoclips condizentes para cada tema, sem que isso reunisse uma razão de queixa. Eles encararam o concerto como se fossem apenas o veículo transmissor da sua própria sonoridade, e conceptualidade a ela inerente...e isso clareamente vingou.
Aliás, porque as palavras de maynard resumiram-se basicamente a falar dos 40 anos do baixista dos alice in chains(que eu de uma forma bem idiota pensava que poderia estar porventura a falar do filho dele que fazia 4 anos...), de resto foi precisamente o "falar pelas imagens" à medida que tanto temas do novo disco(como vicarious), como canções de "aenima", "undertow" ou "lateralus", eram tocados. Experiência auditiva? Mais que isso. Experiência sensorial, emocional, sentimental, visual, seja o que for. O concerto de tool foi um regalo para os sentidos, e talvez tenha sido mesmo o concerto do ano. Perderam-no? Losers...


tool- foto do maynard no seilaonde

PALCO QUINTA DOS PORTUGUESES- WORTEN

E é o que falta não é? Pois...dapunksportif, if lucy fell, x-wife, e vicious five ocuparam este palco dito "secundário", onde algumas das promessas nacionais foram passando como que num simples desfile, já que tocar apenas 20 minutos não é grande coisa. Bandeira disso fizeram inclusivamente os if lucy fell, que fizeram questão de lembrar as bandas que iriam ocupar aquele palco depois deles. Curiosamente nesta altura eu já estava um pouco mais longe do palco, porque queria ver deftones em condições mínimas...

Bom, depois dos primitive reason, tocaram os dapunksportif. antes de mais digo já que não engraço com o nome deles. Este trocadilho manhoso com o galo buéda desportivo e o caraças, não rocka muito o meu mundo. O som da banda é basicamente stoner rock, com claras influências de uns kyuss, ou zz top que é para não me limitar à antiga banda do josh homme. Também pelo seu som, seria minimamente garantido que o concerto nunca poderia ser um desastre. E não foi. perante um público que não os conhecia, eles lá se arranjaram minimamente e não envergonharam ninguém. Mas enfim, também é verdade que eu não vi muito do concerto deles, até porque estava mais à espera de ouvir alice in chains... mas daquilo que me apercebi, sempre posso dizer que tudo funcionou bem, e que a banda de peniche pode-se perfeitamente orgulhar de ter proporcionado um bom bocado aos presentes.


dapunksportif- outra foto num qualquer sítio recôndito(que até pode ser conhecido comámerda)


De queluz para o mundo...neste caso para o parque do tejo. Os if lucy fell foram os senhores que se seguiram e, mal começaram o concerto, conseguiram que a plateia entrasse em rebuliço, com o mosh do costume, mais o crowdsurfing de sempre. Nem foram precisos cinco segundos: primeiros riffs e catrapumba cá vai disto. De qualquer forma isso só demonstra a tremenda energia que a banda, que tem o chinês/japonês/macaense/português(que eu não sei) makoto como vocalista, possui. Entre demonstrações do seu excelente disco de estreia (que se chama "you make me nervous"..é a comprar se faz favor), com temas como "what if she fell", "escapist", ou "10x10 minute drive", o discurso até um pouco cáustico, mas realista e coerente de makoto, e os seus trejeitos em palco, a banda demonstrou ter uma excelente performance, condizente também com o seu som. Se gostam de blood brothers, botch, ou mesmo converge comprem...Se não, vão ao site daquela gente, que está aqui e pronto. È só ouvirem e mandarem bitaites. Porque ficar indiferente? Impossível. E faz mal à circulação.



if lucy fell-outra tirada num sítio qualquer onde o vocals quis fazer a espargata

Os x-wife foram uma escolha extremamente acertada, precisamente por actuarem antes dos placebo. Mas só mesmo por isso, já que de resto a banda de dj kitten estava aqui tão integrada, como eu estou num concurso de beleza masculina. Enfim, confesso que não posso adiantar grande coisa: tinha ido enfardar o raio de um hamburger de plástico por dois aéreos e meio, e isso ocupou o meu tempo durante os x-wife. Por isso lamento mas neste caso o melhor é ficar mesmo em blackout. De qualquer forma, como não ouvi assobios nem apupos, não deve ter sido desastroso.



x-wife

O concerto dos vicious five foi talvez o concerto mais ingrato a que assisti em toda a minha vida: isto porque o vi pelos ecrãs que estavam no palco principal. e porquê? Bem porque, à pala de ir ver if lucy fell e depois deftones, perdi-me do povo com quem fui, e para os encontrar foi o real sarilho...ainda por cima tava quase sem guita no móvel. conclusão fiquei um bocado no trauma, e depois há sempre aquela coisa do "ah e tal os gajos tocam na zdb dia sim dia sim". foi precisamente por isso que vi o concerto perto da tenda da bugani, que ficava a meio do espaço do festival, mas do lado do palco principal... Onde toda a gente se estava não literalmente a cagar para eles. O povo com quem fui permanecia sentado e deitado, e o resto das pessoas ou estavam no mesmo, ou passeavam por ali como quem não quer a coisa.
Por isso era eu aos pulos a ouvir o som dos lisboetas via ecrã gigante, e o resto do povo indiferente. Posto isso o que apetecia era obrigar toda a gente a virar a cara, nem que seja só para verem a ramboia que não ia no palco principal.
como disse na antevisão que aqui postei do festival, o mais provável era que os vicious five tivessem a atitude do "se é para a desgraça é para adesgraça": e isso só poderia resultar num concerto memorável. E foi isso precisamente que aconteceu. Os vicious five conseguem ser ainda melhor ao vivo que em disco, com uma postura irrepreensível, um discurso meio arrogante ( "nós somos os vicious five, e o que é que agora vocês vão fazer à vossa vida uma vez que ela mudou?") que teve imensa graça e só aumentou essa festa.
Depois existem os temas que partem sempre a loiça toda, como são "guillotine", "bad mirror", "suicide club" ou "fallacies and fellatio". Ah e ainda houve tempo para uma cover de "fight for your right" dos beastie boys. a minha vida mudou? claro. E a de quem viu este concerto, seja pelo ecrã, seja a olhá-los directamente também. Agora é vê-los mais nitidamente porque eles merecem. melhor concerto do palco nacional e, a par de tool, melhor concerto do 1º acto do festival.



vicious five numa qualquer gig engraçadota com luzes e tal

Bem agora está na hora do resumo: algumas pitas e mulheres feitas de boa qualidade no primeiro dia, outras nem por isso. Melhores concertos no segundo dia que no primeiro, mas também é capaz de ser à pala do meu gosto musical. Korn manhoso, deftones médio, tool excelente, vicious five a loucura.
No segundo dia povo mais velho, e sem cruzes invertidas (se bem que a qualidade de peitorais também foi considerável), concertos melhores. Pena em não ter visto vicious five em condições. Muita gente conheceu pela primeira vez os if lucy fell e isso é bonito. Outros detestaram, sobretudo o povo que estava à espera de deftones, já que eu ouvi comentários idiotas sobre eles, vindos de povo que ali estava à espera do chino.

Ah sim: já colocavam mais iluminação no recinto. Depois um gajo não encontra o povo com quem está. Os acessos também já eram melhores, que estar praticamente uma hora na fila, só para sair do parque é péssimo. O preço das coisas é uma bela roubalheira e motiva a que se traga marmita de casa, mas levar mala e andar com ela umas 7/8 horas é chato pra caraças. A bófia também já cagava na bebedeira do povo, e não fazia operações-stop às 4 e tal da manhã, motivando uma fila de mais de meia hora. enfim, como sou um anjo não acusou nada.

De qualquer forma, e aparte destes pormenores, as coisas correram bem. ah sim, o segundo dia teve mais à pinha que o primeiro. Normal: Tool leva muita gente, e houve povo que só foi para ver placebo. De resto, bons concertos, boas babes, bom ambiente, tudo num festival que continua a crescer dentro deste novo formato, e que promete evoluir ainda mais. e continuem com a óptima selecção de bandas do palco nacional.

PS: desejos para 2007:

vindas de nine inch nails, porcupine tree, pelican, underoath, dead poetic, cult of luna, pennywise(quero rambóia), hell is for heroes e brigade ao palco principal.

os aside, easyway,more than a thousand, mollycodled, the ladder,ho-chi-minh, hills have eyes,chemical wire, blind charge entre outras, já iam/voltavam ao palco tuga, e até podiam ir ao palco principal.

mais sexo feminino que é sempre bem vindo(sobretudo se quiser comunicar com um feioso como eu)

melhor gestão de parqueamento

mas sobretudo que as coisas continuem a evoluir. Sempre.

Bom act 2 a quem for. Por milagre pode ser que ainda lá meta as patas no primeiro dia.

Fiquem bem, e leiam isto tudo por mais mau que possa ser.

Thursday, May 25, 2006

SUPER BOCK SUPER ROCK 2006 (1º acto) - ANTEVISÃO



Começa amanhã a onda dos festivais de Verão que vai, como de costume felizmente, precorrer o país de lés-a-lés. O super bock super rock abre as hostes desta feita, e com directíssima influência do belo do rock in rio(é belo porque sexo feminino não há de faltar para os lados da bela vista), por dois actos: o primeiro que começa amanhã, onde vai estar a minha fronha (e o resto do corpo por óbvio arrasto), e que tem como grandes cabeças de cartaz korn, within temptation, tool e deftones.Ah e o segundo que á para a semana com gente como Franz ferdinand,the cult, Patrice oi 50 cent(provavelmente a primeira e última vez que este nome irá ser aqui escrito...aproveitem o exclusivo). Este ano vou falar de apenas do primeiro acto, embora me possa dar na cabeça mandar um bitaite qualquer sobre o segundo, numa futura posta. De qualquer forma, e se chegar a fazer uma posta sobre o segundo, obviamente que o ideal a fazer é mesmo cagar naquilo que eu diga porque, tirando uma coisa ou outra, o mais provável era dizer que isto ou aquilo cheira a chulé daquele mesmo podre, tipo o meu cheiro agora porque não tou com gás em casa logo nada de banhinho quente, quando para vocês aquilo cheira a grande perfume chanel com um valor acima de 500 contos.
As bandas estão ordenadas consoante as suas horas de actuação, realçando que as hostilidades musicais começam sempre no palco principal.

DIA 25

RAMP
MOONSPELL
SOULFLY
WITHIN TEMPTATION
KORN

PALCO QUINTA DOS PORTUGUESES

DEVIL IN ME
TWENTY INCH BURIAL
CINEMUERTE
BIZARRA LOCOMOTIVA

Óbvio dia das "pitas gós" que vão ver within temptation. E do povo "bué da metal" que vai ver Korn. Se within temptation até é uma banda bastante razoável dentro do género, os korn são aquela presença habitual do género "ah e tal bora apanhar sol naquele quadrado ao pé de Espanha porque é bonito". ainda assim discos como "life is peachy" ou o bastante razoável "Untouchables" são capazes de merecer uma ouvidela atenta tanto no formato rodela como no formato live.
Depois está por lá o "world metal" do senhor cavalera com os soulfly... tudo bem é verdade que o som da banda do max consegue soar sempre diferente mas a mim não me diz muito, a melhor banda do cartaz que são os moonspell(já com o novo "memorial" à venda na loja da moda, ou seja a vossa) e os ramp que também tenho ideia de irem editar qualquer coisa brevemente.

Quanto à quinta dos portugueses. Os devil in me, que já foram por aqui divulgados, tocam um hardcore com laivos old-school mas que consegue por vezes arranjar refrões catchy e tornar simples riffs de guitarra em boas canções; os twenty inch burial são "só" uma das mais promissoras bandas do panorama musical nacional com o seu metalcore cru, muito bem feito e bem demarcado de quaisquer bandas; os cinemuerte que também são da raging planet, e que eu não conheço muito bem (só ouvi o tema "stuck in a moment" que mistura bem influências mais pop como a voz e o rock das guitarras) e os sempre ovnis bizarra locomotiva.

Porque é que vou neste dia? Bem, acima de tudo, porque o bilhete de dois dias fica mais barato e tal, do que comprar só de um. Assim um gajo afiambra-se e pronto. Mas bandas como twenty inch burial, devil in me, e até moonspell também me puxam perfeitamente para o dia de hoje, que já passa da meia noite.

MAIORES DESTAQUES- TWENTY INCH BURIAL, DEVIL IN ME, MOONSPELL

DIA 26

PRIMITIVE REASON
ALICE IN CHAINS
DEFTONES
PLACEBO
TOOL

PALCO QUINTA DOS PORTUGUESES

DAPUNKSPORTIF
IF LUCY FELL
X-WIFE
VICIOUS 5

Bem..Tool e deftones. claramente são os dois nomes-chave do dia. Os tool porque lançaram muito recentemente 10.000 days e toda a gente sabe que se costuma falar muito bem dos concertos deles. Tenho em mim que o maynard é um geniozinho e que toda a conceptualidade e diversidade sonoras experimentadas nos seus discos, vão prevalecer no concerto de sexta-feira. Quanto a deftones...sempre extravasaram o nabiço nu-metal, e discos muito bons como o "adrenaline" ou o mais maduro "white pony" têm sempre lugar cativo num regular ouvinte da banda. Já no caso dos alice in chains será talvez mais uma sessão rádio nostalgia, embora o guitarrista, e agora também, frontman da banda Jerry Cantrell, sempre teve a fama de editar bons discos a solo. No entanto será mais um momento de um mito musical descer à Terra, neste caso um óptimo mito. Primitive Reason, embora um pouco distantes de sonoridades como as de tool e deftones, ainda se conseguem enquadrar minimamente, com aquela abordagem mais étnica ao rock.
Já os placebo? Que raio estão eles a fazer aqui? Era tirá-los e pôr dEUS ou the cult... Mas pronto é verdade que os tipos até têm alguns temas agradáveis ao ouvido, que é para ninguém me acusar de destroçar seja quem for(também quem raio me leva a sério? bah), mas para mim é só isso. enfim que toda a gente os vá ver que é para existirem menos filas para a comida. Só é pena só se ir jantar às dez e meia da noite mas enfim.

Quanto à quinta dos portugueses a análise é simples: os dapunksportif eu não conheço. Estou agora a ouvir temas deles e parecem-me terem como claríssimas influências bandas como queens of the stone age e kyuss.Stoner rock portanto, e até bem cantado por aquilo que os meus ouvidos me ditam.A estreia "overdrive" vai ter distribuição pela rastilho records.
Quanto aos if lucy fell dizer que são, de momento, outra das bandas mais promissoras a nível nacional, é capaz de ser pouco. A banda, que tem como maiores influências o noise emocional de uns converge e a esquizofrenia habitual dos blood brothers, consegue assimilar tudo sem copiar, criando um som totalmente novo e fresco que não é acessível a todos os ouvidos. Mas ainda assim estou ansiosamente à espera deste concerto, um daqueles que eu não quero mesmo perder.
X-wife são os placebo do palco principal. Misturam electrónica com albuma coisa vinda do rock, com argúcia e engenho é certo, mas não me cativam grandemente. Lá está, tiravam linda martini do primeiro dia do segundo acto, e colocavam-nos aqui em vez de x-wife. Mas enfim para abrir placebo percebe-se.
Depois? Talvez a banda , a qual eu esteja mais à espera. Os vicious five (e eu sou um pecador nunca os vi ao vivo..shame on me) têm tudo, mas tudo para darem um espectáculo inesquecível, e cheio de energia. Têm as canções, os riffs o ar farrusco e aquela tipíca imagéticas do "se é prá desgraça éprá desgraça". Eu só espero que ninguém me chateie a cabeça por tentar insistir com toda a gente em ir mais para trás em tool e andar na ramboiada com os vicious 5 em palco. Isso sim é bonito.

MAIORES DESTAQUES- TOOL,DEFTONES, VICIOUS 5, IF LUCY FELL

Agora está feito. Talvez fale depois do act 2, embora nem lá vá meter a fronha. enfim treinadores de bancada.

Fiquem bem e bons concertos.

Monday, May 22, 2006

LORDI (ou como a eurovisão deixou de ser para as cópias do costume)



Pois bem, como toda a gente já sabe ( e quem não sabe que fique a saber) esta banda aqui retratada na foto ganhou o festival da eurovisão. sim, aquele das cópias baratas de shakiras, britneys e enriques iglesias, que andam por aí a pulular em cada país. Sim, aquele festival que ninguém vê, precisamente por ser sempre a mesma coisa, por ter o mesmo tipo de musiquinhas formatadas e inócuas que não interessam a ninguém, e que são iguais a muita da porcaria que se ouve por aí.

Ok, os lordi até podem fazer parte deste grupo: afinal ainda nem falei sobre eles. Mas se eu disser que o grupo toca, basicamente hard rock bastante melódico e acessível a qualquer bolso mas totalmente fora dos trâmites habituais do cócó do festival da eurovisão, acham possível?È que eles não são estrelas de pacote de cereais: existem há uns anos, têm um culto considerável na finlândia(que lhes ofereceu categoricamente a vitória no festival local), já tiveram direito a uma entrevista na loud!(que inclusivamente anunciou a sua inclusão no festival) e a música, de nome "hard rock hallelujah" é honesta. Nada de especial, mas honesta e contagiante.

Sim "honestidade" foi algo que existiu neste festival. Mas mais que isso foi a vitória do rock, perante uma coisa totalmente pré-fabricada: a vitória de um grupo verdadeiro e real, mesmo tendo todas aquelas roupagens e efeitos que eles usam.


Agora passando à frente, afinal será que vai mudar alguma coisa? Será que a eurovisão vai aprender com isto? Afinal quem votou nos lordi? A última pergunta tem resposta simples: votou nos lordi, quem acha que a eurovisão está totalmente decrépita e vazia. quem acha que só serve para aparecerem meia dúzia de cromos com a mania que são uma coisa muito boa para fazer furor nos charts mundiais. Quem está farto do marasmo que a eurovisão tem atravessado, com perdas sucessivas de audiênciase uma descrença total o espectáculo em si.

A verdade é que tudo isto tem sido abafado com paninhos quentes. Mas..e agora? Será que tudo vai ficar na mesma? Não me parece. Este voto, foi um voto de protesto. Mais do que pela qualidade do tema, foi a vontade em partir a loiça e mandar um alto "vão todos pró pénis" que saíu claramente a ganhar.Portanto eu acredito que vá mudar alguma coisa: que mais bandas a sério se comecem a interessar na eurovisão. e que a própria eurovisão ganhe a credibilidade que anda a perder de ano para ano. Talvez esteja a ser demasiado romântico, de qualquer forma acredito que o festival possa mudar alguma coisa com a vitória dos lordi. Uma banda a sério. Para o ano vamos pralá cos vicious five porra!


Nota também paraos deliciosos comentários do eládio clímaco. Eu não vi o festival, mas por aquilo que li o homem disse frases geniais como "os miúdos é que gostam disto", "é uma pena porque a rússia(segunda classificada) tem uma boa música com uma boa voz", ou "os monstros agora é o que estão a dar". Mais do que triste é cómico. ah, e claro, ridículo.


Fiquem bem, e pró ano as bandas que me lêm que se candidatem à eurovisão pá. Quem sabe se não têm sorte?

Sunday, May 21, 2006

Jesu- Silver ep



Os Jesu são mais uma daquelas bandas incorporadas na tendência do "pós-doom", se a isso poderemos chamar a corrente iniciada pelos neurosis(especialmente desde "trough silver in blood"), e continuada por bandas tão geniais como isis,cult of luna ou pelican. Este "silver ep" é o mais recente lançamento da banda, liderada pelo mui versártil Justin Broadrick, e outra vez pela hydrahead records(de aaron turner dos isis), que já tinha sido a casa-mãe do disco homónimo de estreia.

Este ep é relativamente curto, tendo em conta as habituais tendências e padrões do género, possuindo apenas quatro temas: O tema título, que inicia o ep, "Star", "wolves" e "dead eyes", perfazendo ao todo sensivelmente meia hora de música. Em relação aos temas propriamente ditos, a pergunta impõe-se: em que medida este ep consegue ser diferente de tudo aquilo que já foi feito nesta tendência até agora? Bem, antes de mais dizer que cada banda ,dentro deste género, consegue demarcar-se das outras e fazer algo de diferente, não é nada de falso. Pelo menos tendo em conta estas cinco, seis bandas que perfazem o núcleo "duro" deste novo movimento musical. Se os cult of luna são mais pesados, os isis mais experimentais, os pelican mais rock e com ambientes mais uptempo, os jesu pegam nesta tendência mais rockeira dos pelican, e colocam-na dentro de uma negritude ao alcance de uns cult of luna, ou até dos próprios isis. Assim foi o disco homónimo da banda, que lhe granjeou críticas bastante positivas em todo o lado, e conseguiu ascendê-la ao estatuto de culto.

E é depois desse conquistado culto que os jesu decidem deixar toda a gente de boca aberta e fazerem algo totalmente diferente, a todos os níveis: Se, por um lado, deixaram de lado as guitarras mais trepidantes, por outro aumentaram os ambientes up-tempo, as atmosferas calmas e pacíficas, as programações mais suaves e até acessíveis ao ouvido. "Silver", o primeiro tema, ainda tem uma predominância de guitarras: mas estas soam leves e calmas aos nossos ouvidos, auxilidadas directamente por algumas programações(penso eu de que), e que remetem para um paraíso de acalmia, mais directamente relacionado com o post-rock.
E, tanto "Star", como "Wolves", desenvolvem esta tendência, embora esta última tenha já uma abordagem mais negra e até crua ao próprio género. Enquanto "Star" cativa ainda mais a nossa atenção, pelas melodias mais suaves e, sobretudo, pela constante repetição tanto da bateria como das guiaras mais melódicas, "Wolves" continua a ter uma abordagem leve , mas volta um pouco a universos atmosfericamente mais densos e complexos.

Sim, eu sei: falta-me falar de um tema. "Dead eyes", fecha o ep de uma forma totalmente inspirada, inovadora, e refrescante. Pega numa programação aparentemente simples, e vai adicionando elementos sonoros que nos aconchegam de uma forma soberba. Se este tipo de processo costuma ser utilizado no género, bem é verdade. Mas pegar em sonoridades que surgem como samplers? E conseguir ter uma melodia deste índole, adicionando guitarras, criando ambientes dignos de post-rock, sem nunca perder a identidade, tanto do género dos jesu, como do próprio ep? E que tal ainda utilizar programações e guitarras ao mesmo tempo? Sim, aqui é dado o definitivo passo em frente, um novo trilho para o género.

Portanto, é óbvio que este ep é uma lufada de ar fresco. No entanto também é verdade que nunca perde a sua vertente experimental, que tem sempre o objectivo de ir buscar sonoridades do post-doom(ou post-metal como eu gosto de lhe chamar), para as colocar em confronto tanto com samplers, como com melodias up-tempo, atmosferas bem mais suaves, em contraponto com a negritude, que aqui também existe.
È por isso meia hora de música que soa como nova, como uma alternativa ao que já existe dentro deste espectro, e sobretudo, como uma porta de entrada a quem ainda desconhece os meandros do post-doom. È um ep bem mais acessível do que o costume, mas que jamais perde a sua identidade, e a sua identificação ao género.Por isso consegue ser tão belo. Tão tocante. E tão obrigatório para todos os ouvidos.

9/10

Friday, May 12, 2006

Movimentos Perpétuos - Tributo a Carlos Paredes de Edgar Pêra



"Movimentos Perpétuos- Tributo a Carlos Paredes" é a mais recente obra do cineasta português Edgar Pêra, cuja obra foi colocada em retrospectiva no indielisboa deste ano. Este "Movimentos Perpétuos" esteve também na competição nacional do festival, acabando mesmo por alcançar a vitória, bem como o prémio do público. Daí que se justifique a entrada desta película num circuito mais comercial de salas: esta semana o filme pode-se ver tanto nas amoreiras como no vasco da gama. No entanto, a sessão das três e vinte do centro comercial no parque das nações, não estava propriamente concorrida. a menos que quatro pessoas numa sala com uns cem lugares seja um bom resultado...ao cuidado dos promotores.

Falando directamente do filme, este baseia-se no concerto que Carlos Paredes deu no Porto em 1984. Todas as vezes em que o guitarrista fala, ele está a comunicar para toda essa massa que o foi ver ao Auditório Carlos Alberto, intrecalando as suas falas com os temas que ali tocou, e que nós também temos a oportunidade de ouvir. O que Pêra fez foi filmar com a sua câmara de super 8, imagens que pudessem traduzir tanto aquilo que Carlos Paredes vai contando e tocando. dividiu a obra em dezassete movimentos específicos: e com eles foi dividindo uma história vivida de histórias, que somos todos nós.

Aproveito para dizer que se percebe perfeitamente o porquê da vitória do filme de Pêra no indie lisboa (sobretudo no que ao prémio do público concerne): é muito fácil conseguirmo-nos identificar com a película. Desde a própria música que diz muito de nós enquanto povo, como com as deambulações gráficas de Pêra, que não se coíbe em filmar sobretudo as três cidades-chave na vida e carreira de Paredes (lisboa, porto e coimbra), mas também a própria natureza, e até algumas montagens onde a figura do guitarrista surge no meio de uma população urbana.

Aliás, será na própria projecção de imagens, muitas delas rotineiras para muitos portugueses, e à forma em como a música e as palavras de Paredes as ilusram, que o filme consegue claramente ter um carácter identificatório com o espectador. Porque aquelas pessoas a saírem do cacilheiro, a apanharem o autocarro, a andar pela rua augusta fora somos todos nós. e a música de Carlos Paredes tem precisamente toda esta gente lá dentro. Esta foi, talvez, a maior façanha do filme de Pêra: conseguir mostrar a alma de um povo, através de uma música que é esse povo.


Pêra vai buscar igualmente depoimentos de amigos de Paredes. Que contam as suas histórias da prisão, as suas façanhas artísticas, as profissões que em nada correspondiam à sua genialidade enquanto músico. Que, ainda mais, enaltecem um homem que conseguiu colocar a guitarra portuguesa num patamar de excelência. E as histórias de Paredes, na maior parte dos casos, são realmente interessantes: conseguem dar-nos uma visão totalmente humana daquele que já é um mito.

"Movimentos Perpétuos" poderá pecar por não ter uma organização extremamente firme no seu todo: aqueles movimentos ordenados por Pêra, podiam ser deconstruídos e mudados facilmente de lugar, bem como muitas das imagens projectadas. no entanto, o mais importante é conseguir captar a alma de um exímio criador. E a forma em como toda a sua música consegue falar por si, em como consegue retratar tão bem aquilo que somos, em como se modela um concerto ao vivo, apenas em palavras e sons para belas imagens serem projectadas (e a realização fragmentada de Pêra está perfeita). filme definitivo sobre Carlos Paredes? a nível documental parece-me que sim. Agora falta uma ficção decente para poder ombrear com este tocante e vibrante objecto fílmico.

8/10

Thursday, May 11, 2006

TOUR CHEMICAL WIRE

Os chemical wire foram a mais recente banda que mandou práqui um mail com as datas da sua tour, que se baseia fundamentalmente no norte e também na própria galiza (ourense é uma cidade engraçada diga-se...forum viagens pois). Também estão em coimbra, mas aquele saborzinho a sul é que não existe..será que eles têm náuseas do mondego para baixo? Cá vos esperamos pá.

Aqui está o flyer:

Friday, May 05, 2006

Artic Monkeys Vs Danko jones (ou o pseudo rock armado em cena bué rebelde, e o hard-rock costumeiro de quem percebe a coisa)

Os artic monkeys e os danko jones são bandas muito diferentes. Os primeiros editaram há pouco tempo o seu primeiro disco "Whatever people say i am, that's what i'm not", abençoado pelo poço dos hypes New musical express, e com umas belas vendas em terras de sua majestade, muito por causa de toda a corrente de fãs que se foi criando através da internet e de demos piratas que eles vendiam nos seus concertos.

Os danko jones são um mundo bem à parte: liderados pelo mui carismático, e de feito irrascível(é o que se diz) Danko jones, a banda já cá anda há uns anitos, não comparticipa em hypes, tem temas fenomenais (como é o brilhante "lovercall"), e também conseguiu criar uma base minimamente coerente e sólida o suficiente para poderem sobreviver no sempre complicado meio musical.

Posto isto, que raio tem uma banda a ver com a outra? Bem meus amigos: para mim absolutamente nada. Mas para muita gente que tem a mania de colocar "rock" em tudo o que é pseudo-rebelde que até assusta, então ambas as bandas devem fazer um rock enérgico e bem balanceado. com uma pequena diferença entre ambas: é que essas pessoas conhecem artic monkeys, e/ou desconhecem ou pouco conhecem do hard rock sexy dos canadianos liderados pelo senhor jones. Mas colocá-los no mesmo saco? Inevitável, mesmo para quem não conhece. No entanto, talvez o mais importante para mim foi o facto de ter ouvido pela primeira vez ambos os discos, no mesmo dia: e poder vislumbrar mais uma vez, a desesperada tentativa em ser-se sofisticado que o pseudo-rock revivalista tem, e a genuinidade de uma boa banda rock como são os danko jones.

Posto isto vou criticar os dois discos de uma maneira simples para se poder perceber porque é que acho um disco bom e o outro mau:


Artic monkeys- Whatever people say i am, that's what i'm not



Os artic monkeys posicionam-se num daquelas "gavetas-do-armário-das-meias-da-trisavó-elvira", as tais "categorias musicais", nomeadamente o dito "rock revivalista". Ora aqui a palavra que me irrita é mesmo rock: é uma mania um bocado estranha chamar rock a tudo aquilo que tem uma predominância de guitarras...pese embora os artic monkeys tenham, apesar de tudo, um formato mais rockeiro: realmente são mais rock que strokes e franz ferdinand, menos punk que os hives (nem acredito que falei em "punk" e dise a palavra "hives" logo a seguir), e mais regulares que a parvoíce sonora que são uns the vines (ah como eu adoro esquartejar este bicho nojento chamado "rock revivalista").

No entanto eles não saiem daqui. São puramente revivalistas, e vão buscar coisas bem feitas de há trinta anos atrás, como todas estas bandas que têm a mania do rock e da rebeldia. Mas a verdade é que conseguem ser uma quase excepção à miserável regra demonstrada acima: os artic monkeys têm uma coisa que realmente é interessante e que até aparece bem em evidêcia de início: essa coisa chama-se "energia" e é inegável que ela lá está. Até a palavra "criatividade" quase consegue ser usada de quando em vez. Há uns riffs de guitarra interessantes, um ou outro acorde que chama a atenção, há alguns conhecimentos adquiridos para a feitura de canções.

Como vêm, quando vejo algo bom até consigo admiti-lo. O problema é que os artic monkeys não passam de uns tipos que "epá até fazem uns riffs com graça, e um ou outro som com piada"... a páginas tantas o disco torna-se mais uma espécie de fórmula daquilo que já ficou para trás. E quando não é isto, é uma tentativa desesperada de "tentar ser diferente", que só lhes fica mal. Os temas transformam-se em suplícios auditivos, no sentido em que se nota um total arrastamento sonoro por parte destes executantes, ou frustradas tentativas de experimentalismos sonoros. Se o tema de abertura(de longe o melhor) e o primeiro single "I bet you look good on the dancefloor" são exercícios decentes de guitarras e voz com alguma raivita ali metida, temas como "Mardy bum", ou o irritante "Riot Van" que faz lembrar as baladas de trazer por casa dos strokes, deitam por terra qualquer esperança de melhoras.

tenho em mim que o principal problema destas bandas é não perceberem de que terra são: é terem ficado ofuscadas com óptimas críticas, sem perceberem que o seu material não quer nem pode ser algo enorme e a fervilhar de criatividade. È se acharem o máximo, e por isso tentam extravasar o próprio revivalismo, sem perceberem que se imitam aquilo que foi feito, então que se deixem ficar pela boa imitação: porque quando a tentam ultrapassar estragam tudo.

"Whatever people say i am, that's what i'm not", até podia ter sido um disco simpático e de agradável audição: até se poderia, eventualmente e com muito jeitinho, considerar como membro integrante do rock, se tivesse sido pensado para divertir e não para se tentar auto-elogiar sem apelo nem agravo, através de canções que se auto-propõem como o último grito de qualquer coisa. Pois não são. E é pena porque o início do disco prometia coisa melhor.

4/10

Danko Jones- Sleep is the enemy




Ufa! Vou agora poder desligar-me dos artic monkeys e falar de algo, para mim, bem mais agradável.
Os danko jones sempre fizeram, sensivelmente, o mesmo. Rock bastante musculado, com trepidantes riffs de guitarra, a voz sempre intensa de danko, e letras sobre gajas e engates. Isto não quer dizer que a banda seja algo fútil e inócuo: na verdade as canções servem mais como "desculpa" para eles poderem tocar ao vivo. E , se a intenção é tocar ao vivo, então meus amigos: está tudo muito bem encaminhado. E quanta pena eu tenho de não ter ido ao concerto deles no garage, no mês passado...

"Sleep is the enemy" é mais um fôlego do rock balanceado da banda. Estão cá todos os elementos que sempre foram sua imagem de marca : estão cá as guitarradas enérgicas, aquela excelente voz de danko, os refrões de estádio (ouçam "Baby hates me", ou "She's drugs"), as letras incrivelmente sexy, e que nos fazem lembrar lindas babes com o dedo polegar na boca...epá isto já parece a anterior posta de vicious five. Pode-setambém dizer que todo o disco segue sempre esta bitola, nunca tentando fugir muito às regras previamente estabelecidas.

Ora, se por norma se costuma associar o fazer algo que pouco difere daquilo que já se fez a uma crónica falta de criatividade e inventividade, neste caso a vaca muge mais fino (lamento mas não gosto de pássaros), pois os danko jones não querem saber se são ou não uma banda a seguir pelos melómanos. Não querem saber de inovações, de hypes, de exaltações efémeras. apenas se preocupam em tocar aquilo que querem, quando querem e como querem, sem mais delongas sem filosofar muito sobre isso. E todo o disco assim o reflecte: são onze temas simples, bem tocados, sem pretensiosismos. São verdadeiras canções tipicamente rock, que se vão entranhando à medida que o disco avança. E nem pedem para nós gostarmos delas: querem é ser divertidas, para nos proporcionar um bom momento auditivo.

Por isso aqui não há espaço para tentar uma coisa diferente, dentro de um certo sector tal como fizeram (e mal) os artic monkeys. O que há aqui é rock puro e simples. Se não é inovador? Meu Deus, num caso destes isso interessa? Não. È um grande disco de canções, com grande solidez e coerência, que nunca farta o ouvinte. Por isso, se são como eu, e gostam realmente de ouvir umas boas malhas rock de vez em quando nem pensem duas vezes: arranjem-me o disco. Se, ainda assim, preferirem artic monkeys tudo bem, mas quem perde são vocês. Podem bem ter a certeza.

8/10

Em jeito de conclusão: mais uma vez, é tudo uma questão de atitude perante a música. De um lado temos uma banda que se julga grande daqui a uns anos, sabendo que para isso tem que inovar de alguma forma... não percebendo que não consegue lá chegar com cançõezitas pseudo-alternativas de muito pouco aprumo, principalmente porque consideram esses temas como o pão mais fresco e fofo do dia. Do outro temos uma banda de rock pura e simples. De um lado o pretensiosismo e quase arrogância, do outro atitude,e diversão. È preciso dizer mais?

The new world (Terrence Malick 2005)



Sim, eu sei o que vão dizer. Vão-se queixar de que este blog anda com filmes a mais, ao invés de se preocupar com música e tal e tal... Pois bem, isso não é verdade. a diferença é que agora consigo ir ao cinema uma vez por semana, quanto antes nem uma vez por mês, tinha um buraco decente na agenda. Por isso não me culpem, culpem o meu belo horário de sexta que compensa os cócós de terça e quinta. Pronto.
Ah sim, vou começando a mandar bitaites sobre o filme que a introdução manhosa está grande que chegue.

Ora, "The new world" é o quarto filme de Malick, que se estreou nas lides cinematográficas com "Badlands" de 1973. Sim, para quem nunca ouviu falar dele, malick é um realizador muito peculiar: não dá entrevistas, dista vinte anos entre a sua segunda e terceira obra (o bem conhecido filme de guerra "the thin red line"), e os seus filmes não são propriamente de fácil assimilação.

E é precisamente essa difícil assimilação que ganhou tantos detractores em "The new world": a maioria desses críticos, realça o facto do filme ser demasiado longo, e não conseguir suportar a história durante a sua longa duração, mais precisamente duas horas e um quarto. O enredo do filme reside na paixão entre o capitão John smith, e uma jovem nativa, e de tudo aquilo que lhes rodeia. Desde a hipocrisia e vontade de povoamento dos colonos, até à pureza e genuinidade dos indígenas que apenas tentam defender aquilo que é seu.

de qualquer forma o filme não aposta na dicotomia de dois diferentes povos: é o amor entre dois seres que parecem tão diferentes, que acaba por mover um ódio e repressão tanto de um lado como do outro. Mas o amor entre eles parece puro...E essa nossa noção de pureza, fica ainda mais credível, devido ao ambiente que os circunda. Toda a floresta, autêntica poesia visual, que malick retrata da melhor maneira, é o cerne do amor entre esta indígena e este capitão. No fundo, o filme retrata apenas uma simples história de amor: como ela começa, como se desenvolve, e como acaba, não dando ao espectador mais que gestos, actos e olhares. Um filme totalmente efectuado em meias palavras, que não quer dar ao espectador mais que isso.

Malick consegue ser prodigioso na realização: um trabalho extremamente clássico, repleto de grandes planos, sobre as árvores, o céu, a própria água. Os elementos naturais que serviram de pano de fundo a esta história de amor. E a esta história de povoamento: genial a riqueza natural no lado dos nativos, e a autêntica pobreza, totalmente medieval, dos colonos ingleses, no que à paisagem concerne e às próprias riquezas naturais. O realizador filma isto como se paraíso e inferno se tratassem, mostrando a total falta de meios de uns colonos que, nada mais tinham a não ser uma parcela mínima de terra, na costa.

No entanto, não referir os diálogos seria deixar muita da importância do filme para trás: sobretudo porque eles não são necessários no filme. Agudizam a atmosfera bela e poética, um amor que surge como verdadeiro e que nunca se apaga, embora seja fulminado também pelo choque de culturas. Os diálogos transmitem sobretudo as sensações de cada personagem face a outrem, e ao próprio ambiente que as rodeia. São aquelas personagens que sentem, em vez de exprimirem. que guardam todas as impressões , porque a inadaptação é sempre uma realidade, tanto de um lado como do outro. È a menina índia que se vai aproximando cada vez mais do capitão, que impede a sua morte, que lhe dá pequenas coisas da natureza. E é o capitão apaixonado, que sabe do sua verdadeira personalidade, que vai dando o espaço necessário ao desenvolvimento daquela relação, que sente a perda. Que se sente perdido.

"The new world" não é um filme fácil: Personagens que falam pouco, paisagens filmadas de um modo clássico , intensivo e minucioso, às vezes quase doentio: cenas que duram tempo a mais para a maioria dos mortais. No entanto, toda a realização é esplendorosa, pelos pormenores que nos consegue oferecer, passando pela exímia fotografia, ou pelo excelente aproveitamento do melhor de cada actor. Assim, farrel é muito credível enquanto capitão smith, Q'orianka kilchner totalmente exótica e frágil enquanto pocahontas: plummer duro, como comandante daqueles homens, e bale sensível e bondoso, mesmo sabendo que a pequena índia nunca o conseguira amar. e o mais curioso é que tudo isto se consegue com poucas falas e acções: os olhares e expressões são o mais importante neste filme.

Esta nova obra de Malick possui um inegável brilhantismo. Nem que se considere apenas como um filme "belo", a verdade é que ninguém pode ter uma palavra contra a realiação deste autêntico guru que pouco se expõe. O filme talvez tenha um excesso temporal ; talvez tenha uma ou outra cena um pouco menos verosímil: no entanto as paixões são assim. E é assim que Malick consegue transformar aquela que parecia uma simples história de amor, num sumptuoso exercício de realização que é tocante e esmerado ao mesmo tempo. Um daqueles filmes que não é para ver todos os dias, mas que tem mesmo que ser visto. Porque, mais que belo, é absolutamente belíssimo. Absolutamente.

9/10

Thursday, May 04, 2006

VICIOUS FIVE- Videoclip de Bad mirror (nas paredes da ZdB

Aqui há tasca chegou este eimálio. Se existir alguém que lê este blog e que, por uma qualquer circunstância da vida (que pode ser vontade de perder tempo) estiver por aí dsse lado, fica já aqui com a bela da notícia dos vicious five:

"Os portugueses Vicious Five preparam-se para lançar o clip de "Bad Mirror", primeiro single extraído do álbum de estreia "Up On The Walls", com uma festa que terá lugar na Galeria Zé dos Bois, no Bairro Alto em Lisboa, no próximo dia 5 de Maio.

O vídeo clip de "Bad Mirror" é um exercício profundamente original no panorama português e isso explica a longa gestação do projecto: este clip esteve a ser preparado nos últimos seis meses e pode descrever-se como uma forma profundamente original e literalmente "do it yourself" de animação.

As paredes da sala de concertos da ZdB estarão decoradas com os frames pintados à mão deste clip e no final todos os presentes serão convidados a levar para casa um pedaço do vídeo.

O concerto dos Vicious Five no próximo dia 5 de Maio na Galeria ZdB deverá começar às 23 horas. As portas, para a estreia do vídeo, abrirão no entanto pelas 22 horas.

Antes do final do mês, os Vicious Five darão início à rodagem do clip para o segundo single de "Up On The Walls". "

Deve ser um belo dum clip. Pessoalmente imaginava os gajos num palco, e com uma assistência só com babes todas esculturais a pôr o dedo na boca, com um ar sexy...e depois haveria stage divings e o camandro...etc. enfim, merdas que um gajo imagina e que são bonitas e tal.

Pronto quem for amanhã à ZdB já sabe o que lhe espera...Eu vou ficar aqui em casa, na minha preguiçite, a ser mais um gajo que fala muito e não faz nada. Pronto não posso gastar muito dinheiro isto ataca a todos.

Mas quem more em Lisboa, e esteja no bairro alto amanhã já sabe. Imperdível.