Thursday, December 29, 2005

3 CONCERTOS 2005

Como sou um animalzinho mete nojo enfiado numa toca, verdade seja dita que não fui a muitos concertos este ano. A, cada vez mais, falta de dinheiro, juntando a algumas complicações com transportes também foram disso causa. De qualquer maneira aqui ficam os três concertos que me marcaram mais no ano que agora finda:

3- LINDA MARTINI-FESTA DO AVANTE



Foi realmente um belo concerto. Uma das maiores plateias do palco da jcp, durante toda a festa, juntou-se para apreciar os dotes musicais da banda de queluz. E como significaram tanto os temas apresentados...Perfeita simbiose com o fogo de artifício que entretanto surgira para iluminar o palco, a banda...e a música.

2- PORCUPINE TREE-VILAR DE MOUROS

Não tendo agora foto para vos mostrar, a verdade é que steven wilson e companhia precisavam de muitas mais palavras, para lhes ser feita justiça na actuação em vilar de mouros. centraram-se principalmente em "deadwing" é certo: Mas ouvir um tema "como blackest eyes" saído todo da banda que víamos à nossa frente é algo de extraordinário. Um grande disco, um grande concerto, para agradar à meia dúzia de cromada que lá estava para os ver.

1- CULT OF LUNA-CASA DA MÚSICA

Claramente o concerto do ano. Pela sala, fantástica para concertos de uma dimensão mais reduzida. Pelo ambiente. Pela ida ao backstage. Mas sobretudo pela total genialidade de cada tema criado pelos cult of luna. Arte, no sentido completo do termo.

Wednesday, December 28, 2005

DISCOS 2005-NACIONAL

E pronto. Começam os balanços tradicionais desta época, apesar do estrangeiro ficar para 2006. Aqui posto os cinco discos/maquetes etc que, para mim, mais marcaram o ano de 2005. Muitas bandas novas surgiram, mas discos editados que me tenham realmente cativado não foram muitos. No entanto espera-se que muitas das bandas entrevistadas consigam finalmente a edição de um disco para o próximo ano. Seria bom,tanto para elas, como para a música nacional.

TOP 6

6- CONTRATEMPOS-ALGURES NO MEIO DO NADA

foi, provavelmente o disco mais agradável de se ouvir no verão de 2005. Ska tradicional, coisa muito rara por cá, bem feito, com ritmos tremendamente contagiantes, que serve para dançar a qualquer hora do dia. Ou da noite. Um disco extremamente alegre e despretensioso a servir qualquer festa que se preze. De realçar que o disco está à venda apenas nalgumas lojas, como a carbono em Lisboa só para dar um exemplo.

site- http://www.contratempos.no.sapo.pt

5-SYN-ER-GY- Demo 2005


Sete temas acústicos. Sete temas suaves,calmos e de extrema simplicidade. Mas ao mesmo tempo temas belos e doces que fazem as delícias de qualquer alma solitária. Curioso como tanto sentimento emana de canções que foram criadas a uma enorme distância física de seus intervenientes. Será que as editoras andam todas a dormir?

4-LINDA MARTINI-LINDA MARTINI


Vamos lá a ser honestos: Linda martini seria o álbum do ano. Eu digo "seria" porque o que a banda de queluz nos apresentou foi apenas e só uma demo. Com 3 temas. A gigante "Amor combate" a intensa "este mar", e o tema desesperado de nome "Lição de vôo".Temas de eleição que figuram como algo daquilo que melhor se fez este ano. De qualquer forma este rock instrumental, povoado com elementos mais atmosféricos característicos de uma certa toada post rock(ou então sou eu com anfetaminas no cérebro) tem mais que potencial para que, de futuro, se possa referir à banda como a primeira classificada neste tipo de top.

3-TARA PERDIDA-LAMBE BOTAS

E ribas e os seus pupilos voltaram. sempre com o punk-rock contagiante e melódico, mas num disco bem mais homogéneo e coeso. Grandes temas como "Realidade(não sou de ninguém), "Quanto mais eu grito" ou o tema título, não são de perder de vista.

2- KUBIK-METAMORPHOSIA

Ambientes de todo o género, samples bem tirados, colagens perfeitas, vozes dilacerantes tudo dentro de uma pastiche sonória muito própria e original. Uma real metamorfose de sons e ritmos, como uma simples caixa de música. Em "metamorphosia" cabe tudo. e mais alguma coisa.

1- THE VICIOUS FIVE-UP ON THE WALLS


São realmente uma grande banda de rock. E pronto. Temas sujos, guitarras a rasgar, vozes irritadas, garage rock como há pouco. E tudo embalado em temas inesquecíveis . Longe está a insanidade controlada de "electric chants of the disenchanted", onde existiam mais experimentações que canções no sentido do termo. Em "up on the walls" o grau instrumental é o mesmo, mas adaptado a temas memoráveis. E "bad mirror é uma das canções do ano seja aqui, seja no botswana. E realmente "the kids are doing in the love for the world".


E esta mini-recolha está feita. Depois dos temas do ano, os álbuns nacionais do ano. O top estrangeiro está para breve. Aguardem no início de 2006.


Já agora duas menções para dois discos, nomeadamente "you make me nervous", a estreia dos if lucy fell" e "2tone" dos humble. A verdade é que não tive oportunidade de os ouvir ainda este ano. Como a estreia dos if lucy fell vai ser alargada para 2006, provavelmente também o incluirei juntamente com humble. Obviamente se considerar que eles são a modos que bonitóides e tal.

CANÇÕES DE 2005

(ou " a única coisa decente que se pode dar agora, porque o top de discos do ano ainda não está completo")

Aqui estão algumas das canções que,para mim, foram as melhores do ano. Muitas delas alguns desconhecerão, outras concordarão, e noutras acharão que eu devia estar no belo edifício cor de rosa da av. do brasil em lisboa,aka hospital júlio de matos,simplesmente pelo facto das ter mencionado. Ordem totalmente aleatória, com portugueses misturados com estrangeiros(só com um simples "P" a diferenciar).

BAD MIRROR-The vicious five (P)
AUTUMN INTO SUMMER- Pelican
REBELLION(LIES)-Arcade fire
EVERYDAY IS EXACTLY THE SAME- Nine inch nails
LAZARUS- Porcupine tree
SILENT AS THE GRAVE- Hell is for heroes
COMPLEXITY OF DISCOURSE- Contratempos(P)
AMOR COMBATE- Linda martini(P)
FALL-Blind charge(P)
BIRDIE-Millencolin
THE TRUTH- Shortie
MARCHING BANDS OF MANHATTAN-Death cab for cutie
HOPPÍPOLA-Sigur rós
CORPSECYCLE-Cathedral
HONESTY-Skapula(P)
WALKING ON THE DEVIL'S TRAIL-More than a thousand(P)
ALL THE RAGE-Funeral for a friend
IT HAPPENS-Hopesfall
A100-Billy corgan
LIFE BEGINS AGAIN-Jimmy chamberlin experience
PULL OUT-Death from above 1979
CLOSE YOUR EYES-Paradise lost
BABY PLEASE COME HOME-David pajo
ORGANS-The black maria
CIRCLES-Syn-er-gy (P)


Tanta coisa que me falta aqui que até mete medo ao sujo. Mas estão aqui alguns dos temas que mais ouvi durante o ano, e que foram editados/gravados este ano. A ver é se me avio e despacho o meu top do ano. Pode ser que não falte muito e tal.

Tuesday, December 20, 2005

Turbonegro 15/12/05 Paradise garage

Os turbonegro são, provavelmente a melhor banda rock do mundo. Pelo menos para as,mais coisa menos coisa, 700 pessoas que os acolheram de braços abertos no garage, na passada quinta-feira. E foi num ambiente festivo e de grande comunhão que se viveu hora e meia de concerto.

Sem primeira parte, os turbonegro iniciaram-se com o primeiro single do mais recente disco "Party animals": "All my friends are dead" foi o mote que levou a alguma loucura os ocupantes do garage.


Ocupantes vindos de todos os quadrantes aliás: Povo do punk, malta do hardcore, gente que parecia saída do garage à sexta a noite nas costumeiras "pita's-com-a- mania-que-são-gente-por-usarem-saias-mais-curtas-que-os-meus-cintos-prás-calças-e-acharem-que-comem-
-os-gajos-todos-que-só-as-enfardam-porque-aos-olhos-dos-3-frascos-de-bases-e-o-camandro-
-elas-parecem-a-monica-belucci-nua-a-sorri-à-nossa-frente-night", entre alguns fãs de turbonegro, ou pelo menos povo com vestimentas a rigor(incluindo um tipo com cartola e tudo...só destoava do ar algo paneleiraico da banda, por possuir um belo espécime feminino ao seu lado). Era de facto uma massa estranha de gente,onde até se incluiam uma família, e meia dúzia de cromos armados e palhaços que andavam por lá sozinhos. A carapuça serve-me a mim pelo menos.

Após "my friends are dead" percebeu-se que o repertório tinha como principal objectivo a promoção do novo disco da banda: Por isso temas como "City of satan","Wasted again", ou "High on crime"(antecedido por uma bonita introdução pelo vocalista hank von helvete), foram alvo de menção num concerto que passou igualmente por todas as fases da banda.

De qualquer maneira concerto de turbonegro, sem apontar baterias a clássicos como "apocalipse dudes" ou "ass cobra", jamais pode ser concerto de turbonegro. Daí que, e já em encore, a introdução de "apocalipse dudes" tenha sido entoada, bem como temas clássicos como o grande "The age of pamparius" ou o magnífico "get it on" que deu uma noçao de hino à laia da reacção que causou no garage. Mas também "ass cobra" com "deathtime"(pelo menos daquilo que me lembro e tal), bem como talvez o maior tema que os turbonegro já criaram: "I got erection", símbolo de uma tensão sexual que pouco existia no garage, devido à falta latente de sexo oposto.


Bom, e fora do alinhamento como estava a banda? E qual foi a empatia com o público? Verdade seja dita que se denotava uma descontração enorme tanto em von helvete, como com os outros membros da banda. ficou-se a saber que Happy tom também tem raízes lusitanas, pelo facto de ser marinheiro e von helvete, aludindo à sua primeira presença em Portugal, efectou vários trocadilhos com o nome super bock, também pela devoção intensa que a banda mostoru ter para com a cerveja, ao longo do concerto. Mas para além do desvario verbal, o guitarrista euroboy também nos proporcionou uma bela mostra de talento, que coincidiu com a sua inclusão no meio da assistência, em "Prince of the rodeo". E para mais mostras do humor e descontracção latente na banda, a bela alusão à prostituição em "sell your body(to the night), outro dos belos momentos que este concerto teve.

Uma plateia mais que heterogénea, e em constante ebulição. Uma banda inspirada e comunicativa. Canções boas comó caraças.Poucas senhoras é certo,mas a maioria que existia eram de qualidade comprovada(não por mim,mas pelos irritantes acompanhantes que exibiam). Tudo isto foi motivo mais que suficiente,para um belo concerto natalício, para fugir às chatices de concertos natalícios que incluem, ou bandas filarmónicas de vilar de uma cena qualquer, ou os belos momentos musicais televisivos, prontos para serem comentários em mais uma colkuna da pimpinha jardim. Agora é ter tusa que chegue para os esperar num próximo concerto. A ver se a potência está em alta outra vez. Mesmo com poucas mulheres, essas estão reservadas para os espécimes de qualidade descartável mas de muito aparato, de sexta-feira à noite.

fotos em http://www.bodyspace.net/reportagens.php?rep_id=212 isto é capaz de ser, a modos que crime por não ter pedido autorização,mas pode ser que seja tudo bonzinho e ninguém me faça mal e tal e coiso...

Sunday, December 11, 2005

Hell is for heroes-Transmit disrupt(2005)



O primeiro disco destes ingleses, de nome "The neon handshake" é um disco do caraças. assim só: Do caraças. Sem tirar nem pôr. "The neon handshake" personificava uma atmosfera de peso emocional tremenda, um rock musculado e vibrante, com temas absolutamente contagiantes, e autênticos refrões de estádio. Um disco que tinha tanto de emocional como de furioso e bravio. E temas como "I can climn moutains", "five kids go" ou "Cut down" traduziam precisamente todos esses sentimentos. E tudo isto sem nunca saturar o ouvinte. Em suma: Foi provavelmente um dos melhores discos de 2003, senão mesmo o melhor e passou injustamente ao lado de muitos daqueles que o deviam venerar.

E, é a partir daqui que podemos pegar então no novo álbum da banda, de nome "Transmit disrupt", que já teve direito a apresentação ao vivo entre nós quando, há sensivelmente um mês os hell is for heroes brindaram-nos com a sua presença,mais precisamente no club lua em Lisboa.
Antes de mais é necessário dizer que "The neon handshake" era um álbum extremamente acessível. Genial e enorme, mas de uma acessibilidade bem grande, o que não deixa de ser surpreendente. E, é a partir daqui que começam as diferenças entre os dois discos: Se "The neon handshake" era uma A1 que ia dar a um paraíso sonoro inolvidável, "Transmit disrupt" é uma estrada de terra cheia de buracos, que vai dar a um local assinalado na nota que terá linhas abaixo.

E porque será menos acessível? Porque raio é "transmit disrupt" um álbum mais complicado de aceder do que o seu antecessor? Talvez por ser menos pesado. Por ter um traquejo menos emocional e dar ares de uma sonoridade mais baseada em um ou outro experimentalismo sonoro, em temas mais soturnos (como "Models for the programme") e,evidentemente, ter refrões menos orelhudos, pelo menos às primeiras audições. De início fica-se com a ideia de que foi um disco onde os hell is for heroes, adulteraram a sua receita do primeiro álbum, para algo mais ensonso, mais do género pãezinho sem sal.Sem aquele peso contagiante, sem aquela aura que lhes dava uma enorme intensidade.
E, tanto o primeiro tema "kamichi", como o segundo "models for the programme", ou "They will call us savages" dão esse aspecto: temas que queriam ser uma coisa, e acabaram por soar a algo que fica muitos furos abaixo do objectivo inicial.

Portanto é compicado entrar em "transmit disrupt" sem ter uma sensação de semifracasso quando se ouve pela primeira vez,sobretudo após o ouvido em "The neon handshake". À segunda parece que esse sentimento ainda se fortalece mais e já nem nos dá vontade de ouvir uma terceira, tendo a nítida sensação de que é um disco muito mais fraco que o primeiro, onde os hell is for heroes não conseguiram explanar o seu rock musculado com refrões emocionantes e intensos.

Só que estamos a ver a questão muito erradamente: Porque, o que os hell is for heroes fizeram neste segundo disco, foi relegar o passado para segundo plano, tentando executar uma sonoridade que, não estando totalmente fora da do anterior álbum, dá uma frescura à banda que um disco com uma sonoridade mais idêntica não teria.
E é esta a principal virtude de "transmit disrupt": È um claro passo em frente, sem descurar o passado. Dizendo de outra forma, os hell is for heroes retiraram aquilo que lhes pareceu mais pertinente do disco anterior(como o rock mais musculado, e as vocalizações mais potentes) e deixaram ficar os elementos mais suaves de todo o seu som. E isto não quer dizer que "transmit disrupt" é um disco calmo: Não o é concerteza, existem alguns temas de rock mais pesado (como o início "kamichi" ou "quiet rock), simplesmente ele não tem a vertente mais heavy que caracterizava o disco anterior.È, talvez, menos emocional vocalmente. Ainda outra grande diferença: Enquanto "the neon handshake", variava entre o rock mais duro misturado com pitadas emo para possuir igualmente baladas, "transmit disrupt" é muito mais uniforme e homogéneo. O rock protagonizado pela banda vai sofrendo diversas evoluções de tema para tema é certo: No entanto elas não são tão radicais como no disco anterior.

E chegámos ao ponto onde falamos das canções: Se até, agora elas não foram mais que exemplos práticos de realidades existentes no disco, a verdade é que elas também têm vida própria, tal como se sucedia em "The neon handshake". Podem ser menos catchy e de memorabilização mais complicada, no entanto também têm muita vida.
Por exemplo, o início "kamichi", com uma atmosfera mais emocional e melódica, e até um coro feminino incluído.Ou o ritmo progressista que existe no início de "models for the programme" que depois se transforma em algo um pouco mais raivoso, no entanto uma raiva perfeitamente contida, tendo um solo excelente execução. Falar igualmente de temas como "Folded paper figures", talvez o tema mais parecido com o que a banda fez em "the neon handshake", salvaguardando as guitarras que existem sempre na canção, e que não surgiriam daquela forma no álbum anterior, ou a excelente "Silent as the grave" provavelmente o melhor tema do álbum, onde a voz surge como um inventário de acções quase obsessiva, e tem o maior refrão do disco que se quer ouvir e continuar a ouvir mais.

Em suma: È complicado uma pessoa aperceber-se do real potencial que este disco tem. Porque ainda estamos de boca aberta com o álbum anterior, e achamos que a banda não conseguiu ir até ao limite daquilo que seria exigível. E na verdade, só é possível gostar deste álbum se nos esquecermos daquilo que ficou para rás. E se tivermos uma razoável dose de paciência para efectuar essa descoberta. De qualquer maneira quando descobrimos temas como "models for the programme", "The silent grave","one of us" ou "Quiet riot", o prazer é imediato. e a partir daí o álbum torna-se o mais acessível do mundo, como se o caminho de terra fosse dar à a1 e nos transportasse de novo para o tal paraíso sonoro inolvidável.

8/10

Monday, December 05, 2005

SHE HATE ME



"She hate me" é o nome de código que Jack armstrong(Anthony mackie) dá à sua ex-namorada Fatima, a qual ele apanhou na cama com uma gaja qualquer quando ia todo aperaltado, e com um ramo de rosas na mão. Sim, eu disse "gaja" logo suponhamos desde já que Fatima é fufa. Ou pelo menos, segundo ela, quis experimentar primeiro antes de casar com Jack. ah pois, porque eles estavam noivos, quando o coitado do rapaz a apanhou com outra.

Bom, tudo isto para dizer o mais importante: Jack engravida a ex-namorada. E a companheira da ex-namorada também. E mais umas amigas. e mais algumas. E ainda mais outras, perfazendo um belo total de dezoito putos. Ou dezanove, porque Mónica "boeing 747" Belucci, teve gémeos, e como o pai de Mónica é da máfia, e é representado na perfeição por john turturro, também se vê em ligações menos claras. Jack também é despedido, por ter descoberto uma falcatrua enorme na companhia farmacêutica onde trabalhava, e que estava prestes a descobrir uma vacina contra a sida, e preso, porque o decidiram tramar nesse âmbito,para além das já faladas relações com aquela família.

Por isso qual é a premissa do filme? Basicamente o facto de Jack ser um instrumento. E sim, esta expressão pode ser pefeitamente dúbia. Tanto é um instrumento para a empresa onde trabalha, pois quando pensa ter preponderância nas decisões empresariais, vê-se pontapeado sem apelo nem agravo, como para todas as mulheres, lésbicas, que ele engravida por dinheiro, dando uso ao seu instrumento. filme muito musical? Por acaso a banda sonora é boa, e dá uma tensão perfeitamente adequada e tensa ao filme. Mas, neste caso, a música é outra, e esta expressão agora foi um bocado idiota.

Portanto o filme inicia-se com o suicídio de um cientista alemão que percebera perfeitamente todas as falcatruas do chefão, interpretado por Wood harrelson. Jack descobre tudo, através de um cd deixado pelo cientista, e leva um chuto no rabo por isso mesmo. Ora sabendo da sua situação, a sua ex-namorada vai lá a casa, com a sua nova amiguinha(vulgo companheira), e propõe-lhe um negócio irrecusável: Ser mangueira de aluguer para ela e para a companheira, sendo que elas lhe pagam 10.000 doláres. Ok o nome "mangueira" pode soar um bocado ordinário, mas este novo filme de spike lee não é propriamente benevolente com a sociedade americana, nem pretende colocar paninhos quentes sobre assuntos que dizem respeito a todos. Por isso o mangueira fica.

Ora, após uma enorme relutância, Jack acaba por aceitar. O negócio vai-se desenvolvendo, e Jack vai ganhando cada vez mais dinheiro, mesmo tendo a consciência moral e ética de que tudo aquilo é extremamente errado. Quando monica belucci lhe entra pela casa adentro ele primeiro recusa, mas depois acaba por aceitar("que chatice, ter que ir dar uma queca com uma deusa destas e ainda por cima ganhar guita, isto não é nada ético" deve ter pensado ele), já dentro dessa perspectiva moral. Jack acaba por ser visto a entrar na casa da mulher, e é preso, por supostamente ter relações com a máfia, e também pelo facto de toda a falcatrua da empresa se ter assumido como sua.

Ora o que é que esta nova obra de spike lee nos pretende dizer, dentro de uma teia de eventos que parece difusa e pouco consistente? O que é que falcatruas empresariais,racismo,máfia,lésbicas, e procriação paga têm a ver com umas com as outras? A verdade é que spike lee tenta criar um filme sobre um mero homem no meio de uma sociedade hipócrita e corrosiva. Onde tudo se pode fazer por dinheiro, dinheiro esse que surge no excelente genérico do filme. Desde enganar todo um grupo enorme de pessoas, dizendo que a vacina contra a sida está pronta, enquanto isso ainda não é verdade, passando por corromper aquele que soube de tudo, esteve disposto a dizer a verdade, mas foi pontapeado pelos poderosos, até criticar o sistema de adopção americano, e o problema da impossibilidade de adopção de crianças por casais homosexuais. Ou talvez este último já seja eu a supor.

Por isso "She hate me" tem um conteúdo e uma forma perfeitamente coerente, mas entrelaçada de um modo subtil. Se por um lado, alerta para problemas económicos e de abuso de poder, denuncia igualmente problemas sociais graves, fazendo um alerta claro a toda uma sociedade demasiado preocupada com o seu próprio umbigo. Por outro lado, a realização de spike lee, auxiliada por excelentes movimentos de câmara, continua exemplar. e cenas como o picado lésbico, entre a ex-namorada de Jack e sua companheira, ou os flashbacks criados em torno do porteiro que denunciou o caso de watergate, são o mais vivo exemplo de uma realização extremamente interventiva e crua.

Mas o filme também tem problemas. A páguinas tantas, aquando do uso de Jack enquanto instrumento sexual, não conseguimos deixar de ter pena dele. Ora isto não teria mal nenhum, se não fosse o facto de ficarmos com aquela sensação do "coitado do afro-americano(porque dizer "preto" é ofensivo), teve que fazer isto porque o branco feio e mau o lixou na empresa". È portanto numa dimensão racial que o filme se perde. Não que ela não faça sentido, jack chega a perguntar a uma colega sua interpretada por ellen barkin (que continua uma bela milf em todo o sentido da designação) se tudo aquilo que lhe está a acontecer é pelo facto dele ser preto, no entanto talvez tenha sido algo despropositada, assim como o diálogo com john turturro(que faz de pai daquela deusa do olimpo de nome monica belucci) que, embora de uma consistência argumental excepcional, pegou um pouco quando abordou o cliché da raça.


Em suma, um filme com uma doutrina base, não muito boa, mas muito bem executada com todo o élan lésbico. Não é é uma obra prima, talvez pela vontade de lee em dispersar o espectador em demasiadas vertentes. Embora todas elas façam sentido, talvez seja complicado chegar lá com toda a difusão acontecimental que o filme produz. ainda assim, não sendo um maravilhoso the 25th hour, é um filme que não envergonha, nem o autor nem quem entra nele. E é uma bela peça crítica, em relação à sociedade vigente. Tentem arranjá-lo em vídeo já que nas salas, deve ter saído hoje de exibição após ter sido projectado na minha terreola.

8/10

Thursday, December 01, 2005

II SEIXAL METALFEST

Com o segundo seixal metal fest a ter hoje início, foi recebido no mail do blog uma mensagem precisamente sobre isso. antes de mais asminhas desculpas por só agora postar aquilo que me enviaram já há uns dias:



"II SEIXAL MetalFest 2005
Estão prontos os ultimos detalhes para o arranque do Festival.

A Festa do Seixal Metalfest está confirmada para dia 1 de Dezembro
(quinta-feira) no Culto Bar (Cacilhas-Almada), com oferta de brindes aos
visitantes e animação pelo DJ Cameraman Metalico e DJ Eskimo... Esperamos
vocês lá!

Alinhamento do II Seixal Metalfest 2005:

Sexta dia 2 de Dezembro
20.00 - Abertura
20.45 - HORDES OF YORE
21.30 - NAKED SOUL
22.15 - IN THA UMBRA
23.00 - DIVINE LUST
24.00 - DESIRE
02.00 - Fecho

Sabado dia 3 de Dezembro
20.00 - Abertura
20.45 - VEINLESS
21.30 - GOD
22.15 - THE RANSACK
23.00 - SHRAPNEL
24.00 - PAINSTRUCK
02.00 - Fecho

Informação de ultima hora:
Os VEINLESS são a banda que vai ocupar o lugar deixado em aberto no cartaz
do festival no sábado dia 3, devido ao cancelamento dos Holocausto Canibal.
Actualizem a informação referente ao alinhamento e horários e o cartaz
estão online... www.seixalmetalfest.pt.to

Vamos ter disponível no local uma equipa de filmagem que irá produzir uma
DVD sobre este evento.

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Localização: Cine Teatro do Ginásio Clube de Corroios ( a 300 mts da
estação de comboios de Corroios - Fertagus).

BILHETES: 1 DIA-10 Eur., ou 2 DIAS 15 Eur. e podem ser adquiridos
antecipadamente na loja VIRIATOS em LISBOA (rua do Crucifixo nº32
BAIXA-CHIADO) ou na IMPACT TATTOO em ALMADA (rua Capitão leitão nº68A) ou

Reservar online em: feedback_publicidade@ hotmail.com

ABERTURA DAS PORTAS ÁS 20horas (com oferta de cd´s e material promocional
para os 100 primeiros a entrar no recinto).

Vamos apoiar o METAL NACIONAL!!!!!!!!!!!!!!!"